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quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as consequências da vida adulta. Mas o blog é o meu xodó e bateu uma vontade de aparecer, e aqui estou eu. Hoje é meu aniversário e sabe aquela sensação de que você não se encaixa em nenhum grupo social? Pois é exatamente o que estou sentido. Sou jovem pra ser velha e velha pra ser jovem, já falei sobre isso aqui, só que agora com alguns aninhos a mais.

"Tenho medos bobos e coragens absurdas." (Arquivo pessoal)

A sociedade impõe expectativas e padrões que valorizam a juventude. O etarismo tenta massacrar a nossa existência, como se não tivéssemos o direito a continuar viva, ser feliz e realizada. Sinceramente, eu gosto da mulher que me tornei, tenho orgulho de mim. Sei que estou “amadurecendo”, mas o contrário disso seria?... Importante é ter saúde física e mental. Os efeitos do tempo são reais, mas as experiências acumuladas e a vontade de viver o desconhecido e ser surpreendida por ele seguem intactas.

Grupo social é um conjunto de pessoas que se relacionam de forma estável, com objetivos e interesses em comum. O meu sentimento é que, quando estou num grupo de pessoas mais jovens, os assuntos não batem, eles são mais eufóricos e imediatistas; já quando as pessoas têm mais idade que eu, tenho receio de não atingir a profundidade necessária em qualquer assunto abordado. São apenas sensações! Bom mesmo é quando a gente se sente pertencente, falando a mesma língua que os demais.

Faço terapia há alguns anos e isso me fez olhar com mais carinho para mim, melhorar a autoestima e trabalhar as inseguranças. Quando olho para a Márcia do passado e lembro-me das inquietudes que tinha, sinto vontade de abraçá-la e garantir que vai fica tudo bem e de fato, está tudo bem. Uma lição que ainda estou aprendendo é lidar com a culpa. Trata-se de um sentimento intruso que quando menos espero se faz presente e tenta a todo custo me tirar a paz, porém não é saudável permitir.

Tenho amor próprio, saúde, paz, uma família abençoada, boas amizades e o mais importante, Deus no controle de tudo. O que mais posso querer? Ahh! Bastante coisa! Que com , coragem e força de vontade ainda irei conquistar. Na vida a gente precisa aprender a superar as fases complicadas, vencer as angústias cotidianas, tratar a ansiedade e ressignificar decepções e frustrações. Não é fácil transformar isso tudo em aprendizado, mas praticar o autocuidado é absolutamente necessário.

A vida está em constante renovação, ela é cíclica e tudo sempre faz sentido, se não agora, um dia irá fazer. Nada é mais importante do que ter a liberdade de ser quem sou, sei das minhas qualidades e dos meus defeitos, e sigo buscando evoluir sem perder a minha essência. O tempo é o nosso bem mais precioso, ele é o senhor da razão e Deus é o Senhor do destino, enquanto há vida, temos tempo para recalcular a rota e sem medo escrever uma nova história nas páginas que ainda estão em branco.

Que o meu novo ciclo seja leve e intenso ao mesmo tempo! Encontro você nas páginas da vida.

@marciamacedostos

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Mamografia

Desde a minha adolescência tenho medo da mamografia, só de imaginar aquela máquina apertando, ou melhor, amassando o meu peito, dava pavor. Certa vez, acompanhei a minha mãe nesse exame, foi por acaso e eu não entedia direito do que se tratava, só lembro-me dela saindo meio chorosa da sala restrita. Na verdade, eu nunca soube se essa impressão que tive, foi real ou fruto da minha imaginação. A minha única certeza é que tenho muita sensibilidade nos seios e não gostava de sequer me imaginar fazendo a mamografia.

Mamografia é como um Raio X das mamas, que pode ser feita de forma convencional ou digital. (Reprodução internet)

Era bom idealizar que meu momento de fazer a mamografia seria uma realidade distante. Mas, não é que minha hora chegou?! Sempre ouvi falarem horrores desse exame, mulheres dizem que dói, algumas falam que a dor é terrível e o desconforto é descomunal. Tanto comentários negativos me fizeram detestar a ideia. Nunca tive boa relação com a dor, morria de medo do parto natural também, desde adolescente planejava fazer cesariana, para não passar pela dor de parir e assim aconteceu, meu filho nasceu de parto cesária. Já contei essa história aqui no blog.

Sei que pode parecer bobagem, mas para mim não é, por isso decidi falar sobre o assunto. Para desfazer a ideia que pode passar pela cabeça de muitas mulheres que como eu, sente medo de fazer mamografia. Como disse, a minha vez chegou, pesquisei muito, assisti vídeos de especialistas, ávida por dicas para passar pelo exame sem sentir dor, mas de nada adiantava, pois conforme ia chegando o dia, o nervosismo só aumentava. Pensei em tomar analgésico, anti-inflamatório e até calmante. Acreditam? Na hora H, eu me tremia toda. Sensação horrível!

Fui com medo mesmo e fiz a mamografia, até porque desistir não era uma opção, até porque tenho muito mais medo da doença. Sou meio paranoica! Graças a Deus, o medo não me paralisa, mas sei que isso acontece com muitas pessoas, comprovei isso nas minhas pesquisas. Conclusão: “É desconfortável, porém suportável”. Muitas mulheres não fazem esse importante exame por receio, só que é necessário fazer, porque se ele é realizado no tempo indicado pode prevenir o câncer de mama, e se a doença for descoberta precocemente, aumenta muito a chance de cura.

A mamografia, também chamada de mastografia, é um exame de rastreio por imagem, cuja finalidade é estudar o tecido mamário. Esse tipo de exame pode detectar um nódulo, mesmo que ele ainda não seja palpável. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente entre as mulheres e de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer é o principal problema de saúde pública no mundo, estando entre as quatro principais causas de morte prematura na maioria dos países. Portanto, fazer os exames periódicos é vital para que as estatísticas diminuam.

Trata-se de um exame radiológico de alta resolução realizado nas mamas, que apresenta imagens detalhadas capazes de identificar precocemente o câncer de mama, antes mesmo que a mulher sinta os sintomas. Cerca de 01 a cada 10 mulheres desenvolvem o câncer de mama em algum momento da vida e a periodicidade da mamografia permite que 95% dos casos sejam diagnosticados com maiores chances de cura. É recomendável que a partir dos 40 anos de idade, todas as mulheres façam mamografia regularmente e para aquelas que possuem histórico familiar de câncer de mama, o ideal é fazer anualmente a partir dos 35 anos, ou antes. Fica dica!

Cuidar da saúde é essencial!

@marciamacedostos

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Duas caras

Pessoas que possuem duas caras são aquelas que apresentam dualidades nas suas intenções, elas protagonizam condutas falsas e arrogantes. O indivíduo que tem duas caras é um hipócrita e é muito difícil lidar com pessoas desse nível. Muita das vezes, eles têm uma proximidade tão grande conosco, que é impossível se desvencilhar. Lidar e conviver com pessoas assim pode nos fazer mal, temos que estar muito bem psicologicamente para não nos deixar afetar. Atualmente a hipocrisia reina em nossa sociedade e as pessoas costumam agir de maneira diferente daquela que afirmam pensar e até desprezam os outros sem ter o mínimo de cuidado.

