Resolvi
escrever esse texto para tratar um pouco sobre esse documentário que assisti na
plataforma da Globoplay. Por um respiro tocou muito forte em mim e me levou
para um lugar muito dolorido, onde me coloquei no lugar das pessoas retratadas ali e me senti muito mal. A gente precisa parar para analisar o quanto é
sacrificante estar na posição do internado por causa da Covid-19 e por isso chamar
a responsabilidade para nós e assim nos proteger e preservar o outro.
O
documentário Por um respiro foi criado e produzido pelo documentarista Nuno
Godolphim, direção geral é de Susanna Lira e roteiro de Jorge Pestana, sendo
uma produção da Ocean Films. Ele mostrou histórias reais de médicos que estavam
na linha de frente no combate à Pandemia e também todo sofrimento e as
angústias de pessoas que foram infectadas pelo Coronavírus, que precisaram
ficar internadas e em isolamento por muito tempo, além do sofrimento de seus
familiares.
A
série possui seis episódios e os personagens que apresenta, tanto médicos
quanto pacientes, foram diretamente impactados pela Covid-19. Não sei se
comoveu outras pessoas, mas foi um gatilho que mexeu muito comigo. Eu parei
para pensar no quanto a tentativa desesperada de respirar, sem conseguir, pode
provocar agonia e quanto mais desesperada a pessoa fica, menos ela consegue respirar.
Só de pensar nisso, senti uma falta de ar momentânea.
Você
já experimentou a sensação de falta o ar? Falo daquela coisa simples, quando se
está gripado, por exemplo, que a nariz entope e dificulta a puxada de ar para
os pulmões. É muito ruim, não é? Eu tenho muito disso, por coisas bobas, eu
sinto uma leve falta de ar e geralmente, isso me provoca um desconforto real,
que dura apenas segundos, mas são muito ruins. Agora pensa, no dano respiratório
que essa doença provoca e no quão doloroso é passar por isso.
Foi
exatamente o que aconteceu comigo, eu comecei a pensar nas vezes bobas em que
fiquei sem ar e me imaginar estando na situação daqueles pacientes retratados
no documentário e de milhões de outros pelo mundo afora, eu senti dor e muita
tristeza com isso. Sem falar dos tubos, do quanto a intubação é invasiva. Acho
difícil alguém dizer que não conhece ninguém que foi acometido pela Covid-19,
ou pior, todo mundo conhece, ao menos de ouvir falar, uma pessoa que morreu por
conta dessa doença maldita.
E
é exatamente sobre isso, o documentário fala da gravidade dessa Pandemia e
sobre a falta de empatia das pessoas, muitas vezes do poder público. Muitos não
acreditam no poder letal dela, outros desdenham e debocham quando se fala em
usar máscaras e não aglomerar. Enfim, é uma espécie de sirene tocando alto e
forte, alertando a população, dizendo que ainda estamos em Pandemia e que,
infelizmente, o pior ainda não passou. Eu entendi o recado.
A vacina tá chegando... Graças a Deus! Mas ainda não há doses suficientes para imunizar toda a população brasileira. Os danos na saúde pública, na economia, na educação, na segurança são imensuráveis e ainda existem pessoas que negam toda essa tragédia. Eu não entendo e fico muito triste, imaginando e me questionando: Até onde isso vai? Até quando vamos ter que suportar? Quantos mais, ainda iremos perder? E depois de tudo, como vamos conseguir nos refazer? Todos conseguirão vencer? Não encontro respostas, mas tenho muita fé de que tudo isso vai melhorar.