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terça-feira, 31 de agosto de 2021

Mãe de menino

Quando decidi ser mãe não imaginava os desafios que teria que enfrentar no decorrer da vida. O desafio maior é criar sozinha, sem o apoio do genitor. Quando adolescente, sem imaginar o peso da responsabilidade, eu dizia que queria ter um casal de filhos. Doce inocência! Assim que nasceu o primeiro, já desisti até de pensar na possibilidade de ter o segundo. Nada contra quem tem ou deseja ter mais de um filho, eu que enxerguei uma realidade bem mais complexa e não quis pagar para ver a multiplicação materializada.

Sou mãe de menino, um adolescente de 15 anos e confesso que essa é a missão mais difícil da minha vida, porque mesmo dando o máximo de mim, sempre existe a cobrança de que poderia ter feito mais. Dizem que, ser mãe de menina é mais fácil, pois é possível ver nela uma nova especificidade da sua personalidade, a cada dia que passar, ela ficará mais parecida com você. A conexão com essa filha pode ser tão forte e íntima que serão capazes de se reconhecerem apenas com o olhar e vocês serão cúmplices para o resto da vida.

"Olha o que eu fiz. Parabéns pra mim!" (Arquivo pessoal)

Mas essa não é a minha praia, aqui em casa reina um menino. Dizem que ser mãe de menino é ter um eterno companheiro, além de ser mais prático, pois não precisa de muitos detalhes para arrumar. Passadas as questões infantis, que sequer parecem com as complicações que surgem na adolescência, são infinitamente superiores. Eis que surgem obstáculos maiores na vida de uma mãe de adolescente menino. Acho bem difícil ensinar um menino a não ser machista nessa sociedade patriarcal, exaltando a igualdade de gênero.

Ser mãe de menino tem muitas peculiaridades, é uma grande aventura. Geralmente, os meninos têm muita força física e precisam de bastante afeto para ter um desenvolvimento seguro. Eles são práticos na hora de escolher o look, mas frequentemente, são desconfiados e reservados, necessitam de atenção e paciência. Segundo Freud; “Os meninos aprendem a amar as mulheres através da mãe”. Consequentemente, a mãe é o primeiro amor de um filho homem, mas sobre isso, só o próprio Freud pode explicar.

Fato é que, precisamos ensinar os meninos a serem homens respeitadores e responsáveis, para que sejam pessoas saudáveis nessa sociedade tão doente. E o que falar das perguntas capciosas que os filhos costumam fazer? É cada pergunta cabeluda! Eu aprendi que nunca devemos deixa-los sem respostas, mas não precisa ir muito além, de acordo com a pergunta que foi feita e muito menos, ultrapassar os limites do assunto de acordo com a idade, precisa ter muito jogo de cintura para responder.

Ser mãe muda tudo... Para melhor, apesar dos apesares. (Reprodução internet)

O tanto que meu filho come me deixa impressionada, está na fase de crescimento, o incrível é que tudo nele acontece em excesso; come muito, dorme demais e consegue ficar muito tempo acordado... Mas o que me deixa quase louca é o drama, as alterações de sentimentos e as mudanças de humor. As pessoas sempre me falavam: Aproveita bastante porque chegará o momento em que ele vai preferir ficar mais distante de você, ele terá vergonha de você na escola, com os amigos e quando estiver com as garotas. Simplesmente ignorei essas falas. E não é que esse momento chegou?

Estamos enfrentando a tal da adolescência, a fase das descobertas, e está tudo bem, dou umas piradas de vez em quando, mas fica tudo bem. Nessa etapa, ele precisa ter cuidado com a própria higiene e fazer a arrumação das próprias coisas, ocasionalmente, é importante ficar sozinho para isso. Meu filho não é mais criança e ainda não é adulto, está fazendo a transição da infância para a vida adulta, está na puberdade, tem seus dilemas e problemas, e tem seu próprio tempo para percorrer esse caminho.

Se as mães de menino são fortes e se fazem respeitar, seguramente conseguem ensinar seus filhos a respeitarem as mulheres no decorrer da vida. Todo mundo erra e é normal surgirem arrependimentos, mas não esqueça, você fez o melhor que poderia ter feito na ocasião, não se cobre tanto. A maior missão de uma mãe de menino é educar um bom homem. Homens que tratam bem as mulheres, as crianças, os idosos, que sejam amáveis, carinhosos e gentis. Com certeza essa é uma grande responsabilidade para as mães de menino, vale a pena tentar.

@marciamacedostos

terça-feira, 4 de maio de 2021

Ser mãe

Dias das Mães chegando e eu aqui refletindo sobre o simbolismo e significado que envolvem essa data. Sou mãe de um adolescente de 15 anos e crio meu filho, praticamente sozinha, com o apoio incondicional dos meus pais, desde sempre. Não concordo com o ato de romantizar a maternidade, acho que é a tarefa mais difícil que existe. Criar, cuidar, educar, ensinar, orientar um ser em formação, não é fácil e quando a outra peça, fundamental nesse processo, não cumpre o seu papel, nem a sua responsabilidade, tudo fica mais complicado.

Esse é o fruto do meu ventre. "Ser mãe é um sentimento que atravessa o corpo e marca a alma." (Arquivo pessoal)

Calma! Não sou uma mãe insensível, não tenho uma pedra no lugar do coração. Só não concordo com a imagem que fazem de nós, um ser sublime, que é resistente e suporta tudo por amor aos filhos. Não, não é assim. Pelo menos, eu não sinto dessa forma. A gente ama sim, incondicionalmente, mas é um sentimento carregado de culpa e responsabilidade, isso cansa, ficamos esgotadas e muitas vezes precisamos de colo e cuidado, não conseguimos ser fortes o tempo todo, geralmente, o peso das obrigações insiste em nos puxar para baixo. E haja coragem e determinação para se manter de pé.

Dia da Mães é todo dia, mas claro que é importante ter uma data especialmente dedicada à nós, apesar que, trata-se de um evento comercial, voltado à comercialização de produtos e obtenção de lucros. No Brasil, o Dia das Mães é a segunda data comemorativa mais importante para o comércio, só perde para o Natal. Segundo historiadores, a primeira comemoração dessa data em nosso país, ocorreu na cidade de Porto Alegre - RS, no dia 12 de maio de 1918, promovida pela Associação Cristã dos Moços do Rio Grande do Sul.

O Dia das Mães foi originado como uma homenagem à vida da ativista Ann Reeves Jarvis (1832), que faleceu em 09 de maio de 1905 e deixou a sua filha Anna Jarvis (1854 - 1948) muito abalada. Alguns anos depois, Anna decidiu criar uma data comemorativa para homenagear a sua mãe e com isso, foi organizado um memorial honrando a ativista, em maio de 1908. A data se tornou o primeiro Dia das Mães da história. Com a oficialização e popularização do evento, Anna se arrependeu por ter criado e criticou a forma como ele foi comercializado.

No Brasil, o Dia das Mães foi oficializado em 05 de maio de 1932, através do Decreto nº 21.366, do presidente Getúlio Vargas (1882 – 1954). Ele estabeleceu, por meio desse documento, que o segundo domingo do mês de maio seria um momento para comemorar os sentimentos e as virtudes do amor maternal e a conquista dessa data foi influenciada pelo movimento feminista brasileiro. Em 1932 também foi decretado o Sufrágio Universal Feminino, um movimento social, político e econômico de reforma, com o objetivo de estender o direito de voto às mulheres.