Ninguém sustenta duas caras por muito tempo. (Reprodução internet)

O hipócrita quer ser reconhecido a todo custo e não se importa se vai ofender alguém, só quer dar a sua opinião mesmo sem ter autoridade no assunto, na intenção de agradar a todos, ele quer mostrar que sabe muito. Quem tem duas caras se camufla e atira para todos os lados, se mostra inflexível, querendo liderar e comandar tudo, ele age conforme lhe convém. Geralmente o que convém a uma pessoa dessa estirpe é o que esteja sendo agradável, benéfico, bom e lucrativo naquela situação específica. O sujeito é completamente antiético e sem compostura, capaz de distorcer as palavras para que seu argumento seja aceitável.

A moral de um sujeito hipócrita é instável e alterna de acordo com a pressão que sofre e o humor também oscila em questão de segundos. Caso as posturas ou afirmativas de alguém com duas caras sejam confrontadas, esse indivíduo é capaz de tudo para nos convencer do contrário. Procura sempre se mostrar como uma pessoa sincera, mas não tem capacidade de sustentar um argumento lógico sequer. Diz que gosta da verdade, mas vive na mentira e tem medo de revelar as suas verdadeiras intenções. A dificuldade é identificar esse tipo de pessoa na vida, no dia a dia e nas nossas pretensas relações.

É um desafio reconhecer alguém com essas características e quando conseguimos a dificuldade é se proteger, se prevenir de suas investidas e se possível, até da convivência danosa. A palavra hipocrisia é uma expressão utilizada para denominar pessoas que fingem comportamentos. Alguém é considerado um hipócrita quando demonstra ser uma coisa, mas na verdade, sente e pensa de uma forma totalmente diferente. Essa pessoa se acha superior, acima de todas as regras, quer exigir respeito sem respeitar, tem um comportamento contraditório e deseja receber dos outro aquilo que não é capaz de oferecer, como: consideração, lealdade e respeito.

Para não sermos vítimas da hipocrisia que está implantada na sociedade atual, precisamos ficar atentos sobre em quem devemos confiar e também, avaliar o nosso próprio comportamento, para não nos tornarmos tão incoerentes quanto os hipócritas. Para não agir com hipocrisia é necessário: se conhecer, ter empatia pelos outros, prezar sempre pela verdade, assumir as consequências dos atos, reconhecer que não é melhor do que ninguém, não ser invejoso e se afastar de pessoas hipócritas. A confiança em si mesmo e nos outros é conquistada na base da verdade, é ela que nos faz sentir seguros. Respeite seus valores e sua essência, não se perde nada por ser honesto consigo e com os outros. Eis o caminho da liberdade!

@marciamacedostos

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

O medo

Você tem medo de quê? “... É muito lucrativo que o mundo tenha medo; medo da gripe, são mais uns medicamentos; vem outros vírus reforçar os dividendos. Medo da crise, do crime; como já vimos num filme; medo de ti e de mim; medo dos tempos...” (MEDO DO MEDO. Os Paralamas do Sucesso. Álbum: Sinais do Sim. 2017). Estava refletindo na letra dessa música e além de ficar pensando sobre meus medos pessoais e íntimos, fiquei impressionada com o quão atual ela é. Parece que quando foi lançada, fez uma previsão do que iríamos enfrentar em 2020, quando começou a Pandemia da Covid-19.

Tudo o que a gente quer pode estar do outro lado do medo. (Reprodução internet)

De acordo com a psicologia, o medo é um estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência. Trata-se de uma sensação desagradável desencadeada pela percepção de perigo, real ou imaginário, é temor, ansiedade irracional ou fundamentada, um receio. Tanto o excesso quanto a falta do medo é prejudicial à vida do ser humano. O medo não é um indício de fraqueza ou covardia, é uma reação involuntária e natural que convivemos durante vários momentos da vida. Se nunca sentíssemos medo, certamente não viveríamos por muito tempo, pois é essa emoção que nos faz pensar antes de agir.

O medo é uma barreira que nos auxilia a pensar nos riscos e nas consequências de nossos atos, ele também é um retorno imediato nas situações em que ficamos amedrontados e temos que tomar uma atitude. Medo está relacionado com o instinto de sobrevivência. Nosso cérebro é ativado de forma involuntária quando sofre os estímulos estressantes e libera substâncias que fazem disparar o coração, deixam a respiração ofegante e contraem os músculos, sendo denominada como reação de luta ou reação de fuga. Essa emoção é um mecanismo de proteção que nos mantém vivos, mas quando o medo evolui, pode se tornar uma fobia.

Se o medo provoca um comprometimento expressivo no dia a dia e nas relações dos indivíduos, significa que se transformou em fobia, que é algo extremo e excessivo. A fobia é um medo desproporcional e exagerado, muito além do que é considerado normal. Há vários tipos de fobias e a cura só é possível com tratamentos que trabalhem as causas e os sintomas, como a terapia por exemplo. Ter medo é normal e vai continuar acontecendo independente da nossa vontade, mas não podemos deixar que isso prejudique a nossa vida. Existe uma palavra que é pouco falada, a “Agorafobia”, cujo significado é bem mais conhecido, trata-se do medo de sentir medo.

Agorafobia é um transtorno de ansiedade que geralmente se desenvolve depois de um ou mais ataques de pânico. Os sintomas incluem medo de lugares e situações que possam causar sensação de pânico, aprisionamento, impotência ou constrangimento. O tratamento inclui psicoterapia e medicamentos. Para superar essas mazelas, é possível colocar em prática dicas importantes, como: aceitar os seus medos, escrever sobre eles - isso eu faço e garanto que ajuda bastante, cultivar os pensamentos positivos, ressaltar as suas vitórias, conversar sobre os seus medos com amigos e familiares, focar na sua respiração e fazer terapia - que também não abro mão. Autocontrole e autoconhecimento são fundamentais.

@marciamacedostos

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Solidariedade

Solidariedade é o compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às outras e cada uma delas a todas. Trata-se de caráter, condição ou estado de solidário. Solidariedade e generosidade são comportamentos de grande importância no combate às variadas consequências provocadas pela Pandemia da Covid-19, entre elas o crescimento desenfreado da desigualdade social. Fazer o bem sem olhar a quem, além de importante, se tornou essencial para amenizar os efeitos causados pela maior crise sanitária e econômica da história do Brasil.

A solidariedade é um combustível para mudar o mundo. (Reprodução internet)

A palavra “solidariedade” tem origem no francês “solidarité” que também pode remeter para uma responsabilidade recíproca. A solidariedade pode transformar vidas, é um dos valores fundamentais e universais do século XXI e a Organização das Nações Unidas (ONU), através de Assembleia Geral, decretou que 20 de dezembro é o Dia Internacional da Solidariedade Humana, data celebrada desde o ano de 2005. O objetivo principal dessa oficialização é reunir povos e nações em um mesmo propósito, que é promover a paz, os direitos humanos e o desenvolvimento socioeconômico.

Ser solidário é um abraço no outro, um ato de bondade e compreensão com o próximo. Essa é uma emoção que surge através da união de interesses e objetivos entre os integrantes de uma comunidade, estabelecendo: cooperação mútua entre pessoas; identidade entre seres; interdependência de ideias, doutrinas e sentimentos. A solidariedade vai além do auxílio palpável e presencial, ela acontece também através de cuidados com a saúde mental e emocional, com intuito de ajudar a controlar a ansiedade e o medo com relação às dificuldades atuais e futuras.

Respeito e estima pelo outro são princípios fundamentais e inegociáveis. Todo cidadão precisa aprender o valor da solidariedade e colocar em prática cotidianamente e constantemente, com sentimentos nobres e potentes que podem ampliar os níveis de igualdade, resistência e união dos indivíduos. A solidariedade vai além da caridade, compreende “abraçar” causas significativas e se tornar parte delas, desde as pequenas atitudes que podem ser realizadas no dia a dia e gradativamente mais. O ato de ser solidário precisa ser genuíno e obstinado.

