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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Intolerância

A intolerância é um comportamento mental definido pela ausência de aptidão ou desejo em admitir e respeitar as diversidades entre opiniões e religiões. Se analisada a partir de uma percepção política e social, a intolerância é a falta de interesse e vontade para considerar as pessoas que possuem pensamentos diferentes. O intolerante não tem paciência para ouvir um ponto de vista diferente do seu. 

A intolerância mata, causa dor e sofrimento, torna o ser desumano. (Reprodução internet)

Para haver harmonia no convívio em uma sociedade democrática, é necessário trabalhar a aceitação para aquilo que não se quer e ter serenidade para ouvir as opiniões que divergem das nossas. A intolerância está cada vez mais enraizada entre os povos e provocando o enfraquecimento de valores importantes como o amor e o respeito ao próximo.

Conviver com as diferenças não é algo simples e fácil, somos seres humanos diversos, com convicções, pontos de vista, credos, crenças e com particularidades específicas. Por causa dessas diferenças, ocorrem com frequência uma falta de educação social e casos de desrespeito e intolerância, por conta de conceito político, nacionalidade e naturalidade, orientação sexual, raça, religião, etc.

Geralmente, as demonstrações intolerantes promovem violências, algumas delas com absurdas proporções, a exemplo do Holocausto, uma das maiores tragédias da raça humana, que ocorreu na Alemanha durante o Nazismo. Desde que o mundo é mundo a intolerância sempre existiu, muitos impérios foram construídos em cima de muita brutalidade e extermínios de populações inteiras. O regime de colonização também se originou através de muita perseguição e crueldade, além da crença na superioridade racial que resultou na escravidão.

Como medida de prevenção contra barbáries, como as que aconteceram na Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). O documento estabelece os direitos fundamentais dos seres humanos, sem discriminação de classe social, cor, língua, nacionalidade, opinião, raça ou sexo.

De acordo com estudiosos, existem três principais motivações para práticas intolerantes: crises políticas e econômicas - que fortalecem grupos políticos que defendem condutas intolerantes; individualismo e imediatismo - as pessoas não pensam no coletivo e não aceitam pontos de vista diferentes; isolamento e cultura do medo - a dificuldade de admitir quem não é semelhante, provoca a segregação de grupos.

A intolerância nas redes sociais promove vários conflitos sociais e pessoais e é um ponto que merece atenção, pois os intolerantes acham que a internet é terra de ninguém e que podem se comportar de uma forma absurda e intransigente. Intolerância religiosa, homofobia, misoginia, racismo, xenofobia são alguns exemplos de práticas intolerantes que crescem no Brasil e no mundo, apesar de tão amplamente combatidas.

Para alcançarmos uma sociedade mais justa e saudável, é necessário identificar e eliminar os comportamentos intolerantes. Não existe a mínima possibilidade de que as pessoas compartilhem sempre da mesma crença, opinião, origem ou classe social, a sociedade é diversificada e para ser de fato uma democracia é imprescindível que haja empatia e respeito.

Com a frequência dos conflitos humanos e sociais, praticar a tolerância se tornou um recurso vital para sobrevivência. A tolerância possibilita uma espécie de escudo de preservação da nossa saúde mental e física. Uma pessoa tolerante tem a inteligência emocional e mental muito bem desenvolvidas e busca sempre ser mais evoluída e compreensiva com aquilo que é avesso à sua realidade.

@marciamacedostos

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Diversidade

Diversidade significa a qualidade de tudo aquilo que é diverso, diferente, dessemelhante e variado, ela representa a multiplicidade. Também pode significar a inexistência de acordo ou divergência. Vai muito além de uma palavra, trata-se de uma atitude. Essa palavra pode ser usada para revelar o processo de inclusão cultural e de gênero na sociedade, na política, nas empresas e nos relacionamentos, mas ela também se refere ao meio ambiente

A inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades. (Reprodução internet)

A sociedade é composta por pessoas de diferentes crenças, etnias, raças, gêneros, histórias, orientações sexuais e etc. Por essa razão, existem várias categorias de diversidade, que podem ser classificadas como: biológica, cultural, étnica, social, entre outras. A diversidade é a união dessas pluralidades, possibilitando uma convivência respeitosa e harmoniosa entre os diferentes.

