Você tem medo de quê? “... É muito lucrativo que o mundo tenha medo; medo da gripe, são mais uns medicamentos; vem outros vírus reforçar os dividendos. Medo da crise, do crime; como já vimos num filme; medo de ti e de mim; medo dos tempos...” (MEDO DO MEDO. Os Paralamas do Sucesso. Álbum: Sinais do Sim. 2017). Estava refletindo na letra dessa música e além de ficar pensando sobre meus medos pessoais e íntimos, fiquei impressionada com o quão atual ela é. Parece que quando foi lançada, fez uma previsão do que iríamos enfrentar em 2020, quando começou a Pandemia da Covid-19.
De
acordo com a psicologia, o medo é um estado afetivo suscitado pela consciência
do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência. Trata-se de uma sensação
desagradável desencadeada pela percepção de perigo, real ou imaginário, é
temor, ansiedade irracional ou fundamentada, um receio. Tanto o excesso quanto
a falta do medo é prejudicial à vida do ser humano. O medo não é um indício de
fraqueza ou covardia, é uma reação involuntária e natural que convivemos
durante vários momentos da vida. Se nunca sentíssemos medo, certamente não
viveríamos por muito tempo, pois é essa emoção que nos faz pensar antes de
agir.
O
medo é uma barreira que nos auxilia a pensar nos riscos e nas consequências de
nossos atos, ele também é um retorno imediato nas situações em que ficamos
amedrontados e temos que tomar uma atitude. Medo está relacionado com o
instinto de sobrevivência. Nosso cérebro é ativado de forma involuntária quando
sofre os estímulos estressantes e libera substâncias que fazem disparar o
coração, deixam a respiração ofegante e contraem os músculos, sendo denominada
como reação de luta ou reação de fuga. Essa emoção é um mecanismo de proteção
que nos mantém vivos, mas quando o medo evolui, pode se tornar uma fobia.
Se
o medo provoca um comprometimento expressivo no dia a dia e nas relações dos
indivíduos, significa que se transformou em fobia, que é algo extremo e
excessivo. A fobia é um medo desproporcional e exagerado, muito além do que é
considerado normal. Há vários tipos de fobias e a cura só é possível com
tratamentos que trabalhem as causas e os sintomas, como a terapia por exemplo. Ter
medo é normal e vai continuar acontecendo independente da nossa vontade, mas
não podemos deixar que isso prejudique a nossa vida. Existe uma palavra que é pouco
falada, a “Agorafobia”, cujo significado é bem mais conhecido, trata-se do medo
de sentir medo.
Agorafobia é um transtorno de ansiedade que geralmente se desenvolve depois de um ou mais ataques de pânico. Os sintomas incluem medo de lugares e situações que possam causar sensação de pânico, aprisionamento, impotência ou constrangimento. O tratamento inclui psicoterapia e medicamentos. Para superar essas mazelas, é possível colocar em prática dicas importantes, como: aceitar os seus medos, escrever sobre eles - isso eu faço e garanto que ajuda bastante, cultivar os pensamentos positivos, ressaltar as suas vitórias, conversar sobre os seus medos com amigos e familiares, focar na sua respiração e fazer terapia - que também não abro mão. Autocontrole e autoconhecimento são fundamentais.
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