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terça-feira, 6 de abril de 2021

Minha liberdade

Se tem uma coisa que prezo muito na vida, é a minha liberdade. É libertador poder pensar e agir conforme a nossa própria vontade. Não é um processo fácil, muito menos rápido, chegar nessa fase, pois existem várias situações externas que podem podar a nossa personalidade. É preciso ter muita coragem para se libertar de todas as amarras e viver de acordo com aquilo que desejamos e é aí que fica valendo aquela máxima: É muito melhor SER do que TER. 

A liberdade é o oxigênio da alma. (Reprodução internet)

Depois de todas as minhas vivências, atualmente, não admito que ninguém venha tirar a minha liberdade. Não é da minha autonomia de ir e vir para qualquer lugar que estou falando e sim, da minha liberdade de ser quem eu sou. Eu aprecio demais, ser exatamente como sou. Não sou perfeita, longe disso, sigo acertando, errando e sempre aprendendo, cada vez mais sobre as delícias de ser eu. A minha vida é um conto de falhas e está tudo bem.

Sou chata, observadora, intuitiva, crítica e muito desconfiada, preciso ser livre para seguir os meus instintos, se der certo, muito bem e se der errado, tudo bem também, levanto e faço novamente. Se tentar me controlar, não vai funcionar. Vou agir, falar e querer de acordo com a minha consciência, somente ela pode me parar. Ahh!... Mas você não tem medo? Medo eu tenho de não tentar, de me reprimir, de desistir. Prefiro pecar pelo excesso do que pela falta.

Definitivamente, eu me dou a liberdade de ser quem sou, e não aquela que esperam que eu seja. Muitas vezes, já mudei algo em mim para agradar outras pessoas e confesso, na maioria delas acabei saindo machucada, não vale a pena, é perca de tempo e o tempo é precioso demais para ser desperdiçado assim. Estar em paz com nós mesmos é bem mais importante, pois somos as nossas únicas, verdadeiras e eternas companhias.

Aprendemos desde criança, que o mundo funciona de uma forma preestabelecida e nós precisamos agir de acordo, caso contrário, seremos condenados para o resto da vida. Por causa do medo, acabamos abaixando a cabeça e seguimos as regras que nos são determinadas, geralmente, sacrificamos a nossa felicidade e a nossa realização, somente para nos encaixar dentro dos padrões. Puro engano, ninguém consegue ser feliz moldando a própria vida de acordo com as opiniões alheias.

Precisamos priorizar as nossas próprias opiniões a respeito de nossas vidas diante dos palpites de pessoas que por mais que sejam próximas, não sabem o que de fato estamos sentindo. Ser feliz está relacionado com ter liberdade para fazer as próprias escolhas, seguindo um caminho que se encaixe na sua jornada. Para que a vida seja significativa, é preciso ter autenticidade e para isso é necessário superar os obstáculos e desafios.

O importante é nos refazer todas as vezes que nos olharmos no espelho e perceber a possibilidade de não nos reconhecermos mais. Esse é o ponto. É triste constatar que está desperdiçando grande parte do tempo e até da vida, apenas se conformando. Dentro de nós existem todas a ferramentas para mudar o rumo das coisas, o segredo é fazer uma avaliação sincera da vida, buscar o autoconhecimento e descobrir. Só depende de nós.

Dê a atenção e o amor que você merece e mude, se conheça, se transforme, se reinvente. Seja livre para ser quem você realmente é e trabalhe para se fazer feliz, ainda que isso incomode muita gente. Ninguém vai viver a sua vida no seu lugar, a responsabilidade de se cuidar e buscar o próprio sucesso é exclusivamente sua, portanto, seja fiel e leal a você em primeiro lugar, sempre mantenha a autoestima. É libertador! A vida é muito curta para não sermos nós mesmos.

@marciamacedostos

sábado, 19 de setembro de 2020

Quem sou Eu?

Me chamo Márcia Macedo dos Santos, nasci em São Paulo – SP, mas tenho origem nordestina, com muito orgulho, sou de família baiana. Sou graduada em Geografia e em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Em breve pretendo iniciar um curso de pós-graduação, desejo que foi adiado por conta do Estado de Pandemia.

Um dia muito importante na minha vida, a formatura de Jornalismo. (Arquivo pessoal)

Costumo dizer que fiz o caminho inverso na minha vida. Me casei muito nova, quando não tinha sequer concluído o ensino médio e com a sobrecarga e responsabilidade dessa decisão impensada, os estudos e a carreira profissional ficaram em segundo plano.

Com muito esforço, consegui concluir o ensino médio e acabei não dando continuidade aos estudos, na época. Se foi uma decisão acertada? Óbvio que não. Só estudando, conseguimos transpor e vencer as barreiras que surgem em nosso caminho, no decorrer da vida.

Eu acredito que a vida é feita de fases, como acontece em um jogo. Algumas fases são fáceis, outras nem tanto e outras são extremamente difíceis, temos que persistir até passar de fase. As dificuldades se mostram com intensidades diferentes para cada indivíduo e em cada ciclo da vida.

Com seis anos de casada, me tornei mãe e dois anos depois, o casamento acabou. Na verdade já havia acabado, bem antes da gravidez, mas a teimosia não me deixou enxergar. Vai saber, qual o propósito de tudo isso?

Foi a partir daí que eu decidi tomar as rédeas da minha vida. Comecei logo a trabalhar e já tive tantas profissões, que não é possível contar. Voltei a estudar, fiz primeiro a graduação em Geografia e depois, realizei o sonho de infância, cursei o Jornalismo.

Nesse meio tempo, fui uma mulher multitarefas, estagiei, trabalhei, fui mãe, dona de casa, pirei o cabeção várias vezes, mas não desisti. Eu tinha na mente, a ideia fixa de correr atrás do tempo perdido e fui. Se foi fácil? De jeito nenhum. Acredito que nada conquistado com facilidade, seja valorizado.

Não me considero uma mulher guerreira, porque essa palavra “guerreira”, me passa a ideia de algo perfeito demais, quase invencível, considero isso uma utopia, pois ninguém é forte o tempo todo. Muitas vezes errei, fraquejei, me decepcionei, quebrei a cara, ouvi vários “nãos” e muitas vezes, quis desistir de tudo.

Na verdade, eu sou uma vencedora, porque apesar de todas as batalhas, estou aqui, de pé, firme e sempre querendo ir além. Só cheguei até aqui, porque acredito em Deus e sei que Ele cuida de mim e me dá forças para continuar lutando.

Criei esse blog para me expressar, quem sabe poder encorajar pessoas e principalmente, trocar ideias. Não sou a dona da verdade e nem tenho essa pretensão, o que eu quero é fazer conexões e dividir experiências, sempre respeitando a todos. O respeito é a base de tudo.

“Não quero que você pense como eu. Só quero que pense.” Vamos pensar juntos?

Sejam bem vindos!

@marciamacedostos

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Sou canhota, e daí?

Você é destro ou canhoto? Os que são canhotos têm dificuldades? Eu sou canhota e por causa disso enfrentei alguns problemas sérios ao longo da vida e é sobre isso que quero falar. No meu primeiro ano de escola, já foi detectado que eu usava a mão esquerda para pegar no lápis e a partir daí foi organizada uma força tarefa entre a escola e os meus pais, para corrigir essa “falha”.

Canhoto, esquerdino, esquerdo, são alguns títulos dado ao indivíduo que usa mais os membros esquerdos do que os membros direitos para suas obrigações. Quem é canhoto precisa se habituar a uma realidade espelhada, que se desenvolve ao avesso e nos impõem um mundo totalmente invertido, o oposto daquele que o cérebro acredita ser o natural. Acredita-se, que superamos melhor os fatores irritantes. Será? Sei não, viu.