Voltando para a atualidade, me sinto feliz e realizada por ser mãe, tenho um único filho que vale por dez em todos os sentidos possíveis. Ele é um bom menino e acredito que tenho uma parcela considerável na formação da personalidade e do caráter dele. Gente! Nada foi e nem é simples na nossa convivência, mas acredito que seguimos nos ajustando, sendo cúmplices e parceiros na vida. Mesmo tendo vários momentos de aborrecimento na nossa relação de mãe e filho, e que aumentam com o passar do tempo, não consigo sequer imaginar, como seria a minha vida sem ele.

Quem cuida também precisa de cuidados e dentro de cada mãe, existe uma mulher que possui várias outras expectativas. A gente precisa normalizar o fato de que não somos perfeitas e não vamos acertar sempre. E mesmo assim, está tudo bem. Eu trabalho muito isso dentro de mim, procuro não me cobrar tanto, mesmo em meio a uma sociedade que só sabe julgar. Existem dualidades em ser mãe, é uma profunda e inexplicável alegria, que convive intensamente, com um esgotamento sem fim e assim vamos vivendo. Somos imperfeitas, porém maravilhosas. Feliz vida, mãe!

@marciamacedostos

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Amamentação

Amamentar é uma das coisas mais sublimes que existem na vida, mas não é uma experiência fácil para todas as mulheres. Uma crítica da atriz Luana Piovani (45 anos) a uma foto da também atriz Thaila Ayala (35 anos) amamentando seu neném recém-nascido causou burburinho na internet. Na foto, Thaila aparece linda e plena, bem arrumada e produzida no meio de um trabalho, com o corpo em forma, dando mama ao filho de 15 dias de vida, em pé e segurando apenas com uma mão. A fotografia é perfeita, não parece que tinha dado a luz há tão pouquinho tempo e na legenda ela diz: ‘AMA*MENTAR’.

A amamentação é feita de amor, resiliência e sacrifícios. (Reprodução internet)

Luana descreveu a imagem numa entrevista e declarou: “Amamentar não é tomar milk shake!” Segundo ela, aquela imagem emite uma ideia errada sobre o processo de amamentação. Ela disse que a realidade está muito longe disso e que aquilo pode acentuar a percepção de que amamentar é algo simples, ou seja, pode reforçar a romantização da amamentação e da maternidade como um todo. A atriz ainda questionou sobre: as dores nos ombros e na lombar, o bico do peito rachado, o bebê que não pega o peito direito, a mãe que não produz leite suficiente e quando precisa amamentar mesmo exausta. É uma loucura - declarou.

Jamais devemos julgar ninguém. Vi os relatos de todo sofrimento que a Thayla passou no decorrer da gestação, é direito dela se mostrar como quiser, nesse momento tão pessoal, mas, os questionamentos de Luana fazem total sentido, pois maternar nunca foi fácil e devemos atentar para o que estamos transmitindo. Não podemos nos comparar aos outros, “cada um no seu canto sofre o seu tanto”, cada história de vida é única e com suas próprias individualidades. A minha experiência com a gravidez, o parto, o puerpério, a amamentação e a relação com as mudanças do corpo, pontos positivos e negativos, só pertencem a mim, não adianta relacionar.

Eu não consegui amamentar e com dois meses de vida, meu filho ficou muito doente e teve uma ama de leite. Na época, isso me fez questionar sobre minha capacidade de ser mãe e me causou sofrimento. A mãe é sempre contestada naquilo que faz ou que não faz, com isso, colocam sua autoestima a prova em todo momento e assim podem fazer aflorar sentimentos como angústia, ansiedade, culpa e frustração. A gente não nasce sabendo ser mãe, nem amamentar, mas com o tempo as coisas se ajustam, aprendemos a afastar os palpites, ganhamos confiança e fazemos do jeito que achamos que deve ser feito. O instinto materno fala mais alto.

Romantizar a maternidade não ajuda em nada as mulheres, a fase de adaptação com um recém-nascido é difícil para todo mundo. Cansaço excessivo, noites sem dormir, olheiras profundas, peito rachado, roupas folgadas e cabelo bagunçado fazem parte do processo, mas do lado de fora o que mais se vê são críticas, desprezo e até abominação. Infelizmente, vivemos numa sociedade machista e o pior é que esse machismo é endossado e praticado pelas próprias mulheres. É necessário desconstruir a concepção de que a maternidade é só para mulheres, os parceiros devem se comprometer mais com as obrigações na criação e educação dos filhos.

Com sinceridade, ser mãe é maravilhoso, mas tem muitos desconfortos, medos e desafios, e para aliviar todo esse turbilhão é preciso superar o machismo. Maternar é uma maratona com situações cansativas e doloridas, tanto quanto prazerosas, mas também é amar incondicionalmente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda amamentar de forma exclusiva nos primeiros seis meses de vida do bebê e a partir daí fazer a introdução alimentar, dando continuidade ao aleitamento materno até os dois anos de idade ou mais. Vamos ser mais compreensivos e se não atrapalhar já ajuda bastante.

@marciamacedostos

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Bebê arco-íris

Bebês arco-íris são crianças que nascem de mães que já sofreram aborto espontâneo ou que tiveram filhos mortos de forma prematura. Para muitas mães que passaram pela perda prematura de um filho, a chegada de um bebê é a luz que surge após uma tragédia, como o arco-íris que nasce depois da tempestade. O arco-íris é uma promessa de sol depois da chuva, a serenidade depois da tempestade, a alegria após a tristeza e a paz após a dor, mas principalmente, é a esperança e o amor após uma perda. Para a mãe a chegada de um bebê é um período de fortes emoções e a perda provoca uma dor inconcebível.

Depois da tempestade, vem a calmaria. (Reprodução internet)

Mesmo que uma criança não chegue para uma família que já tenha uma história de perda e tristeza por trás, a chegada de um bebê sempre simboliza luz, é a esperança de um futuro melhor para todos em sua volta. Assim como um fenômeno da natureza, o bebê arco-íris chega para avivar a vida dos pais, após uma tormenta. O bebê arco-íris não transforma o passado nem substitui a experiência ruim, seria muita responsabilidade, ele só traz um novo sentido para vida e transforma o futuro. O significado de bebê arco-íris nada mais é do que lembrar a mamãe e toda a família de que depois da tempestade, sempre vem a bonança.

Para compreender a representatividade dessa criança, é necessário entender mais sobre o bebê estrela. Esse é o bebê que perdeu a vida sendo por aborto espontâneo, por outra razão qualquer ou depois do nascimento e como costumamos dizer, virou uma estrelinha, um anjinho que continuará sempre sendo um filho. Não é porque a mãe perdeu um bebê, que ela deixou de ser mãe, existiu um filho, portanto existe uma mãe, é necessário compreender isso e viver o luto da perda, entendendo e aceitando o processo doloroso, sem fechar a porta da esperança. O bebê arco-íris não substitui o bebê estrela, só devolve a capacidade de sonhar para a família.

Durante a gravidez, a mulher se transforma e seus sentimentos ficam intensos, se é uma gestação de bebê arco-íris, tudo ganha uma dimensão muito maior. Para viver tudo novamente, a mulher se sente pressionada, frustrada e com a autoestima baixa, podendo até desenvolver ansiedade e uma angústia profunda. Durante esse processo o apoio da família é fundamental e talvez seja necessária uma ajuda profissional para lidar melhor com o misto de sentimentos, bons e ruins, assim ela consegue aproveitar melhor a gravidez, com muita alegria e gratidão. O sentimento de culpa também se faz presente nesse período delicado, por parecer que a superação foi muito rápida.

