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terça-feira, 12 de abril de 2022

Solidão

Sobreviver sem sentir solidão, ou sem o sofrimento que advém dela é um mito que engana muita gente. Métodos não faltam, prometendo ensinar como não sofrer sozinho esse “mal”. Entre as fórmulas mais comuns, estão aquelas que ajudam a atingir o ápice, sem que tenhamos qualquer esforço e muito menos que seja preciso sair de casa, como os antidepressivos e as satisfações oferecidas através da tecnologia e das redes sociais. O nosso histórico cultural indica que a solidão é um monstro voraz que no arrasta para o abismo profundo. Aprendemos que, estar sozinho nos provoca ansiedade, angústia e posteriormente até uma depressão.

Às vezes você tem que levantar sozinho e seguir em frente... (Reprodução internet)

Geralmente, as pessoas solitárias são consideradas uns indivíduos instáveis e desequilibrados. Pessoas sozinhas costumam não gostar do espelho, nem de ver a própria imagem refletida nele, sempre estão com rádio e/ou televisão ligados, perdem muito tempo conectados à internet, quando não procuram anestesiar a solidão com algum subterfúgio. Eles sempre estão em busca de algum tipo de companhia que proporcione o alívio de suas próprias emoções e percepções. O encontro com a solidão é o primeiro, mais real e verdadeiro que somos capazes de vivenciar em toda nossa existência, trata-se do vínculo com o outro ser que habita em nós.

A solidão é um estado de independência, quando você olha para si mesmo com estranhamento e coloca esse sentimento na frente do relacionamento com as outras pessoas. Esse é um lugar em que a gente vai de encontro com o pior que há dentro de nós, aquele “eu” que costumamos menosprezar e que desejaríamos que não existisse. Porém, esse também é um lugar em que ficamos cara a cara com o melhor de nós mesmos, onde conseguimos visualizar aquilo que nos conduz, que nos dá alegria e prazer, que promove o autoconhecimento. Apesar de todas as adversidades da vida, cada um sabe a dor e a delícia de ser quem é.

Nós precisamos superar as convenções sociais e desconsiderar a pressão coletiva, que atestam que devemos estar sempre acompanhados. Ocasionalmente, devemos admitir que a solidão é um estímulo, afinal esse é o único lugar em que podemos estar em companhia de nós mesmos, na mais perfeita plenitude. Mas, esse não precisa ser considerado um cenário negativo, pois, ser sozinho é ter a solidão como aliada. Sentir a solitude é passar alguns momentos só e não sofrer por causa disso, além de apreciar a própria companhia. São situações totalmente diferentes que apresentam diversas consequências inesperadas.

Para escapar da solidão, é possível começar estimulando pequenas doses de si mesmo, reservar um tempinho para ficar com os próprios pensamentos, escrever sobre o que sente, analisando as atitudes e os comportamentos que admira, mesmo aqueles que sejam incoerentes. Depois, é bom ler tudo que escreveu, escutando a própria voz. Se esse exercício provocar alguma tristeza com uma parte desfavorável de sim mesmo, é perfeitamente normal, ganhamos um forte aliado no desenvolvimento da inteligência emocional. Essa jornada em direção ao profundo de nossa alma pode causar perturbação em quem não está acostumado a praticar, com o tempo melhora.

Cada indivíduo é diferente, alguns se sentem energizados após alguns momentos sozinhos, enquanto outros, não conseguem ficar sem estar em companhia de outras pessoas. É necessário ter sabedoria para ambicionar o que precisa, e ser generoso consigo mesmo, afinal só nós mesmos temos acesso às fontes de elementos que dão sentido às nossas vidas. Se o processo se apresentar muito difícil, é interessante buscar ajuda de um amigo, um familiar ou então, de um profissional habilitado. Existem vários roteiros para nos tornarmos senhores e senhoras do nosso próprio destino. Levante e comece a caminhada!

@marciamacedostos

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Bebê arco-íris

Bebês arco-íris são crianças que nascem de mães que já sofreram aborto espontâneo ou que tiveram filhos mortos de forma prematura. Para muitas mães que passaram pela perda prematura de um filho, a chegada de um bebê é a luz que surge após uma tragédia, como o arco-íris que nasce depois da tempestade. O arco-íris é uma promessa de sol depois da chuva, a serenidade depois da tempestade, a alegria após a tristeza e a paz após a dor, mas principalmente, é a esperança e o amor após uma perda. Para a mãe a chegada de um bebê é um período de fortes emoções e a perda provoca uma dor inconcebível.

Depois da tempestade, vem a calmaria. (Reprodução internet)

Mesmo que uma criança não chegue para uma família que já tenha uma história de perda e tristeza por trás, a chegada de um bebê sempre simboliza luz, é a esperança de um futuro melhor para todos em sua volta. Assim como um fenômeno da natureza, o bebê arco-íris chega para avivar a vida dos pais, após uma tormenta. O bebê arco-íris não transforma o passado nem substitui a experiência ruim, seria muita responsabilidade, ele só traz um novo sentido para vida e transforma o futuro. O significado de bebê arco-íris nada mais é do que lembrar a mamãe e toda a família de que depois da tempestade, sempre vem a bonança.

Para compreender a representatividade dessa criança, é necessário entender mais sobre o bebê estrela. Esse é o bebê que perdeu a vida sendo por aborto espontâneo, por outra razão qualquer ou depois do nascimento e como costumamos dizer, virou uma estrelinha, um anjinho que continuará sempre sendo um filho. Não é porque a mãe perdeu um bebê, que ela deixou de ser mãe, existiu um filho, portanto existe uma mãe, é necessário compreender isso e viver o luto da perda, entendendo e aceitando o processo doloroso, sem fechar a porta da esperança. O bebê arco-íris não substitui o bebê estrela, só devolve a capacidade de sonhar para a família.

Durante a gravidez, a mulher se transforma e seus sentimentos ficam intensos, se é uma gestação de bebê arco-íris, tudo ganha uma dimensão muito maior. Para viver tudo novamente, a mulher se sente pressionada, frustrada e com a autoestima baixa, podendo até desenvolver ansiedade e uma angústia profunda. Durante esse processo o apoio da família é fundamental e talvez seja necessária uma ajuda profissional para lidar melhor com o misto de sentimentos, bons e ruins, assim ela consegue aproveitar melhor a gravidez, com muita alegria e gratidão. O sentimento de culpa também se faz presente nesse período delicado, por parecer que a superação foi muito rápida.

Ser mãe é uma experiência intensa e única, cada mãe descobre no seu tempo e do seu jeito uma maneira própria de cuidar do filho, mas quando se trata de um bebê arco-íris, os traumas anteriores podem estimular, mesmo sem querer, uma superproteção do neném. Apesar de todo o excesso de cuidados terem motivações de fácil entendimento, é provável que seja prejudicial para desenvolvimento da criança. A superproteção pode afetar de forma negativa o crescimento do filho, dificultando o aprendizado e prejudicando a independência e a capacidade de enfrentar os desafios e a frustrações habituais da vida.

É importante ficar atento para não sobrecarregar o filho de cuidados e expectativas. Quando superprotegemos nossos filhos, acabamos impedindo que eles se tornem independentes e como não estaremos presentes em todos os momentos da existência deles, é melhor que eles saibam socializar e lidar com as decepções da vida. A desilusão de uma criança superprotegida será bem maior cada vez que estiver diante de um novo desafio. Infelizmente, não teremos a capacidade de prevenir todas as dores no decorrer da vida de um filho, é preciso permitir que ele cometa seus próprios erros, corrija e supere seus fracassos, erga a cabeça e siga adiante. Criamos filhos para o mundo!