A diversidade cultural se refere à responsabilidade que nós temos em agregar diferentes indivíduos no ambiente em que estamos e a necessidade de haver união e colaboração para o bem-estar de todos. Já a biodiversidade se refere à responsabilidade que nós temos com a proteção e o cuidado com o meio ambiente, sabendo que, a forma como tratamos desse assunto impacta diretamente no nosso estilo de vida.

Para aceitar a diversidade cultural é necessário ir além de conseguir conviver com diferentes cores, gêneros e orientações sexuais, é preciso aprender a respeitar culturas, ideias e circunstâncias de vida distintas. As sociedades que investem em diversidade, costumam ser mais modernas, revolucionárias e transformadoras, elas se adequam mais rápido às mudanças que acontecem no mundo a todo momento.

A palavra diversidade possui uma dimensão grandiosa e transforma o ser diferente num diferencial competitivo no mundo atual. O Brasil e toda a sua extensão territorial é um país plural em termos de cultura, etnia e religião, mas o que deveria ser sinônimo de diversidade cultural, é na verdade um lugar onde existem atitudes extremas e absurdas por falta de empatia e respeito, repleto de intolerância por todo lado.

Somos diversos, mas apesar disso, estamos longe de ser o mundo ideal quando o assunto é a desigualdade de gênero; a diminuição dos casos de violência contra mulheres, negros e homossexuais e também a integração dos afrodescendentes nos vários campos da sociedade. Há um caminho longo para ser trilhado quanto à consolidação da diversidade cultural no Brasil e para conciliar todas as divergências e tornar o país mais justo, inclusivo e igualitário.

Toda a abundância e riquezas que a natureza nos oferece é denominada como biodiversidade. A fauna e a flora brasileira são riquíssimas e por isso, somos considerados o país da “megadiversidade”, apesar de todo desgaste natural que vem ocorrendo ultimamente. Há uma necessidade urgente de preservar a nossa biodiversidade e repensar sobre as nossas atitudes como agentes modificadores do meio em que vivemos.

É importante estimular o pertencimento, pois pertencer a um determinado grupo e lugar representa um vínculo com a organização na qual se está inserido e isso nos faz sentir acolhidos, é onde podemos ser nós mesmos. Além de tudo, viver e conviver em comunidade é uma necessidade psicológica. Geralmente, esse processo não é simples, pode levar tempo e ser doloroso, mas vamos nos concentrar na diversidade e criar uma cultura inclusiva, com isso o pertencimento pode acontecer naturalmente.

@marciamacedostos

terça-feira, 18 de maio de 2021

Autoestima

Manter a autoestima elevada em tempos de tantos modelos padronizados de beleza, é complicado. A beleza é relativa e está nos olhos de quem vê. Será? A autoestima compreende a avaliação subjetiva que o indivíduo faz de si mesmo, podendo ser profundamente positivo ou negativo em algum grau. Somos bombardeados o tempo todo, por tratamentos milagrosos, produtos e até intervenções cirúrgicas que nos prometem a perfeição. Toda essa pressão acaba nos deixando insatisfeitos com o nosso próprio corpo e buscando sempre atingir um nível maior de satisfação.

"Eu não sou o que aconteceu comigo, sou o que eu escolhi me tornar." (Reprodução internet)

Vivemos numa eterna busca para atingir uma boa medida de autoestima, autoconfiança e autoconhecimento, isso inevitavelmente, acaba interferindo rigorosamente na forma como vamos agir, pensar e nos comportar diariamente. O fato é que, a autoestima é uma característica essencial para a manutenção do bem-estar emocional. Ela é formada através das experiências pessoais, de comportamentos, crenças, da autoimagem e da imagem que as outras pessoas têm sobre nós. Segundo especialistas, a autoestima está diretamente relacionada ao desenvolvimento do ego.

A autoestima é estabelecida com base nas experiências do passado, na influência e nos comportamentos da atualidade, que sentencia como será o futuro. Trata-se do brio, um valor atribuído a si próprio, sendo uma avaliação física e mental, sem falar do quesito aceitação, que reverbera no equilíbrio emocional e nas nossas condutas diárias. De acordo com psicoterapia, a autoestima possui quatro pilares estabelecidos, são eles: a autoaceitação e a autoconfiança - que representam a dimensão intrapessoal, e a competência social e rede social - que representam a dimensão interpessoal.