Precisamos nos adaptar ao mundo dos destros, mesmo que inconscientemente. (Reprodução internet)

Ser canhoto é consequência do desenvolvimento biológico do cérebro. Entre 10% e 13,5% dos humanos são canhotos, sendo mais homens que mulheres. Segundo pesquisadores, os canhotos possuem maior probabilidade de desenvolver doenças como epilepsia e esquizofrenia, porém são mais rápidos e lutam melhor que os destros, além de ter a criatividade mais aflorada. Muitos têm boas habilidades musicais e um ouvido musical absoluto.

13 de agosto é o Dia Mundial do Canhoto e tudo o que eu desejo é mais empatia conosco, porque não é nada fácil. Parece bobagem? Mas não é. Usar uma tesoura ou abridor de lata é um processo e o mouse do computador, é um desafio. Tocar violão, provavelmente só invertendo as cordas. As habilidades do lado esquerdo do corpo do canhoto, não se restringe às mãos, os pés e os olhos também são diferenciados.

Eu fui para escola com 03 anos de idade, claro que não lembro dessa época, só sei o que meus pais contam. Com o passar do tempo os problemas se intensificaram bastante e hoje tenho um histórico perturbador pelo fato de ser canhota. Na alfabetização a coisa ficou tensa, pois entraram numa onda de ter que corrigir o problema, ou seja, tentaram me forçar a escrever com a mão direita.

Dessa fase eu lembro bem, quando a professora insistia que eu usasse a mão direita para escrever. Gente, era quase uma tortura! Apesar de ter canhotos que conseguem usar a mão direita, eu conheço alguns e acho uma capacidade maravilhosa, eu não sei nem pegar corretamente na caneta e é impossível conseguir escrever qualquer coisa, mas a insistência era constante.

Além da sala de aula, em casa também, eu tinha que praticar, “me acostumar” como diziam, a usar a mão direita. Para todos, era apenas uma questão de costume, mas eu sabia que não era assim e sofria muito por não conseguir. Com o passar do tempo e nenhuma evolução, largaram de mão, mas sempre havia um ou outro comentário que me deixava muito triste.

A minha letra sempre foi muito feia, todos são unânimes em dizer isso e eu também acho. Na infância, me diziam que minhas letras só eram feias porque eu escrevia com a mão esquerda e que por isso, deveria me dedicar mais no intuito de me tornar destra. Aquilo me entristecia bastante, pois eu sabia que não podia mudar isso, já havia tentado muito, mesmo depois de saber escrever, continuei usando o caderno de caligrafia nessa tentativa.

Quando criança, sofri muito o “famoso” bullying, por parte dos colegas, naquela época, esses atos repetitivos de agressão e intimidação não eram conhecidos por essa palavra, mas o fato é que fizeram muita chacota por eu ser canhota. Me recordo de uma vez, quando uma prova foi aplicada por uma professora que não me conhecia e ela reclamou por eu estar torta na cadeira, já que o braço da mesma era do lado direito.

Aquela professora achou que eu estava tentando pescar da colega, expliquei as minhas razões e ela com dúvidas, me colocou no canto da sala, de cara para parede, provocando risos de toda turma. Aliás, até hoje, encontrar carteiras de canhoto na sala de aula é uma saga. Lembro de muitos sufocos que passei no ensino médio, na faculdade e até em provas de concursos públicos e do Enem. Gente! Isso é muito sério!

Muitas culturas tratam o canhoto como uma pessoa infeliz e maliciosa. Antigamente os canhotos eram vistos como pessoas amaldiçoadas, eram pessoas malvistas pela sociedade e o pior é que esse assunto é pouco estudado até hoje. Nas sociedades mais antigas e distintas, assim como na Idade Média era muito comum a perseguição e o preconceito social, cultural e religioso contra os canhotos.

Num passado bem recente, muitas crianças canhotas eram obrigadas a aprender a escrever com a mão direita. Em alguns lugares, o uso da mão esquerda foi condenado, durante muito tempo, os canhotos precisavam brigar contra a própria natureza, pois só era ensinado a escrever com a mão direita. Atualmente, o uso da mão esquerda é considerado como algo normal, mas é necessário um árduo processo de adaptação, pois o mundo é pensado para as pessoas destras.

@marciamacedostos

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Mulher de 30

Já falei aqui, que fiz o caminho inverso nas conquistas da minha vida, primeiro constituí família, depois decidi correr atrás de estudar e me estabelecer profissionalmente. Não é surpresa alguma, que eu já passei dos 30 anos de idade, mas engana-se quem pensa que eu me envergonho disso, ou que me sinto menos capaz por causa da idade. É fato que ultrapassar essa faixa me trouxe diversas inquietudes e é sobre isso que desejo falar. 

"Decifra-me, mas não me conclua..." Clarice Lispector (Arquivo pessoal)

Sou uma balzaquiana e é claro que ultrapassar os 30 anos, traz inúmeras mudanças na vida, que se não forem trabalhadas da forma correta, podem se transformar em inseguranças. É como diz uma música da Sandy: “Sou jovem pra ser velha e velha pra ser jovem”, e é isso mesmo, essa idade pode ser considerada como um divisor de águas na vida de qualquer pessoa, na vida de uma mulher então, provoca um tsunami.

Quando somos mais jovens, acreditamos ter a vida inteira pela frente e por isso nos permitimos viver muitas vezes de forma irresponsável, sem pensar nas consequências de nossos atos, ou então, agimos como se não houvesse amanhã. Depois dos 30 anos, parece que adquirimos mais consciência para ser responsável e temos pressa de atingir tudo aquilo que ainda não conseguimos alcançar.

Citando novamente aquela música da Sandy: “Tenho sonhos adolescentes, mas as costas doem”, é bem assim que me sinto desde que passei dos 30. Existem muitas coisas que desejo realizar e tenho pressa para isso, mas ao mesmo tempo, sinto uma sensação de medo de não conseguir alcançar os meus objetivos e muitas vezes tenho momentos nostálgicos, com saudade daquilo que não vivi. É muito louco isso, eu sei.

Na minha vida, quando estava na carreira dos 20 anos, tudo era muito simples de pensar e resolver. Atualmente, eu penso e reflito mil vezes antes de tomar uma decisão, pensando em todas as alternativas e possibilidades, para não errar. Não há mais tempo para se iludir com nada, nem com ninguém. Somos autênticas e já temos independência e personalidade formadas.

Depois dos 30, além de nos tornarmos mais responsáveis, deixamos de nos preocupar com o que as outras pessoas pensam sobre nós, apesar de quê, nem tudo são flores. Muitas vezes, a gente se pega insatisfeita com o corpo, ou com receio de parecer ridícula, entre outras situações, mas com certeza, somos mulheres fortes que não se abalam por pouca coisa, decididas e determinadas também.

A minha vida tá longe de ser perfeita, aliás, essa perfeição nem existe. Ainda tenho vários objetivos para alcançar, mas tenho muito orgulho da mulher que sou hoje. Passei por tantas coisas ruins, tantos problemas inesperados, mas estou viva e saudável, sigo firme e forte, sou muito grata a Deus por isso. Eu confesso que gosto muito mais da minha versão atual, do que da adolescente sonhadora e da jovem impressionada que fui um dia.

É isso mulheres, não se abalem por perceber que já não possuem mais, aquele “famoso” frescor da juventude. Saibam que, em lugar disso, somos pessoas reais e conscientes de todas as nossas qualidades, que não são poucas. Ser uma pessoa mais experiente e vivida tem lá as suas vantagens, ninguém pode enganar e muito menos subestimar ou menosprezar. Somos capazes de transpor qualquer barreira e não aceitamos menos do que merecemos. Cuidem-se!