@marciamacedostos

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Amamentação

Amamentar é uma das coisas mais sublimes que existem na vida, mas não é uma experiência fácil para todas as mulheres. Uma crítica da atriz Luana Piovani (45 anos) a uma foto da também atriz Thaila Ayala (35 anos) amamentando seu neném recém-nascido causou burburinho na internet. Na foto, Thaila aparece linda e plena, bem arrumada e produzida no meio de um trabalho, com o corpo em forma, dando mama ao filho de 15 dias de vida, em pé e segurando apenas com uma mão. A fotografia é perfeita, não parece que tinha dado a luz há tão pouquinho tempo e na legenda ela diz: ‘AMA*MENTAR’.

A amamentação é feita de amor, resiliência e sacrifícios. (Reprodução internet)

Luana descreveu a imagem numa entrevista e declarou: “Amamentar não é tomar milk shake!” Segundo ela, aquela imagem emite uma ideia errada sobre o processo de amamentação. Ela disse que a realidade está muito longe disso e que aquilo pode acentuar a percepção de que amamentar é algo simples, ou seja, pode reforçar a romantização da amamentação e da maternidade como um todo. A atriz ainda questionou sobre: as dores nos ombros e na lombar, o bico do peito rachado, o bebê que não pega o peito direito, a mãe que não produz leite suficiente e quando precisa amamentar mesmo exausta. É uma loucura - declarou.

Jamais devemos julgar ninguém. Vi os relatos de todo sofrimento que a Thayla passou no decorrer da gestação, é direito dela se mostrar como quiser, nesse momento tão pessoal, mas, os questionamentos de Luana fazem total sentido, pois maternar nunca foi fácil e devemos atentar para o que estamos transmitindo. Não podemos nos comparar aos outros, “cada um no seu canto sofre o seu tanto”, cada história de vida é única e com suas próprias individualidades. A minha experiência com a gravidez, o parto, o puerpério, a amamentação e a relação com as mudanças do corpo, pontos positivos e negativos, só pertencem a mim, não adianta relacionar.

Eu não consegui amamentar e com dois meses de vida, meu filho ficou muito doente e teve uma ama de leite. Na época, isso me fez questionar sobre minha capacidade de ser mãe e me causou sofrimento. A mãe é sempre contestada naquilo que faz ou que não faz, com isso, colocam sua autoestima a prova em todo momento e assim podem fazer aflorar sentimentos como angústia, ansiedade, culpa e frustração. A gente não nasce sabendo ser mãe, nem amamentar, mas com o tempo as coisas se ajustam, aprendemos a afastar os palpites, ganhamos confiança e fazemos do jeito que achamos que deve ser feito. O instinto materno fala mais alto.

Romantizar a maternidade não ajuda em nada as mulheres, a fase de adaptação com um recém-nascido é difícil para todo mundo. Cansaço excessivo, noites sem dormir, olheiras profundas, peito rachado, roupas folgadas e cabelo bagunçado fazem parte do processo, mas do lado de fora o que mais se vê são críticas, desprezo e até abominação. Infelizmente, vivemos numa sociedade machista e o pior é que esse machismo é endossado e praticado pelas próprias mulheres. É necessário desconstruir a concepção de que a maternidade é só para mulheres, os parceiros devem se comprometer mais com as obrigações na criação e educação dos filhos.

Com sinceridade, ser mãe é maravilhoso, mas tem muitos desconfortos, medos e desafios, e para aliviar todo esse turbilhão é preciso superar o machismo. Maternar é uma maratona com situações cansativas e doloridas, tanto quanto prazerosas, mas também é amar incondicionalmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda amamentar de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida do bebê e a partir daí fazer a introdução alimentar, dando continuidade ao aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais. Vamos ser mais compreensivos e se não atrapalhar já ajuda bastante.

@marciamacedostos

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A fé

“Disse Jesus: Por causa da vossa pouca fé, em verdade vos digo que se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a montanha: Vai daqui para lá e ela irá. E nada vos será impossível.” - Mateus 17:20, Bíblia Sagrada. De acordo com esse trecho bíblico, a fé é algo essencial para a vida humana. Fé é a aceitação de forma incondicional a uma possibilidade que a pessoa passa a acreditar como sendo uma verdade sem qualquer tipo de comprovação ou critério objetivo de reconhecimento, pela total confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão.

A fé é tudo quando você não tem nada. (Reprodução internet)

A fé é a primeira das três virtudes teologais, seguidas da esperança e do amor (ou caridade). A palavra “fé” é originada do grego “pistia” - que significa a consciência de acreditar e do latim “fides” - que remete para o ato de fidelidade. Fé simboliza confiança, credibilidade e crença, é uma atitude contrária à dúvida e está profundamente ligada à força interior. Trata-se de um sentimento absoluto de convicção em algo ou alguém, mesmo sem ter alguma evidência que certifique a veracidade da hipótese em questão.

Quando passamos por problemas de saúde mental, emocional ou física, ter fé representa ter esperança de que algo bom e positivo vai acontecer, e a situação vai melhorar. Enfrentar as adversidades da vida não é fácil, cada indivíduo possui as suas lutas particulares e encarar os problemas com otimismo, mesmo quando tudo parece dar errado, é ter fé e acreditar que tudo pode mudar. Sem falar que é nos momentos difíceis que exercitamos a nossa fé, com ela podemos compreender melhor os desafios e assim vamos moldando a nossa capacidade de força e superação.

Mesmo em meio aos desafios do nosso dia a dia, é importante não perder a esperança e para tê-la é necessário ser persistente, acreditar que tudo é possível ainda que tudo indique o contrário. Em geral, é difícil, mas não podemos desanimar quando nossos desejos, planos e objetivos não se concretizam. Quando as situações se tornam desanimadoras, nós somos capazes de ressignificar e buscar manter a fé e a perseverança, inabaláveis. Vamos seguir com a nossa trajetória, insistir e persistir em nós mesmos, afinal, é cada um por si e Deus por todos.

Sem fé não há esperança e a gente só consegue seguir em frente se tivermos fé e manter a cabeça erguida diante dos desafios. Não se abale, nem se entregue ao pessimismo, a ansiedade, a depressão ou a angústia, acredite no seu potencial. Pensar positivo ajuda a superar os obstáculos e encarar as mudanças, reaja com otimismo e coragem. Muita calma, compreensão e responsabilidade podem mudar a dinâmica, a perspectiva e a situação, podendo promover paz e conforto na jornada. É possível tirar grandes lições até dos infortúnios mais complicados da vida.

No contexto religioso, a fé é uma virtude de quem aceita os princípios apregoados por uma religião. Ter fé em Deus é acreditar na sua existência, na sua onipotência e na sua onisciência. A fé cristã pressupõe crer na Bíblia, como sendo a Palavra de Deus, assim como em todos os ensinamentos que foram doutrinados por Jesus Cristo. Uma referência à conduta de um cristão que age com fé é: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem.” - Hebreus 11:1, Bíblia Sagrada. 