Se você tem: competitividade em excesso; dificuldade para aceitar as próprias limitações; dificuldade para reconhecer as próprias conquistas e vitórias; falta de confiança em si mesmo; hábito de se comparar com outras pessoas; intolerância às críticas; medo da rejeição; necessidade de inferiorizar as pessoas; perfeccionismo; sensação de incapacidade; tendência a procrastinação e preguiça; timidez em excesso, preocupe-se, pois esses são sintomas claros de uma baixo autoestima. Ela pode prejudicar o desenvolvimento pessoal e profissional de qualquer indivíduo.

A baixa autoestima pode provocar transtornos como compulsão alimentar, anorexia, bulimia e obesidade, além disso, a pessoa que sofre desse mal pode desenvolver também, a dificuldade em dizer “não”. O desejo de agradar os outros sempre, de ser amado, de conseguir pertencer a um grupo específico e a dificuldade de dizer “não”, podem fomentar vários sentimentos negativos. Essa pessoa acaba sendo tomada pelo crescimento do sentimento de raiva e cada “sim” que ela fala para o outro, é um “não” que ela fala para si mesma.

Está passando por esse processo complicado? Então, o exercício para melhorar a autoestima é: admirar as próprias qualidades, focar no autoconhecimento, fortalecer o amor próprio, investir na saúde mental, emocional e física, não buscar pela perfeição, não se comparar aos outros e ser realista em relação às próprias expectativas. O indivíduo que possui a autoestima elevada, faz bem a sim mesmo e à todos em sua volta. A autoestima é um sentimento que nos faz acolher quem somos. Nós precisamos aceitar a nossa humanidade e isso inclui forças e falhas, inevitavelmente.

Sustentar a autoestima estável está diretamente relacionado com o senso de autopreservação e isso ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse. Lição para a vida: seja muito sincero com você mesmo, mas não se cobre tanto; confie em você; cuide-se; encare bem os próprios pontos fracos; enfrente bem a solidão e o desapego; não seja modesto nem arrogante; saiba dizer não; seja seguro de si; tenha facilidade para mudar e tome atitudes. E se você sente que a sua autoestima está baixa, não hesite em procurar ajuda. “Não deixe que o ruído da opinião alheia impeça que você escute a sua voz interior.” (Steve Jobs) 

@marciamacedostos

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Colorismo

Você sabe o que é colorismo? Provavelmente, você já escutou essa palavra em alguma situação. Trata-se de um termo usado para diferenciar variadas tonalidades da pele negra, desde o tom mais claro até o tom mais escuro. O colorismo ou a pigmentocracia, que também é chamado de discriminação pela cor da pele, é uma forma de preconceito ou discriminação onde pessoas que em geral são membros da mesma raça, são tratadas de maneira diferente baseado em implicações sociais que se apresentam com os significados culturais relacionados com a cor da pele.

"Tire seu preconceito do caminho, que eu vou passar com a minha cor." (Reprodução internet)

As tonalidades da epiderme negra também possibilitam a inclusão ou a exclusão do indivíduo na sociedade brasileira. O colorismo estabelece tonalidades de pele como se fosse uma classificação de lápis de cor em tons claros e escuros. Atualmente esse tipo de separação pode favorecer a vivência de quem tem a pele mais clara e complicar a vida cotidiana de quem tem a pele mais escura, ou seja, um negro que possui a tonalidade da pele mais clara tem mais aceitação na sociedade, isso porque a pigmentação de sua epiderme é mais parecida com a etnia branca.

Para fechar o mês da consciência negra, resolvi estudar mais sobre esse assunto, ressaltando que o negro não é negro só em novembro. É possível identificar quando algo está associado ao colorismo sempre que se percebe a intenção de anular ou a tentativa de camuflar a etnia, usando, por exemplo, apelidos como: café com leite, cor de canela, cor de jambo, marrom bombom, morena jabuticaba, entre outros. O colorismo é uma tentativa de individualizar a tonalidade da pele, como se dessa forma a pessoa pudesse ser menos negra e mais parecida com uma pessoa branca.

Por intermédio do colorismo, a sociedade produz subterfúgios para que o preconceito e a intolerância continuem existindo nos espaços sociais. Essa distinção e desrespeito à diversidade provoca insegurança, instabilidade e falta de identidade e de pertencimento à cultura. É fundamental valorizar a cultura e a identidade negra para combater os símbolos de inferioridade, daí a importância da consciência negra. No colorismo o indivíduo é classificado pelo grau de sua negritude, normalmente quando possui os traços físicos mais próximos do critério branco, a exemplo da frase: “negro de traços finos”.