@marciamacedostos

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Liz

Estou com meu coração destruído. Na sexta-feira, dia 09, acordei com uma notícia muito triste, perdemos a Liz, minha priminha, que nasceu com alguns problemas sérios de saúde, mas que lutou bravamente pela vida, durante seis meses. A ultrassonografia morfológica indicou que a pequena tinha alterações na bexiga e nos rins, nada que não se resolvesse com cirurgia. Acreditamos até o último momento que o milagre iria acontecer e cada etapa que ela vencia, era uma injeção de ânimo para todos nós.

Carol e Liz, amor que não se mede. (Arquivo pessoal)

A Liz é filha da minha prima Caroline, uma garota por quem tenho um carinho enorme e amo muito. Ela se casou em janeiro de 2016 e eu fui madrinha de seu casamento. Carol nasceu e se criou em Cipó - Bahia, logo depois do casamento, o casal decidiu mudar o rumo de suas vidas e se mudaram para Foz do Iguaçu - Paraná.

Essa decisão assustou e preocupou bastante, pois era uma atitude drástica da menina que nunca saiu do interior. A grande surpresa foi que ela estava decidida e em nenhum momento demonstrou fraquejar na decisão. Eles mudaram, ela concluiu a graduação em Serviço Social e demonstrou sim, ser capaz de tomar as rédeas de sua própria vida.

Voltando a falar sobre a princesa Liz... Lembro, quando fui ver Carol no aeroporto de Salvador, em setembro de 2019, ela passou uns dias em Cipó e já estava indo embora, a encontrei chorosa e quando a abracei, perguntei o motivo do choro, ela respondeu imediatamente: “Saudade do meu sobrinho!”, tinha conhecido seu primeiro e único sobrinho naquela viagem.

O encontro foi rápido, mas deu tempo dela me contar o quanto estava feliz e radiante por ser tia. Perguntei se ela estava com vontade de ser mãe também. A resposta foi: “Não! Agora, pretendo começar em um trabalho novo e organizar algumas coisas na minha vida, antes de pensar em filho.” Incentivei a seguir com esses planos e disse que o desejo materno iria surgir no momento certo.

Carol foi embora e alguns dias depois me chamou no whatsapp: “Prima! Lembra daquela nossa conversa no aeroporto? Então... Eu já estava grávida e não sabia.” Ela disse que a gravidez não foi planejada, mas que a criança já era muito amada e que, se Deus mandou, Ele garante. Eu custei acreditar, mas parabenizei e disse que o bebê seria muito bem-vindo. Não imaginávamos o que estava por vir.

Carol sempre foi uma garota meiga e doce, além de ter muita fé e confiança em Deus. Apesar de estar longe de toda a família, sua gravidez foi “tranquila” e ela preparou cada detalhe com muito carinho. Quando descobriu o sexo, a felicidade se completou, pois desejava mesmo uma menininha. Eu acompanhava e apoiava de longe, todos os preparativos para a chegada da Liz.

De repente, o sonho lindo pareceu se transformar em pesadelo e minha prima sofreu muito durante o trabalho de parto e o próprio parto. Depois de passar por momentos terríveis e sofrer durante três dias para dar à luz, ela teve que se submeter a uma cesariana de emergência.

A Liz passou do tempo de nascer, o que agravou muito o seu estado de saúde. Ela chegou ao mundo com bradicardia fetal, precisando urgente de manobras de reanimação, sendo encaminhada imediatamente para a UTI Neonatal. No decorrer do tempo, passou por oito cirurgias e parecia se agarrar com toda força à vida, contrariando todo e qualquer pensamento negativo. Foi uma luta tremenda pela vida da pequena.

A força que Carol demonstrava ter, me deixava completamente perplexa e ao mesmo tempo, orgulhosa. Ela sempre dizia: “É Deus quem me dá forças.” Aquela menina que parecia tão frágil, virou uma fortaleza e não desgrudou da filha, um só instante. Ela sofria, a gente sabia que ela estava sofrendo e sofríamos com ela, mas nunca ouvi uma só lamentação de sua boca.

Foram seis meses lutando pela vida da Liz, internações em Foz do Iguaçu-PR e em Curitiba-PR e ainda foi diagnosticada tardiamente com a Síndrome de Hipoperistalse Intestinal com Micro-cólon e Megacistis, sendo então, desenganada pelos médicos e resistiu, até onde deu. E como sofreu, essa criança!

Era um sofrimento sem fim. Queríamos tanto um milagre, mas Deus não quis e resolveu colher para si, o nosso anjinho. Hoje a nossa estrelinha brilha lá no céu e nós estamos aqui, doídos com a sua partida. A mamãe, o papai, os avós, os tios, estamos todos arrasados.

Eu não consigo aceitar com naturalidade, a morte de uma criança. Uma vida inteirinha pela frente, tantas oportunidades a serem vividas, um livro em branco pronto para ser escrito, uma história cheia de esperança, se perder assim. Não é fácil entender que Deus fez segundo a vontade dEle, que Ele sabe de todas as coisas e só Ele pode confortar essa dor que sufoca.

A cantora Eyshila compôs uma música intitulada “O Milagre Sou Eu”, também num momento de dor, quando perdeu seu filho. Essa música não sai da minha cabeça e eu choro só de lembrar os versos dessa canção. Tento me convencer de que, já que o milagre que desejamos tanto, que seria a cura da Liz, não aconteceu, o milagre então, é a Carol.

Hoje não somos capazes de compreender o porquê isso ocorreu, porque Carol teve que passar por tudo isso, mas alguma lição teremos que tirar de toda essa dor e sofrimento. Por ora, com as lágrimas rolando em meu rosto, tento repetir sem cessar, o trecho de uma música que diz: “Deus me deu, Deus tomou, Bendito seja o nome do Senhor!”

Esse texto é um desabafo para mim e uma singela homenagem à nossa eterna Liz e também à Carol – O milagre é você, prima! Eu aprendi tanto com vocês. “Que o tempo seja capaz de transformar a dor da perda em saudade serena e que acalme o coração, em vez de fazer sofrer.”

@marciamacedostos

sábado, 19 de setembro de 2020

Flor de Cacto

As flores de cactos são vistosas e fortes, simbolizam a perseverança e a firmeza. (Reprodução internet)

O Blog Flor de Cacto é um sonho antigo que está se tornando realidade. Eu sempre gostei de escrever, tive vários diários no decorrer da infância e da adolescência e sempre tirei boas notas em redação. A ideia do blog surgiu quando entrei na graduação de Comunicação Social e Jornalismo, alguns orientadores diziam que tínhamos que comunicar e nos expressar de alguma forma, porque quem não é visto, não é lembrado.

Aquilo sempre ficou na minha mente, mas eu confesso que procrastinei bastante, algumas vezes ensaiei começar e muitas vezes achei que era só um sonho sem importância. Mas prevaleceu o desejo de contar meus pensamentos, sentimentos e perspectivas, as experiências do dia a dia e os acontecimentos da vida real. Agora estou aqui, apostando e dando o melhor de mim, fazendo algo que sempre fiz nos bastidores da minha vida.

Eu não pretendo impor as minhas ideias e nem promover polêmicas, o meu desejo é proporcionar o diálogo, a troca de experiências, ter um contato próximo com pessoas que de alguma forma se identifiquem comigo. A ideia estava clara e faltava então, batizar o projeto e olha que não foi fácil, pois queria um nome que fosse impactante e que me representasse de alguma forma, ele teria que tocar fundo no meu coração.