@marciamacedostos

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Aprenda a ressignificar

Ressignificar é oferecer a si mesmo a oportunidade de modificar alguma coisa ruim em algo bom e positivo, é seguir a vida com entusiasmo, esperança, motivação e otimismo. Estimule positivamente seus sentimentos e emoções, siga adiante e se dê a possibilidade de vivenciar o seu próprio processo de ressignificação. Ressignificar é um verbo transitivo que define o ato de dar um novo significado a algo ou alguém. Trata-se de uma maneira usada pela neurolinguística para fazer com que as pessoas sejam capazes de conceder um sentido novo aos acontecimentos, por meio da mudança de sua visão de mundo.

Ressignificar dói, mas é necessário e só nos faz crescer. (Reprodução internet)

Estamos finalizando um ano difícil e desafiador, é óbvio que precisamos aprender uma lição para nos tornar seres humanos melhores. O mundo está passando por situações complicadas, a natureza está gritando por socorro e nos castigando por nossa total falta de cuidado e proteção. O que precisa acontecer para aprendermos essa lição? Foram muitas perdas humanas e materiais, se não ressignificarmos, não conseguiremos suportar. A palavra “ressignificar” pode ser substituída por “transformar”, é isso, transformar para mudar. Nada é permanente, exceto a mudança.

Na psicologia, o processo de ressignificar usa diversas técnicas para fazer com que as pessoas mudem as suas percepções da vida e passem a agir de forma que suas ações colaborem para fazer do mundo um lugar melhor e mais agradável. Isso só é possível quando esses indivíduos conseguem mudar o sentido de algo que já foi executado, para que as soluções e a conduta também possam se transformar. A ressignificação é um componente significativo que ajuda a desenvolver a capacidade de atribuir novos valores a uma circunstância comum, tornando-a útil e prazerosa.

A gente pode ressignificar tudo, o passado, o trabalho, os relacionamentos e até os propósitos de vida. Saber observar, se olhar e se enxergar, sem análises e julgamentos, esse é o caminho para confiar em si mesmo. Ressignificar é o roteiro para voltar a sonhar e de fato viver a vida com verdade e total propriedade. O poder de ressignificar é uma das maiores forças e virtudes que temos. Nós podemos transformar as nossas decepções, dificuldades, dores e medos em aprendizado, motivação e evolução. Aprenda a dar um novo sentido à vida.

É importante aprender com as dificuldades, focar no futuro sem desconsiderar o presente, fazer as pazes com o passado, trabalhar o perdão e a aceitação, honrar e respeitar a sua história e se fortalecer com as dificuldades. Ressignificar é a chave do autoconhecimento, do autocontrole e da autoestima, conforme amadurecemos, acabamos amolecendo os conceitos antigos e mudamos as preferências. Ressignifique para conseguir superar; reconheça a queda, não desanime, levante, perdoe, se perdoe e siga em frente.

O tempo é o nosso maior professor e com o amadurecimento, as prioridades vão se transformando através da experiência e assim vamos saciando a angústia e a ansiedade. A resiliência humana é um reflexo de como a ressignificação de que qualquer episódio repleto de frustração e desânimo seja um esforço significativo para quem quer encontrar o equilíbrio e viver uma vida mais leve e feliz. A atitude de ressignificar é antes de tudo uma escolha, por isso, evite reclamar e olhe para frente. Aproveite o ano novo para recomeçar, invista em você mesmo. Sigo no processo!

Feliz Ano Novo!!!

@marciamacedostos

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Paz interior

Época de Natal é um período em que fazemos profundas reflexões, um balanço de como está a vida, aquilo que deu certo e o que não deu, o que fizemos de correto e o que podemos, ou melhor, precisamos melhorar. É exatamente assim que estou me sentindo, buscando paz interior, depois desse ano tão difícil e que sucedeu outro ano igualmente complicado. Não me atrevo a considerar que os meus problemas são maiores, quando percebo os vários privilégios que tenho, desde um lugar seguro para morar, todos os que amo estão vivos e bem, além uma rede familiar que me garante apoio incondicional, além de tantas outras regalias.

Ninguém pode lhe proporcionar paz, além de você mesmo. (Reprodução internet)

A paz interior também chamada de paz mental é um coloquialismo que se refere ao estado de estar mentalmente ou espiritualmente em paz, com consciência e compreensão para encarar conflitos, ansiedade, estresse ou frustração. Minha mãe sempre diz: “A paz não tem preço”, “Nada tira a minha paz”, “Não perca a sua paz”, “Fique em paz”... São frases que ouço com muita frequência e em algumas situações fico perturbada porque não consigo ter toda essa tranquilidade de espírito. Compreendo então, que se trata de uma infinita busca e como tal, possui caminhos secretos e únicos que precisam ser descobertos individualmente.

Costumamos pensar que os sentimentos da alma são consequências da casualidade temperamental e da força divina. Dificilmente lembramos que a conexão entre sentimento e ambiente está profundamente associada com a responsabilidade que temos em estimular a tranquilidade e o equilíbrio ou a angústia e o desespero. Geralmente lamentamos determinadas situações e acabamos esquecendo a raiz do sofrimento, mas se fizermos uma análise e observarmos com bom senso, com certeza enxergaremos a razão da aflição. Delegar nossa alegria, nossa segurança, nosso bem-estar e nosso tempo a outra pessoa é prenúncio de uma vida infeliz.

“Muitas das circunstâncias da vida são criadas por três escolhas básicas: as disciplinas que você decide manter, as pessoas com quem você decide estar e as leis que você decide obedecer” - Charles Millhuff. Se sentir em paz, viver em paz e dormir em paz são efeitos do cuidado que precisamos ter ao fazer as nossas escolhas, da atenção que damos para as consequências de nossos atos e do empenho em desfrutar da verdade. O destino é fruto de nossas escolhas e por isso precisam ser acertadas e conscientes, pois elas são de nossa própria responsabilidade.

A paz interior nada mais é do que uma profunda calma e de acordo com especialistas, para alcançar essa paz é preciso silenciar os pensamentos para conseguir se conectar a si próprio. Acreditar na paz ajuda a desenvolver estágios mentais mais extensivos, partindo da indiferença, da baixa autoestima e nos conduzindo no sentido da saúde mental e emocional. Se quiser atingir essa tão desejada harmonia, não busque a aprovação de ninguém, a paz interior vem de assumir e respeitar suas escolhas, mas para tê-la não tente controlar tudo e todos, é inútil. Cada indivíduo é único.

Perdoe e se perdoe, praticar o auto perdão é essencial na busca da paz mental. É importante eliminar os pensamentos negativos e repetitivos, viva sem culpa e sempre seja grato. Observar a natureza é um ótimo exercício, pois acalma os pensamentos e funciona como um ponto de equilíbrio que envolve a vida. Não devemos nos apegar às decepções e sim cultivar a gratidão. Esse é o caminho e pode nos auxiliar para ter mais paz interior. Aproveitem o espírito natalino para refletir sobre a vida e fazer as mudanças necessárias que promovem uma saúde plena. Sigo tentando!

FELIZ NATAL!!!

@marciamacedostos

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Colorismo

Você sabe o que é colorismo? Provavelmente, você já escutou essa palavra em alguma situação. Trata-se de um termo usado para diferenciar variadas tonalidades da pele negra, desde o tom mais claro até o tom mais escuro. O colorismo ou a pigmentocracia, que também é chamado de discriminação pela cor da pele, é uma forma de preconceito ou discriminação onde pessoas que em geral são membros da mesma raça, são tratadas de maneira diferente baseado em implicações sociais que se apresentam com os significados culturais relacionados com a cor da pele.