Todos esses problemas provocam a camuflagem do racismo que ainda é tão presente no Brasil. O colorismo favorece o preconceito velado que as pessoas de pele mais escura vivenciam diariamente, provocando um sentimento de baixa autoestima, angústia e injustiça. Ele gera conflito até dentro da comunidade negra e motiva a impressão de que a sociedade possibilita e oferece oportunidades, além de classificar quem é mais claro e mais escuro, quem serve ou não para trabalhos específicos, remetendo a uma divisão das atividades num contexto de casa grande e senzala.

Quanto mais escuro, menos aceitação, lamentavelmente. No campo afetivo também existe um “ideal” dentro dessa hierarquia de cores e tons, cujo objetivo é atingir a branquitude, eliminando ou rejeitando a negritude. De acordo com Messias Basques - doutor em antropologia pelo Museu Nacional, que pesquisa raça, questões raciais e povos indígenas: “Nessa escala cromática, quanto mais se aproximam daquilo que é branco passam a serem vistas como mais humanas, menos pretas, menos selvagens, menos tribalizadas, atrasadas e primitivas”.

@marciamacedostos

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Etarismo

Você sabe o que é etarismo? Já ouviu essa palavra antes? Eu confesso que não tinha muita familiaridade com esse termo, até assistir o primeiro episódio do quadro “Isso Tem Nome” do Fantástico e me interessar em pesquisar mais sobre o assunto. Não é preciso muito para identificar o quanto essa palavra é comum e está presente no nosso dia a dia, mesmo sem ter o hábito de utilizar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada duas pessoas no mundo já demonstrou ações discriminatórias que prejudicam a saúde mental e física dos idosos.

O etarismo é um preconceito velado. (Reprodução internet)

O etarismo nada mais é do que o preconceito de idade. A discriminação também é chamada de “idadismo” ou “ageísmo”, é muito comum e surge quando a idade é utilizada para classificar e segmentar os indivíduos. Essa separação pode provocar danos, desvantagens e até injustiças. O etarismo e suas vertentes podem se apresentar de diversas formas, como em comportamentos preconceituosos, em ações discriminatórias e através de políticas e práticas institucionais que sustentam convicções estereotipadas.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), a discriminação por idade é um desafio global e leva a uma saúde pública mais precária, ao isolamento social e pode até causar mortes prematuras. Trata-se de uma capciosa calamidade na sociedade. A discriminação por idade influencia na saúde através de três processos: comportamental, fisiológico e psicológico, ou seja, impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas. Manifestações de preconceito com base na faixa etária são mencionadas em diferentes situações do nosso cotidiano.

No Brasil, etarismo é um tema novo, pouco conhecido e que ainda precisa ser muito debatido. Esse tipo de conduta da sociedade, que contesta a competência de uma pessoa por causa de sua idade, provoca a não aceitação, falta de respeito e ética, desprezo, agressões, humilhações, contribui para a baixa autoestima, sentimentos de desamparo e menos valia. É um estereótipo que atinge principalmente as mulheres e geralmente de forma cruel, exemplo: nas histórias infantis o homem velho é sempre um sábio senhor e a mulher velha é sempre a bruxa.

O termo etarismo foi usado pela primeira vez em 1969, pelo gerontologista, psiquiatra e autor americano Robert Neil Butler (1927 - 2010), para caracterizar a intolerância relacionada com a idade, contendo semelhanças com “racismo” e “sexismo”, direcionada aos mais velhos. Entretanto, em 1999, o gerontologista e professor americano Erdman Ballagh Palmore ampliou o conceito, que passou a ser executado com frequência, para nomear qualquer espécie de discriminação baseada na idade, abrangendo preconceito contra crianças, adolescentes, adultos ou idosos.