A solidariedade começa com o olhar para o outro, significa perceber o que acontece em volta, é um pensar solidário e não solitário, cuja dimensão moral é abrangente, nos vinculando ao real sentido da vida. É uma atitude que pode ser demonstrada também com palavras, se doar, palavras de conforto possui poder curativo, ouvir com atenção e carinho pode ser vital para alguém. Atos de solidariedade fazem muito bem, tanto para quem se doa quanto para quem recebe, seus benefícios podem ser sentidos na alma, na mente e em todo o corpo.

Solidariedade não é só ajudar o próximo a atingir algum objetivo, é muito mais que isso, é informar, orientar, dividir o conhecimento. Ser solidário é ter interesse pela vida do próximo e a solidariedade é um sentimento de identificação com relação ao sofrimento dos outros. Não há outro canal para a solidariedade humanitária a não ser a busca e o respeito da dignidade individual. Ela é o sentimento que melhor representa o respeito pela dignidade humana. Para alcançar um mundo melhor é necessário ter empatia – capacidade de se colocar no lugar do outro.

@marciamacedostos

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Marília Mendonça - uma potência

A tragédia do dia 05 de novembro de 2021 (sexta-feira) tirou a vida da cantora Marília Mendonça - 26 anos e de mais outras quatro pessoas: Abicieli Silveira Dias, tio e assessor da cantora; Henrique Ribeiro, produtor geral da artista; Geraldo Martins, piloto e Tarciso Pessoa, copiloto. O avião de pequeno porte decolou de Goiânia - Goiás e caiu em uma cachoeira na serra de Caratinga, no Vale do Rio Doce, interior de Minas Gerais. O acidente que calou a “rainha da sofrência”, uma das vozes mais potentes dos últimos tempos, deixou o Brasil triste e impactado, sem acreditar na realidade dos fatos.

"É bem melhor falar a verdade, do que depois se arrepender." (Reprodução internet)

A sensação que eu tive foi de descrença naquilo que estava assistindo, no primeiro momento, achei que o avião não tinha caído e sim feito um pouso de emergência, pelo cenário apresentado, a aeronave parecia “preservada”. Segundo especialistas responsáveis pelo resgate, provavelmente, as cinco vítimas morreram na hora do impacto. Era quase impossível estarem com vida em consequência da desaceleração que provoca ruptura de grandes vasos e causa hemorragia, além de politraumatismo e graves lesões. O motivo das mortes ainda está sendo investigado e será divulgado posteriormente.

A morte de Marília Mendonça acentua a dor de um país inteiro que já está muito machucado por causa das perdas provocadas pela Pandemia e por todas as mazelas que estamos vivendo. O que mais me doeu nessa fatalidade foi pensar no filhinho da Marília, o Léo de 01 ano e 10 meses, isso dilacerou meu coração. O maior medo de uma mãe é perder o filho ou perder a vida e deixar o filho, tenho certeza que se de alguma forma ela percebeu a tragédia se aproximando, foi no Léo que ela pensou, foi em nome dele que ela chamou por Deus. Acredito que na hora do desespero todos eles pensaram nos filhos pequenos.

É angustiante pensar nas mães das vítimas desse desastre e de tantos outros, mãe nenhuma está preparada para perder um filho, isso vai contra a lei natural da vida. É impossível mensurar o tamanho da dor que é perder um filho, dói só de imaginar. Só peço a Deus que console e traga conforto aos corações de todos. Como diz sabiamente o Padre Fábio de Melo: “Não é só uma voz que se cala; é uma filha que se foi, é uma mãe que não volta. Quantos morrem naquele que morre? Com você Marília, morreu uma multidão.”, é isso, são muitos que morrem em um só.

Marília Mendonça ajudou a criar e era a principal voz do “feminejo”, uma vertente do sertanejo protagonizado pelas mulheres. Com talento, voz intensa e grave, ela sempre foi uma mulher a frente do seu tempo, que cantava as alegrias, os amores e as dores do mulheril, como traições e sofrimentos amorosos, mas não numa perspectiva frágil e submissa, sua postura era totalmente empoderada e dona da razão. A artista simplesmente quebrou paradigmas com o objetivo claro de encorajar pessoas. Abriu caminho para a total visibilidade das mulheres em um universo dominado pelos homens.

Com intensidade e carisma, a cantora e compositora mostrou que as mulheres podem e devem assumir o controle do próprio destino, ajudando a empoderar inúmeras de nós e a provar do que somos capazes. Ela ensinou através da música que a mulher deve se amar, se entender, superar, cuidar da autoestima, deixar a insegurança de lado e prezar pela liberdade, autonomia de ser quem é, encarando sem medo o preconceito e a misoginia. Trata-se de uma verdadeira revolução, com um olhar feminino e a força do feminismo.

Todo esse acontecimento triste e difícil de aceitar e compreender, me fez refletir bastante sobre a finitude da vida, sobre aquela frase tão clichê e real: “a vida é um sopro”. Realmente, a vida é breve e pensar que o momento seguinte é uma incógnita, que ele pode simplesmente não existir, tem que servir para a gente ressignificar muita coisa dentro de nós e valorizar todos os dias o que realmente importa. “Dá um sorriso aí pra mim, não fica assim, quero te ver feliz. Sei que o mundo anda pesado demais, que seja leve o que vier, fique em paz.” - By Marília Mendonça (in memorian).

@marciamacedostos

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Dependência digital

A dependência digital está relacionada com o contexto de uso abusivo das tecnologias digitais e essa utilização excessiva reflete na vida pessoal, social e profissional do indivíduo, ele acaba se distanciando da sociedade. Portanto a dependência digital ocorre quando existe uma necessidade descontrolada de usar os dispositivos digitais e marcar presença nas redes sociais. Segunda-feira, dia 04 de outubro de 2021, ficou marcada por uma pane global nas redes sociais: Facebook, Instagram e WhatsApp. Isso deveria nos fazer refletir sobre o poder que elas exercem sobre nós.

O colapso digital começou por volta de meio dia e meia com o WhatsApp, seguido pelo Facebook e Instagram, sem falar na instabilidade do Google, YouTube e outros aplicativos. Toda essa turbulência durou 6h30 e provocou um grande burburinho entre os usuários, além de causar prejuízos para aqueles que utilizam as redes para ganhar dinheiro. Confesso! Foi impossível não pensar que talvez tivéssemos sido hackeados ou até, que estivéssemos sofrendo um ataque mundial de proporções inimagináveis. Brincadeiras a parte, ficamos inquietos com esse apagão digital.

Parecia inofensivo, mas te dominou... (Reprodução internet)

Mas, a coisa é capaz de ficar muito séria, pois a dependência digital pode ser considerada um transtorno mental quando atinge níveis alarmantes. Pessoas que possuem esse tipo de sujeição podem sofrer de nomofobia, quando são obrigadas a ficarem desconectadas. Nomofobia é o medo irracional de estar sem o telefone celular ou outros aparelhos eletrônicos e está relacionada ao vício em outras tecnologias. É uma fobia provocada pelo desconforto ou angústia consequente da incapacidade de acesso à comunicação, ou pavor de ficar incomunicável.

Trata-se de um transtorno psicológico que pode até causar depressão. Ela provoca um estado de ansiedade que pode se tornar patológico, levando o indivíduo a um transtorno de ansiedade social, ao transtorno do pânico e agorafobia. Não é possível reconhecer os sintomas desse distúrbio de forma imediata, porque eles se instalam lentamente até começarem a causar prejuízos emocionais, sociais e profissionais. Os sintomas são parecidos com a dependência química e conforme estudos, a dependência digital pode favorecer a dependência química.