"Tire seu preconceito do caminho, que eu vou passar com a minha cor." (Reprodução internet)

As tonalidades da epiderme negra também possibilitam a inclusão ou a exclusão do indivíduo na sociedade brasileira. O colorismo estabelece tonalidades de pele como se fosse uma classificação de lápis de cor em tons claros e escuros. Atualmente esse tipo de separação pode favorecer a vivência de quem tem a pele mais clara e complicar a vida cotidiana de quem tem a pele mais escura, ou seja, um negro que possui a tonalidade da pele mais clara tem mais aceitação na sociedade, isso porque a pigmentação de sua epiderme é mais parecida com a etnia branca.

Para fechar o mês da consciência negra, resolvi estudar mais sobre esse assunto, ressaltando que o negro não é negro só em novembro. É possível identificar quando algo está associado ao colorismo sempre que se percebe a intenção de anular ou a tentativa de camuflar a etnia, usando, por exemplo, apelidos como: café com leite, cor de canela, cor de jambo, marrom bombom, morena jabuticaba, entre outros. O colorismo é uma tentativa de individualizar a tonalidade da pele, como se dessa forma a pessoa pudesse ser menos negra e mais parecida com uma pessoa branca.

Por intermédio do colorismo, a sociedade produz subterfúgios para que o preconceito e a intolerância continuem existindo nos espaços sociais. Essa distinção e desrespeito à diversidade provoca insegurança, instabilidade e falta de identidade e de pertencimento à cultura. É fundamental valorizar a cultura e a identidade negra para combater os símbolos de inferioridade, daí a importância da consciência negra. No colorismo o indivíduo é classificado pelo grau de sua negritude, normalmente quando possui os traços físicos mais próximos do critério branco, a exemplo da frase: “negro de traços finos”.

Todos esses problemas provocam a camuflagem do racismo que ainda é tão presente no Brasil. O colorismo favorece o preconceito velado que as pessoas de pele mais escura vivenciam diariamente, provocando um sentimento de baixa autoestima, angústia e injustiça. Ele gera conflito até dentro da comunidade negra e motiva a impressão de que a sociedade possibilita e oferece oportunidades, além de classificar quem é mais claro e mais escuro, quem serve ou não para trabalhos específicos, remetendo a uma divisão das atividades num contexto de casa grande e senzala.

Quanto mais escuro, menos aceitação, lamentavelmente. No campo afetivo também existe um “ideal” dentro dessa hierarquia de cores e tons, cujo objetivo é atingir a branquitude, eliminando ou rejeitando a negritude. De acordo com Messias Basques - doutor em antropologia pelo Museu Nacional, que pesquisa raça, questões raciais e povos indígenas: “Nessa escala cromática, quanto mais se aproximam daquilo que é branco passam a serem vistas como mais humanas, menos pretas, menos selvagens, menos tribalizadas, atrasadas e primitivas”.

@marciamacedostos

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Gaslighting

Já ouviu falar em Gaslighting? A palavra específica, não me lembro de ter escutado, mas o significado... Bom, eu sigo destrinchando o quadro “Isso tem Nome” do Fantástico, justamente porque ele está dando nome a situações frequentes do dia a dia, que às vezes não sabemos identificar e muito menos, reconhecer como abuso. O Fantástico foi muito assertivo com a exibição desse quadro, é uma necessidade da sociedade, pois a nomeação gera o reconhecimento do sofrimento. Gaslighting é uma palavra inglesa que em português seria algo como abuso emocional, um tipo de violência psicológica.

Gaslighting ou gas-lighting é uma forma de abuso psicológico e ocorre quando as informações são distorcidas e omitidas de maneira seletiva para beneficiar o abusador. Nesse contexto, as informações são inventadas com o intuito de fazer com que a vítima duvide da sua própria memória, percepção e sanidade mental, ela se sente muito culpada, sem entender o motivo. A pessoa pode ter certeza absoluta de que algo está acontecendo, mas alguém tenta constantemente convencê-la de que é loucura da cabeça dela. Isso é uma manipulação psicológica.

Gaslighting - Você pode ser vítima dessa prática e nem se deu conta. (Reprodução internet)

A pessoa que sofre esse tipo de abuso começa a acreditar que está enlouquecendo, pois o abusador insiste em dizer: “você está louca”, “você está imaginando coisas”, “é coisa da sua cabeça”, “você está delirando”, “você está equivocada”... Toda essa pressão psicológica pode provocar sucessivas crises de ansiedade, prejudicando a saúde mental e mesmo assim, a vítima não consegue perceber que esse tipo de comportamento é abusivo. Alguns especialistas afirmam ser impossível que mulheres heterossexuais brasileiras nunca tenham sofrido gaslighting num relacionamento amoroso.

O termo inglês - gaslighting surgiu de uma peça teatral que se tornou um filme, intitulado “Gaslight” que significa “Luz a Gás”. O longa-metragem mostra um marido manipulando a mulher afim de que ela acredite estar louca, com objetivo de roubar suas joias. É importante prestar atenção no que está sendo dito, para identificar uma relação abusiva. Frases do tipo “você é louca” é um gatilho crucial, aliás, a palavra “louca” sempre está presente no relacionamento abusivo. Isso mexe com a autoestima da mulher e provoca muita angústia.

As circunstâncias desse abuso são vinculadas com a histeria. A Palavra histeria vem do termo hystera que significa útero em grego, sendo utilizada para qualificar a mulher como histérica, indicando que se trata de uma coisa interna, que vem do organismo feminino. Claro que, não é sempre que os abusadores são homens e as vítimas são mulheres. Esse tipo de manipulação psicológica pode ocorrer em diversos tipos de relacionamentos, como: amizade, familiar e até profissional. Entre os casais, pode acontecer o contrário, mulheres praticarem o abuso contra seus companheiros.

O gaslighting também é cometido por homens e mulheres que se relacionam com pessoas do mesmo gênero. Mas, geralmente essa é uma realidade bem presente nas relações heterossexuais, sendo praticado pelos homens. A mulher acaba vencida pelo cansaço e passa a acreditar que está de alguma forma exagerando, dando razão ao homem e admitindo ser a pessoa abusiva da relação. Assim, o homem vai jogando com a insegurança da mulher até ela explodir, daí todos a consideram como a louca e a agressiva, que precisa se tratar.

Existem muitas maneiras de praticar o gaslighting, algumas delas são: acusações descabidas, ameaças, aumento gradual de manipulações, chantagens variadas, constrangimentos, exaustão mental, humilhações, incoerências, mentiras, negação da realidade e palavras disfarçadas de amáveis. Gaslighting é um tipo de violência psicológica, que é crime previsto no Código Penal e a pena para quem pratica varia entre seis meses e dois anos.

Vale ressaltar que a violência psicológica pode se transformar em violência física. Na violência doméstica, antes da primeira agressão física, existem muitos atos de agressividade, como: controle, insultos, acusações, ofensas e xingamentos. É necessário reconhecer quando está vivendo uma espécie de relacionamento tóxico e cortar o mal pela raiz, dar um basta antes que o mal cresça.

