Em 02 de julho é celebrada a Independência da Bahia, também chamada de Independência do Brasil na Bahia. Trata-se do movimento criado pelo conceito federalista da população, que começou no dia 19 de fevereiro de 1822, sendo concluído em 02 de julho de 1823. O movimento acabou pela implantação da então província na unidade nacional brasileira, estabelecendo a Independência do Brasil. Além de ser um evento histórico importante, a referida data se tornou uma festa popular baiana repleta de significados.
A
guerra travada na província baiana durou cerca de 17 meses e terminou com a
vitória brasileira contra tropas portuguesas. O Exército e a Marinha do Brasil
saíram vitoriosos e assim foi consolidada a separação política do Brasil de
Portugal. Assim, o 07 de setembro de 1822 - dia oficial da Independência do
Brasil, é considerada uma data simbólica, já que uma parte do país, a região Nordeste, ainda não era independente. Os acontecimentos da guerra da
independência no Nordeste, têm características bem distintas da forma
como o Brasil foi separado de Portugal.
O
02 de Julho e seu cortejo tornou-se um evento de reverência patriótica para os
baianos, que mantém viva a tradição de comemorar e todos os anos reproduz a
entrada do Exército Pacificador em Salvador. Os festejos começam com o fogo
simbólico que reflete a união dos povos que lutaram pela soberania. O fogo é
aceso em 30 de junho, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na cidade de
Cachoeira, localizada no recôncavo baiano. No mesmo dia é celebrado o Te Deum pela
Independência do Brasil na Bahia, um louvor na Catedral Basílica de Salvador,
que fica no Terreiro de Jesus - Pelourinho.
Foi
durante a louvação do Te Deum, em 25 de junho de 1822, na Igreja de Nossa
Senhora do Rosário, em Cachoeira, que a escuna canhoneira enviada pelo
Brigadeiro Português Madeira de Melo para fechar o porto da cidade, proferiu o
primeiro tiro contra a vila, dando início à guerra e é por essa razão que o
fogo simbólico sai de lá. O ritual do fogo simbólico é representado por uma
tocha com a chama acesa, que vai passando de mão em mão por artistas, atletas
amadores, atletas profissionais, líderes políticos e oficiais do Exército, percorrendo
várias cidades do estado da Bahia rumo à capital Salvador, no bairro de Pirajá,
onde é acendida uma pira, no dia 01 de julho.
A solenidade do 02 de julho sempre esteve relacionada com as causas populares. Personagens como Joana Angélica, Maria Quitéria, João das Botas e Corneteiro Luís Lopes retratam um cenário completamente distinto da Independência do Brasil. É uma batalha que possui muitos heróis, sendo a maioria originada da esfera mais pobre da população. Posteriormente, foram inseridas na comemoração, as figuras simbólicas do Caboclo e da Cabocla, que saem em carros alegóricos e se tornaram os protagonistas do cortejo.
No
primeiro desfile, em 1824 , só existia a
representação do Caboclo, não era uma escultura e sim um senhor mestiço. No ano
de 1826, a escultura do Caboclo com uma lança, matando a serpente, que
representava a tirania portuguesa, foi encomendada. A partir de 1846, a Cabocla
foi inserida no evento, como sendo a imagem de Catarina Paraguaçu, que
representa a primeira família mestiça brasileira, a índia que casou com o
europeu Diogo Álvares - o Caramuru, sintetizando o encontro das nações.
O
Caboclo e a Cabocla caracterizam o exército formado por soldados regulares e
voluntários, índios tupinambás, brancos pobres, negros libertos e escravos
enviados por seus senhores. O cortejo do 02 de julho sai do Largo da Lapinha,
onde ocorrem queima de fogos, execução do Hino Nacional e hasteamento da bandeira,
autoridades colocam flores no monumento ao General Labatut - militar francês
que liderou o Exército Pacificador. A caminhada passa pelo Convento da Soledade
em direção ao bairro de Santo Antônio Além do Carmo e segue parando em diversos
locais até o Pelourinho e o desfile segue pelo Centro Histórico em direção ao
Palácio Rio Branco.
Ao mesmo tempo, ocorre uma Cerimônia Cívica no 2º Distrito Naval, no Comércio. O cortejo vai até o Campo Grande, onde autoridades fazem o hasteamento das bandeiras, há execução do Hino Nacional com bandas de música da Aeronáutica, da Marinha e do Exército, colocação de flores no Monumento ao 2 de Julho, acendimento da pira do Fogo Simbólico e execução do Hino ao 2 de Julho. Para finalizar, acontece o Encontro das Filarmônicas de diversas cidades da Bahia. A batalha pela independência foi uma concordância entre as forças de todo Brasil e o objetivo dessa festa é ser do povo para o povo.
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