Ser mãe é uma experiência intensa e única, cada mãe descobre no seu tempo e do seu jeito uma maneira própria de cuidar do filho, mas quando se trata de um bebê arco-íris, os traumas anteriores podem estimular, mesmo sem querer, uma superproteção do neném. Apesar de todo o excesso de cuidados terem motivações de fácil entendimento, é provável que seja prejudicial para desenvolvimento da criança. A superproteção pode afetar de forma negativa o crescimento do filho, dificultando o aprendizado e prejudicando a independência e a capacidade de enfrentar os desafios e a frustrações habituais da vida.

É importante ficar atento para não sobrecarregar o filho de cuidados e expectativas. Quando superprotegemos nossos filhos, acabamos impedindo que eles se tornem independentes e como não estaremos presentes em todos os momentos da existência deles, é melhor que eles saibam socializar e lidar com as decepções da vida. A desilusão de uma criança superprotegida será bem maior cada vez que estiver diante de um novo desafio. Infelizmente, não teremos a capacidade de prevenir todas as dores no decorrer da vida de um filho, é preciso permitir que ele cometa seus próprios erros, corrija e supere seus fracassos, erga a cabeça e siga adiante. Criamos filhos para o mundo!

@marciamacedostos

terça-feira, 13 de abril de 2021

Mãe de adolescente

A adolescência é o período de transição entre a infância e a vida adulta, sendo uma época caracterizada pelos estímulos do desenvolvimento emocional, físico, mental, sexual e social, além de acentuar o interesse por conquistar os objetivos relacionados às perspectivas culturais da sociedade. A origem da palavra vem do latim “adolescentia”, cujo significado é exatamente o período da vida humana entre a infância e a fase adulta. Ela é subdividida em: pré-adolescência (10 aos 14 anos); adolescência (15 aos 19 anos), que coincide parcialmente com a juventude (15 aos 24 anos).

"Viver é um eterno rasgar-se e remendar-se." - Guimarães Rosa (Reprodução internet)

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), os limites cronológicos da adolescência fica entre 10 e 19 anos. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) define a fase entre 15 e 24 anos. São critérios utilizados principalmente para fins estatísticos e políticos. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define que adolescência é a faixa etária entre os 12 e os 18 anos de idade e em casos específicos de acordo com a lei, o regulamento é aplicado até os 21 anos de idade. A definição de “menor” é determinada para os menores de 18 anos.

Gente! Dei um suspiro e já virei mãe de um adolescente. Parece que foi ontem que engravidei, que meu filho nasceu, que eu nasci junto... Nossa! Foram tantas experiências singulares que vivemos até aqui, que daria um livro bem dramático. rsrs! Definitivamente, eu não concordo com a expressão que diz que toda mulher nasce para ser mãe, que isso é um dom natural. Isso não é verdade, algumas nascem sim, outras aprendem ao se tornarem mães e ainda há aquelas que simplesmente, não querem ser mães.

Eu acredito que me encaixo na segunda opção, aprendi praticando e nunca foi fácil. Não gosto de romantizar a maternidade, pois só uma mãe de verdade sabe das mazelas que essa função carrega, é muito prazerosa, porém emblemática. Sempre fui apaixonada por bebês, mas é um período bem delicado quando o bebê é o nosso filho. Ele foi muito desejado e planejado, dadas as circunstâncias da época, que atualmente considero que eram péssimas. Foram inúmeras crises existenciais que tive em cada fase que vivi a maternidade, até aqui.

Nunca me senti autossuficiente, pelo contrário, sempre achei que estava faltando algo, que fiz algo errado, enfim... Toda mãe se cobra demais. Meu filho acabou de completar 15 anos, é um adolescente intenso e cheio de personalidade, dizem que se parece muito comigo e eu fico analisando, comparando as nossas características o tempo todo. Me assusta essa semelhança toda e por sermos tão parecidos fico analisando onde e como eu errei, para tentar evitar que ele faça o mesmo. Isso é impossível, eu sei, ele vai viver a história dele.

Esse é o meu “aborrecente”, ou será “adoracente”!?! Enfim... É o meu coração fora do peito. (Arquivo pessoal)

A adolescência é uma fase deliciosa e eu morro de saudade da minha. É inevitável acompanhar o meu marrento predileto tão de perto e não lembrar de mim. Cara! Dá até vontade de voltar no tempo e repetir tantas coisas boas que vivi, corrigir outras tantas burradas que fiz. Que delícia o primeiro amor, as amizades agitadas, a impetuosidade, os arroubos constantes e a urgência de viver. É isso, a adolescência do meu filho está despertando essas lembranças em mim, é uma saudade nostálgica e melancólica, difícil de explicar.

Adolescente tem urgência de viver, néh!?! Parece que não há mais tempo, que está num “estágio terminal” da vida, tem pressa para tudo e simultaneamente, faz tudo no seu tempo (devagar quase parando). A convivência com adolescente é um processo desafiador, pois existe uma angústia juvenil real e oficial, há a preocupação em amar e ser amado, aceitar e ser aceito, sem falar nas transformações que acontecem no corpo que perturbam os pensamentos. A partir daí surge uma ansiedade que pode estimular baixa autoestima, sentimentos de menos valia ou supervalorização perante os outros.

Enfim, a adolescência é a fase mais gostosa e complexa da vida, sem dúvidas. Se bem soubessem, os adolescentes deixariam de lado essa ânsia de crescer logo, de “tomar conta da própria vida”, como eles costumam falar e como eu disse um dia. Eles se arriscam, explodem de paixão e raiva, odeiam regras, são conflituosos, impulsivos e rebeldes. A ciência define esses comportamentos como consequência das mudanças e remodelações que acontecem no cérebro no decorrer da puberdade e nós, os responsáveis, seguimos nos equilibrando na corda bamba dessa oscilação toda, tentando cuidar e proteger sempre.

@marciamacedostos

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Dia dos pais

No Brasil, todo segundo domingo do mês de agosto é celebrado o dia dos pais e a importância desse papel na vida e no desenvolvimento dos filhos, no âmbito familiar e social. É importante salientar que a figura de pai não se restringe ao pai biológico ou especificamente ao personagem masculino. Trata-se da função paterna, aquela que pode perfeitamente ser desempenhada pelo avô, tio, padrasto, pai adotivo, irmão mais velho e até a própria mãe, por qualquer pessoa próxima do menor, independente do gênero. Pelas últimas transformações culturais, a função paterna passou por uma significativa evolução.

Ser pai é ser amigo, companheiro e estar presente na vida do filho. (Reprodução internet)

Assim como o dia das mães, a comemoração ao dia dos pais foi pensada com objetivo de fortalecer os laços familiares, a ideia de celebrar esse dia surgiu em 1909, nos Estados Unidos. A filha de um ex-combatente da Guerra Civil Americana, Sonora Louise Smart Dodd (1882 - 1978), decidiu homenagear o seu pai. O primeiro dia dos pais foi comemorado em 19 de junho de 1910, dia do aniversário do pai de Sonora e a celebração se tornou feriado nacional estadunidense em 1972. Existe ainda uma tradição afirmando que a data comemorativa é originada há mais de quatro mil anos, na Babilônia.