@marciamacedostos

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Não crie expectativas

Não crie expectativas, crie maturidade. Isso mesmo, criar expectativas pode desestabilizar você. O melhor é não se iludir, manter os pés no chão, sabe? Há quem diga que é bom produzir expectativas, desde que, não as trate como realidade e sendo assim, se trata de uma fuga da verdade. Bom mesmo é se surpreender, para evitar se decepcionar. Expectativa é a condição de quem espera para que algo aconteça, o estado de quem espera algum acontecimento baseado em probabilidades ou na possível realização, ou então, um desejo intenso por algo próspero.

Não crie expectativas, deixe acontecer naturalmente. (Reprodução internet)

Gerar expectativas é a permanência de estimulo que se fortalece desde o nascimento, sendo persuadido pelos relacionamentos do decorrer da vida. Quando alguma expectativa não se materializa, é normal surgirem sentimentos ruins como raiva, frustração, desânimo e até agressividade, esses comportamentos indicam sofrimento e para aliviar essas sensações, é necessário aprender a trabalhar a aceitação. Precisamos nos conscientizar que não temos o controle sobre nada e nem sobre ninguém, lidar com essa verdade é um grande desafio.

Se algo ou alguém frustrar suas expectativas, você precisa lidar com esse sentimento e por mais que seja desagradável e difícil de encarar, se frustrar faz parte da vida, inevitavelmente acontece. Não concretizar as expectativas que nós criamos é muito desconfortável, mas isso promove uma reflexão em relação ao assunto que provocou tanto desgosto e esse é o ponto positivo. Refletir faz bem a qualquer indivíduo, ajuda a corrigir os erros e aprimorar os acertos. Esse exercício nos ensina a superar os “nãos” da vida e a banir o egoísmo.

É complicado encontrar um equilíbrio, entre o que realmente importa e o bombardeio que observamos nas mídias sociais, quando a vida dos outros é sempre “linda e perfeita”. Às vezes, nos sentimos obrigados a expor que estamos bem, para mostrar aos outros uma alegria e uma felicidade que não existem, pelo menos, não com tanta intensidade. É uma ostentação, uma eterna exposição de quem tem ou pode mais. Acredito que essa “obrigação” faz mais mal do que bem, além de poder provocar quadros críticos de angústia e ansiedade, que são difíceis de contornar.

A maturidade se apresenta na forma como enfrentamos as adversidades da vida. Quando passamos por muitas situações divergentes, aprendemos a lidar melhor com os problemas, descobrimos que faz parte da vida e cada sofrimento ajuda a construir as nossas conquistas. No decorrer do nosso amadurecimento, passamos a encarar as decepções com mais naturalidade e aceitamos com mais facilidade. Vejam bem! Não se trata de comodismo. Não pode ser condescendente, tem que batalhar. “Vivendo e aprendendo a jogar”.

Quando amadurecemos, ficamos mais tolerantes com as nossas frustrações, com nossos erros e fracassos, aprendemos a usar isso ao nosso favor. Ter tolerância não significa que devemos gostar de fracassar, mas podemos conseguir interpretar de maneira diferente e enxergar um caminho que possa transformar a frustração em êxito e sucesso. A maturação cerebral juntamente com as inúmeras experiências vividas, auxilia na criação de um amplo repertório para enfrentar as questões sociais, com mais empatia e assertividade. Sendo assim, fica mais fácil evitarmos os conflitos internos e externos, além de nos preocuparmos menos com o que os outros pensam de nós.

@marciamacedostos

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Dependência digital

A dependência digital está relacionada com o contexto de uso abusivo das tecnologias digitais e essa utilização excessiva reflete na vida pessoal, social e profissional do indivíduo, ele acaba se distanciando da sociedade. Portanto a dependência digital ocorre quando existe uma necessidade descontrolada de usar os dispositivos digitais e marcar presença nas redes sociais. Segunda-feira, dia 04 de outubro de 2021, ficou marcada por uma pane global nas redes sociais: Facebook, Instagram e WhatsApp. Isso deveria nos fazer refletir sobre o poder que elas exercem sobre nós.

O colapso digital começou por volta de meio dia e meia com o WhatsApp, seguido pelo Facebook e Instagram, sem falar na instabilidade do Google, YouTube e outros aplicativos. Toda essa turbulência durou 6h30 e provocou um grande burburinho entre os usuários, além de causar prejuízos para aqueles que utilizam as redes para ganhar dinheiro. Confesso! Foi impossível não pensar que talvez tivéssemos sido hackeados ou até, que estivéssemos sofrendo um ataque mundial de proporções inimagináveis. Brincadeiras a parte, ficamos inquietos com esse apagão digital.

Parecia inofensivo, mas te dominou... (Reprodução internet)

Mas, a coisa é capaz de ficar muito séria, pois a dependência digital pode ser considerada um transtorno mental quando atinge níveis alarmantes. Pessoas que possuem esse tipo de sujeição podem sofrer de nomofobia, quando são obrigadas a ficarem desconectadas. Nomofobia é o medo irracional de estar sem o telefone celular ou outros aparelhos eletrônicos e está relacionada ao vício em outras tecnologias. É uma fobia provocada pelo desconforto ou angústia consequente da incapacidade de acesso à comunicação, ou pavor de ficar incomunicável.

Trata-se de um transtorno psicológico que pode até causar depressão. Ela provoca um estado de ansiedade que pode se tornar patológico, levando o indivíduo a um transtorno de ansiedade social, ao transtorno do pânico e agorafobia. Não é possível reconhecer os sintomas desse distúrbio de forma imediata, porque eles se instalam lentamente até começarem a causar prejuízos emocionais, sociais e profissionais. Os sintomas são parecidos com a dependência química e conforme estudos, a dependência digital pode favorecer a dependência química.

Preocupações exageradas com assuntos do universo digital; necessidade excessiva de estar em contato com o mundo digital para se sentir satisfeito; agressividade e nervosismo com problemas de conexão; não conseguir ficar off-line e ficar conectado por muito mais tempo que o ideal; mentira sobre o tempo que fica on-line; irritabilidade; estresse; tristeza e desinteresse nas atividades familiares, profissionais e sociais, podem ser indicativos de que algo está fora de controle e precisa ser investigado e tratado com urgência.

É necessário ter atenção aos sinais, se a sua relação com as redes sociais provoca danos nos relacionamentos familiares e sociais; há queda no rendimento profissional; diminuição nas habilidades sociais; problemas físicos como dores no corpo, erros de postura e tendinites; má-alimentação; obesidade, transtorno bipolar, depressão, TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e fobia social, são sinais de alerta máximo, procure ajuda de um profissional habilitado, como psicólogo ou psiquiatra. É um vício que tem controle e a prática de atividades saudáveis pode ajudar.

É evidente que a internet e as redes sociais auxiliam bastante o trabalho, os estudos, a saúde e as relações interpessoais, facilitam a rotina diária e nos proporcionam liberdade. Mas, como tudo na vida, é fundamental ter cautela para não desenvolver uma dependência emocional e se tornar refém delas. Encontrar um ponto de equilíbrio é o caminho para utilizar as tecnologias com consciência e encarar as transformações do mundo contemporâneo com sabedoria. Priorize seu tempo e se dedique às pessoas e ocupações que te proporcionam crescimento pessoal, no mundo real.

@marciamacedostos

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Experiências

As experiências da vida, sejam elas boas ou ruins, nos ensinam a não repetir os mesmos erros e assim temos a possibilidade de construir um futuro diferente e melhor. Todo tipo de aprendizado tem valor e é pertinente para o nosso desenvolvimento mental e espiritual. Estamos condicionados a dar a volta por cima, mesmo sem perceber, isso faz parte da nossa vivência. É preciso ter discernimento para saber assimilar os bons e os maus momentos que a vida nos apresenta. É fundamental sair da zona de conforto para experimentar coisas novas.

