terça-feira, 17 de agosto de 2021

Déjà vu

Sabe aquela sensação de já ter vivido ou visto uma determinada cena ou situação antes? É uma impressão que pode ser boa ou ruim, sem a existência de uma regra específica para sentir e que ocorre de forma involuntária. Déjà vu é uma Paramnésia, uma forma de ilusão da memória que leva o cidadão a acreditar já ter visto ou vivido alguma coisa ou situação desconhecida e nova para si. Paramnésia é um distúrbio da memória, em que se relembram as palavras, porém fora de seu significado exato, trata-se de uma Psicopatologia.

Déjà vu é um galicismo - modo de falar ou escrever próprio da língua francesa, é um francesismo que reproduz o comportamento psicológico da comunicação de ideias de que já esteve naquele local antes, já viu aqueles indivíduos, ou outro elemento externo. O termo francês é uma expressão que significa: “já visto”. A sensação de ter um déjà vu é mágica, é possível prever cada quadro da cena, a pessoa sabe tudo que vai acontecer, como se estivesse dentro de um filme já assistido. O presente e o passado se misturam e tornam uma coisa só.

Impressão ou sensação intensa de ter vivido no passado uma situação atual. (Reprodução internet)

Conforme estudos realizados nos Estados Unidos e na Europa, aproximadamente dois terços da população mundial já tiveram ao menos um déjà vu na vida. A ciência reconhece a dificuldade de comprovação desse assunto, já que é muito complicado de promover déjà vu em laboratório. De acordo com Morton Leeds, a maioria dessas experiências ocorrem em momentos de estresse. Ele é um estudante americano dos anos 1940, que tinha cerca de um déjà vu a cada 2,5 dias e durante um ano registrou num diário tudo sobre essas experiências, hora, sensação e descrição da cena.

Especialistas afirmam que as pessoas mais jovens e viajadas são mais propensas a viver e sentir as sensações do déjà vu. Quando a pessoa passa por esse tipo de experiência de forma excessiva, pode ser que a sua massa cinzenta atrofiou no lobo temporal que fica na parte lateral do cérebro, sendo justamente essa parte que governa formação e gerenciamento das memórias. O diagnóstico pode ser comprovado através de uma Tomografia no cérebro. Em tese, as mentes conectam as lembranças na mesma fração de segundos em que são gravadas.

Esse processo provoca uma ilusão permanente, fazendo o presente parecer uma memória, é como se vivesse o tempo todo no passado. A falta de timing do lobo temporal é constante nos casos crônicos, já nos casos moderados essa ausência só ocorre ocasionalmente ou somente uma vez na vida. Uma outra linha de estudos explica que, o déjà vu está associado aos porões mais obscuros do cérebro, onde estão as memórias do que não foi visto. É possível guardar imagens de lugares desconhecidos no inconsciente, sem que isso seja perceptível.

Seguindo essa linha de raciocínio, déjà vu significa acessar memórias que nunca foram registradas pela consciência. A mente pode ser caracterizada como um fenômeno complexo da natureza humana associada ao ato de pensar. E um traço distinto da mente, são os fragmentos de memória que trazem à tona, cenários inteiros do passado. Exemplo disso é quando sentimos um cheiro específico que nos remete a infância e a nossa cabeça tem a capacidade de nos fazer viajar no tempo, voltando ao exato momento em que sentimos aquele cheiro pela primeira vez.

Essa sensação nasce em uma região específica do cérebro e imagina-se que, com o déjà vu acontece a mesma coisa, como se ele tivesse um canto permanente no cérebro. É uma espécie de mecânica secreta que confunde memória com realidade. Por meio de uma Ressonância Magnética descobriu-se que, a área do cérebro que fica ativa durante o déjà vu é o lobo frontal, que está relacionado com a tomada de decisões. Ele funciona como um antivírus que faz uma varredura nas memórias para evitar arquivos corrompidos. O déjà vu é o aviso de que o problema foi encontrado, isolado e resolvido.

Outros especialistas consideram que a definição mais plausível é que o déjà vu seja uma espécie de alarme consciente de uma incompatibilidade sendo corrigida do que um erro de memória. O fato de uma pessoa nunca ter tido um déjà vu, não quer dizer que o cérebro dela não esteja funcionando bem. Não sentir esse fenômeno significa que a cabeça está bem e não está cometendo nenhum erro de memória. Geralmente o déjà vu acontece com pessoas na faixa etária de 15 a 25 anos.

@marciamacedostos

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