É tão difícil lidar com fofocas. Algumas vezes a fofoca não passa de fuxico, mexerico, boato ou falatório, algo que não causa maiores danos. Mas, há vezes que a coisa pode ficar séria e provocar especulação, difamação, intriga e calúnia, nesses casos o estrago toma proporções inimagináveis. A fofoca não representa apenas a atitude de fazer afirmações baseadas em fatos que não são reais, embasadas na especulação da vida alheia, além da divulgação de fatos da vida de outras pessoas sem o consentimento das mesmas, independente de que seja na intenção de desonrar ou simplesmente de fazer um comentário maldoso.
O
costume de falar da vida dos outros diz mais sobre quem fala do que de quem é falado.
Fazer fofoca é um hábito que está socialmente enraizado em praticamente todas
as culturas, afinal de contas, nós somos curiosos por natureza. Os fatores que
envolvem essas questões evidenciam muito a respeito do caráter e da
personalidade de um indivíduo, está relacionado até com o andamento da vida
particular dessa pessoa. Dificilmente, o ato de fofocar possui um viés
positivo. Criar confabulações, especulações, maledicência a até divulgar a
intimidade dos outros podem provocar grandes males, pois a maioria das fofocas
são tóxicas e desrespeitosas.
Geralmente,
as informações passadas através de uma fofoca não correspondem à realidade, o
assunto que se propaga sofre modificações e chega aos ouvidos alheios de
maneira deturpada. Os fofoqueiros de plantão costumam ter baixa autoestima e
possuem uma grande necessidade de chamar atenção. São pessoas agressivas,
carentes, imaturas e inseguras, com a saúde mental prejudicada e por isso,
fazem da fofoca um meio de atrair as atenções. Uma característica grave que um
fofoqueiro pode ter é a inveja, mas normalmente, acontece de forma inconsciente,
ele desqualifica o outro para provar que é uma pessoa muito melhor.
Além
de uma fofoca ser repleta de julgamentos, ainda externa os valores e
preconceitos que o fofoqueiro traz dentro de si, sendo uma maneira de
reproduzir e fortalecer seu círculo de convivência. Há quem diga que os fuxicos
ajudam as pessoas a regularem o estresse e a fiscalizar o mau comportamento
alheio. Trata-se de uma estrutura perversa que prejudica a sociedade por ser
uma espécie de desmoralização social, o uso indiscriminado das redes sociais e as
fake news são a prova disso. A prática de fofocar reflete problemas emocionais
caracterizados por ansiedade e frustração, e nesses casos, a fofoca demonstra
um mundo interno doente.
Muitas
vezes o fofoqueiro precisa de ajuda para distinguir o mundo real do mundo
imaginário, pois em algumas situações, a fofoca é motivada por fantasias. Agora,
se não há a intenção de prejudicar alguém ou está conectada com a necessidade
de contar histórias, não existe nada de mau nisso, a fofoca pode sim, ser
positiva. Outra vantagem é usar essa prática como um impulsionador, para tomar
consciência da própria existência e fazer um exercício honesto de autoconhecimento.
Quando a pessoa faz isso, acaba se isentando de prestar atenção naquilo que
precisa ser melhorado em si mesmo.
Refletir sobre o assunto não é agradável, provoca sofrimento e para fugir disso o indivíduo fala mal do outro. Com isso, um alívio momentâneo é experimentado, pois a dificuldade dessa pessoa permanece apenas dentro dela, daí a necessidade de criar fofocas como estratégia de fuga. Compreender essa atitude e seus mecanismos ajuda numa reflexão melhor de si mesmo, tem casos que psicoterapia pode ajudar para reforçar a autoestima. Ocupar-se com a vida dos outros parece coisa de quem não consegue ter uma existência plena, mas, quando a pessoa se aceita como é, se sente bem em ser quem é, e é seguro de si mesmo, com certeza, vai se preocupar menos com a vida alheia.