O melhor professor da vida é a experiência. Ela cobra caro, mas explica bem. (Reprodução internet)

Devemos ter sensatez e saber que, vida perfeita não existe nem nos contos de fadas. Todos nós passamos por momentos difíceis, independente da nossa vontade, faz parte da vida. São esses períodos complicados, que se transformam em lições valiosas para o nosso crescimento pessoal e como para tudo existe um propósito, aprendemos melhor por meio da dificuldade, do que através de acontecimentos felizes. O tempo é o melhor remédio para amenizar, mesmo que devagar, as lembranças de memórias ruins. É um desafio e desafios existem para serem vencidos.

No decorrer da vida acumulamos situações de angústia, mágoa, sofrimento e tristeza, isso é um fato, ninguém é plenamente feliz todos os dias. Mas, é humanamente impossível conviver com esses sentimentos ruins o tempo todo, as amarguras da vida não se apagam, elas vão se diluindo com o passar do tempo e ficando menos doloridas. O que podemos fazer para melhorar a qualidade de vida é focar no que é bom e nos dá prazer, potencializar os momentos felizes, não valorizar além da conta, aquilo que nos faz mal e travam o nosso processo de evolução.

Existem três atitudes necessárias para conseguirmos compreender melhor os nossos bons e maus momentos: maturidade - a capacidade de saber como e quando devemos agir, de acordo com as circunstâncias; humildade - a virtude que consiste em conhecer as nossas próprias limitações e fraquezas, e agir de acordo com essa consciência; equilíbrio - a competência que permite reconhecer a influência das emoções e exercer o autocontrole sobre elas, a fim de obter reações mais centradas, mesmo diante de situações extremas.

É importante buscar bons motivos para ser feliz, a felicidade não cai do céu, ela é antes de tudo, um estado de espírito e pode ser definida por um momento onde há a percepção de um conjunto de sentimentos prazerosos. A nossa evolução pessoal consiste na capacidade que temos de nos reerguer e na maneira como encaramos a realidade, que é absolutamente diferente para cada indivíduo. As experiências da vida podem se fragmentar em ciclos e eles são distintos. Teremos ciclos felizes e outros infelizes, o mistério está na soma dos resultados, idealizando a positividade de tudo.

A realidade individual de cada pessoa é diversificada e somente ela estabelece o destino de cada um. Segundo o autor americano Gary Zukav: “Realidade é o que pensamos ser verdade. O que pensamos ser verdade depende do que acreditamos. O que acreditamos, depende das nossas percepções. O que percebemos, depende do que buscamos. O que buscamos, depende do que pensamos. O que pensamos, depende do que percebemos. O que percebemos determina no que vamos acreditar e o que acreditamos determina a nossa verdade.” Você é a soma das suas experiências.

@marciamacedostos

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Sonhar e realizar

O blog Flor de Cacto está fazendo aniversário e eu só quero celebrar, pois a comemoração é em dose dupla. No dia 19 de setembro, completamos um ano de existência. Estou muito feliz por ver esse sonho materializado, já tem sua forma própria, volume e muita propriedade. Já falei aqui, que se trata de um objetivo antigo, um projeto que protelei bastante para começar e quando surgiu a Pandemia da Covid-19, ele se tornou, além de um desejo pessoal, uma válvula de escape para que eu pudesse manter meu controle emocional e a saúde mental, um ponto de equilíbrio.

Gratidão por esse 1º ano de vida. (Arquivo pessoal)

Organizei minhas ideias, fiz todo o planejamento, preparei alguns conteúdos para começar a comunicar com total tranquilidade e lancei no dia do meu aniversário, no ano de 2020, com publicações semanais, rigorosamente. Sempre gostei da arte de escrever, sou uma apaixonada pelas palavras, papel e caneta são meus companheiros da vida toda. É isso mesmo, apesar de aderir o uso da tecnologia que é tão essencial para vida moderna, nunca deixei de escrever da forma tradicional, e quer saber?... Não abro mão disso.

Gosto de colocar no papel tudo o que sinto, as minhas expectativas e propósitos, tenho várias agendas e diários, completamente preenchidos e que guardo com muito carinho. Foi por isso que nasceu o blog, para tornar público àquilo que amo fazer e faço com bastante afinco. Talvez pareça uma bobagem para você, mas para mim, o blog Flor de Cacto é muito importante, produzo os conteúdos com muito cuidado e responsabilidade, ele é a menina dos meus olhos. Tento transmitir aqui os meus pensamentos, sentimentos e perspectivas, dúvidas, anseios e incertezas.

A conexão com o nome Flor de Cacto foi imediata, não só porque amo os cactos, mas pelo fato de me identificar muito com eles que são fortes, resistentes, capazes de sobreviver em meio a muitos desafios, além disso, simboliza firmeza e perseverança, acho que tem tudo a ver comigo. Com as experiências e a realidade da minha vida, eu procuro tocar as pessoas e promover uma troca positiva, principalmente com quem se identifica comigo. O blog está impactando pessoas, tenho recebido muitas mensagens interessantes e isso tem um valor imensurável para mim.

Se os meus textos auxiliarem de alguma forma, pelo menos uma pessoa a pensar, refletir, sonhar, não desistir e realizar, apesar de todas as adversidades da vida, já valeu a pena, o intuito é compartilhar vivências. Pessoas influenciam pessoas! Não significa que para mim, isso é fácil, que eu seja um indivíduo realizado e sem decepções, pelo contrário, sigo no processo de autoconhecimento, com vários questionamentos sem respostas, lutando contra a ansiedade, a frustração e a angústia, para manter a autoestima e não perder a esperança. Faço terapia para não pirar.

Sonhar e estabelecer os objetivos são o combustível necessário para despertarmos com disposição e realizarmos proezas inacreditáveis. O sonho é uma projeção genuína do seu íntimo. Jamais desista dos seus sonhos, mesmo que os pensamentos alheios insistam em tentar te desanimar. Persista e persevere em busca das suas metas, pois a recompensa virá e toda sua dedicação valerá a pena. O blog Flor de Cacto é só um dos meus sonhos, tenho muitos realizados e outros em andamento, alguns estão logo ali e outros seguem em processamento. O importante é não desistir, se não conseguir sozinho pede ajuda, vai à luta, o sucesso é consequência. Vida longa para nós!

@marciamacedostos

terça-feira, 20 de julho de 2021

Esperançar

A esperança é uma confiança emotiva na expectativa de atrair benefícios concretos relacionados com fatos e circunstâncias da vida pessoal. A esperança exige alguma persistência, trata-se de acreditar que algo é possível mesmo quando existem indicadores do contrário. Para a religião, a esperança é a segunda da três virtudes teologais e fica entre a e o amor (ou caridade), sendo um tripé que norteia, instiga e é objeto iminente do nosso relacionamento com Deus. Ela é um tipo de afeto diretamente conectado com a alegria

Para mim, vacina é sinônimo de esperança. (Arquivo pessoal)

Tomei a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e diante de todo esse caos que o mundo está vivendo nos últimos tempos, só consigo descrever o sentimento que tive no momento da agulhada como “esperança” de que tudo vai melhorar e precisa melhorar, afinal, o ditado diz que a esperança é a última que morre. Segundo estudiosos, o afeto é tudo aquilo que aumenta ou diminui a potência de viver e a partir daí surge a atração pela esperança. Sei que é clichê, mas se não tentarmos transmitir esperança para as pessoas, o que nos resta? Mas, é esperança de esperar ou de esperançar!?!