Foi um processo lento, pesquisei bastante, fiz uma lista grande de todos os nomes que vinham na mente e eu gostava, mas nada batia forte, nem me fazia sentir sua força. Os dias foram passando e eis que de repente, eu estava pronunciando alguns nomes aleatórios e os nomes de algumas flores, para sentir a sonoridade e tal, daí surgiu “Flor de Cacto”. Admito, bateu diferente em mim.

Parei aí, a conexão foi imediata, eu queria um nome marcante e que me representasse de alguma maneira, a flor de cacto caiu como uma luva. Ela é inspiradora e notável, nasce em condições extremas, é vistosa e muito forte. Cactos são plantas adaptadas à vida em ambientes áridos, características comuns em boa parte do Nordeste Brasileiro, apresentam cores, formatos e tamanhos diferentes, além de estratégias de sobrevivência.

O filósofo grego Theophrastus, considerado o Pai da Botânica, encontrou uma planta cheia de espinhos e resolveu chamar de Kaktos, que faz parte da família Cactaceae. As estruturas vegetais dos cactos são modificadas, para poder armazenar água e também para evitar a perda de água por intermédio da transpiração, por causa disso, não possuem folhas e sim espinhos. Além de diminuir a superfície de evaporação, suas estruturas a protegem do ataque de predadores herbívoros.

Para que a flor de cacto possa florescer, precisa haver condições específicas, necessita de pouca água e de iluminação intensa. Ela é muito comum e combina com o meu Nordeste, uma região linda, quente, de pessoas fortes, batalhadoras e resistentes, que enfrentam qualquer desafio para sobreviver, como a seca e muitas disparidades socioeconômicas.

Eu não me considero uma mulher doce e meiga, sou firme, corajosa, determinada e balanço mas não caio, assim como a flor de cacto que além de bela, é forte, resistente e capaz de sobreviver em meio a muitos desafios. Por isso escolhi esse nome para o meu blog, acredito que represente muito bem, tanto à mim quanto a Região Nordeste. Espero que gostem, interajam e que possamos ter várias trocas positivas por aqui.

@marciamacedostos

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A tal da culpa

Você já fez, falou algo ou tomou alguma atitude que se arrependeu depois? E a tal da culpa, já sentiu? Eu me arrependo de muitas coisas na vida, acredito que isso acontece com todo mundo, é absolutamente normal, até porque ninguém é perfeito e somos todos passíveis de erros. O problema é quando esse tal arrependimento se transforma em culpa e quando dela não conseguimos nos livrar.

Segundo Lewis (1971), a culpa acontece quando nos julgamos negativamente ao acreditarmos que não conseguimos viver de acordo com os nossos próprios padrões ou os padrões impostos pela sociedade. A culpa tem a função adaptativa e é própria da natureza humana. Dizem que, a pessoa que sente culpa tem uma capacidade maior de ter empatia e conexão com o outro.

"Alguns infinitos são maiores que outros." (Reprodução internet)

Muitas vezes me pego questionando à mim mesma sobre diversas situações da minha vida, em que tomei atitudes que podem ter gerado consequências, nem sempre boas, mas que as decisões tiveram que ser tomadas por mim. Muitas dessas questões envolvem diretamente a família, principalmente meu filho. Quem é mãe sabe exatamente do que estou falando.

Desde a gestação que nós mães lidamos com um turbilhão de sentimentos e sensações, nem sempre agradáveis e felizes. Senti tanto medo nessa fase, que chegava sufocar as vezes. A minha gravidez foi muito desejada e planejada por mim, já pelo pai, sinceramente não sei dizer, até porque atitudes valem muito mais do que palavras, se é que você me entende.

Desde o começo da gravidez percebi que não seria um processo fácil, por vários motivos. No quesito saúde física foi tudo tranquilo, nada fora do comum, mas psicologicamente falando, foi muito tenso, afirmo que não tive um momento de paz durante os nove meses. Lembro-me de muitas vezes chorar em frente ao espelho, fazendo carinho na barriga e pedindo perdão ao meu filho, por estar passando para ele tanta tristeza e desgosto.

O casamento já estava fracassado e não havia interesse algum de salvá-lo, porém eu estava grávida e precisava lidar com isso. Não foi fácil, não sabia o que fazer, afinal uma mãe também estava para nascer e eu só conseguia me culpar por submeter meu filho àquela situação. Ouvi muito, que não poderia ficar daquele jeito, por causa do bebê que estava sendo formado dentro de mim, mas, cadê forças para vencer o tal sofrimento?

Meu filho nasceu no tempo certo, mas abaixo do peso, não consegui amamentá-lo e ele teve vários problemas de saúde na primeira infância. Novamente a culpa se fez presente em meu ser e muitas vezes me corroeu por dentro. Acho a culpa um dos piores sentimentos que existem e muitas vezes ela não vem sozinha, é acompanhada de mágoa, raiva, remorso, vergonha, sentimentos que maltratam, apesar de promoverem a evolução pessoal.

O casamento de fato acabou e segui sendo mãe solo, a minha família sempre esteve presente, mas eu sentia um peso muito grande de responsabilidade e isso me acompanha até hoje, assim como os vários sentimentos de culpa ao logo do caminho. Certa vez, quando meu filho era pequeno, ouvi uma frase que repito incansavelmente para mim, quando a culpa insiste em ficar: “Eu sou a melhor mãe que posso ser e se erro, com certeza, é tentando acertar”.

Meu filho está prestes a completar 15 anos, a vida dele já passou por várias fases, agora estamos na mais desafiadora de todas, a adolescência e eu sigo me desdobrando para lidar da melhor forma possível, errando, acertando, mas sempre aprendendo. No quesito maternidade, carrego vários desafios e sempre surgem questões para fazer me sentir culpada. Imagine nas outras áreas da vida!?! É um processo, mas, a culpa só não pode me paralisar.

Entender que é difícil ter capacidade para enxergar e sair do ciclo vicioso da culpa, é o primeiro passo. A partir daí, é necessário vislumbrar novas saídas para os problemas, que muitas vezes parecem impossíveis, mas sempre existem. A ajuda profissional de um psicólogo é interessante, para orientar no processo de reflexão e como você pode se comportar diante dos problemas. Trabalhando a aceitação, conseguimos nos perdoar e lidar melhor com a culpa, sem a autoagressão. Seguimos tentando!

@marciamacedostos

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as consequências da vida adulta. Mas o blog é o meu xodó e bateu uma vontade de aparecer, e aqui estou eu. Hoje é meu aniversário e sabe aquela sensação de que você não se encaixa em nenhum grupo social? Pois é exatamente o que estou sentido. Sou jovem pra ser velha e velha pra ser jovem, já falei sobre isso aqui, só que agora com alguns aninhos a mais.

"Tenho medos bobos e coragens absurdas." (Arquivo pessoal)

A sociedade impõe expectativas e padrões que valorizam a juventude. O etarismo tenta massacrar a nossa existência, como se não tivéssemos o direito a continuar viva, ser feliz e realizada. Sinceramente, eu gosto da mulher que me tornei, tenho orgulho de mim. Sei que estou “amadurecendo”, mas o contrário disso seria?... Importante é ter saúde física e mental. Os efeitos do tempo são reais, mas as experiências acumuladas e a vontade de viver o desconhecido e ser surpreendida por ele seguem intactas.

Grupo social é um conjunto de pessoas que se relacionam de forma estável, com objetivos e interesses em comum. O meu sentimento é que, quando estou num grupo de pessoas mais jovens, os assuntos não batem, eles são mais eufóricos e imediatistas; já quando as pessoas têm mais idade que eu, tenho receio de não atingir a profundidade necessária em qualquer assunto abordado. São apenas sensações! Bom mesmo é quando a gente se sente pertencente, falando a mesma língua que os demais.

