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terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Violência obstétrica

Recentemente ganhou repercussão na mídia, a violência obstétrica que sofreu a empresária e influenciadora digital Shantal Verdelho, de 32 anos. Vídeos vazados na internet mostram as humilhações e os xingamentos que Shantal recebeu do médico, durante o parto da filha caçula. A violência obstétrica pode acontecer durante a gravidez, no parto ou no pós-parto. Todo e qualquer procedimento desnecessário ou não autorizado pela gestante é considerado como violência obstétrica. A paciente não pode ser desrespeitada e nunca deixar de ser informada sobre quaisquer procedimentos.

Uma em cada quatro brasileiras sofre violência no parto. (Reprodução internet)

Violência obstétrica é o termo usado para caracterizar os abusos sofridos pelas mulheres quando procuram serviços de saúde durante a gestação, na hora do parto, durante o nascimento do bebê e no pós-parto. Esses maus tratos incluem violência física, psicológica, verbal ou por negligência e podem traumatizar a mãe e o bebê. Esse tipo de violência não está relacionado somente ao trabalho dos profissionais de saúde, mas se refere também a falhas estruturais de clínicas, hospitais e de todo o sistema de saúde. Intimidação, agressão verbal ou negligenciamento de tratamento são consideradas formas prejudiciais à mulher durante a gestação ou no puerpério.

Esse assunto é capaz de deixar qualquer mulher fragilizada, tanto as que são ou pretendem ser mães, como aquelas que não desejam a maternidade, mas que possuem empatia e sororidade. Em mim, particularmente, o tema provoca um incômodo muito grande, pois tenho pavor e não suporto sentir dor, Sabe aquela famosa “fraca pra dor”? Sou eu. Só de imaginar alguém que deveria cuidar e ajudar num momento tão sublime que é o parto, insultando e maltratando, provoca em mim muita aflição. Meu filho nasceu de parto cesárea por opção minha, desde que me entendo por gente, nunca pensei em experimentar o parto natural.

Julguem-me, se quiserem! Um conselho: Não perca seu tempo inferiorizando ou superiorizando uma mãe pela via de parto. Não sou menos mãe porque meu filho nasceu de uma cesariana. Eu tive uma pequena amostra, um indício do que era uma violência obstétrica, mas na época, esse assunto não era tratado como uma violência. Quando a minha bolsa estourou um dia antes da data marcada para a cesárea e meu médico estava indisponível para fazer o parto, fui para outro hospital, depois de esperar horas, fizeram os exames de praxe com estupidez e agressividade, comigo e com outras mães que estavam presente.

Expliquei sobre a cesariana marcada para o outro dia, perguntei como estava o bebê e só ouvi respostas grossas e indiferentes. Depois de um bom tempo, disseram que iam me induzir a parir, porque eu não era melhor do que ninguém e que se eu soube fazer o filho e gostei, teria que parir calada, porque ninguém estava afim de aturar gritos de mulher fresca. Se eu já tinha horror de parir, aquele tratamento estúpido só piorou a situação. Medi a distância da maca onde estava deitada até a mesa onde estavam meus documentos e da mesa até a saída, calculei direitinho e num impulso fiz esse trajeto, sem olhar para traz e sem dar satisfação para ninguém.

Se fiz o certo, eu não sei, mas meu instinto me fez fugir, literalmente, daquele lugar. Depois consegui alinhar tudo com meu médico, fui para outro hospital, a cesariana aconteceu, deu tudo certo, meu filho nasceu saudável e hoje está com 15 anos. Denuncie, se você considerar que sofreu uma violência obstétrica. A denúncia pode ser feita no hospital ou serviço de saúde em que foi atendida, na secretaria de saúde responsável (municipal, estadual ou distrital) e nos conselhos de classe: Conselho Regional de Medicina (CRM) para médicos ou Conselho Regional de Enfermagem (COREN) para enfermeiros ou técnicos de enfermagem. A vítima também pode ligar para: 180 - Central de Atendimento à Mulher ou 136 - Disque Saúde. Não se cale!

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...