De acordo com relatos históricos, o filho do rei Nabucodonosor, teria moldado o primeiro cartão do dia dos pais, em argila. O jovem preparou esse objeto para o seu pai, desejando saúde, sorte e vida longa. A partir daí, a data se tornou uma festa nacional. Em outros países do mundo, as comemorações são realizadas em diferentes datas, conforme a história de cada país. Aqui no Brasil, a primeira comemoração foi em 14 de agosto de 1953, por causa de um concurso que homenageou três categorias: o pai com maior número de filhos, o pai mais novo e o pai mais velho.

Antigamente, a figura de um pai comum, era dominante, cheio de autoridade, que fazia questão de manter uma distância afetiva dos filhos, evidenciando uma função mais educadora e disciplinadora. Atualmente, é possível identificar pais mais afetivos e participativos com suas famílias. Isso se deve às mudanças na hierarquia familiar e os questionamentos da autoridade paterna. Muitas dessas transformações estão acontecendo porque a mulher moderna está acumulando conquistas relevantes, ainda estamos longe do ideal, mas é um importante começo.

A função do pai deveria ser um complemento à função da mãe, mas nem sempre é assim que acontece, infelizmente. O fato é que a formação e a estrutura do ego dos filhos, assim como a sua inserção na sociedade é papel de mãe e pai, ou deveria ser. Estudos afirmam que a presença da figura paterna na vida de um ser em formação é decisiva para o desenvolvimento afetivo, cognitivo e social. A função paterna é capaz de gerar no filho a melhora da autoestima, além do desenvolvimento de uma estrutura psicológica mais forte, tornando o capaz de tomar decisões mais assertivas.

Sábio é o pai que conhece e conduz o seu próprio filho. (Reprodução internet)

A ausência do pai pode provocar agressividade, ansiedade, insegurança e conflitos no desenvolvimento cognitivo e psicológico dos filhos, além de induzir o surgimento de distúrbios comportamentais e até gerar a depressão. Mas isso não é uma regra ou algo irreversível, a ausência do pai não significa a inexistência da representação da figura paterna ou masculina, qualquer pessoa pode exercer essa função e permear a trajetória da criança até a fase adulta. Fazer parte da vida de um filho é construir seu ambiente e a sua visão de mundo.

O dia dos pais vai muito além de um marco comercial, é um apelo para relações mais profundas e reais, com uma convivência afetiva e principalmente, “presença” entre pai e filho. Ser presente tem muito mais valor do que dar presente, os verdadeiros pais, participam da vida de seus filhos, brincam, acompanham, educam, orientam para a vida, sendo exemplo de apoio e segurança. É assim que deve ser, pais precisam exercer uma paternagem de qualidade. Não basta ser pai, tem que participar.

@marciamacedostos

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Pai de verdade

É óbvio que a figura de um pai é extremamente importante na vida de um filho, tal qual é a importância da mãe. Apesar disso, é crescente o número de mães solo que existem por esse mundo afora. Na hora do prazer, muitos homens não pensam nas consequências de seus atos e quando descobrem a gravidez, muitos fogem da responsabilidade

"Qualquer um pode ter filho, mas só um homem de verdade é Pai." (Reprodução internet)

Se engana, quem pensa que em uma história triste como essa, o filho é quem sai perdendo. É claro que ele sofre pela falta de presença e carinho, passa por diversos tipos de privações, mas na real, é o pai quem perde mais, perde de viver momentos maravilhosos e únicos no decorrer do desenvolvimento de uma criança. São tantas descobertas, que torna a vida bem mais significativa.

Com exceção de alguns problemas pontuais, qualquer um pode “fazer” um filho, mas um pai de verdade nunca desiste do seu filho. Ele precisa ser uma pessoa presente, responsável e ter consciência das suas responsabilidades e da representatividade na vida do ser humano que ajudou a colocar no mundo. Não basta ser pai, tem que participar.

Ser pai vai muito além de visitas regulares e/ou pagamento de pensão, isso, quando o genitor cumpre essas obrigações básicas. Há milhões de pais que acham que a obrigação paterna se restringe apenas ao pagamento de pensão e escapam da responsabilidade afetiva. As crianças acabam suplicando por afeto, enquanto seus pais os abortam em vida.

O verdadeiro pai não se acomoda, nem transfere para o filho a obrigação de ter a iniciativa de lembrar, procurar, visitar ou se preocupar, afinal de contas, essas são obrigações atribuídas ao adulto, que é quem deve dar o exemplo e servir de modelo para um ser ainda em formação. O fato é que não existe ex filho e há uma imensa diferença entre ter um filho e ser um pai.

É absurda a quantidade de crianças que não têm sequer o nome do pai na certidão de nascimento, são mais de cinco milhões. É lamentável saber que uma criança pode crescer insegura por causa da falta que um pai faz na vida dela, mas estou certa de que é mais lamentável ainda, para esse pai que abandona o filho, afinal, ele não faz ideia do que está perdendo.

Simplesmente, perde uma série de histórias e momentos importantes daquela vida que nasceu dele e faz parte da sua descendência. É encantador ver homens que de fato decidiram ser pais de verdade e participar da maior missão que um indivíduo pode ter, que é criar e ensinar uma outra pessoa a viver e ser gente, um ser humano completo, feliz e realizado.

Crianças geralmente querem o que todo mundo tem. É muito difícil para a criança ver que o amiguinho tem o pai presente, que vai buscar na escola, que segura na mãozinha quando sai na rua, que joga bola ou brinca de boneca junto e quando ela percebe que não tem aquilo, isso provoca uma lacuna terrível em sua vida, que pode acarretar muitas consequências ruins e a mãe precisa se desdobrar para preencher esse vazio.

Existem milhões de mães que fazem diversos esforços para suprir as necessidades dos filhos que não têm o pai presente, elas se viram para criar, educar e alimentar, lutam, se superam e conseguem. Já ouvi filhos falarem que não têm pai, mas que a mãe é tudo para eles, pois se esforçaram ao máximo para que eles fossem pessoas saudáveis e felizes.

Além disso, pai é quem cria. Muitos filhos têm o avô, o padrasto, o tio ou uma outra figura presente como o verdadeiro pai. Eles transferem todo o amor e carinho para essa pessoa, se espelham nessas figuras paternas e levam a vida, também de forma plena, realizada e feliz. O tempo passa, o mundo gira e a vida acaba nos cobrando pelas atitudes erradas. A conta chega, “paizinho”, pode esperar.

@marciamacedostos

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Ser titia

Confesso que ando inundada e tomada por um amor inexplicável, profundo e de uma força surreal. Me tornei titia pela segunda vez. Em 30 de julho de 2020, nasceu o Gustavo, é isso mesmo, no meio de toda essa loucura que a Pandemia do novo Coronavírus está provocando, tive esse potente e sublime sentimento de esperança.

"O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade." (Arquivo pessoal)

Uma nova vida é capaz de transformar qualquer coisa e dar um novo sentido para a nossa vida tão cheia de dissabores. Já sou tia do Bryan, que nasceu em 31 de janeiro de 2018, ou seja, “meu mundo é blue”, sou rodeadas de meninos. A emoção que senti, primeiro com a notícia de que seria titia e depois com a chegada do Bryan, meu primeiro sobrinho, foi imensurável.

