Sabe
aquela sensação de já ter vivido ou visto uma determinada cena ou situação
antes? É uma impressão que pode ser boa ou ruim, sem a existência de uma regra
específica para sentir e que ocorre de forma involuntária. Déjà vu é uma Paramnésia, uma forma de ilusão da memória que leva o cidadão a acreditar já ter
visto ou vivido alguma coisa ou situação desconhecida e nova para si. Paramnésia
é um distúrbio da memória, em que se relembram as palavras, porém fora de seu
significado exato, trata-se de uma Psicopatologia.
Déjà vu é um galicismo - modo de falar ou escrever próprio da língua francesa, é um francesismo que reproduz o comportamento psicológico da comunicação de ideias de que já esteve naquele local antes, já viu aqueles indivíduos, ou outro elemento externo. O termo francês é uma expressão que significa: “já visto”. A sensação de ter um déjà vu é mágica, é possível prever cada quadro da cena, a pessoa sabe tudo que vai acontecer, como se estivesse dentro de um filme já assistido. O presente e o passado se misturam e tornam uma coisa só.
Conforme
estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa, aproximadamente dois terços
da população mundial já tiveram ao menos um déjà vu na vida. A ciência
reconhece a dificuldade de comprovação desse assunto, já que é muito complicado
de promover déjà vu em laboratório. De acordo com Morton Leeds, a maioria
dessas experiências ocorrem em momentos de estresse. Ele é um estudante
americano dos anos 1940, que tinha cerca de um déjà vu a cada 2,5 dias e durante
um ano registrou num diário tudo sobre essas experiências, hora, sensação e
descrição da cena.
Especialistas
afirmam que as pessoas mais jovens e viajadas são mais propensas a viver e
sentir as sensações do déjà vu. Quando a pessoa passa por esse tipo de
experiência de forma excessiva, pode ser que a sua massa cinzenta atrofiou no
lobo temporal que fica na parte lateral do cérebro, sendo justamente essa parte
que governa formação e gerenciamento das memórias. O diagnóstico pode ser
comprovado através de uma Tomografia no cérebro. Em tese, as mentes conectam as
lembranças na mesma fração de segundos em que são gravadas.
Esse
processo provoca uma ilusão permanente, fazendo o presente parecer uma memória,
é como se vivesse o tempo todo no passado. A falta de timing do lobo temporal é
constante nos casos crônicos, já nos casos moderados essa ausência só ocorre
ocasionalmente ou somente uma vez na vida. Uma outra linha de estudos explica
que, o déjà vu está associado aos porões mais obscuros do cérebro, onde estão
as memórias do que não foi visto. É possível guardar imagens de lugares
desconhecidos no inconsciente, sem que isso seja perceptível.
Seguindo
essa linha de raciocínio, déjà vu significa acessar memórias que nunca foram registradas
pela consciência. A mente pode ser caracterizada como um fenômeno complexo da
natureza humana associada ao ato de pensar. E um traço distinto da mente, são os
fragmentos de memória que trazem à tona, cenários inteiros do passado. Exemplo
disso é quando sentimos um cheiro específico que nos remete a infância e a
nossa cabeça tem a capacidade de nos fazer viajar no tempo, voltando ao exato
momento em que sentimos aquele cheiro pela primeira vez.
Essa
sensação nasce em uma região específica do cérebro e imagina-se que, com o déjà
vu acontece a mesma coisa, como se ele tivesse um canto permanente no cérebro.
É uma espécie de mecânica secreta que confunde memória com realidade. Por meio
de uma Ressonância Magnética descobriu-se que, a área do cérebro que fica ativa
durante o déjà vu é o lobo frontal, que está relacionado com a tomada de
decisões. Ele funciona como um antivírus que faz uma varredura nas memórias
para evitar arquivos corrompidos. O déjà vu é o aviso de que o problema foi
encontrado, isolado e resolvido.
Outros especialistas consideram que a definição mais plausível é que o déjà vu seja uma espécie de alarme consciente de uma incompatibilidade sendo corrigida do que um erro de memória. O fato de uma pessoa nunca ter tido um déjà vu, não quer dizer que o cérebro dela não esteja funcionando bem. Não sentir esse fenômeno significa que a cabeça está bem e não está cometendo nenhum erro de memória. Geralmente o déjà vu acontece com pessoas na faixa etária de 15 a 25 anos.