Dias das Mães chegando e eu aqui refletindo sobre o simbolismo e significado que envolvem essa data. Sou mãe de um adolescente de 15 anos e crio meu filho, praticamente sozinha, com o apoio incondicional dos meus pais, desde sempre. Não concordo com o ato de romantizar a maternidade, acho que é a tarefa mais difícil que existe. Criar, cuidar, educar, ensinar, orientar um ser em formação, não é fácil e quando a outra peça, fundamental nesse processo, não cumpre o seu papel, nem a sua responsabilidade, tudo fica mais complicado.
Calma!
Não sou uma mãe insensível, não tenho uma pedra no lugar do coração. Só não
concordo com a imagem que fazem de nós, um ser sublime, que é resistente e suporta
tudo por amor aos filhos. Não, não é assim. Pelo menos, eu não sinto dessa
forma. A gente ama sim, incondicionalmente, mas é um sentimento carregado de
culpa e responsabilidade, isso cansa, ficamos esgotadas e muitas vezes precisamos
de colo e cuidado, não conseguimos ser fortes o tempo todo, geralmente, o peso
das obrigações insiste em nos puxar para baixo. E haja coragem e determinação
para se manter de pé.
Dia
da Mães é todo dia, mas claro que é importante ter uma data especialmente
dedicada à nós, apesar que, trata-se de um evento comercial, voltado à
comercialização de produtos e obtenção de lucros. No Brasil, o Dia das Mães é a
segunda data comemorativa mais importante para o comércio, só perde para o
Natal. Segundo historiadores, a primeira comemoração dessa data em nosso país,
ocorreu na cidade de Porto Alegre - RS, no dia 12 de maio de 1918, promovida
pela Associação Cristã dos Moços do Rio Grande do Sul.
O
Dia das Mães foi originado como uma homenagem à vida da ativista Ann Reeves Jarvis
(1832), que faleceu em 09 de maio de 1905 e deixou a sua filha Anna Jarvis
(1854 - 1948) muito abalada. Alguns anos depois, Anna decidiu criar uma data
comemorativa para homenagear a sua mãe e com isso, foi organizado um memorial
honrando a ativista, em maio de 1908. A data se tornou o primeiro Dia das Mães da
história. Com a oficialização e popularização do evento, Anna se arrependeu por
ter criado e criticou a forma como ele foi comercializado.
No
Brasil, o Dia das Mães foi oficializado em 05 de maio de 1932, através do
Decreto nº 21.366, do presidente Getúlio Vargas (1882 – 1954). Ele estabeleceu,
por meio desse documento, que o segundo domingo do mês de maio seria um momento
para comemorar os sentimentos e as virtudes do amor maternal e a conquista
dessa data foi influenciada pelo movimento feminista brasileiro. Em 1932 também
foi decretado o Sufrágio Universal Feminino, um movimento social, político e
econômico de reforma, com o objetivo de estender o direito de voto às mulheres.
Voltando
para a atualidade, me sinto feliz e realizada por ser mãe, tenho um único filho que vale por dez em todos os sentidos possíveis. Ele é um bom menino e acredito
que tenho uma parcela considerável na formação da personalidade e do caráter
dele. Gente! Nada foi e nem é simples na nossa convivência, mas acredito que
seguimos nos ajustando, sendo cúmplices e parceiros na vida. Mesmo tendo vários
momentos de aborrecimento na nossa relação de mãe e filho, e que aumentam com o
passar do tempo, não consigo sequer imaginar, como seria a minha vida sem ele.
Quem cuida também precisa de cuidados e dentro de cada mãe, existe uma mulher que possui várias outras expectativas. A gente precisa normalizar o fato de que não somos perfeitas e não vamos acertar sempre. E mesmo assim, está tudo bem. Eu trabalho muito isso dentro de mim, procuro não me cobrar tanto, mesmo em meio a uma sociedade que só sabe julgar. Existem dualidades em ser mãe, é uma profunda e inexplicável alegria, que convive intensamente, com um esgotamento sem fim e assim vamos vivendo. Somos imperfeitas, porém maravilhosas. Feliz vida, mãe!
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