A Gerontologia é a ciência que estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social. A discriminação por causa da idade é mais intensa em sistemas onde a população convive fortemente com a desigualdade social. Uma maneira de combater o etarismo é evitar dizer frases preconceituosas e estereotipadas:

  •     Desculpa perguntar, mas quantos anos você tem?
  •    É uma “coroa” enxuta para a idade.
  •    Ela poderia ser mãe dele.
  •    Está querendo parecer mocinha / garotão.
  •    Está velha demais para isso ou aquilo.
  •    Não parece que você tem essa idade.
  •    Qual o segredo para estar tão conservada?
  •    Que bonita! Não entrega a idade.
  •    Sério que você tem essa idade?
  •    Solteira nessa idade? Vai ficar para titia.
  •    Você deve ter sido muito bonita quando jovem.
  •    Você não tem mais idade para fazer ou usar isso.
  •    Você parece mais jovem.

 Podemos provocar muito sofrimento por falta de conhecimento ou pela falta de interesse em aprender e se informar. São as pequenas atitudes e mudanças que fazem uma grande diferença.

@marciamacedostos

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Consciência Negra

Em 09 de janeiro de 2003 foi criado no Brasil o Dia Nacional da Consciência Negra, pelo projeto de Lei nº 10.639. A data é celebrada em 20 de novembro, mas durante todo o mês acontecem diversos eventos relacionados ao tema. Consciência Negra consiste em legitimar e enaltecer a luta dos povos negros, homenagear a cultura negra e valorizar todas as contribuições que eles deram para a composição da sociedade brasileira. A importância dessa data reforça a necessidade que toda sociedade tem de refletir, rever e agir no combate ao racismo estrutural implantado no nosso país.

A ignorância é a base do racismo. (Reprodução internet)

A ideia é originada dos anos 1970, quando surgiram grupos que lutavam contra o racismo, a exemplo do Grupo Palmares de Porto Alegre - Rio Grande do Sul, que era associado a um quilombo e ao Movimento Negro Unificado, um grupo de ativismo político, cultural e social, fundado em 1978. Essa equipe estudava e reverenciava a cultura e a literatura negra, além de investigar e debater assuntos relacionados com outros ativistas, cuja inspiração seria a luta contra o Apartheid, um regime de segregação racial implantado na África do Sul em 1948, adotado até 1994.

O objetivo principal era oportunizar ações para refletir a consciência negra e combater o racismo. O 20 de novembro foi instituído em âmbito nacional mediante a Lei nº 12.519 de 10 de novembro de 2011 e mesmo não sendo considerado feriado, vários municípios adotaram como sendo. A data de conscientização sobre a força, a resistência e o sofrimento da população negra foi escolhida por se tratar do dia da morte de Zumbi dos Palmares (1655 - 1695), último líder do Quilombo dos Palmares, o maior quilombo do Período Colonial, localizado na região Nordeste.

Zumbi foi um símbolo na luta e resistência contra a escravidão e a opressão, com apoio de Dandara dos Palmares que segundo fontes historiográficas era sua esposa e Tereza de Benguela conhecida como “Rainha Tereza”. Ao mesmo tempo em que existem motivos para festejar o dia da Consciência Negra, há também várias razões para debater o racismo e fortalecer a ideia de integração igualitária da população negra na sociedade, combatendo a exclusão e a desigualdade social. Portanto, as atividades desenvolvidas no 20 de novembro são focadas na conscientização e na reflexão.

De acordo com análise de dados sobre renda e desigualdade, é possível constatar que, infelizmente, o Brasil ainda permanece sob forte influência hereditária da escravidão quando o assunto é igualdade e inclusão social. As gerações afro-brasileiras que sucederam o período da escravidão seguem sofrendo variados níveis de preconceito, intolerância, assédio e violência. É importante salientar que o negro não é negro só em novembro, assim como a mulher não é mulher só em março, logo devemos repensar e corrigir nossas atitudes, cotidianamente. Respeito não tem cor, tem consciência.

Racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em percepções sociais pautadas em diferenças biológicas entre os povos. Trata-se de um antagonismo praticado contra um ou mais indivíduos, pelo fato de pertencer a um determinado grupo racial ou étnico. No ano de 1986, foi sancionada a Lei nº 7.716, que classifica como crime qualquer manifestação motivada por questões raciais. Além de ser desumano, o racismo é um crime inafiançável e imprescritível, e no Brasil quem comete atos racistas fica sujeito a pegar de um a três anos de prisão. A injúria racial é outro crime especificado no Código Penal, suscetível a punição, o condenado pode ficar de um a seis meses na detenção, podendo realizar o pagamento de multa.

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...