Tenho dois irmãos e eu sou a mais velha dos três, por muito tempo nutri uma imensa vontade de ser tia, mas meus irmãos não pareciam muito interessados nessa ideia. Sou mãe de um garoto de 14 anos e a maternidade tem me trazido diversas experiências, conto essa história em outra ocasião. Talvez, por causa disso eu desejasse tanto ter sobrinhos, acredito que ser tia é uma espécie de extensão do porto seguro encabeçado pelos pais.

O fato é que, muitos sobrinhos emprestados já passaram pela minha vida, mas aqueles de sangue fazem total diferença. O Bryan é filho de meu irmão Emerson e o Gustavo é filho de minha irmã Marta, ambos tornam a minha vida mais leve e alegre, é bom ver a inocência das crianças, ter esperança de um futuro melhor e poder acompanhar o desenvolvimento e as descobertas deles, me traz um sentimento de amor infinito.

"Guie uma criança pelo caminho que ela deve seguir e guie-se por ela de vez em quando." (Arquivo pessoal)

Um sobrinho é o melhor presente que um irmão pode nos dar e acaba nos transformando em uma espécie de heroína, pois me sinto capaz de sentir e transmitir muito amor e cumplicidade. Dizem que, entre tios e sobrinhos se estabelece conexão e sintonia muito especiais. O amor se soma à responsabilidade de ajudar aos pais na educação e orientação de um novo ser.

Depois da maternidade, meus sobrinhos transformaram a minha vida, deram mais sentido para ela, eles não são meus filhos, mas são uma parte de mim. O vínculo que existe é tão forte que posso afirmar, o amor que sinto por eles é um sentimento bem próximo do amor que sinto pelo meu filho. A diferença é que ser mãe traz um peso de responsabilidade e ser tia deixa a gente mais leve e boba, exatamente como me sinto.

Somente os tios podem abraçar os sobrinhos como pais, guardar segredos como irmãos e compartilhar alegrias como amigos, é um amor incondicional que ultrapassa fronteiras. Um bom tio, se transforma em uma doce e maravilhosa referência, ele será sempre um porto seguro na hora das lágrimas e um instrutor fiel para a vida. Essa boa relação gera multiplicidade de emoções e sentimentos.

Desejo ser para meus sobrinhos, uma mentora, poder ajudá-los a ter outros pontos de vista perante situações diferentes e ser alguém com quem eles poderão contar e compartilhar as brincadeiras, as inquietudes, os pensamentos e os sentimentos, tudo com total liberdade. Quero ser para eles, um modelo de cumplicidade, confidencialidade e de proximidade.

Estarei sempre disposta a aconselhá-los e orientá-los nos momentos complicados de suas vidas. O que recebo em troca? Bryan e Gustavo, ainda tão pequenos, me dão a possibilidade de me inspirar neles e me provocam grandes motivações. Agradeço a Deus pelas bênçãos maravilhosas, que são os meus sobrinhos e prometo ser a melhor tia desse mundo para eles.

@marciamacedostos

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Introdução alimentar

Meu sobrinho Gustavo acabou de completar seis meses e até aqui foi amamentado de forma exclusiva e em livre demanda. A partir de agora ele começa a IA - Introdução Alimentar. Acompanhar de perto todo esse processo é muito novo para mim, porque apesar de também ser mãe, a minha trajetória nessa questão, foi muito diferente, pois não consegui amamentar e tive que introduzir a fórmula bem cedo na vida do meu filho. 

Para uma alimentação saudável, descasque mais e desembale menos. (Arquivo pessoal)

Por motivo de saúde, com dois meses de vida, meu filho precisou de aleitamento materno exclusivo e como eu não produzia leite, ele teve uma ama de leite, que o alimentou por quase um mês. Por todas essas questões, não tivemos um cronograma alimentar tão organizado, onde cada fase é respeitada e levada tão a sério, como está acontecendo com meu sobrinho.

A introdução alimentar é o período em que são introduzidos outros alimentos, além do leite materno, na alimentação dos bebês. Ela é vital para o desenvolvimento saudável do paladar da criança e marca o início de um hábito alimentar diversificado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, esse procedimento deve começar no sexto mês de vida.

Até o sexto mês, é recomendável que o aleitamento materno seja exclusivo, não havendo a necessidade de oferecer nenhum outro alimento para o bebê, nem água, já que o leite materno possui todos os nutrientes necessários para a hidratação da criança. A introdução de alimentos na dieta é importante, mas é aconselhável que o leite materno continue sendo ofertado até os dois anos de idade.

Quando a mãe não pode amamentar o filho, como aconteceu comigo, é possível recorrer às fórmulas infantis, mas nessas situações a orientação é buscar ajuda de um médico pediatra para traçar o melhor caminho na nutrição do bebê. A alimentação adicional deve ser incluída de forma branda e gradativa. Algumas crianças estranham no começo e podem recusar determinados alimentos.

A possível recusa é absolutamente natural, por se tratar de uma experiência totalmente nova para os bebês e se eles não aceitarem a oferta de primeira, não precisa forçar, insistir e muito menos agradar. É interessante oferecer novamente o alimento que foi rejeitado em outro momento. Segundo especialistas, é necessário ofertar o alimento entre oito e dez vezes, até que a criança aceite.

Seu bebê irá comer por curiosidade, antes de comer por fome. (Arquivo pessoal)

Pediatras garantem que o ideal é dar uma alimentação bem variada e rica em nutrientes. Esses alimentos podem ser macro como: carboidratos, gorduras e proteínas e micro como: ferro, vitaminas e zinco. Para proporcionar à criança muita energia, proteínas, vitaminas e sais minerais importantes para um crescimento saudável, é necessário reunir representantes dos quatro principais grupos alimentares: frutas e hortaliças; cereais e tubérculos; carnes e ovos; grãos.

Alimentos como ovos, peixes e glúten devem ser introduzidos na alimentação do bebê, para gerar a tolerância e evitar possíveis alergias. A consistência da comida deve ser pastosa e se solidificar gradualmente. Não é recomendável bater os alimentos no liquidificador e nem misturar os grupos, é interessante que o bebê possa experimentar diferentes texturas e sabores e que também aprenda a mastigar. É indispensável distinguir o gosto dos alimentos e os movimentos da mastigação.

Evitar produtos como balas, café, congelados, enlatados, frituras, processados, refrigerantes, salgadinhos, salsicha e açúcar adicionado nos alimentos, é importante pelo menos até dois anos de idade, prefira os alimentos frescos. O uso do sal deve ser bem moderado e os temperos precisam ser leves. Na necessidade de utilizar óleo, é aconselhável que seja em pequena quantidade e usar óleos vegetais, como: canola, milho ou soja.

Por último e não menos importante, sempre ofereça água filtrada e fervida nos intervalos das refeições. É fundamental manter a disciplina na hora das alimentações, um ambiente calmo e tranquilo ajuda a criança a ter uma alimentação melhor, saudável e torna o momento da refeição mais agradável.

@marciamacedostos

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A tal da culpa

Você já fez, falou algo ou tomou alguma atitude que se arrependeu depois? E a tal da culpa, já sentiu? Eu me arrependo de muitas coisas na vida, acredito que isso acontece com todo mundo, é absolutamente normal, até porque ninguém é perfeito e somos todos passíveis de erros. O problema é quando esse tal arrependimento se transforma em culpa e quando dela não conseguimos nos livrar.

