Está chegando meu aniversário e todo ano, no período que antecede esse dia, eu fico mais nostálgica. São memórias que me atingem com maior facilidade nessa época e nem sempre são lembranças felizes. A memória é o acúmulo de conhecimentos e acontecimentos adquiridos por intermédio de experiências vividas ou ouvidas. Trata-se da habilidade de obter, reunir e resgatar informações disponíveis, que pode ser internamente; no cérebro - memória biológica, ou externamente; em dispositivos artificiais - memória artificial.
Às
vezes, as memórias nos enganam e por essa razão, nem sempre é válida a máxima
do “recordar é viver”, em muitas situações, o melhor é deslembrar. Para que
possamos evoluir, é importante esquecer coisas, para que novas memórias possam
surgir. Na realidade, são as memórias que nos tornam quem somos, elas nos
auxiliam na compreensão do mundo e aguçam o nosso olhar para o que realmente
interessa. As memórias são importantes para o processo de aprendizagem, além de
capacitar na criação dos vínculos afetivos.
Especialistas
explicam que, alguns acontecimentos são mais complicados de esquecer e por que
nos lembramos de algumas situações de maneira diferente de como ocorreram. No
dia 11 de setembro, o maior ataque terrorista da história, nos Estados Unidos,
completou 20 anos. Foram cenas terríveis, tristes e impactantes, eu lembro onde
estava e o que fazia naquele fatídico dia. Com toda a mídia relembrando esse
acontecimento que marcou a minha geração, consegui recordar detalhes incríveis
daquela data.
A
memória é preservada dentro do um dos órgãos mais complexos do corpo humano, o
cérebro, ele funciona como uma rede que possui estrutura neurológica que
participa dos processos de aprendizado, emoção e memória, além de seus
respectivos gerenciamentos. É fascinante o poder que o nosso cérebro possui,
ele se desenvolve a partir da gestação, segue amadurecendo pela infância e
adolescência, atingindo sua maturação biológica aos 22 anos. Toda a atividade
cerebral é fundamentada pelos neurônios, essenciais na estruturação do cérebro.
Fatores
externos como contato social, grau de escolaridade e estímulos diversos como esportivos,
musicais e linguísticos, influenciam na formação dos traços que formam um mapa
único e individual de cada pessoa. Esse mapa é a memória desenhada no cérebro
organizado de forma bem complexa, por todas as experiências do indivíduo em
questão. Existem diferentes tipos de memórias, que podem ser: de curto prazo,
que duram de três a seis horas ou de longa duração, que podem durar dias, anos
e até a vida inteira.
Entre
as memórias de curto prazo estão: imediatas - que guardam informações por um
tempo curto; de trabalho - que armazena informação temporariamente para tarefas
cognitivas. Entre as memórias de longa duração estão: episódicas - que têm
referências pessoais; semânticas - as informações do mundo que são adquiridas
no decorrer da vida; não declarativas - que não podem ser contadas ou ensinadas
oralmente. As memórias também podem ser treinadas para que se tornem definitivas,
através da prática e da repetição.
Os cientistas denominam de plasticidade cerebral, quando a informação sai do impulso momentâneo, se reorganiza e modifica a estrutura do sistema nervoso. O cérebro trabalha para acondicionar as memórias a partir das vivências e comportamentos, ele tem a capacidade de evoluir através de novas experiências. Para conservar a memória saudável é necessário manter, entre outros: atividade física, boa alimentação, bom aprendizado, redução do estresse, sono reparador, saúde mental e emocional. O importante é se cuidar e preservar essa magnífica máquina humana.