terça-feira, 13 de abril de 2021

Mãe de adolescente

A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, sendo uma época caracterizada pelos estímulos do desenvolvimento emocional, físico, mental, sexual e social, além de acentuar o interesse por conquistar os objetivos relacionados às perspectivas culturais da sociedade. A origem da palavra vem do latim “adolescentia”, cujo significado é exatamente o período da vida humana entre a infância e a fase adulta. Ela é subdividida em: pré-adolescência (10 aos 14 anos); adolescência (15 aos 19 anos), que coincide parcialmente com a juventude (15 aos 24 anos).

"Viver é um eterno rasgar-se e remendar-se." - Guimarães Rosa (Reprodução internet)

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), os limites cronológicos da adolescência fica entre 10 e 19 anos. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) define a fase entre 15 e 24 anos. São critérios utilizados principalmente para fins estatísticos e políticos. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define que adolescência é a faixa etária entre os 12 e os 18 anos de idade e em casos específicos de acordo com a lei, o regulamento é aplicado até os 21 anos de idade. A definição de “menor” é determinada para os menores de 18 anos.

Gente! Dei um suspiro e já virei mãe de um adolescente. Parece que foi ontem que engravidei, que meu filho nasceu, que eu nasci junto... Nossa! Foram tantas experiências singulares que vivemos até aqui, que daria um livro bem dramático. rsrs! Definitivamente, eu não concordo com a expressão que diz que toda mulher nasce para ser mãe, que isso é um dom natural. Isso não é verdade, algumas nascem sim, outras aprendem ao se tornarem mães e ainda há aquelas que simplesmente, não querem ser mães.

Eu acredito que me encaixo na segunda opção, aprendi praticando e nunca foi fácil. Não gosto de romantizar a maternidade, pois só uma mãe de verdade sabe das mazelas que essa função carrega, é muito prazerosa, porém emblemática. Sempre fui apaixonada por bebês, mas é um período bem delicado quando o bebê é o nosso filho. Ele foi muito desejado e planejado, dadas as circunstâncias da época, que atualmente considero que eram péssimas. Foram inúmeras crises existenciais que tive em cada fase que vivi a maternidade, até aqui.

Nunca me senti autossuficiente, pelo contrário, sempre achei que estava faltando algo, que fiz algo errado, enfim... Toda mãe se cobra demais. Meu filho acabou de completar 15 anos, é um adolescente intenso e cheio de personalidade, dizem que se parece muito comigo e eu fico analisando, comparando as nossas características o tempo todo. Me assusta essa semelhança toda e por sermos tão parecidos fico analisando onde e como eu errei, para tentar evitar que ele faça o mesmo. Isso é impossível, eu sei, ele vai viver a história dele.

Esse é o meu “aborrecente”, ou será “adoracente”!?! Enfim... É o meu coração fora do peito. (Arquivo pessoal)

A adolescência é uma fase deliciosa e eu morro de saudade da minha. É inevitável acompanhar o meu marrento predileto tão de perto e não lembrar de mim. Cara! Dá até vontade de voltar no tempo e repetir tantas coisas boas que vivi, corrigir outras tantas burradas que fiz. Que delícia o primeiro amor, as amizades agitadas, a impetuosidade, os arroubos constantes e a urgência de viver. É isso, a adolescência do meu filho está despertando essas lembranças em mim, é uma saudade nostálgica e melancólica, difícil de explicar.

Adolescente tem urgência de viver, néh!?! Parece que não há mais tempo, que está num “estágio terminal” da vida, tem pressa para tudo e simultaneamente, faz tudo no seu tempo (devagar quase parando). A convivência com adolescente é um processo desafiador, pois existe uma angústia juvenil real e oficial, há a preocupação em amar e ser amado, aceitar e ser aceito, sem falar nas transformações que acontecem no corpo que perturbam os pensamentos. A partir daí surge uma ansiedade que pode estimular baixa autoestima, sentimentos de menos valia ou supervalorização perante os outros.

Enfim, a adolescência é a fase mais gostosa e complexa da vida, sem dúvidas. Se bem soubessem, os adolescentes deixariam de lado essa ânsia de crescer logo, de “tomar conta da própria vida”, como eles costumam falar e como eu disse um dia. Eles se arriscam, explodem de paixão e raiva, odeiam regras, são conflituosos, impulsivos e rebeldes. A ciência define esses comportamentos como consequência das mudanças e remodelações que acontecem no cérebro no decorrer da puberdade e nós, os responsáveis, seguimos nos equilibrando na corda bamba dessa oscilação toda, tentando cuidar e proteger sempre.

@marciamacedostos

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