Segundo Lewis (1971), a culpa acontece quando nos julgamos negativamente ao acreditarmos que não conseguimos viver de acordo com os nossos próprios padrões ou os padrões impostos pela sociedade. A culpa tem a função adaptativa e é própria da natureza humana. Dizem que, a pessoa que sente culpa tem uma capacidade maior de ter empatia e conexão com o outro.

"Alguns infinitos são maiores que outros." (Reprodução internet)

Muitas vezes me pego questionando à mim mesma sobre diversas situações da minha vida, em que tomei atitudes que podem ter gerado consequências, nem sempre boas, mas que as decisões tiveram que ser tomadas por mim. Muitas dessas questões envolvem diretamente a família, principalmente meu filho. Quem é mãe sabe exatamente do que estou falando.

Desde a gestação que nós mães lidamos com um turbilhão de sentimentos e sensações, nem sempre agradáveis e felizes. Senti tanto medo nessa fase, que chegava sufocar as vezes. A minha gravidez foi muito desejada e planejada por mim, já pelo pai, sinceramente não sei dizer, até porque atitudes valem muito mais do que palavras, se é que você me entende.

Desde o começo da gravidez percebi que não seria um processo fácil, por vários motivos. No quesito saúde física foi tudo tranquilo, nada fora do comum, mas psicologicamente falando, foi muito tenso, afirmo que não tive um momento de paz durante os nove meses. Lembro-me de muitas vezes chorar em frente ao espelho, fazendo carinho na barriga e pedindo perdão ao meu filho, por estar passando para ele tanta tristeza e desgosto.

O casamento já estava fracassado e não havia interesse algum de salvá-lo, porém eu estava grávida e precisava lidar com isso. Não foi fácil, não sabia o que fazer, afinal uma mãe também estava para nascer e eu só conseguia me culpar por submeter meu filho àquela situação. Ouvi muito, que não poderia ficar daquele jeito, por causa do bebê que estava sendo formado dentro de mim, mas, cadê forças para vencer o tal sofrimento?

Meu filho nasceu no tempo certo, mas abaixo do peso, não consegui amamentá-lo e ele teve vários problemas de saúde na primeira infância. Novamente a culpa se fez presente em meu ser e muitas vezes me corroeu por dentro. Acho a culpa um dos piores sentimentos que existem e muitas vezes ela não vem sozinha, é acompanhada de mágoa, raiva, remorso, vergonha, sentimentos que maltratam, apesar de promoverem a evolução pessoal.

O casamento de fato acabou e segui sendo mãe solo, a minha família sempre esteve presente, mas eu sentia um peso muito grande de responsabilidade e isso me acompanha até hoje, assim como os vários sentimentos de culpa ao logo do caminho. Certa vez, quando meu filho era pequeno, ouvi uma frase que repito incansavelmente para mim, quando a culpa insiste em ficar: “Eu sou a melhor mãe que posso ser e se erro, com certeza, é tentando acertar”.

Meu filho está prestes a completar 15 anos, a vida dele já passou por várias fases, agora estamos na mais desafiadora de todas, a adolescência e eu sigo me desdobrando para lidar da melhor forma possível, errando, acertando, mas sempre aprendendo. No quesito maternidade, carrego vários desafios e sempre surgem questões para fazer me sentir culpada. Imagine nas outras áreas da vida!?! É um processo, mas, a culpa só não pode me paralisar.

Entender que é difícil ter capacidade para enxergar e sair do ciclo vicioso da culpa, é o primeiro passo. A partir daí, é necessário vislumbrar novas saídas para os problemas, que muitas vezes parecem impossíveis, mas sempre existem. A ajuda profissional de um psicólogo é interessante, para orientar no processo de reflexão e como você pode se comportar diante dos problemas. Trabalhando a aceitação, conseguimos nos perdoar e lidar melhor com a culpa, sem a autoagressão. Seguimos tentando!

@marciamacedostos

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Violência obstétrica

Recentemente ganhou repercussão na mídia, a violência obstétrica que sofreu a empresária e influenciadora digital Shantal Verdelho, de 32 anos. Vídeos vazados na internet mostram as humilhações e os xingamentos que Shantal recebeu do médico, durante o parto da filha caçula. A violência obstétrica pode acontecer durante a gravidez, no parto ou no pós-parto. Todo e qualquer procedimento desnecessário ou não autorizado pela gestante é considerado como violência obstétrica. A paciente não pode ser desrespeitada e nunca deixar de ser informada sobre quaisquer procedimentos.

Uma em cada quatro brasileiras sofre violência no parto. (Reprodução internet)

Violência obstétrica é o termo usado para caracterizar os abusos sofridos pelas mulheres quando procuram serviços de saúde durante a gestação, na hora do parto, durante o nascimento do bebê e no pós-parto. Esses maus tratos incluem violência física, psicológica, verbal ou por negligência e podem traumatizar a mãe e o bebê. Esse tipo de violência não está relacionado somente ao trabalho dos profissionais de saúde, mas se refere também a falhas estruturais de clínicas, hospitais e de todo o sistema de saúde. Intimidação, agressão verbal ou negligenciamento de tratamento são consideradas formas prejudiciais à mulher durante a gestação ou no puerpério.

Esse assunto é capaz de deixar qualquer mulher fragilizada, tanto as que são ou pretendem ser mães, como aquelas que não desejam a maternidade, mas que possuem empatia e sororidade. Em mim, particularmente, o tema provoca um incômodo muito grande, pois tenho pavor e não suporto sentir dor, Sabe aquela famosa “fraca pra dor”? Sou eu. Só de imaginar alguém que deveria cuidar e ajudar num momento tão sublime que é o parto, insultando e maltratando, provoca em mim muita aflição. Meu filho nasceu de parto cesárea por opção minha, desde que me entendo por gente, nunca pensei em experimentar o parto natural.

Julguem-me, se quiserem! Um conselho: Não perca seu tempo inferiorizando ou superiorizando uma mãe pela via de parto. Não sou menos mãe porque meu filho nasceu de uma cesariana. Eu tive uma pequena amostra, um indício do que era uma violência obstétrica, mas na época, esse assunto não era tratado como uma violência. Quando a minha bolsa estourou um dia antes da data marcada para a cesárea e meu médico estava indisponível para fazer o parto, fui para outro hospital, depois de esperar horas, fizeram os exames de praxe com estupidez e agressividade, comigo e com outras mães que estavam presente.

Expliquei sobre a cesariana marcada para o outro dia, perguntei como estava o bebê e só ouvi respostas grossas e indiferentes. Depois de um bom tempo, disseram que iam me induzir a parir, porque eu não era melhor do que ninguém e que se eu soube fazer o filho e gostei, teria que parir calada, porque ninguém estava afim de aturar gritos de mulher fresca. Se eu já tinha horror de parir, aquele tratamento estúpido só piorou a situação. Medi a distância da maca onde estava deitada até a mesa onde estavam meus documentos e da mesa até a saída, calculei direitinho e num impulso fiz esse trajeto, sem olhar para traz e sem dar satisfação para ninguém.

Se fiz o certo, eu não sei, mas meu instinto me fez fugir, literalmente, daquele lugar. Depois consegui alinhar tudo com meu médico, fui para outro hospital, a cesariana aconteceu, deu tudo certo, meu filho nasceu saudável e hoje está com 15 anos. Denuncie, se você considerar que sofreu uma violência obstétrica. A denúncia pode ser feita no hospital ou serviço de saúde em que foi atendida, na secretaria de saúde responsável (municipal, estadual ou distrital) e nos conselhos de classe: Conselho Regional de Medicina (CRM) para médicos ou Conselho Regional de Enfermagem (COREN) para enfermeiros ou técnicos de enfermagem. A vítima também pode ligar para: 180 - Central de Atendimento à Mulher ou 136 - Disque Saúde. Não se cale!