Faço terapia há alguns anos e isso me fez olhar com mais carinho para mim, melhorar a autoestima e trabalhar as inseguranças. Quando olho para a Márcia do passado e lembro-me das inquietudes que tinha, sinto vontade de abraçá-la e garantir que vai fica tudo bem e de fato, está tudo bem. Uma lição que ainda estou aprendendo é lidar com a culpa. Trata-se de um sentimento intruso que quando menos espero se faz presente e tenta a todo custo me tirar a paz, porém não é saudável permitir.

Tenho amor próprio, saúde, paz, uma família abençoada, boas amizades e o mais importante, Deus no controle de tudo. O que mais posso querer? Ahh! Bastante coisa! Que com , coragem e força de vontade ainda irei conquistar. Na vida a gente precisa aprender a superar as fases complicadas, vencer as angústias cotidianas, tratar a ansiedade e ressignificar decepções e frustrações. Não é fácil transformar isso tudo em aprendizado, mas praticar o autocuidado é absolutamente necessário.

A vida está em constante renovação, ela é cíclica e tudo sempre faz sentido, se não agora, um dia irá fazer. Nada é mais importante do que ter a liberdade de ser quem sou, sei das minhas qualidades e dos meus defeitos, e sigo buscando evoluir sem perder a minha essência. O tempo é o nosso bem mais precioso, ele é o senhor da razão e Deus é o Senhor do destino, enquanto há vida, temos tempo para recalcular a rota e sem medo escrever uma nova história nas páginas que ainda estão em branco.

Que o meu novo ciclo seja leve e intenso ao mesmo tempo! Encontro você nas páginas da vida.

@marciamacedostos

terça-feira, 29 de junho de 2021

Ser cringe

Atualmente, o termo “cringe” ganhou uma grande repercussão. A palavra se tornou meme na internet, sendo utilizada para expressar ideias e pontos de vista diferentes, sobre vários assuntos. Seu uso é frequente nos debates entre as gerações Z (Gen Z) e Y também conhecida como Millennials, como justificativa para definir atitudes, comportamentos, costumes e estilos. Nas redes sociais, cringe está relacionado com algo classificado como incômodo e desconfortável, virou uma questão que divide as gerações, aquecendo a discussão entre os usuários, que não param de opinar.

"Nós somos o que repetidamente fazemos. A excelência não é um ato, mas um hábito." (Reprodução internet)

Geração Z é a denominação dada para as pessoas nascidas entre os anos de 1995 e 2010, já os Millennials são aqueles que nasceram entre os anos de 1980 e 1995, são considerados tios e ultrapassados. Cringe é um verbo da língua inglesa, que viralizou como adjetivo e gíria, utilizado pelo pessoal da Geração Z para demonstrar o que pensam dos Millennials. Traduzido para o português, a palavra significa “vergonhoso(a)”. Segundo os adeptos dessa espécie de movimento, cringe é mais que um adjetivo, trata-se de um sentimento, quase que um estado de espírito.

Basicamente, é a tal da vergonha alheia, uma situação estranha qualquer de outra pessoa e que você sente vergonha por ela. A Geração Z nasceu e cresceu com a internet, são os nativos digitais, acham que sabem de tudo e causam um verdadeiro choque nas gerações. Somos cringe, mas, pelo menos a gente é livre. Está tudo bem você partir o cabelo de lado, usar calça skinny e sapatilha de bico redondo ou abusar dos emojis. Pensando em todas as especificidades sobre ser ou não ser, descobri que eu sou ultra, master cringe e não é só por causa da idade.

Fato é que, tudo isso vai além de uma simples crise existencial, somos seres humanos, todo mundo é diferente entre si e cada um carrega a beleza de ser quem é. Mesmo que rotulem nossos comportamentos e gostos, não devemos nos sentir mal por causa disso. Sou cringe, porque além de ter nascido na década de 80, amo café, posto fotos com hashtags e falo boleto ao invés de conta. Aí ferrou, eu sou mesmo! Meu filho tem a mania de me dizer em várias situações: “Parece que você nasceu no século passado.” Nossa! É bem irritante, mas é verdade.

O que podemos esperar da Geração Alpha? As crianças nascidas a partir de 2010, são a nova geração, elas já nasceram conectadas, vivem cercadas pela tecnologia e estão desenvolvendo uma nova visão de mundo. Com o passar do tempo, ocorreram mudanças nas formas de comunicar, se relacionar e até de trabalhar, mudou também a maneira de encarar a realidade, é necessário evoluir. A palavra “geração” é atribuída a um grupo de pessoas nascidas em uma época específica, que compartilham características em comum e cresceram no mesmo contexto social, cultural e econômico.

Dizer o que pensa através dos emojis, é cringe. (Reprodução internet)

Antigamente as gerações duravam mais tempo, cerca de 25 anos, elas foram segmentadas com base em acontecimentos históricos significativos. Com o avanço tecnológico, as mudanças e transformações passaram a acontecer de forma mais acelerada e atualmente, a duração de cada geração é menor. Toda geração possui particularidades específicas e importantes, que contribuem para a evolução da raça humana. É tão bom ouvir as experiências de vida dos nossos avós, eu viajo nas histórias do passado que eles contam. Conheça algumas características das últimas gerações:

Geração X (1960 - 1980) – São as pessoas nascidas após o fim da Segunda Guerra Mundial, o questionamento sobre costumes e valores marcou esse período. Foi quando surgiram os primeiros computadores e no Brasil ocorreram as Diretas Já e o fim da Ditadura. Naquela época, os indivíduos se preocupavam em fazer carreira, ter maturidade, lutar por seus direitos e conquistar a individualidade sem abrir mão da convivência em grupo.

Geração Y (1980 - 1995) – São os Millennials, filhos da Geração X e conheceram o mundo já globalizado, acompanharam de perto o desenvolvimento da tecnologia e a popularização da internet, nos anos 1990. Eles cresceram em um período de grande prosperidade econômica, com acesso a computador, videogame e TV a cabo. Suas principais características são: otimismo, imediatismo, interesse pelas novas tecnologias, desenvolver várias atividades ao mesmo tempo, procura por propósito e flexibilidade no trabalho, preocupação com causas sociais e com o meio ambiente.

Geração Z (1995 - 2010) – Estão bem adaptados com as tecnologias móveis e não conhecem o mundo sem a presença de celulares e computadores. Em se tratando de carreira profissional, essa geração não admite exercer um mesmo ofício a vida inteira. Suas principais características são: criatividade, ansiedade intensa, responsabilidade social, são revolucionários, colaborativos, desapegados e conectados.

Geração Alpha (a partir de 2010) – A maioria, filhos da Geração Millennial, que pertencem a um mundo totalmente tecnológico e conectado, não separam a vida real do digital, se dedicam a aprender e experimentar o mundo à sua volta. Valorizam mais as experiências do que os objetos e bens materiais, são crianças atentas e observadoras, que inventam e interagem sempre. É considerada a geração mais inteligente de todas, por serem mais livres, versáteis, questionadores e hiperconectados. Como nem tudo são flores, têm capacidades como concentração e paciência, prejudicadas. Mas, a Geração Alpha promete trazer transformações profundas para a sociedade.

@marciamacedostos

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Ser titia

Confesso que ando inundada e tomada por um amor inexplicável, profundo e de uma força surreal. Me tornei titia pela segunda vez. Em 30 de julho de 2020, nasceu o Gustavo, é isso mesmo, no meio de toda essa loucura que a Pandemia do novo Coronavírus está provocando, tive esse potente e sublime sentimento de esperança.

