Sergipe é o menor estado do Brasil, fica localizado na Costa Atlântica da região Nordeste. A capital Aracaju me fascina por seu aspecto mais tranquilo que dá um gostinho de interior, mesmo sendo cidade grande. Conheci Aracaju ainda adolescente e guardo a gostosa impressão que tive pelo lugar até hoje. Dessa vez, a viagem foi mais desbravadora, exploramos lugares magníficos que me deixaram fascinada pela beleza natural que apresenta.
Que
o meu Nordeste é lindo, impressionante e único, não é segredo para ninguém, ele
guarda tanta preciosidade que nunca dá para conhecer tudo e mesmo que você vá visitar
o mesmo lugar várias vezes, sempre vai se encantar com algo novo. Tenho desejo
de conhecer e aproveitar todos os estados da minha região. Pouco antes da
Pandemia começar, estive no Ceará, outro cantinho maravilhoso do Nordeste que
pretendo voltar em breve e mostrar tudinho por aqui.
Tem
200 anos que Sergipe se tornou independente, a data é comemorada em 08 de julho,
seu nome é de origem tupi cujo significado é “rio dos siris” e faz divisa com
os estados da Bahia e do Alagoas. Como estamos vivendo um momento bastante
delicado por causa da Covid-19, decidimos fazer uma viagem em busca de contato
exclusivo com a natureza, nada de aglomeração, sempre utilizando máscara e
álcool em gel, isso depois de passar um ano inteiro dentro de casa.
Precisávamos relaxar.
Nossa
viagem durou quatro dias, fomos de carro pela Linha Verde (BA-099), rodovia
estadual baiana que liga Lauro de Freitas - região metropolitana de Salvador às
praias do Litoral Norte. Trata-se de uma estrada turística que abrange dezenove
cidades que compõem a famosa Costa dos Coqueiros, a região possui lugares
deslumbrantes e uma natureza estonteante. Esse percurso maravilhoso termina na
divisa da Bahia com Sergipe.
Logo
na chegada nos deparamos com a paisagem magnífica da Ponte Gilberto Amado que
fica sobre o Rio Piauí entre os municípios de Estância - SE e Indiaroba - SE.
Ela é a maior ponte fluvial do Nordeste com 1.712 metros de extensão, foi
inaugurada em 29 de janeiro de 2013 e liga o litoral norte da Bahia ao litoral
sul de Sergipe. Não podíamos deixar de registrar isso.
Antes de seguir para Aracaju, decidimos parar na Lagoa dos Tambaquis, localizada entre as belas Praia do Abaís e Praia do Saco. Também conhecida como Lagoa Grande ou Lagoa Cristal, possui cerca de 9 km de extensão, é a maior lagoa natural de Sergipe e fica a cerca de 55,9 km da capital. A lagoa nasceu com a água da chuva e para manter essa água limpa e livre da esquistossomose, os moradores da região resolveram habitá-la com tambaquis - peixes de água doce que apesar da carinha feia, são dóceis e tão mansos que vêm comer na nossa mão.
A
noite da capital sergipana é agradável e tranquila, ficamos hospedados perto da
Orla de Atalaia, uma região bem organizada, onde perambulei muito e me senti
segura ao circular pelo local, lá tem muitos lugares gostosinhos para
aproveitar uma bela comida nordestina. No segundo dia da viagem fomos curtir
aquele que chamo de o melhor passeio da viagem, Cânion do Xingó, um verdadeiro
tesouro escondido na magnífica imensidão do Rio São Francisco.
Essa maravilha de águas verdes e paredões de rochas alaranjadas fica entre os estados de Sergipe e Alagoas. Partindo de Aracaju de carro, nossa viagem durou cerca de 03 horas, passamos por Canindé de São Francisco - SE, atravessamos a ponte que faz divisa entre Sergipe e Alagoas, seguimos para a cidade de Olho d’Água do Casado - AL, e na Praia da Dulce embarcamos em uma lancha para conhecer as maravilhas do Velho Chico. O passeio também pode ser feito de catamarã.
Essa
beleza natural só começou a existir no ano de 1994, depois que a Usina
Hidrelétrica do Xingó foi construída. O Rio Xingó é um dos vários braços do Rio
São Francisco no estado de Alagoas e com a construção da barragem do Xingó, o
Velho Chico triplicou seu tamanho, reteve seu volume e inundou as áreas ao
redor e um desses lugares, atualmente, é conhecido como Cânion do Xingó.
Chegamos na grande piscina natural que possui cerca de 40 metros de profundidade, onde é possível nadar, mergulhar e boiar na imensidade do Rio São Francisco. Também é possível alugar um barquinho e navegar na parte mais estreita do cânion, chamada de Gruta do Talhado ou Paraíso Talhado, é possível tocar nas pedras de tão apertadinho que é, vale muito a pena, pois o lugar é de uma beleza ímpar com um mistério solto no ar.
Ainda nos cânions, paramos para almoçar no restaurante Castanho, que fica na maior Reserva Ecológica particular de Caatinga de Alagoas, o lugar oferece um contato espetacular com a natureza. No terceiro dia fomos de lancha conhecer a Crôa do Goré, uma pequena ilha de bancos de areia branca que surge somente quando a maré está baixa, fica localizada ao sul de Aracaju e também é acessível através de barcos ou catamarãs, o percurso dura entre 10 e 15 minutos.
A Crôa do Goré fica no Rio Vaza-Barris, entre manguezais nativos, pequenas ilhas fluviais e vegetação preservada. O ponto de partida para esse paraíso é na Orla do Pôr do Sol, na Praia do Mosqueiro, a cerca de 30 minutos da Orla de Atalaia. No último dia fomos no Parque da Cidade (Parque José Rollemberg Leite), uma reserva de Mata Atlântica.
No parque andamos de teleférico, o passeio proporciona uma visão panorâmica lá de cima e ainda permite observar diversas espécies de animais. O roteiro dura cerca de 25 minutos e ainda é possível admirar o centro de Aracaju ao longe. Conseguimos visitar um pouco da cidade como: Largo da Gente Sergipana, Passarela do Caranguejo, entre outros. É óbvio que não deu para conhecer tudo. Impossível! Mas a viagem foi maravilhosa e já estou querendo bis. Eu volto com certeza. Viajar é lavar a alma!