@marciamacedostos

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Liz

Estou com meu coração destruído. Na sexta-feira, dia 09, acordei com uma notícia muito triste, perdemos a Liz, minha priminha, que nasceu com alguns problemas sérios de saúde, mas que lutou bravamente pela vida, durante seis meses. A ultrassonografia morfológica indicou que a pequena tinha alterações na bexiga e nos rins, nada que não se resolvesse com cirurgia. Acreditamos até o último momento que o milagre iria acontecer e cada etapa que ela vencia, era uma injeção de ânimo para todos nós.

Carol e Liz, amor que não se mede. (Arquivo pessoal)

A Liz é filha da minha prima Caroline, uma garota por quem tenho um carinho enorme e amo muito. Ela se casou em janeiro de 2016 e eu fui madrinha de seu casamento. Carol nasceu e se criou em Cipó - Bahia, logo depois do casamento, o casal decidiu mudar o rumo de suas vidas e se mudaram para Foz do Iguaçu - Paraná.

Essa decisão assustou e preocupou bastante, pois era uma atitude drástica da menina que nunca saiu do interior. A grande surpresa foi que ela estava decidida e em nenhum momento demonstrou fraquejar na decisão. Eles mudaram, ela concluiu a graduação em Serviço Social e demonstrou sim, ser capaz de tomar as rédeas de sua própria vida.

Voltando a falar sobre a princesa Liz... Lembro, quando fui ver Carol no aeroporto de Salvador, em setembro de 2019, ela passou uns dias em Cipó e já estava indo embora, a encontrei chorosa e quando a abracei, perguntei o motivo do choro, ela respondeu imediatamente: “Saudade do meu sobrinho!”, tinha conhecido seu primeiro e único sobrinho naquela viagem.

O encontro foi rápido, mas deu tempo dela me contar o quanto estava feliz e radiante por ser tia. Perguntei se ela estava com vontade de ser mãe também. A resposta foi: “Não! Agora, pretendo começar em um trabalho novo e organizar algumas coisas na minha vida, antes de pensar em filho.” Incentivei a seguir com esses planos e disse que o desejo materno iria surgir no momento certo.

Carol foi embora e alguns dias depois me chamou no whatsapp: “Prima! Lembra daquela nossa conversa no aeroporto? Então... Eu já estava grávida e não sabia.” Ela disse que a gravidez não foi planejada, mas que a criança já era muito amada e que, se Deus mandou, Ele garante. Eu custei acreditar, mas parabenizei e disse que o bebê seria muito bem-vindo. Não imaginávamos o que estava por vir.

Carol sempre foi uma garota meiga e doce, além de ter muita fé e confiança em Deus. Apesar de estar longe de toda a família, sua gravidez foi “tranquila” e ela preparou cada detalhe com muito carinho. Quando descobriu o sexo, a felicidade se completou, pois desejava mesmo uma menininha. Eu acompanhava e apoiava de longe, todos os preparativos para a chegada da Liz.

De repente, o sonho lindo pareceu se transformar em pesadelo e minha prima sofreu muito durante o trabalho de parto e o próprio parto. Depois de passar por momentos terríveis e sofrer durante três dias para dar à luz, ela teve que se submeter a uma cesariana de emergência.

A Liz passou do tempo de nascer, o que agravou muito o seu estado de saúde. Ela chegou ao mundo com bradicardia fetal, precisando urgente de manobras de reanimação, sendo encaminhada imediatamente para a UTI Neonatal. No decorrer do tempo, passou por oito cirurgias e parecia se agarrar com toda força à vida, contrariando todo e qualquer pensamento negativo. Foi uma luta tremenda pela vida da pequena.

A força que Carol demonstrava ter, me deixava completamente perplexa e ao mesmo tempo, orgulhosa. Ela sempre dizia: “É Deus quem me dá forças.” Aquela menina que parecia tão frágil, virou uma fortaleza e não desgrudou da filha, um só instante. Ela sofria, a gente sabia que ela estava sofrendo e sofríamos com ela, mas nunca ouvi uma só lamentação de sua boca.

Foram seis meses lutando pela vida da Liz, internações em Foz do Iguaçu-PR e em Curitiba-PR e ainda foi diagnosticada tardiamente com a Síndrome de Hipoperistalse Intestinal com Micro-cólon e Megacistis, sendo então, desenganada pelos médicos e resistiu, até onde deu. E como sofreu, essa criança!

Era um sofrimento sem fim. Queríamos tanto um milagre, mas Deus não quis e resolveu colher para si, o nosso anjinho. Hoje a nossa estrelinha brilha lá no céu e nós estamos aqui, doídos com a sua partida. A mamãe, o papai, os avós, os tios, estamos todos arrasados.

Eu não consigo aceitar com naturalidade, a morte de uma criança. Uma vida inteirinha pela frente, tantas oportunidades a serem vividas, um livro em branco pronto para ser escrito, uma história cheia de esperança, se perder assim. Não é fácil entender que Deus fez segundo a vontade dEle, que Ele sabe de todas as coisas e só Ele pode confortar essa dor que sufoca.

A cantora Eyshila compôs uma música intitulada “O Milagre Sou Eu”, também num momento de dor, quando perdeu seu filho. Essa música não sai da minha cabeça e eu choro só de lembrar os versos dessa canção. Tento me convencer de que, já que o milagre que desejamos tanto, que seria a cura da Liz, não aconteceu, o milagre então, é a Carol.

Hoje não somos capazes de compreender o porquê isso ocorreu, porque Carol teve que passar por tudo isso, mas alguma lição teremos que tirar de toda essa dor e sofrimento. Por ora, com as lágrimas rolando em meu rosto, tento repetir sem cessar, o trecho de uma música que diz: “Deus me deu, Deus tomou, Bendito seja o nome do Senhor!”

Esse texto é um desabafo para mim e uma singela homenagem à nossa eterna Liz e também à Carol – O milagre é você, prima! Eu aprendi tanto com vocês. “Que o tempo seja capaz de transformar a dor da perda em saudade serena e que acalme o coração, em vez de fazer sofrer.”

@marciamacedostos

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Etarismo

Você sabe o que é etarismo? Já ouviu essa palavra antes? Eu confesso que não tinha muita familiaridade com esse termo, até assistir o primeiro episódio do quadro “Isso Tem Nome” do Fantástico e me interessar em pesquisar mais sobre o assunto. Não é preciso muito para identificar o quanto essa palavra é comum e está presente no nosso dia a dia, mesmo sem ter o hábito de utilizar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada duas pessoas no mundo já demonstrou ações discriminatórias que prejudicam a saúde mental e física dos idosos.