"O que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade." (Arquivo pessoal)

Uma nova vida é capaz de transformar qualquer coisa e dar um novo sentido para a nossa vida tão cheia de dissabores. Já sou tia do Bryan, que nasceu em 31 de janeiro de 2018, ou seja, “meu mundo é blue”, sou rodeadas de meninos. A emoção que senti, primeiro com a notícia de que seria titia e depois com a chegada do Bryan, meu primeiro sobrinho, foi imensurável.

Tenho dois irmãos e eu sou a mais velha dos três, por muito tempo nutri uma imensa vontade de ser tia, mas meus irmãos não pareciam muito interessados nessa ideia. Sou mãe de um garoto de 14 anos e a maternidade tem me trazido diversas experiências, conto essa história em outra ocasião. Talvez, por causa disso eu desejasse tanto ter sobrinhos, acredito que ser tia é uma espécie de extensão do porto seguro encabeçado pelos pais.

O fato é que, muitos sobrinhos emprestados já passaram pela minha vida, mas aqueles de sangue fazem total diferença. O Bryan é filho de meu irmão Emerson e o Gustavo é filho de minha irmã Marta, ambos tornam a minha vida mais leve e alegre, é bom ver a inocência das crianças, ter esperança de um futuro melhor e poder acompanhar o desenvolvimento e as descobertas deles, me traz um sentimento de amor infinito.

"Guie uma criança pelo caminho que ela deve seguir e guie-se por ela de vez em quando." (Arquivo pessoal)

Um sobrinho é o melhor presente que um irmão pode nos dar e acaba nos transformando em uma espécie de heroína, pois me sinto capaz de sentir e transmitir muito amor e cumplicidade. Dizem que, entre tios e sobrinhos se estabelece conexão e sintonia muito especiais. O amor se soma à responsabilidade de ajudar aos pais na educação e orientação de um novo ser.

Depois da maternidade, meus sobrinhos transformaram a minha vida, deram mais sentido para ela, eles não são meus filhos, mas são uma parte de mim. O vínculo que existe é tão forte que posso afirmar, o amor que sinto por eles é um sentimento bem próximo do amor que sinto pelo meu filho. A diferença é que ser mãe traz um peso de responsabilidade e ser tia deixa a gente mais leve e boba, exatamente como me sinto.

Somente os tios podem abraçar os sobrinhos como pais, guardar segredos como irmãos e compartilhar alegrias como amigos, é um amor incondicional que ultrapassa fronteiras. Um bom tio, se transforma em uma doce e maravilhosa referência, ele será sempre um porto seguro na hora das lágrimas e um instrutor fiel para a vida. Essa boa relação gera multiplicidade de emoções e sentimentos.

Desejo ser para meus sobrinhos, uma mentora, poder ajudá-los a ter outros pontos de vista perante situações diferentes e ser alguém com quem eles poderão contar e compartilhar as brincadeiras, as inquietudes, os pensamentos e os sentimentos, tudo com total liberdade. Quero ser para eles, um modelo de cumplicidade, confidencialidade e de proximidade.

Estarei sempre disposta a aconselhá-los e orientá-los nos momentos complicados de suas vidas. O que recebo em troca? Bryan e Gustavo, ainda tão pequenos, me dão a possibilidade de me inspirar neles e me provocam grandes motivações. Agradeço a Deus pelas bênçãos maravilhosas, que são os meus sobrinhos e prometo ser a melhor tia desse mundo para eles.

@marciamacedostos

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Sonhar e realizar

O blog Flor de Cacto está fazendo aniversário e eu só quero celebrar, pois a comemoração é em dose dupla. No dia 19 de setembro, completamos um ano de existência. Estou muito feliz por ver esse sonho materializado, já tem sua forma própria, volume e muita propriedade. Já falei aqui, que se trata de um objetivo antigo, um projeto que protelei bastante para começar e quando surgiu a Pandemia da Covid-19, ele se tornou, além de um desejo pessoal, uma válvula de escape para que eu pudesse manter meu controle emocional e a saúde mental, um ponto de equilíbrio.

Gratidão por esse 1º ano de vida. (Arquivo pessoal)

Organizei minhas ideias, fiz todo o planejamento, preparei alguns conteúdos para começar a comunicar com total tranquilidade e lancei no dia do meu aniversário, no ano de 2020, com publicações semanais, rigorosamente. Sempre gostei da arte de escrever, sou uma apaixonada pelas palavras, papel e caneta são meus companheiros da vida toda. É isso mesmo, apesar de aderir o uso da tecnologia que é tão essencial para vida moderna, nunca deixei de escrever da forma tradicional, e quer saber?... Não abro mão disso.

Gosto de colocar no papel tudo o que sinto, as minhas expectativas e propósitos, tenho várias agendas e diários, completamente preenchidos e que guardo com muito carinho. Foi por isso que nasceu o blog, para tornar público àquilo que amo fazer e faço com bastante afinco. Talvez pareça uma bobagem para você, mas para mim, o blog Flor de Cacto é muito importante, produzo os conteúdos com muito cuidado e responsabilidade, ele é a menina dos meus olhos. Tento transmitir aqui os meus pensamentos, sentimentos e perspectivas, dúvidas, anseios e incertezas.

A conexão com o nome Flor de Cacto foi imediata, não só porque amo os cactos, mas pelo fato de me identificar muito com eles que são fortes, resistentes, capazes de sobreviver em meio a muitos desafios, além disso, simboliza firmeza e perseverança, acho que tem tudo a ver comigo. Com as experiências e a realidade da minha vida, eu procuro tocar as pessoas e promover uma troca positiva, principalmente com quem se identifica comigo. O blog está impactando pessoas, tenho recebido muitas mensagens interessantes e isso tem um valor imensurável para mim.

Se os meus textos auxiliarem de alguma forma, pelo menos uma pessoa a pensar, refletir, sonhar, não desistir e realizar, apesar de todas as adversidades da vida, já valeu a pena, o intuito é compartilhar vivências. Pessoas influenciam pessoas! Não significa que para mim, isso é fácil, que eu seja um indivíduo realizado e sem decepções, pelo contrário, sigo no processo de autoconhecimento, com vários questionamentos sem respostas, lutando contra a ansiedade, a frustração e a angústia, para manter a autoestima e não perder a esperança. Faço terapia para não pirar.

Sonhar e estabelecer os objetivos são o combustível necessário para despertarmos com disposição e realizarmos proezas inacreditáveis. O sonho é uma projeção genuína do seu íntimo. Jamais desista dos seus sonhos, mesmo que os pensamentos alheios insistam em tentar te desanimar. Persista e persevere em busca das suas metas, pois a recompensa virá e toda sua dedicação valerá a pena. O blog Flor de Cacto é só um dos meus sonhos, tenho muitos realizados e outros em andamento, alguns estão logo ali e outros seguem em processamento. O importante é não desistir, se não conseguir sozinho pede ajuda, vai à luta, o sucesso é consequência. Vida longa para nós!

@marciamacedostos

terça-feira, 31 de agosto de 2021

Mãe de menino

Quando decidi ser mãe não imaginava os desafios que teria que enfrentar no decorrer da vida. O desafio maior é criar sozinha, sem o apoio do genitor. Quando adolescente, sem imaginar o peso da responsabilidade, eu dizia que queria ter um casal de filhos. Doce inocência! Assim que nasceu o primeiro, já desisti até de pensar na possibilidade de ter o segundo. Nada contra quem tem ou deseja ter mais de um filho, eu que enxerguei uma realidade bem mais complexa e não quis pagar para ver a multiplicação materializada.

Sou mãe de menino, um adolescente de 15 anos e confesso que essa é a missão mais difícil da minha vida, porque mesmo dando o máximo de mim, sempre existe a cobrança de que poderia ter feito mais. Dizem que, ser mãe de menina é mais fácil, pois é possível ver nela uma nova especificidade da sua personalidade, a cada dia que passar, ela ficará mais parecida com você. A conexão com essa filha pode ser tão forte e íntima que serão capazes de se reconhecerem apenas com o olhar e vocês serão cúmplices para o resto da vida.