Geralmente, a esperança surge nos cenários mais desfavoráveis de nossas vidas e sendo assim, acabamos nos agarrando a ela como se isso pudesse nos salvar. Para os especialistas, isso acontece como uma estratégia de fuga, uma maneira de negar a realidade. Só que a atitude de “fugir” cobra um preço, é um comportamento que gera consequências na vida. A pessoa que é demasiadamente esperançosa deixa de viver o presente e passa a habitar numa realidade que não existe, ou seja, o indivíduo vive num padrão ideal mental, no futuro, não na vida real e atual.

Significa que, para ter esperança é preciso ser equilibrado, isso porque, assim como a esperança funciona como uma espécie de freio da vida, ela pode nos conduzir para um campo totalmente obscuro. Para não se tornar um esperançoso carente e impotente, que vive numa espécie de ignorância, é necessário ter esperança do verbo esperançar e não do verbo esperar. Assim, não ficamos em uma eterna inércia, tirando o foco da vida e perdendo a possibilidade do mais completo contentamento. A esperança não pode enfraquecer a vida.

Ouça a sua esperança e não os seus medos. (Reprodução internet)

Entenda que, ter esperança não ruim, só não deixe que ela esteja na sua frente, caminhem lado a lado, permita-se a tê-la bem pertinho, mas nunca dependa dela para sobreviver. Encare a ansiedade, a culpa e a frustração. Seja capaz, se levante, corra atrás, construa, siga adiante e não desista... Esperançar é almejar, sonhar, agir e buscar, exatamente o contrário de esperar. De acordo com o educador, escritor e filósofo Mário Sérgio Cortella: “É preciso esperançar, olhar e reagir a tudo aquilo que não tem saída. Deixar a zona de conforto para nos lançar em novas perspectivas e provocar as mudanças que se fizerem necessárias.”

É óbvio que não é fácil e é normal ter medo, insegurança e até angústia, mas quem tem esperança do verbo esperançar, compreende que é difícil mudar a realidade, mas entende que é imprescindível modificar aquilo que precisa ser transformado, mudar somente o que é necessário, como por exemplo: alguns comportamentos, pensamentos e atitudes. Ninguém nasce pronto, somos capazes de nos reinventar sempre, devemos cuidar da nossa saúde mental para atingirmos um ponto de equilíbrio. Não importa se teremos que começar agora ou se devemos continuar de onde paramos, o importante é não desistir. Comece já, a esperançar e agir com esperança!

@marciamacedostos

terça-feira, 8 de junho de 2021

Assédio

Assédio é um conjunto de sinais ao redor ou em frente a um local determinado, estabelecendo um cerco com a finalidade de exercer o domínio, ou seja, trata-se de insistência inconveniente, impertinente, persistente e duradoura, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém. Que nós mulheres convivemos diariamente com o assédio, não é segredo para ninguém. Infelizmente! Além de viver essa realidade, passei a me interessar mais sobre os detalhes desse tipo de impertinência em 2016, quando em equipe, fizemos uma pesquisa profunda sobre o assunto.

A regra é clara: Não é não. (Reprodução internet)

O estudo foi realizado para o nosso TCC - Trabalho de Conclusão de Curso, na graduação de Comunicação Social e Jornalismo, cujo tema foi “Assédio sexual e vestuário feminino nos espaços públicos de Salvador”. Nosso trabalho teve o objetivo de analisar a prática comum do assédio sexual vivido pela mulher nos espaços públicos da capital baiana e a relação que esse tipo de ação possui com o vestuário feminino. Foram investigados os aspectos sociais, históricos e de gênero que explicam as contradições da sociedade, assim como as causas e consequências.

Conforme pesquisas, no Brasil, aproximadamente 64% das mulheres afirmam que já sofreram algum tipo de assédio na rotina diária. Essas pesquisas apontam que os locais mais comuns de ocorrerem assédios são os lugares públicos com cerca de 47% e o transporte público com cerca de 40%. O levantamento apontou ainda que o ônibus com 76% e metrô com 25%, são os dois locais onde as mulheres informam haver mais episódios de assédio. Situações como locomoção noturna, regiões violentas, ambientes lotados, locais desconhecidos e pontos de ônibus, também são considerados de risco.

Aproximadamente metade das mulheres brasileiras vivem essa angústia e declaram que já sofreram assédio sexual no ambiente de trabalho, mas apesar dos dados, o senso de impunidade e o medo acabam desencorajando as denúncias. A ineficiência de políticas internas relacionadas à essa prática absurda no âmbito profissional e principalmente, o receio da exposição, só fortalecem a falta de coragem em denunciar. Muitas dessas mulheres acabam se sentindo culpadas pelo assédio que sofreu, elas preferem conviver com o silêncio, a solidão e a sensação de impotência.

As mulheres desenvolvem problemas de autoestima e ansiedade, pois sofrem variadas maneiras de assédio em público, como o assobio inconveniente, os comentários de cunho sexual, os olhares insistentes, seus corpos tocados sem permissão, os xingamentos, homens que se exibem de forma inadequada e o pior de tudo, estupros em locais públicos. O assédio sexual é um tipo de violência que ocasiona vários problemas para a vida das mulheres. Nós temos o direito de ser quem somos, sem ter que sofrer qualquer tipo de consequência negativa, abuso e violência por causa disso.

Meu corpo não é público. (Reprodução internet)

O assédio sexual é um tipo de violência banalizada, que segue na contramão dos direitos garantidos a mulher, principalmente o de ir e vir, a partir do momento que elas sentem medo de andar nos espaços públicos. O ato de naturalizar isso pode estar relacionado ao fato de que o corpo da mulher é considerado como algo público, pela sociedade machista e preconceituosa em que vivemos. Trata-se do reflexo de uma cultura que não percebe a mulher como sujeito, essa cultura machista que enxerga a mulher como objeto passivo do desejo masculino.

Não é normal sair de casa com medo de entrar para uma estatística que simboliza uma das maiores formas de torturas e desigualdade de gênero, isso pode prejudicar até a nossa saúde mental. Essa realidade precisa ser combatida e modificada, urgentemente, pois fere uma das premissas básicas do Estado Democrático de Direito, que é a dignidade da pessoa humana. Apesar da influência patriarcal ser forte em nossa sociedade, é necessário mais educação e conscientização do problema para reduzir o assédio e promover a prática constante do respeito.

@marciamacedostos

terça-feira, 25 de maio de 2021

Ansiedade

Você é ansioso? Se a resposta for sim... Me diz, o quanto isso atrapalha a sua vida? Pois é, a ansiedade descontrolada complica demais o nosso dia a dia. Eu sou, muito ansiosa e o pior, é que sou daquelas que descontam tudo na comida. Sabemos que a ansiedade é aquele “defeito” que sempre respondemos que temos, quando nos pedem para citar uma falha nossa. Parece que ser ansioso, não é um problema tão prejudicial assim e acabamos banalizando algo que pode ser muito sério. Muitos consideram isso como uma espécie de “qualidade”, mas não é.