O etarismo é um preconceito velado. (Reprodução internet)

O etarismo nada mais é do que o preconceito de idade. A discriminação também é chamada de “idadismo” ou “ageísmo”, é muito comum e surge quando a idade é utilizada para classificar e segmentar os indivíduos. Essa separação pode provocar danos, desvantagens e até injustiças. O etarismo e suas vertentes podem se apresentar de diversas formas, como em comportamentos preconceituosos, em ações discriminatórias e através de políticas e práticas institucionais que sustentam convicções estereotipadas.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), a discriminação por idade é um desafio global e leva a uma saúde pública mais precária, ao isolamento social e pode até causar mortes prematuras. Trata-se de uma capciosa calamidade na sociedade. A discriminação por idade influencia na saúde através de três processos: comportamental, fisiológico e psicológico, ou seja, impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas. Manifestações de preconceito com base na faixa etária são mencionadas em diferentes situações do nosso cotidiano.

No Brasil, etarismo é um tema novo, pouco conhecido e que ainda precisa ser muito debatido. Esse tipo de conduta da sociedade, que contesta a competência de uma pessoa por causa de sua idade, provoca a não aceitação, falta de respeito e ética, desprezo, agressões, humilhações, contribui para a baixa autoestima, sentimentos de desamparo e menos valia. É um estereótipo que atinge principalmente as mulheres e geralmente de forma cruel, exemplo: nas histórias infantis o homem velho é sempre um sábio senhor e a mulher velha é sempre a bruxa.

O termo etarismo foi usado pela primeira vez em 1969, pelo gerontologista, psiquiatra e autor americano Robert Neil Butler (1927 - 2010), para caracterizar a intolerância relacionada com a idade, contendo semelhanças com “racismo” e “sexismo”, direcionada aos mais velhos. Entretanto, em 1999, o gerontologista e professor americano Erdman Ballagh Palmore ampliou o conceito, que passou a ser executado com frequência, para nomear qualquer espécie de discriminação baseada na idade, abrangendo preconceito contra crianças, adolescentes, adultos ou idosos.

A Gerontologia é a ciência que estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social. A discriminação por causa da idade é mais intensa em sistemas onde a população convive fortemente com a desigualdade social. Uma maneira de combater o etarismo é evitar dizer frases preconceituosas e estereotipadas:

  •     Desculpa perguntar, mas quantos anos você tem?
  •    É uma “coroa” enxuta para a idade.
  •    Ela poderia ser mãe dele.
  •    Está querendo parecer mocinha / garotão.
  •    Está velha demais para isso ou aquilo.
  •    Não parece que você tem essa idade.
  •    Qual o segredo para estar tão conservada?
  •    Que bonita! Não entrega a idade.
  •    Sério que você tem essa idade?
  •    Solteira nessa idade? Vai ficar para titia.
  •    Você deve ter sido muito bonita quando jovem.
  •    Você não tem mais idade para fazer ou usar isso.
  •    Você parece mais jovem.

 Podemos provocar muito sofrimento por falta de conhecimento ou pela falta de interesse em aprender e se informar. São as pequenas atitudes e mudanças que fazem uma grande diferença.

@marciamacedostos

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Cartinha da mamãe

Meu filho lindo, você ainda não consegue entender, mas desejo registrar aqui, todo meu amor por você, sou grata à Deus, por você existir. Depois que você nasceu, meu mundo ficou completo, te amo tanto e essa é uma sensação maior do que é possível descrever, mais do que é possível sentir, que não se explica, que não se compreende. É um amor tão grande e tão profundo, que as vezes chega a doer, é possível quase tocar, é lindo, é puro, é perfeito, é para sempre, uma felicidade que mal dá para expressar.

Marta e Gustavo, um amor sem igual. (Arquivo pessoal)

Parece que num piscar de olhos, um ano se passou e com ele todas as transformações que você trouxe consigo. Em um instante você chegou e no outro já era a minha razão de viver, mudou para sempre a minha vida. Tem sido uma experiência incrível, te cuidar, ser o suporte e a direção, ser seu caminho e o rumo. Eu amo educar você!

Quando penso no dia em que soube que você estava a caminho e nas mudanças que aconteceram de lá para cá, quase não reconheço mais a pessoa que eu fui um dia. Sou abençoada e muito mais feliz, por causa de você. Ganhei um novo motivo para sorrir e uma nova razão para viver, vejo a vida com outros olhos.

Você chegou e virou o meu mundo pelo avesso. Muitas vezes, foi difícil e exigiu muito de mim, mas quando o cansaço bate e você me olha com esse olhar tão profundo e abre seu sorriso intenso, é como se eu recebesse uma injeção de energia. Neste seu primeiro ano de vida, eu aprendi e cresci junto contigo, vejo que tudo vale a pena e que sou capaz de tudo, porque você me dá a força que eu jamais pensei que teria.

Quando um filho nasce, a gente comemora e registra tudo, todos os dias: amamentação, choro, banho, soninho, troca de fraldas, vacina, passeios, visitas... Cada movimento é um flash, literalmente. Quando ele completa 1 mês de vida, são muitas novidades. Nossa, que emoção!

A partir do 2º mês, identificamos o primeiro olhar, o primeiro sorriso, o primeiro brinquedo, o primeiro dente, ele começa a balbuciar, a engatinhar e até dá os primeiros passinhos. São tantas primeiras vezes que todos os dias, em todos os meses há motivos para comemorar. Então, imagine o significado de 1 ano de vida!?! É como se todo amor, carinho, doação, dor, fome, sono, tempo, tudo fluísse e escorresse pelos olhos.

O fato é que, quando nasce um bebê, nasce também uma mãe. Na verdade, nós renascemos, porque apesar das dificuldades que vivemos nesse primeiro ano, pois não é tão fácil, criar, educar e cuidar de um bebê, com certeza, nada nesse mundo é tão recompensador, é tão incrível e nos faz tão bem. Essa é a maior prova e expressão da existência de Deus.

Nem sempre consigo entender o que você quer, nem sempre faço o “certo”, nem sempre sou a melhor mãe desse mundo, mas com certeza todos os dias, faço tudo que é possível para te fazer feliz. Um sorriso seu é capaz de espantar qualquer tristeza, é algo que só você sabe fazer, é algo inexplicável.

Nesse seu aniversário de um aninho, eu fico emocionada quando penso na vida que você ainda tem pela frente, todas as aventuras, as experiências, as conquistas e os sentimentos que irá viver e sentir. É muito gratificante ver você crescendo e testemunhar a sua evolução. São tantas descobertas, você tem um mundo inteiro para conquistar!

De todos os presentes que Deus já me deu, você é, sem dúvidas, o maior de todos eles. Prometo te dar amor, carinho e proteção, te guiar, ser seu abrigo seguro e sempre estar ao seu lado para segurar a sua mão nos momentos difíceis e para celebrar as suas vitórias. Farei tudo que estiver ao meu alcance para que a sua vida seja uma experiência maravilhosa, cheia de momentos alegres e felizes.

Hoje quero apenas agradecer a Deus por ter me proporcionado a incrível oportunidade de ter você, o presente mais lindo que existe. Que esse seja o primeiro de muitos anos felizes, repletos de amor, carinho, afeto, saúde, paz, sucesso, respeito e felicidade, que você só tenha motivos para comemorar. Que a sua vida seja incrível e lhe sorria sempre. Amo muito o bebê encantador que você é e te amarei por toda minha vida.

Estarei sempre aqui para te apoiar, te incentivar em todas as etapas de sua vida. Você trouxe luz e esperança para os meus dias. Que sua jornada seja linda e sua vida seja longa e feliz. Você é meu bem mais que precioso!

Te amo infinitamente, meu príncipe!

30/07/2021

Mãe - Marta

Filho - Gustavo

Autora - Márcia

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...