Preocupações exageradas com assuntos do universo digital; necessidade excessiva de estar em contato com o mundo digital para se sentir satisfeito; agressividade e nervosismo com problemas de conexão; não conseguir ficar off-line e ficar conectado por muito mais tempo que o ideal; mentira sobre o tempo que fica on-line; irritabilidade; estresse; tristeza e desinteresse nas atividades familiares, profissionais e sociais, podem ser indicativos de que algo está fora de controle e precisa ser investigado e tratado com urgência.

É necessário ter atenção aos sinais, se a sua relação com as redes sociais provoca danos nos relacionamentos familiares e sociais; há queda no rendimento profissional; diminuição nas habilidades sociais; problemas físicos como dores no corpo, erros de postura e tendinites; má-alimentação; obesidade, transtorno bipolar, depressão, TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e fobia social, são sinais de alerta máximo, procure ajuda de um profissional habilitado, como psicólogo ou psiquiatra. É um vício que tem controle e a prática de atividades saudáveis pode ajudar.

É evidente que a internet e as redes sociais auxiliam bastante o trabalho, os estudos, a saúde e as relações interpessoais, facilitam a rotina diária e nos proporcionam liberdade. Mas, como tudo na vida, é fundamental ter cautela para não desenvolver uma dependência emocional e se tornar refém delas. Encontrar um ponto de equilíbrio é o caminho para utilizar as tecnologias com consciência e encarar as transformações do mundo contemporâneo com sabedoria. Priorize seu tempo e se dedique às pessoas e ocupações que te proporcionam crescimento pessoal, no mundo real.

@marciamacedostos

terça-feira, 20 de julho de 2021

Esperançar

A esperança é uma confiança emotiva na expectativa de atrair benefícios concretos relacionados com fatos e circunstâncias da vida pessoal. A esperança exige alguma persistência, trata-se de acreditar que algo é possível mesmo quando existem indicadores do contrário. Para a religião, a esperança é a segunda da três virtudes teologais e fica entre a e o amor (ou caridade), sendo um tripé que norteia, instiga e é objeto iminente do nosso relacionamento com Deus. Ela é um tipo de afeto diretamente conectado com a alegria

Para mim, vacina é sinônimo de esperança. (Arquivo pessoal)

Tomei a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e diante de todo esse caos que o mundo está vivendo nos últimos tempos, só consigo descrever o sentimento que tive no momento da agulhada como “esperança” de que tudo vai melhorar e precisa melhorar, afinal, o ditado diz que a esperança é a última que morre. Segundo estudiosos, o afeto é tudo aquilo que aumenta ou diminui a potência de viver e a partir daí surge a atração pela esperança. Sei que é clichê, mas se não tentarmos transmitir esperança para as pessoas, o que nos resta? Mas, é esperança de esperar ou de esperançar!?!

Geralmente, a esperança surge nos cenários mais desfavoráveis de nossas vidas e sendo assim, acabamos nos agarrando a ela como se isso pudesse nos salvar. Para os especialistas, isso acontece como uma estratégia de fuga, uma maneira de negar a realidade. Só que a atitude de “fugir” cobra um preço, é um comportamento que gera consequências na vida. A pessoa que é demasiadamente esperançosa deixa de viver o presente e passa a habitar numa realidade que não existe, ou seja, o indivíduo vive num padrão ideal mental, no futuro, não na vida real e atual.

Significa que, para ter esperança é preciso ser equilibrado, isso porque, assim como a esperança funciona como uma espécie de freio da vida, ela pode nos conduzir para um campo totalmente obscuro. Para não se tornar um esperançoso carente e impotente, que vive numa espécie de ignorância, é necessário ter esperança do verbo esperançar e não do verbo esperar. Assim, não ficamos em uma eterna inércia, tirando o foco da vida e perdendo a possibilidade do mais completo contentamento. A esperança não pode enfraquecer a vida.

Ouça a sua esperança e não os seus medos. (Reprodução internet)

Entenda que, ter esperança não ruim, só não deixe que ela esteja na sua frente, caminhem lado a lado, permita-se a tê-la bem pertinho, mas nunca dependa dela para sobreviver. Encare a ansiedade, a culpa e a frustração. Seja capaz, se levante, corra atrás, construa, siga adiante e não desista... Esperançar é almejar, sonhar, agir e buscar, exatamente o contrário de esperar. De acordo com o educador, escritor e filósofo Mário Sérgio Cortella: “É preciso esperançar, olhar e reagir a tudo aquilo que não tem saída. Deixar a zona de conforto para nos lançar em novas perspectivas e provocar as mudanças que se fizerem necessárias.”

É óbvio que não é fácil e é normal ter medo, insegurança e até angústia, mas quem tem esperança do verbo esperançar, compreende que é difícil mudar a realidade, mas entende que é imprescindível modificar aquilo que precisa ser transformado, mudar somente o que é necessário, como por exemplo: alguns comportamentos, pensamentos e atitudes. Ninguém nasce pronto, somos capazes de nos reinventar sempre, devemos cuidar da nossa saúde mental para atingirmos um ponto de equilíbrio. Não importa se teremos que começar agora ou se devemos continuar de onde paramos, o importante é não desistir. Comece já, a esperançar e agir com esperança!

@marciamacedostos

terça-feira, 13 de julho de 2021

Violência doméstica

É muito triste ter que continuar tratando desse assunto, por conta dos acontecimentos que insistem em se reproduzir com bastante frequência, porém é necessário que não nos calemos diante de tanta barbárie. É preciso combater a naturalização da agressão que muitos homens cometem com as parceiras em seus relacionamentos afetivos. Um homem se achar no direito de usar a sua força para agredir e ferir a mulher, causa muita revolta e indignação. Naturalizar a violência contra a mulher faz os homens acreditarem que é normal esse tipo de comportamento execrável.

"A violência é o último refúgio do incompetente." (Reprodução internet)

Se faz necessário ressaltar também que, se você presencia cenas de agressão e não toma uma atitude, seja de tentar intervir ou de procurar ajuda e denunciar, você se torna cúmplice do tal ato. Quando essa inércia é exercida por um outro homem, só comprova a presença do machismo existente na sociedade patriarcal em que vivemos. São muitos anos de violência e vulnerabilidade da mulher em seus relacionamentos afetivos, muitas delas acreditam que devem suportar os abusos calada, pelo bem-estar social da família e para manter as aparências.

A Lei Maria da Penha, nº 11.340 de 07 de agosto de 2006, é uma das melhores leis de enfrentamento à violência doméstica que existe no mundo, mas apesar disso, não temos um sistema criminal de acolhimento às vítimas. As mulheres vítimas de violência estão inseridas em contextos adversos e quando procuram ajuda, sofrem com as críticas e dúvidas de quem deveria acolher e proteger, muitas vezes, ao denunciar elas precisam encarar o julgamento que caem inteiramente em cima delas, transformam a vítima em culpada. Fato é que, o Poder Judiciário enfrenta essa situação de forma inadequada.

A violência contra mulher é um fenômeno que não distingue classe social, raça, etnia, religião, idade e escolaridade, muitas delas reagem com passividade e conformismo, tornando necessário levar esses conflitos para o espaço público e assim evitar que sejamos silenciadas. Como a sociedade é machista e patriarcal, é fundamental começar a encarar a violência doméstica pela perspectiva da educação e da empatia, entender que, quando uma situação absurda dessas acontece, não podemos deixar passar despercebido, é chocante e precisa ser confrontada. “Em briga de marido e mulher, a gente salva a mulher.”