"Olha o que eu fiz. Parabéns pra mim!" (Arquivo pessoal)

Mas essa não é a minha praia, aqui em casa reina um menino. Dizem que ser mãe de menino é ter um eterno companheiro, além de ser mais prático, pois não precisa de muitos detalhes para arrumar. Passadas as questões infantis, que sequer parecem com as complicações que surgem na adolescência, são infinitamente superiores. Eis que surgem obstáculos maiores na vida de uma mãe de adolescente menino. Acho bem difícil ensinar um menino a não ser machista nessa sociedade patriarcal, exaltando a igualdade de gênero.

Ser mãe de menino tem muitas peculiaridades, é uma grande aventura. Geralmente, os meninos têm muita força física e precisam de bastante afeto para ter um desenvolvimento seguro. Eles são práticos na hora de escolher o look, mas frequentemente, são desconfiados e reservados, necessitam de atenção e paciência. Segundo Freud; “Os meninos aprendem a amar as mulheres através da mãe”. Consequentemente, a mãe é o primeiro amor de um filho homem, mas sobre isso, só o próprio Freud pode explicar.

Fato é que, precisamos ensinar os meninos a serem homens respeitadores e responsáveis, para que sejam pessoas saudáveis nessa sociedade tão doente. E o que falar das perguntas capciosas que os filhos costumam fazer? É cada pergunta cabeluda! Eu aprendi que nunca devemos deixa-los sem respostas, mas não precisa ir muito além, de acordo com a pergunta que foi feita e muito menos, ultrapassar os limites do assunto de acordo com a idade, precisa ter muito jogo de cintura para responder.

Ser mãe muda tudo... Para melhor, apesar dos apesares. (Reprodução internet)

O tanto que meu filho come me deixa impressionada, está na fase de crescimento, o incrível é que tudo nele acontece em excesso; come muito, dorme demais e consegue ficar muito tempo acordado... Mas o que me deixa quase louca é o drama, as alterações de sentimentos e as mudanças de humor. As pessoas sempre me falavam: Aproveita bastante porque chegará o momento em que ele vai preferir ficar mais distante de você, ele terá vergonha de você na escola, com os amigos e quando estiver com as garotas. Simplesmente ignorei essas falas. E não é que esse momento chegou?

Estamos enfrentando a tal da adolescência, a fase das descobertas, e está tudo bem, dou umas piradas de vez em quando, mas fica tudo bem. Nessa etapa, ele precisa ter cuidado com a própria higiene e fazer a arrumação das próprias coisas, ocasionalmente, é importante ficar sozinho para isso. Meu filho não é mais criança e ainda não é adulto, está fazendo a transição da infância para a vida adulta, está na puberdade, tem seus dilemas e problemas, e tem seu próprio tempo para percorrer esse caminho.

Se as mães de menino são fortes e se fazem respeitar, seguramente conseguem ensinar seus filhos a respeitarem as mulheres no decorrer da vida. Todo mundo erra e é normal surgirem arrependimentos, mas não esqueça, você fez o melhor que poderia ter feito na ocasião, não se cobre tanto. A maior missão de uma mãe de menino é educar um bom homem. Homens que tratam bem as mulheres, as crianças, os idosos, que sejam amáveis, carinhosos e gentis. Com certeza essa é uma grande responsabilidade para as mães de menino, vale a pena tentar.

@marciamacedostos

terça-feira, 4 de maio de 2021

Ser mãe

Dias das Mães chegando e eu aqui refletindo sobre o simbolismo e significado que envolvem essa data. Sou mãe de um adolescente de 15 anos e crio meu filho, praticamente sozinha, com o apoio incondicional dos meus pais, desde sempre. Não concordo com o ato de romantizar a maternidade, acho que é a tarefa mais difícil que existe. Criar, cuidar, educar, ensinar, orientar um ser em formação, não é fácil e quando a outra peça, fundamental nesse processo, não cumpre o seu papel, nem a sua responsabilidade, tudo fica mais complicado.

Esse é o fruto do meu ventre. "Ser mãe é um sentimento que atravessa o corpo e marca a alma." (Arquivo pessoal)

Calma! Não sou uma mãe insensível, não tenho uma pedra no lugar do coração. Só não concordo com a imagem que fazem de nós, um ser sublime, que é resistente e suporta tudo por amor aos filhos. Não, não é assim. Pelo menos, eu não sinto dessa forma. A gente ama sim, incondicionalmente, mas é um sentimento carregado de culpa e responsabilidade, isso cansa, ficamos esgotadas e muitas vezes precisamos de colo e cuidado, não conseguimos ser fortes o tempo todo, geralmente, o peso das obrigações insiste em nos puxar para baixo. E haja coragem e determinação para se manter de pé.

Dia da Mães é todo dia, mas claro que é importante ter uma data especialmente dedicada à nós, apesar que, trata-se de um evento comercial, voltado à comercialização de produtos e obtenção de lucros. No Brasil, o Dia das Mães é a segunda data comemorativa mais importante para o comércio, só perde para o Natal. Segundo historiadores, a primeira comemoração dessa data em nosso país, ocorreu na cidade de Porto Alegre - RS, no dia 12 de maio de 1918, promovida pela Associação Cristã dos Moços do Rio Grande do Sul.

O Dia das Mães foi originado como uma homenagem à vida da ativista Ann Reeves Jarvis (1832), que faleceu em 09 de maio de 1905 e deixou a sua filha Anna Jarvis (1854 - 1948) muito abalada. Alguns anos depois, Anna decidiu criar uma data comemorativa para homenagear a sua mãe e com isso, foi organizado um memorial honrando a ativista, em maio de 1908. A data se tornou o primeiro Dia das Mães da história. Com a oficialização e popularização do evento, Anna se arrependeu por ter criado e criticou a forma como ele foi comercializado.

No Brasil, o Dia das Mães foi oficializado em 05 de maio de 1932, através do Decreto nº 21.366, do presidente Getúlio Vargas (1882 – 1954). Ele estabeleceu, por meio desse documento, que o segundo domingo do mês de maio seria um momento para comemorar os sentimentos e as virtudes do amor maternal e a conquista dessa data foi influenciada pelo movimento feminista brasileiro. Em 1932 também foi decretado o Sufrágio Universal Feminino, um movimento social, político e econômico de reforma, com o objetivo de estender o direito de voto às mulheres.

Voltando para a atualidade, me sinto feliz e realizada por ser mãe, tenho um único filho que vale por dez em todos os sentidos possíveis. Ele é um bom menino e acredito que tenho uma parcela considerável na formação da personalidade e do caráter dele. Gente! Nada foi e nem é simples na nossa convivência, mas acredito que seguimos nos ajustando, sendo cúmplices e parceiros na vida. Mesmo tendo vários momentos de aborrecimento na nossa relação de mãe e filho, e que aumentam com o passar do tempo, não consigo sequer imaginar, como seria a minha vida sem ele.

Quem cuida também precisa de cuidados e dentro de cada mãe, existe uma mulher que possui várias outras expectativas. A gente precisa normalizar o fato de que não somos perfeitas e não vamos acertar sempre. E mesmo assim, está tudo bem. Eu trabalho muito isso dentro de mim, procuro não me cobrar tanto, mesmo em meio a uma sociedade que só sabe julgar. Existem dualidades em ser mãe, é uma profunda e inexplicável alegria, que convive intensamente, com um esgotamento sem fim e assim vamos vivendo. Somos imperfeitas, porém maravilhosas. Feliz vida, mãe!

