terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Duas caras

Pessoas que possuem duas caras são aquelas que apresentam dualidades nas suas intenções, elas protagonizam condutas falsas e arrogantes. O indivíduo que tem duas caras é um hipócrita e é muito difícil lidar com pessoas desse nível. Muita das vezes, eles têm uma proximidade tão grande conosco, que é impossível se desvencilhar. Lidar e conviver com pessoas assim pode nos fazer mal, temos que estar muito bem psicologicamente para não nos deixar afetar. Atualmente a hipocrisia reina em nossa sociedade e as pessoas costumam agir de maneira diferente daquela que afirmam pensar e até desprezam os outros sem ter o mínimo de cuidado.

Ninguém sustenta duas caras por muito tempo. (Reprodução internet)

O hipócrita quer ser reconhecido a todo custo e não se importa se vai ofender alguém, só quer dar a sua opinião mesmo sem ter autoridade no assunto, na intenção de agradar a todos, ele quer mostrar que sabe muito. Quem tem duas caras se camufla e atira para todos os lados, se mostra inflexível, querendo liderar e comandar tudo, ele age conforme lhe convém. Geralmente o que convém a uma pessoa dessa estirpe é o que esteja sendo agradável, benéfico, bom e lucrativo naquela situação específica. O sujeito é completamente antiético e sem compostura, capaz de distorcer as palavras para que seu argumento seja aceitável.

A moral de um sujeito hipócrita é instável e alterna de acordo com a pressão que sofre e o humor também oscila em questão de segundos. Caso as posturas ou afirmativas de alguém com duas caras sejam confrontadas, esse indivíduo é capaz de tudo para nos convencer do contrário. Procura sempre se mostrar como uma pessoa sincera, mas não tem capacidade de sustentar um argumento lógico sequer. Diz que gosta da verdade, mas vive na mentira e tem medo de revelar as suas verdadeiras intenções. A dificuldade é identificar esse tipo de pessoa na vida, no dia a dia e nas nossas pretensas relações.

É um desafio reconhecer alguém com essas características e quando conseguimos a dificuldade é se proteger, se prevenir de suas investidas e se possível, até da convivência danosa. A palavra hipocrisia é uma expressão utilizada para denominar pessoas que fingem comportamentos. Alguém é considerado um hipócrita quando demonstra ser uma coisa, mas na verdade, sente e pensa de uma forma totalmente diferente. Essa pessoa se acha superior, acima de todas as regras, quer exigir respeito sem respeitar, tem um comportamento contraditório e deseja receber dos outro aquilo que não é capaz de oferecer, como: consideração, lealdade e respeito.

Para não sermos vítimas da hipocrisia que está implantada na sociedade atual, precisamos ficar atentos sobre em quem devemos confiar e também, avaliar o nosso próprio comportamento, para não nos tornarmos tão incoerentes quanto os hipócritas. Para não agir com hipocrisia é necessário: se conhecer, ter empatia pelos outros, prezar sempre pela verdade, assumir as consequências dos atos, reconhecer que não é melhor do que ninguém, não ser invejoso e se afastar de pessoas hipócritas. A confiança em si mesmo e nos outros é conquistada na base da verdade, é ela que nos faz sentir seguros. Respeite seus valores e sua essência, não se perde nada por ser honesto consigo e com os outros. Eis o caminho da liberdade!

@marciamacedostos

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Bebê arco-íris

Bebês arco-íris são crianças que nascem de mães que já sofreram aborto espontâneo ou que tiveram filhos mortos de forma prematura. Para muitas mães que passaram pela perda prematura de um filho, a chegada de um bebê é a luz que surge após uma tragédia, como o arco-íris que nasce depois da tempestade. O arco-íris é uma promessa de sol depois da chuva, a serenidade depois da tempestade, a alegria após a tristeza e a paz após a dor, mas principalmente, é a esperança e o amor após uma perda. Para a mãe a chegada de um bebê é um período de fortes emoções e a perda provoca uma dor inconcebível.

Depois da tempestade, vem a calmaria. (Reprodução internet)

Mesmo que uma criança não chegue para uma família que já tenha uma história de perda e tristeza por trás, a chegada de um bebê sempre simboliza luz, é a esperança de um futuro melhor para todos em sua volta. Assim como um fenômeno da natureza, o bebê arco-íris chega para avivar a vida dos pais, após uma tormenta. O bebê arco-íris não transforma o passado nem substitui a experiência ruim, seria muita responsabilidade, ele só traz um novo sentido para vida e transforma o futuro. O significado de bebê arco-íris nada mais é do que lembrar a mamãe e toda a família de que depois da tempestade, sempre vem a bonança.

Para compreender a representatividade dessa criança, é necessário entender mais sobre o bebê estrela. Esse é o bebê que perdeu a vida sendo por aborto espontâneo, por outra razão qualquer ou depois do nascimento e como costumamos dizer, virou uma estrelinha, um anjinho que continuará sempre sendo um filho. Não é porque a mãe perdeu um bebê, que ela deixou de ser mãe, existiu um filho, portanto existe uma mãe, é necessário compreender isso e viver o luto da perda, entendendo e aceitando o processo doloroso, sem fechar a porta da esperança. O bebê arco-íris não substitui o bebê estrela, só devolve a capacidade de sonhar para a família.