Nas situações de violência doméstica, as mulheres sofrem pelo controle e domínio que seus agressores exercem sobre elas através de variados mecanismos como: domínio econômico, intimidação, isolamento relacional, violência física, violência psicológica, entre outros. A mulher não pode encarar essa situação como um destino e aceitar passivamente. O destino da sua vida lhe pertence, só você tem o direito de decidir sobre ele, sem ter que ser submissa e tolerante com o comportamento violento de quem quer que seja. A violência doméstica é um crime.

A violência doméstica tem um ciclo que funciona como um sistema circular. Esse sistema é caracterizado pela sua continuidade no tempo, ou seja, pela sucessiva repetição no decorrer do relacionamento. As fases de tensão e apaziguamento podem ser cada vez menos frequentes e as fases de ataques violentos ficam cada vez mais intensos. Esse padrão pode terminar onde antes começou, ou em situações limite, episódios desse tipo podem culminar no feminicídio. A regra geral desse ciclo possui três fases:

1 - Aumento de tensão: São as tensões acumuladas diariamente, as ameaças e injúrias feitas pelo agressor, provocam na vítima, uma sensação de perigo eminente.

2 - Ataque violento: O agressor maltrata a vítima de forma física e psicológica, esses maus-tratos tendem a escalar na sua frequência e intensidade.

3 - Lua de mel: Agora o agressor envolve a vítima com carinho e atenção, se desculpando pelas agressões e prometendo mudar, garantindo que não vai mais ser violento.

"O silêncio é o maior aliado do seu agressor." (Reprodução internet)

A violência doméstica abrange diferentes tipos de abuso, são eles:

  • Perseguição - Qualquer comportamento que visa intimidar ou atemorizar. Seguir a pessoa até o local de trabalho ou quando ela sai desacompanhada; controlar constantemente os movimentos da pessoa, seja dentro ou fora de casa.
  • Violência emocional - Qualquer comportamento que visa fazer a pessoa se sentir inútil ou com medo. Geralmente inclui atitudes como: agressão verbal; ameaçar os filhos; magoar os animais de estimação; humilhar a pessoa na presença de amigos, familiares ou em público; entre outros.
  • Violência financeira - Qualquer comportamento que pretenda controlar o dinheiro da pessoa sem que ela o deseje. Algumas dessas atitudes podem ser: controlar o salário; se recusar a dar dinheiro ou forçar a justificativa de todos gastos; ameaçar retirar o apoio financeiro como forma de controle.
  • Violência física - Qualquer forma de agressão corpórea que castiga a pessoa. Pode traduzir-se em comportamentos como: esmurrar; chutar, estrangular, queimar, induzir ou impedir que a pessoa obtenha medicações ou tratamentos.
  • Violência sexual - Qualquer comportamento em que a pessoa é forçada a protagonizar atos sexuais que não deseja. Alguns exemplos são: pressionar ou forçar a pessoa para ter relações sexuais quando ela não quer; pressionar, forçar ou tentar que a pessoa faça sexo sem proteção; forçar a pessoa a ter relações sexuais com terceiros.
  • Violência social - Qualquer comportamento que pretende controlar a vida social da pessoa, através do impedimento de visitar familiares ou amigos; cortar o telefone ou controlar as chamadas e as contas telefônicas; trancar a pessoa em casa, são exemplos constantes.

terça-feira, 8 de junho de 2021

Assédio

Assédio é um conjunto de sinais ao redor ou em frente a um local determinado, estabelecendo um cerco com a finalidade de exercer o domínio, ou seja, trata-se de insistência inconveniente, impertinente, persistente e duradoura, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém. Que nós mulheres convivemos diariamente com o assédio, não é segredo para ninguém. Infelizmente! Além de viver essa realidade, passei a me interessar mais sobre os detalhes desse tipo de impertinência em 2016, quando em equipe, fizemos uma pesquisa profunda sobre o assunto.

A regra é clara: Não é não. (Reprodução internet)

O estudo foi realizado para o nosso TCC - Trabalho de Conclusão de Curso, na graduação de Comunicação Social e Jornalismo, cujo tema foi “Assédio sexual e vestuário feminino nos espaços públicos de Salvador”. Nosso trabalho teve o objetivo de analisar a prática comum do assédio sexual vivido pela mulher nos espaços públicos da capital baiana e a relação que esse tipo de ação possui com o vestuário feminino. Foram investigados os aspectos sociais, históricos e de gênero que explicam as contradições da sociedade, assim como as causas e consequências.

Conforme pesquisas, no Brasil, aproximadamente 64% das mulheres afirmam que já sofreram algum tipo de assédio na rotina diária. Essas pesquisas apontam que os locais mais comuns de ocorrerem assédios são os lugares públicos com cerca de 47% e o transporte público com cerca de 40%. O levantamento apontou ainda que o ônibus com 76% e metrô com 25%, são os dois locais onde as mulheres informam haver mais episódios de assédio. Situações como locomoção noturna, regiões violentas, ambientes lotados, locais desconhecidos e pontos de ônibus, também são considerados de risco.

Aproximadamente metade das mulheres brasileiras vivem essa angústia e declaram que já sofreram assédio sexual no ambiente de trabalho, mas apesar dos dados, o senso de impunidade e o medo acabam desencorajando as denúncias. A ineficiência de políticas internas relacionadas à essa prática absurda no âmbito profissional e principalmente, o receio da exposição, só fortalecem a falta de coragem em denunciar. Muitas dessas mulheres acabam se sentindo culpadas pelo assédio que sofreu, elas preferem conviver com o silêncio, a solidão e a sensação de impotência.

As mulheres desenvolvem problemas de autoestima e ansiedade, pois sofrem variadas maneiras de assédio em público, como o assobio inconveniente, os comentários de cunho sexual, os olhares insistentes, seus corpos tocados sem permissão, os xingamentos, homens que se exibem de forma inadequada e o pior de tudo, estupros em locais públicos. O assédio sexual é um tipo de violência que ocasiona vários problemas para a vida das mulheres. Nós temos o direito de ser quem somos, sem ter que sofrer qualquer tipo de consequência negativa, abuso e violência por causa disso.

Meu corpo não é público. (Reprodução internet)

O assédio sexual é um tipo de violência banalizada, que segue na contramão dos direitos garantidos a mulher, principalmente o de ir e vir, a partir do momento que elas sentem medo de andar nos espaços públicos. O ato de naturalizar isso pode estar relacionado ao fato de que o corpo da mulher é considerado como algo público, pela sociedade machista e preconceituosa em que vivemos. Trata-se do reflexo de uma cultura que não percebe a mulher como sujeito, essa cultura machista que enxerga a mulher como objeto passivo do desejo masculino.

Não é normal sair de casa com medo de entrar para uma estatística que simboliza uma das maiores formas de torturas e desigualdade de gênero, isso pode prejudicar até a nossa saúde mental. Essa realidade precisa ser combatida e modificada, urgentemente, pois fere uma das premissas básicas do Estado Democrático de Direito, que é a dignidade da pessoa humana. Apesar da influência patriarcal ser forte em nossa sociedade, é necessário mais educação e conscientização do problema para reduzir o assédio e promover a prática constante do respeito.

