No Brasil, todo segundo domingo do mês de agosto é celebrado o dia dos pais e a importância desse papel na vida e no desenvolvimento dos filhos, no âmbito familiar e social. É importante salientar que a figura de pai não se restringe ao pai biológico ou especificamente ao personagem masculino. Trata-se da função paterna, aquela que pode perfeitamente ser desempenhada pelo avô, tio, padrasto, pai adotivo, irmão mais velho e até a própria mãe, por qualquer pessoa próxima do menor, independente do gênero. Pelas últimas transformações culturais, a função paterna passou por uma significativa evolução.
Assim
como o dia das mães, a comemoração ao dia dos pais foi pensada com objetivo de
fortalecer os laços familiares, a ideia de celebrar esse dia surgiu em 1909, nos
Estados Unidos. A filha de um ex-combatente da Guerra Civil Americana, Sonora
Louise Smart Dodd (1882 - 1978), decidiu homenagear o seu pai. O primeiro dia
dos pais foi comemorado em 19 de junho de 1910, dia do aniversário do pai de
Sonora e a celebração se tornou feriado nacional estadunidense em 1972. Existe
ainda uma tradição afirmando que a data comemorativa é originada há mais de
quatro mil anos, na Babilônia.
De
acordo com relatos históricos, o filho do rei Nabucodonosor, teria moldado o
primeiro cartão do dia dos pais, em argila. O jovem preparou esse objeto para o
seu pai, desejando saúde, sorte e vida longa. A partir daí, a data se tornou
uma festa nacional. Em outros países do mundo, as comemorações são realizadas
em diferentes datas, conforme a história de cada país. Aqui no Brasil, a
primeira comemoração foi em 14 de agosto de 1953, por causa de um concurso que
homenageou três categorias: o pai com maior número de filhos, o pai mais novo e
o pai mais velho.
Antigamente,
a figura de um pai comum, era dominante, cheio de autoridade, que fazia questão
de manter uma distância afetiva dos filhos, evidenciando uma função mais educadora
e disciplinadora. Atualmente, é possível identificar pais mais afetivos e
participativos com suas famílias. Isso se deve às mudanças na hierarquia
familiar e os questionamentos da autoridade paterna. Muitas dessas
transformações estão acontecendo porque a mulher moderna está acumulando
conquistas relevantes, ainda estamos longe do ideal, mas é um importante
começo.
A
função do pai deveria ser um complemento à função da mãe, mas nem sempre é
assim que acontece, infelizmente. O fato é que a formação e a estrutura do ego
dos filhos, assim como a sua inserção na sociedade é papel de mãe e pai, ou
deveria ser. Estudos afirmam que a presença da figura paterna na vida de um ser
em formação é decisiva para o desenvolvimento afetivo, cognitivo e social. A função
paterna é capaz de gerar no filho a melhora da autoestima, além do
desenvolvimento de uma estrutura psicológica mais forte, tornando o capaz de
tomar decisões mais assertivas.
A
ausência do pai pode provocar agressividade, ansiedade, insegurança e conflitos
no desenvolvimento cognitivo e psicológico dos filhos, além de induzir o surgimento
de distúrbios comportamentais e até gerar a depressão. Mas isso não é uma regra
ou algo irreversível, a ausência do pai não significa a inexistência da
representação da figura paterna ou masculina, qualquer pessoa pode exercer essa
função e permear a trajetória da criança até a fase adulta. Fazer parte da vida
de um filho é construir seu ambiente e a sua visão de mundo.
O dia dos pais vai muito além de um marco comercial, é um apelo para relações mais profundas e reais, com uma convivência afetiva e principalmente, “presença” entre pai e filho. Ser presente tem muito mais valor do que dar presente, os verdadeiros pais, participam da vida de seus filhos, brincam, acompanham, educam, orientam para a vida, sendo exemplo de apoio e segurança. É assim que deve ser, pais precisam exercer uma paternagem de qualidade. Não basta ser pai, tem que participar.
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