Já falei aqui, que fiz o caminho inverso nas conquistas da minha vida, primeiro constituí família, depois decidi correr atrás de estudar e me estabelecer profissionalmente. Não é surpresa alguma, que eu já passei dos 30 anos de idade, mas engana-se quem pensa que eu me envergonho disso, ou que me sinto menos capaz por causa da idade. É fato que ultrapassar essa faixa me trouxe diversas inquietudes e é sobre isso que desejo falar.
Sou
uma balzaquiana e é claro que ultrapassar os 30 anos, traz inúmeras mudanças na
vida, que se não forem trabalhadas da forma correta, podem se transformar em
inseguranças. É como diz uma música da Sandy: “Sou jovem pra ser velha e velha
pra ser jovem”, e é isso mesmo, essa idade pode ser considerada como um divisor
de águas na vida de qualquer pessoa, na vida de uma mulher então, provoca um
tsunami.
Quando
somos mais jovens, acreditamos ter a vida inteira pela frente e por isso nos
permitimos viver muitas vezes de forma irresponsável, sem pensar nas
consequências de nossos atos, ou então, agimos como se não houvesse amanhã.
Depois dos 30 anos, parece que adquirimos mais consciência para ser responsável
e temos pressa de atingir tudo aquilo que ainda não conseguimos alcançar.
Citando
novamente aquela música da Sandy: “Tenho sonhos adolescentes, mas as costas
doem”, é bem assim que me sinto desde que passei dos 30. Existem muitas coisas
que desejo realizar e tenho pressa para isso, mas ao mesmo tempo, sinto uma
sensação de medo de não conseguir alcançar os meus objetivos e muitas vezes tenho
momentos nostálgicos, com saudade daquilo que não vivi. É muito louco isso, eu
sei.
Na
minha vida, quando estava na carreira dos 20 anos, tudo era muito simples de
pensar e resolver. Atualmente, eu penso e reflito mil vezes antes de tomar uma
decisão, pensando em todas as alternativas e possibilidades, para não errar. Não
há mais tempo para se iludir com nada, nem com ninguém. Somos autênticas e já
temos independência e personalidade formadas.
Depois
dos 30, além de nos tornarmos mais responsáveis, deixamos de nos preocupar com
o que as outras pessoas pensam sobre nós, apesar de quê, nem tudo são flores.
Muitas vezes, a gente se pega insatisfeita com o corpo, ou com receio de
parecer ridícula, entre outras situações, mas com certeza, somos mulheres
fortes que não se abalam por pouca coisa, decididas e determinadas também.
A
minha vida tá longe de ser perfeita, aliás, essa perfeição nem existe. Ainda
tenho vários objetivos para alcançar, mas tenho muito orgulho da mulher que sou
hoje. Passei por tantas coisas ruins, tantos problemas inesperados, mas estou
viva e saudável, sigo firme e forte, sou muito grata a Deus por isso. Eu
confesso que gosto muito mais da minha versão atual, do que da adolescente
sonhadora e da jovem impressionada que fui um dia.
É
isso mulheres, não se abalem por perceber que já não possuem mais, aquele “famoso”
frescor da juventude. Saibam que, em lugar disso, somos pessoas reais e
conscientes de todas as nossas qualidades, que não são poucas. Ser uma pessoa
mais experiente e vivida tem lá as suas vantagens, ninguém pode enganar e muito
menos subestimar ou menosprezar. Somos capazes de transpor qualquer barreira e
não aceitamos menos do que merecemos. Cuidem-se!