@marciamacedostos

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Angústia

Você aí, sabe identificar quando está se sentindo angustiado? Sabe aquela sensação ruim, que te deixa psicologicamente abalado? Trata-se de uma sensação de sufocamento, que deixa evidente a nossa insegurança, toda dor, ressentimento e falta de humor. Pois é, isso é angústia. Quando ela se apresenta em níveis mais elevados, pode até ser considerada uma doença, capaz de provocar sérios problemas.

Quando a angústia é grande, até respirar fica insuportável. (Reprodução internet)

A angústia pode se apresentar como uma emoção que antecede um momento, um fato ou uma situação. Também pode se desencadear por meio de traumas que afligem a individualidade e a personalidade de um indivíduo, podendo provocar até ansiedade e paranoia. Essa inquietação atribui importância significativa para perigos reais e imaginários.

Eis aí as definições técnicas para tal sentimento, mas o fato é que diariamente passamos por situações angustiantes, que realmente podem nos deixar sufocados e a sensação de mal-estar é real e oficial. Comigo, isso tem acontecido com uma certa frequência, principalmente durante a Pandemia, quando estou ficando mais tempo em casa, com um filho adolescente fora da escola e sem a prática de suas atividades habituais.

São tantas preocupações, como crise econômica e sanitária, violência, problemas com a educação, tragédias ambientais, falta de respeito e empatia por parte de algumas “muitas” pessoas... Nossa! É muita coisa ruim acontecendo e isso me deixa angustiada, quando fico pensando tanto e focando nos problemas. Nestes momentos precisamos cuidar do lado emocional.

É importante ter e potencializar as coisas boas da vida. O fato de você estar vivo, com saúde, sua família está bem, tem um teto para se abrigar, comida na mesa, já são motivos suficientes para agradecer a Deus e correr atrás da realização dos seus sonhos, daqueles desejos que ainda, você não conseguiu concretizar. Mas, a dificuldade em superar uma angústia é real e precisa de atenção.

Pensa comigo!?! A gente acorda, abre os olhos e vê o brilho do sol entrando pela janela, mesmo que a chuva esteja caindo, sabemos que o astro rei está lá todinho para nos iluminar e sem cobrar nada em troca. Poder puxar o ar e constatar que estamos respirando, ou seja, há vida em nós, isso por si só, é uma dádiva. Então, só agradece e vai em frente. Esse é o lema.

Ei! Você pode até não estar com todos esses itens que citei, ou outros tantos, verificados, pode estar desempregado, enfrentando problemas de saúde e/ou familiares, foi traído, enfim, são tantas questões possíveis, as angústias da vida não são fáceis de encarar. Mas, o que eu posso dizer é: não perca a esperança de que o sol nasce para todos e de que dias melhores virão.

Engana-se, quem pensa que estou falando isso para “me amostrar” (como se diz aqui na Bahia) ou que a minha vida é um mar de rosas. Pense nuns perrengues bem complicados, uns abacaxis bem espinhosos, pois é, enfrento muitos deles e com frequência. Algumas pessoas podem até achar que é hipocrisia minha, pois eu sou bem transparente e quando estou com um problema, todos percebem facilmente e olha que as vezes, isso me prejudica bastante.

Mas, essas lições que citei acima, são exatamente, os exercícios diários que sigo tentando colocar em prática, não é fácil, mas a gente chega lá. Uma outra questão importante, é a gente buscar melhorar como ser humano. Sempre há algo em nós que precisa de aperfeiçoamento e evolução, só precisamos descobrir e desconstruir, para encontrar uma nova versão, a melhor versão de nós mesmos. Tenha fé, é importante e acredite que é possível. Eu sigo no processo.

@marciamacedostos

terça-feira, 18 de maio de 2021

Autoestima

Manter a autoestima elevada em tempos de tantos modelos padronizados de beleza, é complicado. A beleza é relativa e está nos olhos de quem vê. Será? A autoestima compreende a avaliação subjetiva que o indivíduo faz de si mesmo, podendo ser profundamente positivo ou negativo em algum grau. Somos bombardeados o tempo todo, por tratamentos milagrosos, produtos e até intervenções cirúrgicas que nos prometem a perfeição. Toda essa pressão acaba nos deixando insatisfeitos com o nosso próprio corpo e buscando sempre atingir um nível maior de satisfação.

"Eu não sou o que aconteceu comigo, sou o que eu escolhi me tornar." (Reprodução internet)

Vivemos numa eterna busca para atingir uma boa medida de autoestima, autoconfiança e autoconhecimento, isso inevitavelmente, acaba interferindo rigorosamente na forma como vamos agir, pensar e nos comportar diariamente. O fato é que, a autoestima é uma característica essencial para a manutenção do bem-estar emocional. Ela é formada através das experiências pessoais, de comportamentos, crenças, da autoimagem e da imagem que as outras pessoas têm sobre nós. Segundo especialistas, a autoestima está diretamente relacionada ao desenvolvimento do ego.

A autoestima é estabelecida com base nas experiências do passado, na influência e nos comportamentos da atualidade, que sentencia como será o futuro. Trata-se do brio, um valor atribuído a si próprio, sendo uma avaliação física e mental, sem falar do quesito aceitação, que reverbera no equilíbrio emocional e nas nossas condutas diárias. De acordo com psicoterapia, a autoestima possui quatro pilares estabelecidos, são eles: a autoaceitação e a autoconfiança - que representam a dimensão intrapessoal, e a competência social e rede social - que representam a dimensão interpessoal.

Se você tem: competitividade em excesso; dificuldade para aceitar as próprias limitações; dificuldade para reconhecer as próprias conquistas e vitórias; falta de confiança em si mesmo; hábito de se comparar com outras pessoas; intolerância às críticas; medo da rejeição; necessidade de inferiorizar as pessoas; perfeccionismo; sensação de incapacidade; tendência a procrastinação e preguiça; timidez em excesso, preocupe-se, pois esses são sintomas claros de uma baixo autoestima. Ela pode prejudicar o desenvolvimento pessoal e profissional de qualquer indivíduo.

A baixa autoestima pode provocar transtornos como compulsão alimentar, anorexia, bulimia e obesidade, além disso, a pessoa que sofre desse mal pode desenvolver também, a dificuldade em dizer “não”. O desejo de agradar os outros sempre, de ser amado, de conseguir pertencer a um grupo específico e a dificuldade de dizer “não”, podem fomentar vários sentimentos negativos. Essa pessoa acaba sendo tomada pelo crescimento do sentimento de raiva e cada “sim” que ela fala para o outro, é um “não” que ela fala para si mesma.

Está passando por esse processo complicado? Então, o exercício para melhorar a autoestima é: admirar as próprias qualidades, focar no autoconhecimento, fortalecer o amor próprio, investir na saúde mental, emocional e física, não buscar pela perfeição, não se comparar aos outros e ser realista em relação às próprias expectativas. O indivíduo que possui a autoestima elevada, faz bem a sim mesmo e à todos em sua volta. A autoestima é um sentimento que nos faz acolher quem somos. Nós precisamos aceitar a nossa humanidade e isso inclui forças e falhas, inevitavelmente.

Sustentar a autoestima estável está diretamente relacionado com o senso de autopreservação e isso ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse. Lição para a vida: seja muito sincero com você mesmo, mas não se cobre tanto; confie em você; cuide-se; encare bem os próprios pontos fracos; enfrente bem a solidão e o desapego; não seja modesto nem arrogante; saiba dizer não; seja seguro de si; tenha facilidade para mudar e tome atitudes. E se você sente que a sua autoestima está baixa, não hesite em procurar ajuda. “Não deixe que o ruído da opinião alheia impeça que você escute a sua voz interior.” (Steve Jobs) 

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...