@marciamacedostos

terça-feira, 25 de maio de 2021

Ansiedade

Você é ansioso? Se a resposta for sim... Me diz, o quanto isso atrapalha a sua vida? Pois é, a ansiedade descontrolada complica demais o nosso dia a dia. Eu sou, muito ansiosa e o pior, é que sou daquelas que descontam tudo na comida. Sabemos que a ansiedade é aquele “defeito” que sempre respondemos que temos, quando nos pedem para citar uma falha nossa. Parece que ser ansioso, não é um problema tão prejudicial assim e acabamos banalizando algo que pode ser muito sério. Muitos consideram isso como uma espécie de “qualidade”, mas não é.

Ansiedade é a mente indo mais rápido que a vida. (Reprodução internet)

Ansiedade até certo ponto, pode ser considerada normal e só é indicativo de uma doença oculta quando as emoções são exageradas, obsessivas e afetam a vida diariamente. A angústia excessiva, intensa, persistente, a apreensão, a inquietação e o medo inexplicável em situações rotineiras, são importantes sinais. Quando a frequência cardíaca está elevada, a respiração é acelerada, há uma sensação terrível de cansaço, falta de ar, náuseas, calafrios, tremores, tonturas e uma sudorese desagradável, muito provavelmente, trata-se de um quadro de ansiedade, classificado como grave.

Graças a Deus, a minha ansiedade não chega nesse nível, mas o assunto é muito sério e preocupante. Em tempos de Pandemia, as pessoas estão ficando com a saúde mental muito abalada e desenvolvendo quadros aterrorizantes de distúrbios psíquicos como: baixa autoestima, depressão, fobias diversas, sentimento de culpa, transtorno bipolar, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), pânico, entre outros. Para atingir um importante ponto de equilíbrio no meio de todo esse caos que estamos vivendo, é necessário ficar atento aos sinais e cuidar do lado emocional e psicológico.

Os sintomas da ansiedade são parecidos com o medo e todo mundo já passou por essa sensação de que algo ruim pode acontecer. A intuição e o medo são extremamente importantes para adaptar a nossa sobrevivência ao ambiente em que vivemos e é isso que nos dá o gatilho certo para ficar e lutar por algo ou fugir de um problema maior. A ansiedade vira doença, exatamente quando qualquer tipo de reação muito intensa nos impede de nos proteger e lidar com uma situação adversa de forma eficiente, provocando sofrimento e perdas.

Se identificou? Calma! Não sinta vergonha por estar passando por isso. A ansiedade tem tratamento, pode ser controlada e o indivíduo consegue levar a vida normalmente. O principal tratamento é a psicoterapia e em alguns casos, pode ser necessário incluir medicamentos, devidamente receitados por um médico especialista. Você não nasceu ansioso, adquiriu isso no decorrer da vida, com ajuda de um terapeuta, será possível identificar e transformar alguns sistemas disfuncionais que envolvem comportamentos e pensamentos que sustentam os fenômenos ansiosos.

Você precisa se permitir e buscar qualidade de vida e saúde. Existem algumas estratégias que também podem ajudar no controle da ansiedade e te fazer viver em paz, são elas: preste atenção no momento presente e direcione seus pensamentos para sensações corporais agradáveis e específicas; tenha a respiração como uma grande aliada, ela é uma importante ferramenta para prevenir e controlar os sintomas; cuide bem do seu corpo com alimentação saudável e prática de atividade física; tenho um sono de qualidade; a meditação pode fazer milagres e não há contraindicação. Você não está sozinho!

@marciamacedostos

terça-feira, 18 de maio de 2021

Autoestima

Manter a autoestima elevada em tempos de tantos modelos padronizados de beleza, é complicado. A beleza é relativa e está nos olhos de quem vê. Será? A autoestima compreende a avaliação subjetiva que o indivíduo faz de si mesmo, podendo ser profundamente positivo ou negativo em algum grau. Somos bombardeados o tempo todo, por tratamentos milagrosos, produtos e até intervenções cirúrgicas que nos prometem a perfeição. Toda essa pressão acaba nos deixando insatisfeitos com o nosso próprio corpo e buscando sempre atingir um nível maior de satisfação.

"Eu não sou o que aconteceu comigo, sou o que eu escolhi me tornar." (Reprodução internet)

Vivemos numa eterna busca para atingir uma boa medida de autoestima, autoconfiança e autoconhecimento, isso inevitavelmente, acaba interferindo rigorosamente na forma como vamos agir, pensar e nos comportar diariamente. O fato é que, a autoestima é uma característica essencial para a manutenção do bem-estar emocional. Ela é formada através das experiências pessoais, de comportamentos, crenças, da autoimagem e da imagem que as outras pessoas têm sobre nós. Segundo especialistas, a autoestima está diretamente relacionada ao desenvolvimento do ego.

A autoestima é estabelecida com base nas experiências do passado, na influência e nos comportamentos da atualidade, que sentencia como será o futuro. Trata-se do brio, um valor atribuído a si próprio, sendo uma avaliação física e mental, sem falar do quesito aceitação, que reverbera no equilíbrio emocional e nas nossas condutas diárias. De acordo com psicoterapia, a autoestima possui quatro pilares estabelecidos, são eles: a autoaceitação e a autoconfiança - que representam a dimensão intrapessoal, e a competência social e rede social - que representam a dimensão interpessoal.

Se você tem: competitividade em excesso; dificuldade para aceitar as próprias limitações; dificuldade para reconhecer as próprias conquistas e vitórias; falta de confiança em si mesmo; hábito de se comparar com outras pessoas; intolerância às críticas; medo da rejeição; necessidade de inferiorizar as pessoas; perfeccionismo; sensação de incapacidade; tendência a procrastinação e preguiça; timidez em excesso, preocupe-se, pois esses são sintomas claros de uma baixo autoestima. Ela pode prejudicar o desenvolvimento pessoal e profissional de qualquer indivíduo.

A baixa autoestima pode provocar transtornos como compulsão alimentar, anorexia, bulimia e obesidade, além disso, a pessoa que sofre desse mal pode desenvolver também, a dificuldade em dizer “não”. O desejo de agradar os outros sempre, de ser amado, de conseguir pertencer a um grupo específico e a dificuldade de dizer “não”, podem fomentar vários sentimentos negativos. Essa pessoa acaba sendo tomada pelo crescimento do sentimento de raiva e cada “sim” que ela fala para o outro, é um “não” que ela fala para si mesma.

Está passando por esse processo complicado? Então, o exercício para melhorar a autoestima é: admirar as próprias qualidades, focar no autoconhecimento, fortalecer o amor próprio, investir na saúde mental, emocional e física, não buscar pela perfeição, não se comparar aos outros e ser realista em relação às próprias expectativas. O indivíduo que possui a autoestima elevada, faz bem a sim mesmo e à todos em sua volta. A autoestima é um sentimento que nos faz acolher quem somos. Nós precisamos aceitar a nossa humanidade e isso inclui forças e falhas, inevitavelmente.