Durante a gravidez, a mulher se transforma e seus sentimentos ficam intensos, se é uma gestação de bebê arco-íris, tudo ganha uma dimensão muito maior. Para viver tudo novamente, a mulher se sente pressionada, frustrada e com a autoestima baixa, podendo até desenvolver ansiedade e uma angústia profunda. Durante esse processo o apoio da família é fundamental e talvez seja necessária uma ajuda profissional para lidar melhor com o misto de sentimentos, bons e ruins, assim ela consegue aproveitar melhor a gravidez, com muita alegria e gratidão. O sentimento de culpa também se faz presente nesse período delicado, por parecer que a superação foi muito rápida.

Ser mãe é uma experiência intensa e única, cada mãe descobre no seu tempo e do seu jeito uma maneira própria de cuidar do filho, mas quando se trata de um bebê arco-íris, os traumas anteriores podem estimular, mesmo sem querer, uma superproteção do neném. Apesar de todo o excesso de cuidados terem motivações de fácil entendimento, é provável que seja prejudicial para desenvolvimento da criança. A superproteção pode afetar de forma negativa o crescimento do filho, dificultando o aprendizado e prejudicando a independência e a capacidade de enfrentar os desafios e a frustrações habituais da vida.

É importante ficar atento para não sobrecarregar o filho de cuidados e expectativas. Quando superprotegemos nossos filhos, acabamos impedindo que eles se tornem independentes e como não estaremos presentes em todos os momentos da existência deles, é melhor que eles saibam socializar e lidar com as decepções da vida. A desilusão de uma criança superprotegida será bem maior cada vez que estiver diante de um novo desafio. Infelizmente, não teremos a capacidade de prevenir todas as dores no decorrer da vida de um filho, é preciso permitir que ele cometa seus próprios erros, corrija e supere seus fracassos, erga a cabeça e siga adiante. Criamos filhos para o mundo!

@marciamacedostos

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

O medo

Você tem medo de quê? “... É muito lucrativo que o mundo tenha medo; medo da gripe, são mais uns medicamentos; vem outros vírus reforçar os dividendos. Medo da crise, do crime; como já vimos num filme; medo de ti e de mim; medo dos tempos...” (MEDO DO MEDO. Os Paralamas do Sucesso. Álbum: Sinais do Sim. 2017). Estava refletindo na letra dessa música e além de ficar pensando sobre meus medos pessoais e íntimos, fiquei impressionada com o quão atual ela é. Parece que quando foi lançada, fez uma previsão do que iríamos enfrentar em 2020, quando começou a Pandemia da Covid-19.

Tudo o que a gente quer pode estar do outro lado do medo. (Reprodução internet)

De acordo com a psicologia, o medo é um estado afetivo suscitado pela consciência do perigo ou que, ao contrário, suscita essa consciência. Trata-se de uma sensação desagradável desencadeada pela percepção de perigo, real ou imaginário, é temor, ansiedade irracional ou fundamentada, um receio. Tanto o excesso quanto a falta do medo é prejudicial à vida do ser humano. O medo não é um indício de fraqueza ou covardia, é uma reação involuntária e natural que convivemos durante vários momentos da vida. Se nunca sentíssemos medo, certamente não viveríamos por muito tempo, pois é essa emoção que nos faz pensar antes de agir.

O medo é uma barreira que nos auxilia a pensar nos riscos e nas consequências de nossos atos, ele também é um retorno imediato nas situações em que ficamos amedrontados e temos que tomar uma atitude. Medo está relacionado com o instinto de sobrevivência. Nosso cérebro é ativado de forma involuntária quando sofre os estímulos estressantes e libera substâncias que fazem disparar o coração, deixam a respiração ofegante e contraem os músculos, sendo denominada como reação de luta ou reação de fuga. Essa emoção é um mecanismo de proteção que nos mantém vivos, mas quando o medo evolui, pode se tornar uma fobia.

Se o medo provoca um comprometimento expressivo no dia a dia e nas relações dos indivíduos, significa que se transformou em fobia, que é algo extremo e excessivo. A fobia é um medo desproporcional e exagerado, muito além do que é considerado normal. Há vários tipos de fobias e a cura só é possível com tratamentos que trabalhem as causas e os sintomas, como a terapia por exemplo. Ter medo é normal e vai continuar acontecendo independente da nossa vontade, mas não podemos deixar que isso prejudique a nossa vida. Existe uma palavra que é pouco falada, a “Agorafobia”, cujo significado é bem mais conhecido, trata-se do medo de sentir medo.

Agorafobia é um transtorno de ansiedade que geralmente se desenvolve depois de um ou mais ataques de pânico. Os sintomas incluem medo de lugares e situações que possam causar sensação de pânico, aprisionamento, impotência ou constrangimento. O tratamento inclui psicoterapia e medicamentos. Para superar essas mazelas, é possível colocar em prática dicas importantes, como: aceitar os seus medos, escrever sobre eles - isso eu faço e garanto que ajuda bastante, cultivar os pensamentos positivos, ressaltar as suas vitórias, conversar sobre os seus medos com amigos e familiares, focar na sua respiração e fazer terapia - que também não abro mão. Autocontrole e autoconhecimento são fundamentais.

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...