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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Consciência Negra

Em 09 de janeiro de 2003 foi criado no Brasil o Dia Nacional da Consciência Negra, pelo projeto de Lei nº 10.639. A data é celebrada em 20 de novembro, mas durante todo o mês acontecem diversos eventos relacionados ao tema. Consciência Negra consiste em legitimar e enaltecer a luta dos povos negros, homenagear a cultura negra e valorizar todas as contribuições que eles deram para a composição da sociedade brasileira. A importância dessa data reforça a necessidade que toda sociedade tem de refletir, rever e agir no combate ao racismo estrutural implantado no nosso país.

A ignorância é a base do racismo. (Reprodução internet)

A ideia é originada dos anos 1970, quando surgiram grupos que lutavam contra o racismo, a exemplo do Grupo Palmares de Porto Alegre - Rio Grande do Sul, que era associado a um quilombo e ao Movimento Negro Unificado, um grupo de ativismo político, cultural e social, fundado em 1978. Essa equipe estudava e reverenciava a cultura e a literatura negra, além de investigar e debater assuntos relacionados com outros ativistas, cuja inspiração seria a luta contra o Apartheid, um regime de segregação racial implantado na África do Sul em 1948, adotado até 1994.

O objetivo principal era oportunizar ações para refletir a consciência negra e combater o racismo. O 20 de novembro foi instituído em âmbito nacional mediante a Lei nº 12.519 de 10 de novembro de 2011 e mesmo não sendo considerado feriado, vários municípios adotaram como sendo. A data de conscientização sobre a força, a resistência e o sofrimento da população negra foi escolhida por se tratar do dia da morte de Zumbi dos Palmares (1655 - 1695), último líder do Quilombo dos Palmares, o maior quilombo do Período Colonial, localizado na região Nordeste.

Zumbi foi um símbolo na luta e resistência contra a escravidão e a opressão, com apoio de Dandara dos Palmares que segundo fontes historiográficas era sua esposa e Tereza de Benguela conhecida como “Rainha Tereza”. Ao mesmo tempo em que existem motivos para festejar o dia da Consciência Negra, há também várias razões para debater o racismo e fortalecer a ideia de integração igualitária da população negra na sociedade, combatendo a exclusão e a desigualdade social. Portanto, as atividades desenvolvidas no 20 de novembro são focadas na conscientização e na reflexão.

De acordo com análise de dados sobre renda e desigualdade, é possível constatar que, infelizmente, o Brasil ainda permanece sob forte influência hereditária da escravidão quando o assunto é igualdade e inclusão social. As gerações afro-brasileiras que sucederam o período da escravidão seguem sofrendo variados níveis de preconceito, intolerância, assédio e violência. É importante salientar que o negro não é negro só em novembro, assim como a mulher não é mulher só em março, logo devemos repensar e corrigir nossas atitudes, cotidianamente. Respeito não tem cor, tem consciência.

Racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em percepções sociais pautadas em diferenças biológicas entre os povos. Trata-se de um antagonismo praticado contra um ou mais indivíduos, pelo fato de pertencer a um determinado grupo racial ou étnico. No ano de 1986, foi sancionada a Lei nº 7.716, que classifica como crime qualquer manifestação motivada por questões raciais. Além de ser desumano, o racismo é um crime inafiançável e imprescritível, e no Brasil quem comete atos racistas fica sujeito a pegar de um a três anos de prisão. A injúria racial é outro crime especificado no Código Penal, suscetível a punição, o condenado pode ficar de um a seis meses na detenção, podendo realizar o pagamento de multa.

@marciamacedostos

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Colorismo

Você sabe o que é colorismo? Provavelmente, você já escutou essa palavra em alguma situação. Trata-se de um termo usado para diferenciar variadas tonalidades da pele negra, desde o tom mais claro até o tom mais escuro. O colorismo ou a pigmentocracia, que também é chamado de discriminação pela cor da pele, é uma forma de preconceito ou discriminação onde pessoas que em geral são membros da mesma raça, são tratadas de maneira diferente baseado em implicações sociais que se apresentam com os significados culturais relacionados com a cor da pele.

"Tire seu preconceito do caminho, que eu vou passar com a minha cor." (Reprodução internet)

As tonalidades da epiderme negra também possibilitam a inclusão ou a exclusão do indivíduo na sociedade brasileira. O colorismo estabelece tonalidades de pele como se fosse uma classificação de lápis de cor em tons claros e escuros. Atualmente esse tipo de separação pode favorecer a vivência de quem tem a pele mais clara e complicar a vida cotidiana de quem tem a pele mais escura, ou seja, um negro que possui a tonalidade da pele mais clara tem mais aceitação na sociedade, isso porque a pigmentação de sua epiderme é mais parecida com a etnia branca.

Para fechar o mês da consciência negra, resolvi estudar mais sobre esse assunto, ressaltando que o negro não é negro só em novembro. É possível identificar quando algo está associado ao colorismo sempre que se percebe a intenção de anular ou a tentativa de camuflar a etnia, usando, por exemplo, apelidos como: café com leite, cor de canela, cor de jambo, marrom bombom, morena jabuticaba, entre outros. O colorismo é uma tentativa de individualizar a tonalidade da pele, como se dessa forma a pessoa pudesse ser menos negra e mais parecida com uma pessoa branca.

Por intermédio do colorismo, a sociedade produz subterfúgios para que o preconceito e a intolerância continuem existindo nos espaços sociais. Essa distinção e desrespeito à diversidade provoca insegurança, instabilidade e falta de identidade e de pertencimento à cultura. É fundamental valorizar a cultura e a identidade negra para combater os símbolos de inferioridade, daí a importância da consciência negra. No colorismo o indivíduo é classificado pelo grau de sua negritude, normalmente quando possui os traços físicos mais próximos do critério branco, a exemplo da frase: “negro de traços finos”.

Todos esses problemas provocam a camuflagem do racismo que ainda é tão presente no Brasil. O colorismo favorece o preconceito velado que as pessoas de pele mais escura vivenciam diariamente, provocando um sentimento de baixa autoestima, angústia e injustiça. Ele gera conflito até dentro da comunidade negra e motiva a impressão de que a sociedade possibilita e oferece oportunidades, além de classificar quem é mais claro e mais escuro, quem serve ou não para trabalhos específicos, remetendo a uma divisão das atividades num contexto de casa grande e senzala.

Quanto mais escuro, menos aceitação, lamentavelmente. No campo afetivo também existe um “ideal” dentro dessa hierarquia de cores e tons, cujo objetivo é atingir a branquitude, eliminando ou rejeitando a negritude. De acordo com Messias Basques - doutor em antropologia pelo Museu Nacional, que pesquisa raça, questões raciais e povos indígenas: “Nessa escala cromática, quanto mais se aproximam daquilo que é branco passam a serem vistas como mais humanas, menos pretas, menos selvagens, menos tribalizadas, atrasadas e primitivas”.

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...