Sustentar a autoestima estável está diretamente relacionado com o senso de autopreservação e isso ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse. Lição para a vida: seja muito sincero com você mesmo, mas não se cobre tanto; confie em você; cuide-se; encare bem os próprios pontos fracos; enfrente bem a solidão e o desapego; não seja modesto nem arrogante; saiba dizer não; seja seguro de si; tenha facilidade para mudar e tome atitudes. E se você sente que a sua autoestima está baixa, não hesite em procurar ajuda. “Não deixe que o ruído da opinião alheia impeça que você escute a sua voz interior.” (Steve Jobs) 

@marciamacedostos

terça-feira, 27 de abril de 2021

Planeta Azul

“Visto de longe, o Planeta Terra é um pálido ponto azul. Nele, todos a quem ama, todos a quem conhece não conheceu. Qualquer um, sobre quem você ouviu falar, cada ser humano que já existiu, viveu a sua vida, suas alegrias e suas tristezas, nesse pontinho menor que um grão de areia. É onde cada rei e cada plebeu, cada explorador e cada destruidor, cada pai e cada mãe, cada casal apaixonado e cada criança esperançosa viveu e viverá, em um grãozinho de poeira, um planeta azul, um planeta também efêmero.” (ORQUESTRA OURO PRETO. O Planeta Azul. 2018)

22 de abril é o Dia Internacional do Planeta Terra, uma data separada para pensarmos em um desenvolvimento mais sustentável e saudável, muito necessário para a qualidade de vida das futuras gerações. Citei a palavra “pensarmos” mas na verdade deveria dizer “agirmos”, é preciso ter atitude e com muita urgência, pois, se as coisas continuarem do jeito que está, infelizmente os nossos descendentes não terão mais um planeta para chamar de seu. O verso acima me fez refletir bastante sobre as minhas ações e principalmente, sobre o que eu posso melhorar em prol de um bem maior.

"A poluição, a ganância e a estupidez são as maiores ameaças ao planeta." - Stephen Hawking (Reprodução internet)

O problema é muito grande e é proporcional ao tamanho da responsabilidade de cada indivíduo. Não adianta fingir que não é com você, pois cada um de nós precisa assumir o compromisso de cuidar da nossa casa, do nosso habitat natural. Não é possível que você consiga passar despercebido diante de todos os problemas ambientais que estamos enfrentando. Sabia que através de atitudes simples, nós podemos mudar o rumo dessa história? Mas isso tem que ser feito em grupo, uma grande equipe, só os bons hábitos poderão transformar a nossa realidade.

Efêmero é algo breve, de curta duração, é passageiro e transitório. E saber que o Planeta Terra é efêmero, assusta e dá medo, não por mim mesma, até porque a vida é breve e a única certeza que temos é da morte. Mas, se parar para pensar na nossa descendência, preocupa bastante. Nossos filhos, netos e bisnetos vão precisar viver num lugar favorável e se a gente não cuidar e proteger o meio ambiente hoje, agora, já... Que habitat deixaremos para eles? Não podemos destruir, precisamos cuidar e preservar.

O Planeta Terra, também conhecido como Mundo ou Planeta Azul é um grupo de milhões de organismos vivos, que possui o poder de preservação da vida. É o único planeta do Sistema Solar que possui água no estado líquido que somado ao oxigênio faz com que exista a vida. É composto em sua maior parte por água e por esse motivo, é chamado de Planeta Azul. Existem grandes e imensuráveis forças que moldam o nosso planeta e elas manifestam a todo instante, qual é o nosso papel, indispensável na história e no equilíbrio do globo terrestre.

Nosso planeta está passando por sérios problemas ambientais e grande parte desses problemas são provocados pela ação humana, que desmata, polui e usa de forma indiscriminada e irresponsável os recursos naturais. Nós podemos amenizar esses impactos ambientais e evitar que uma gravidade maior aconteça. Se cada cidadão mudar pelo menos um hábito ruim em relação ao universo, unidos somos capazes de refrear o impacto negativo e recuperar as condições, atualmente drásticas, do meio ambiente.

Atitudes que podem salvar o mundo: apoiar causas ambientais; descartar corretamente o lixo; economizar água; eliminar o uso de canudos, sacolas plásticas e descartáveis em geral; evitar o consumismo; não comprar e nem vender animais silvestres; não pescar em períodos de reprodução; não sujar as praias e as ruas; optar por alimentos orgânicos; plantar árvores; poupar energia; preservar a vegetação nativa e os cursos d’água; preservar as árvores; reaproveitar materiais; reciclar o lixo; tentar reduzir o consumo de carne vermelha; utilizar transportes limpos; informar e conscientizar outras pessoas.

Cuidar da Mãe Terra é proteger a si mesmo e o futuro da humanidade, afinal nós somos da Terra e a Terra é nossa, então vamos fazer a nossa parte todos os dias, pois juntos somos mais fortes, juntos somos um só. Menosprezar a necessidade de preservar o meio ambiente é caminhar a passos largos para a extinção.

“A responsabilidade social e a preservação ambiental significa um compromisso com a vida.” (João Bosco da Silva)

@marciamacedostos

terça-feira, 6 de abril de 2021

Minha liberdade

Se tem uma coisa que prezo muito na vida, é a minha liberdade. É libertador poder pensar e agir conforme a nossa própria vontade. Não é um processo fácil, muito menos rápido, chegar nessa fase, pois existem várias situações externas que podem podar a nossa personalidade. É preciso ter muita coragem para se libertar de todas as amarras e viver de acordo com aquilo que desejamos e é aí que fica valendo aquela máxima: É muito melhor SER do que TER. 

A liberdade é o oxigênio da alma. (Reprodução internet)

Depois de todas as minhas vivências, atualmente, não admito que ninguém venha tirar a minha liberdade. Não é da minha autonomia de ir e vir para qualquer lugar que estou falando e sim, da minha liberdade de ser quem eu sou. Eu aprecio demais, ser exatamente como sou. Não sou perfeita, longe disso, sigo acertando, errando e sempre aprendendo, cada vez mais sobre as delícias de ser eu. A minha vida é um conto de falhas e está tudo bem.

Sou chata, observadora, intuitiva, crítica e muito desconfiada, preciso ser livre para seguir os meus instintos, se der certo, muito bem e se der errado, tudo bem também, levanto e faço novamente. Se tentar me controlar, não vai funcionar. Vou agir, falar e querer de acordo com a minha consciência, somente ela pode me parar. Ahh!... Mas você não tem medo? Medo eu tenho de não tentar, de me reprimir, de desistir. Prefiro pecar pelo excesso do que pela falta.

Definitivamente, eu me dou a liberdade de ser quem sou, e não aquela que esperam que eu seja. Muitas vezes, já mudei algo em mim para agradar outras pessoas e confesso, na maioria delas acabei saindo machucada, não vale a pena, é perca de tempo e o tempo é precioso demais para ser desperdiçado assim. Estar em paz com nós mesmos é bem mais importante, pois somos as nossas únicas, verdadeiras e eternas companhias.

Aprendemos desde criança, que o mundo funciona de uma forma preestabelecida e nós precisamos agir de acordo, caso contrário, seremos condenados para o resto da vida. Por causa do medo, acabamos abaixando a cabeça e seguimos as regras que nos são determinadas, geralmente, sacrificamos a nossa felicidade e a nossa realização, somente para nos encaixar dentro dos padrões. Puro engano, ninguém consegue ser feliz moldando a própria vida de acordo com as opiniões alheias.

Precisamos priorizar as nossas próprias opiniões a respeito de nossas vidas diante dos palpites de pessoas que por mais que sejam próximas, não sabem o que de fato estamos sentindo. Ser feliz está relacionado com ter liberdade para fazer as próprias escolhas, seguindo um caminho que se encaixe na sua jornada. Para que a vida seja significativa, é preciso ter autenticidade e para isso é necessário superar os obstáculos e desafios.

O importante é nos refazer todas as vezes que nos olharmos no espelho e perceber a possibilidade de não nos reconhecermos mais. Esse é o ponto. É triste constatar que está desperdiçando grande parte do tempo e até da vida, apenas se conformando. Dentro de nós existem todas a ferramentas para mudar o rumo das coisas, o segredo é fazer uma avaliação sincera da vida, buscar o autoconhecimento e descobrir. Só depende de nós.