Ansiedade é a mente indo mais rápido que a vida. (Reprodução internet)

Ansiedade até certo ponto, pode ser considerada normal e só é indicativo de uma doença oculta quando as emoções são exageradas, obsessivas e afetam a vida diariamente. A angústia excessiva, intensa, persistente, a apreensão, a inquietação e o medo inexplicável em situações rotineiras, são importantes sinais. Quando a frequência cardíaca está elevada, a respiração é acelerada, há uma sensação terrível de cansaço, falta de ar, náuseas, calafrios, tremores, tonturas e uma sudorese desagradável, muito provavelmente, trata-se de um quadro de ansiedade, classificado como grave.

Graças a Deus, a minha ansiedade não chega nesse nível, mas o assunto é muito sério e preocupante. Em tempos de Pandemia, as pessoas estão ficando com a saúde mental muito abalada e desenvolvendo quadros aterrorizantes de distúrbios psíquicos como: baixa autoestima, depressão, fobias diversas, sentimento de culpa, transtorno bipolar, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), pânico, entre outros. Para atingir um importante ponto de equilíbrio no meio de todo esse caos que estamos vivendo, é necessário ficar atento aos sinais e cuidar do lado emocional e psicológico.

Os sintomas da ansiedade são parecidos com o medo e todo mundo já passou por essa sensação de que algo ruim pode acontecer. A intuição e o medo são extremamente importantes para adaptar a nossa sobrevivência ao ambiente em que vivemos e é isso que nos dá o gatilho certo para ficar e lutar por algo ou fugir de um problema maior. A ansiedade vira doença, exatamente quando qualquer tipo de reação muito intensa nos impede de nos proteger e lidar com uma situação adversa de forma eficiente, provocando sofrimento e perdas.

Se identificou? Calma! Não sinta vergonha por estar passando por isso. A ansiedade tem tratamento, pode ser controlada e o indivíduo consegue levar a vida normalmente. O principal tratamento é a psicoterapia e em alguns casos, pode ser necessário incluir medicamentos, devidamente receitados por um médico especialista. Você não nasceu ansioso, adquiriu isso no decorrer da vida, com ajuda de um terapeuta, será possível identificar e transformar alguns sistemas disfuncionais que envolvem comportamentos e pensamentos que sustentam os fenômenos ansiosos.

Você precisa se permitir e buscar qualidade de vida e saúde. Existem algumas estratégias que também podem ajudar no controle da ansiedade e te fazer viver em paz, são elas: preste atenção no momento presente e direcione seus pensamentos para sensações corporais agradáveis e específicas; tenha a respiração como uma grande aliada, ela é uma importante ferramenta para prevenir e controlar os sintomas; cuide bem do seu corpo com alimentação saudável e prática de atividade física; tenho um sono de qualidade; a meditação pode fazer milagres e não há contraindicação. Você não está sozinho!

@marciamacedostos

terça-feira, 13 de abril de 2021

Mãe de adolescente

A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, sendo uma época caracterizada pelos estímulos do desenvolvimento emocional, físico, mental, sexual e social, além de acentuar o interesse por conquistar os objetivos relacionados às perspectivas culturais da sociedade. A origem da palavra vem do latim “adolescentia”, cujo significado é exatamente o período da vida humana entre a infância e a fase adulta. Ela é subdividida em: pré-adolescência (10 aos 14 anos); adolescência (15 aos 19 anos), que coincide parcialmente com a juventude (15 aos 24 anos).

"Viver é um eterno rasgar-se e remendar-se." - Guimarães Rosa (Reprodução internet)

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), os limites cronológicos da adolescência fica entre 10 e 19 anos. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) define a fase entre 15 e 24 anos. São critérios utilizados principalmente para fins estatísticos e políticos. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define que adolescência é a faixa etária entre os 12 e os 18 anos de idade e em casos específicos de acordo com a lei, o regulamento é aplicado até os 21 anos de idade. A definição de “menor” é determinada para os menores de 18 anos.

Gente! Dei um suspiro e já virei mãe de um adolescente. Parece que foi ontem que engravidei, que meu filho nasceu, que eu nasci junto... Nossa! Foram tantas experiências singulares que vivemos até aqui, que daria um livro bem dramático. rsrs! Definitivamente, eu não concordo com a expressão que diz que toda mulher nasce para ser mãe, que isso é um dom natural. Isso não é verdade, algumas nascem sim, outras aprendem ao se tornarem mães e ainda há aquelas que simplesmente, não querem ser mães.

Eu acredito que me encaixo na segunda opção, aprendi praticando e nunca foi fácil. Não gosto de romantizar a maternidade, pois só uma mãe de verdade sabe das mazelas que essa função carrega, é muito prazerosa, porém emblemática. Sempre fui apaixonada por bebês, mas é um período bem delicado quando o bebê é o nosso filho. Ele foi muito desejado e planejado, dadas as circunstâncias da época, que atualmente considero que eram péssimas. Foram inúmeras crises existenciais que tive em cada fase que vivi a maternidade, até aqui.

Nunca me senti autossuficiente, pelo contrário, sempre achei que estava faltando algo, que fiz algo errado, enfim... Toda mãe se cobra demais. Meu filho acabou de completar 15 anos, é um adolescente intenso e cheio de personalidade, dizem que se parece muito comigo e eu fico analisando, comparando as nossas características o tempo todo. Me assusta essa semelhança toda e por sermos tão parecidos fico analisando onde e como eu errei, para tentar evitar que ele faça o mesmo. Isso é impossível, eu sei, ele vai viver a história dele.

Esse é o meu “aborrecente”, ou será “adoracente”!?! Enfim... É o meu coração fora do peito. (Arquivo pessoal)

A adolescência é uma fase deliciosa e eu morro de saudade da minha. É inevitável acompanhar o meu marrento predileto tão de perto e não lembrar de mim. Cara! Dá até vontade de voltar no tempo e repetir tantas coisas boas que vivi, corrigir outras tantas burradas que fiz. Que delícia o primeiro amor, as amizades agitadas, a impetuosidade, os arroubos constantes e a urgência de viver. É isso, a adolescência do meu filho está despertando essas lembranças em mim, é uma saudade nostálgica e melancólica, difícil de explicar.

Adolescente tem urgência de viver, néh!?! Parece que não há mais tempo, que está num “estágio terminal” da vida, tem pressa para tudo e simultaneamente, faz tudo no seu tempo (devagar quase parando). A convivência com adolescente é um processo desafiador, pois existe uma angústia juvenil real e oficial, há a preocupação em amar e ser amado, aceitar e ser aceito, sem falar nas transformações que acontecem no corpo que perturbam os pensamentos. A partir daí surge uma ansiedade que pode estimular baixa autoestima, sentimentos de menos valia ou supervalorização perante os outros.

Enfim, a adolescência é a fase mais gostosa e complexa da vida, sem dúvidas. Se bem soubessem, os adolescentes deixariam de lado essa ânsia de crescer logo, de “tomar conta da própria vida”, como eles costumam falar e como eu disse um dia. Eles se arriscam, explodem de paixão e raiva, odeiam regras, são conflituosos, impulsivos e rebeldes. A ciência define esses comportamentos como consequência das mudanças e remodelações que acontecem no cérebro no decorrer da puberdade e nós, os responsáveis, seguimos nos equilibrando na corda bamba dessa oscilação toda, tentando cuidar e proteger sempre.

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...