Dê a atenção e o amor que você merece e mude, se conheça, se transforme, se reinvente. Seja livre para ser quem você realmente é e trabalhe para se fazer feliz, ainda que isso incomode muita gente. Ninguém vai viver a sua vida no seu lugar, a responsabilidade de se cuidar e buscar o próprio sucesso é exclusivamente sua, portanto, seja fiel e leal a você em primeiro lugar, sempre mantenha a autoestima. É libertador! A vida é muito curta para não sermos nós mesmos.

@marciamacedostos

terça-feira, 9 de março de 2021

Ser mulher

Em 08 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher e eu não poderia deixar de falar sobre as dores e as delícias de ser mulher. Ser mulher é ter angústia, cólica e intuição. Nós conseguimos olhar para outra mulher e compreender sua dor e seu sofrimento, enaltecer a sua luta e ainda é possível identificar uma sintonia bastante expressiva com ela. “Toda mulher leva um sorriso no rosto e mil segredos no coração.” (Clarice Lispector)

"Ser mulher, é ser também a própria armadura." (Arquivo pessoal)

Ser mulher é uma força vital múltipla. Mulher é coragem, energia, inteligência, medo, sensibilidade e força de vontade. A mulher é capaz de cuidar de si, do outro, do novo e do velho, além de ter o poder de parir gente, ideia e solução. Ou não, porque ela pode ser e fazer o que ela quiser. O Dia Internacional da Mulher foi criado como forma de celebração de conquistas econômicas, políticas e sociais das mulheres no decorrer dos anos.

Apesar de sua origem remota ter sido no início do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, quando mulheres reivindicaram igualdade de direitos, o dia 08 de março começou a ser celebrado oficialmente a partir do ano de 1975. A data tem raízes históricas, profundas e sérias, sendo adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU), e consequentemente, admitida por vários países.

Em fevereiro de 1908, nas ruas de Nova Iorque – Estados Unidos, cerca de quinze mil mulheres que trabalhavam em fábricas, protestaram em busca de melhores condições de vida e trabalho, salários mais justos e o direito ao voto, até porque, elas pagavam impostos, mais não podiam escolher seus governantes. Isso foi só o começo, no ano seguinte, as mulheres ocuparam ruas na Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça, quando teve início um movimento organizado pelos direitos das mulheres.

No dia 08 de março de 1913 foi declarado o dia internacional pela luta dos direitos da mulheres. Atualmente, ainda existem desigualdades consideráveis, por exemplo: dos 195 países que existem no mundo, somente 22 deles são administrados por mulheres e dentre todos os parlamentares do planeta, cerca de 24,9% são do sexo feminino. Isso significa que, as leis ainda são feitas, principalmente por homens.

A nossa luta por igualdade de gênero é constante, intensa e continua sendo um objetivo distante de ser alcançado. Infelizmente! Não é fácil ser mulher num país machista, em uma sociedade que ainda é dominada pelo patriarcado - sistema social em que os homens mantêm o poder e a predominância. Encarar diariamente, as mais distintas adversidades e vencer as dificuldades, que na maioria das vezes são invisíveis, nos transformam em verdadeiras guerreiras.

Ser mulher na atual circunstância em que vivemos é poder tomar posse da nossa liberdade de escolha, é ocupar o nosso espaço e o direito a termos voz ativa, sem que para isso, soframos qualquer tipo de represália ou depreciação. Somos resistência, força, coragem e batalhamos diariamente para ocupar o nosso lugar no mundo. Apesar dos desafios que vivemos no dia a dia, ter nascido mulher é motivo de alegria e orgulho.

Cada mulher possui sua própria essência, que é fruto das suas escolhas e dos seus ideais. Somos múltiplas e diversas, umas são independentes, outras são protetoras, tem aquelas que valorizam a coragem, a sensibilidade e outras que se destacam por suas conquistas, e está tudo certo, porque a mulher pode ser quem e o que ela quiser. Seguiremos firmes, combatendo o preconceito, lutando pelo fim da violência contra nós e com um enorme desejo de viver numa sociedade mais justa e igualitária. Feliz vida, mulher!

@marciamacedostos

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Intolerância

A intolerância é um comportamento mental definido pela ausência de aptidão ou desejo em admitir e respeitar as diversidades entre opiniões e religiões. Se analisada a partir de uma percepção política e social, a intolerância é a falta de interesse e vontade para considerar as pessoas que possuem pensamentos diferentes. O intolerante não tem paciência para ouvir um ponto de vista diferente do seu. 

A intolerância mata, causa dor e sofrimento, torna o ser desumano. (Reprodução internet)

Para haver harmonia no convívio em uma sociedade democrática, é necessário trabalhar a aceitação para aquilo que não se quer e ter serenidade para ouvir as opiniões que divergem das nossas. A intolerância está cada vez mais enraizada entre os povos e provocando o enfraquecimento de valores importantes como o amor e o respeito ao próximo.

Conviver com as diferenças não é algo simples e fácil, somos seres humanos diversos, com convicções, pontos de vista, credos, crenças e com particularidades específicas. Por causa dessas diferenças, ocorrem com frequência uma falta de educação social e casos de desrespeito e intolerância, por conta de conceito político, nacionalidade e naturalidade, orientação sexual, raça, religião, etc.

Geralmente, as demonstrações intolerantes promovem violências, algumas delas com absurdas proporções, a exemplo do Holocausto, uma das maiores tragédias da raça humana, que ocorreu na Alemanha durante o Nazismo. Desde que o mundo é mundo a intolerância sempre existiu, muitos impérios foram construídos em cima de muita brutalidade e extermínios de populações inteiras. O regime de colonização também se originou através de muita perseguição e crueldade, além da crença na superioridade racial que resultou na escravidão.

Como medida de prevenção contra barbáries, como as que aconteceram na Segunda Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). O documento estabelece os direitos fundamentais dos seres humanos, sem discriminação de classe social, cor, língua, nacionalidade, opinião, raça ou sexo.

De acordo com estudiosos, existem três principais motivações para práticas intolerantes: crises políticas e econômicas - que fortalecem grupos políticos que defendem condutas intolerantes; individualismo e imediatismo - as pessoas não pensam no coletivo e não aceitam pontos de vista diferentes; isolamento e cultura do medo - a dificuldade de admitir quem não é semelhante, provoca a segregação de grupos.

A intolerância nas redes sociais promove vários conflitos sociais e pessoais e é um ponto que merece atenção, pois os intolerantes acham que a internet é terra de ninguém e que podem se comportar de uma forma absurda e intransigente. Intolerância religiosa, homofobia, misoginia, racismo, xenofobia são alguns exemplos de práticas intolerantes que crescem no Brasil e no mundo, apesar de tão amplamente combatidas.

Para alcançarmos uma sociedade mais justa e saudável, é necessário identificar e eliminar os comportamentos intolerantes. Não existe a mínima possibilidade de que as pessoas compartilhem sempre da mesma crença, opinião, origem ou classe social, a sociedade é diversificada e para ser de fato uma democracia é imprescindível que haja empatia e respeito.

Com a frequência dos conflitos humanos e sociais, praticar a tolerância se tornou um recurso vital para sobrevivência. A tolerância possibilita uma espécie de escudo de preservação da nossa saúde mental e física. Uma pessoa tolerante tem a inteligência emocional e mental muito bem desenvolvidas e busca sempre ser mais evoluída e compreensiva com aquilo que é avesso à sua realidade.

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...