terça-feira, 29 de junho de 2021

Ser cringe

Atualmente, o termo “cringe” ganhou uma grande repercussão. A palavra se tornou meme na internet, sendo utilizada para expressar ideias e pontos de vista diferentes, sobre vários assuntos. Seu uso é frequente nos debates entre as gerações Z (Gen Z) e Y também conhecida como Millennials, como justificativa para definir atitudes, comportamentos, costumes e estilos. Nas redes sociais, cringe está relacionado com algo classificado como incômodo e desconfortável, virou uma questão que divide as gerações, aquecendo a discussão entre os usuários, que não param de opinar.

"Nós somos o que repetidamente fazemos. A excelência não é um ato, mas um hábito." (Reprodução internet)

Geração Z é a denominação dada para as pessoas nascidas entre os anos de 1995 e 2010, já os Millennials são aqueles que nasceram entre os anos de 1980 e 1995, são considerados tios e ultrapassados. Cringe é um verbo da língua inglesa, que viralizou como adjetivo e gíria, utilizado pelo pessoal da Geração Z para demonstrar o que pensam dos Millennials. Traduzido para o português, a palavra significa “vergonhoso(a)”. Segundo os adeptos dessa espécie de movimento, cringe é mais que um adjetivo, trata-se de um sentimento, quase que um estado de espírito.

Basicamente, é a tal da vergonha alheia, uma situação estranha qualquer de outra pessoa e que você sente vergonha por ela. A Geração Z nasceu e cresceu com a internet, são os nativos digitais, acham que sabem de tudo e causam um verdadeiro choque nas gerações. Somos cringe, mas, pelo menos a gente é livre. Está tudo bem você partir o cabelo de lado, usar calça skinny e sapatilha de bico redondo ou abusar dos emojis. Pensando em todas as especificidades sobre ser ou não ser, descobri que eu sou ultra, master cringe e não é só por causa da idade.

Fato é que, tudo isso vai além de uma simples crise existencial, somos seres humanos, todo mundo é diferente entre si e cada um carrega a beleza de ser quem é. Mesmo que rotulem nossos comportamentos e gostos, não devemos nos sentir mal por causa disso. Sou cringe, porque além de ter nascido na década de 80, amo café, posto fotos com hashtags e falo boleto ao invés de conta. Aí ferrou, eu sou mesmo! Meu filho tem a mania de me dizer em várias situações: “Parece que você nasceu no século passado.” Nossa! É bem irritante, mas é verdade.

O que podemos esperar da Geração Alpha? As crianças nascidas a partir de 2010, são a nova geração, elas já nasceram conectadas, vivem cercadas pela tecnologia e estão desenvolvendo uma nova visão de mundo. Com o passar do tempo, ocorreram mudanças nas formas de comunicar, se relacionar e até de trabalhar, mudou também a maneira de encarar a realidade, é necessário evoluir. A palavra “geração” é atribuída a um grupo de pessoas nascidas em uma época específica, que compartilham características em comum e cresceram no mesmo contexto social, cultural e econômico.

Dizer o que pensa através dos emojis, é cringe. (Reprodução internet)

Antigamente as gerações duravam mais tempo, cerca de 25 anos, elas foram segmentadas com base em acontecimentos históricos significativos. Com o avanço tecnológico, as mudanças e transformações passaram a acontecer de forma mais acelerada e atualmente, a duração de cada geração é menor. Toda geração possui particularidades específicas e importantes, que contribuem para a evolução da raça humana. É tão bom ouvir as experiências de vida dos nossos avós, eu viajo nas histórias do passado que eles contam. Conheça algumas características das últimas gerações:

Geração X (1960 - 1980) – São as pessoas nascidas após o fim da Segunda Guerra Mundial, o questionamento sobre costumes e valores marcou esse período. Foi quando surgiram os primeiros computadores e no Brasil ocorreram as Diretas Já e o fim da Ditadura. Naquela época, os indivíduos se preocupavam em fazer carreira, ter maturidade, lutar por seus direitos e conquistar a individualidade sem abrir mão da convivência em grupo.

Geração Y (1980 - 1995) – São os Millennials, filhos da Geração X e conheceram o mundo já globalizado, acompanharam de perto o desenvolvimento da tecnologia e a popularização da internet, nos anos 1990. Eles cresceram em um período de grande prosperidade econômica, com acesso a computador, videogame e TV a cabo. Suas principais características são: otimismo, imediatismo, interesse pelas novas tecnologias, desenvolver várias atividades ao mesmo tempo, procura por propósito e flexibilidade no trabalho, preocupação com causas sociais e com o meio ambiente.

Geração Z (1995 - 2010) – Estão bem adaptados com as tecnologias móveis e não conhecem o mundo sem a presença de celulares e computadores. Em se tratando de carreira profissional, essa geração não admite exercer um mesmo ofício a vida inteira. Suas principais características são: criatividade, ansiedade intensa, responsabilidade social, são revolucionários, colaborativos, desapegados e conectados.

Geração Alpha (a partir de 2010) – A maioria, filhos da Geração Millennial, que pertencem a um mundo totalmente tecnológico e conectado, não separam a vida real do digital, se dedicam a aprender e experimentar o mundo à sua volta. Valorizam mais as experiências do que os objetos e bens materiais, são crianças atentas e observadoras, que inventam e interagem sempre. É considerada a geração mais inteligente de todas, por serem mais livres, versáteis, questionadores e hiperconectados. Como nem tudo são flores, têm capacidades como concentração e paciência, prejudicadas. Mas, a Geração Alpha promete trazer transformações profundas para a sociedade.

@marciamacedostos

terça-feira, 22 de junho de 2021

A fama dos cactos

Em setembro de 2020, resolvi tirar do papel, o projeto pessoal desse blog aqui e dei-lhe o nome de Flor de Cacto. A escolha desse nome foi uma capítulo à parte, pois estava em busca de algo que fosse representativo e simbólico. O título caiu como uma luva e a conexão foi imediata quando pensei nele. Sempre admirei o cacto, por se tratar de uma planta muito forte, resistente e capaz de sobreviver a muitos desafios, além disso, simboliza firmeza e perseverança. É por essas razões, que os cactos, simplesmente, me encantam e inspiram.

Seja cacto quando preciso, porém floresça quando chegar a sua hora. (Reprodução internet)

Os cactos possuem espinhos em lugar de folhas, pertencem à família Cactaceae, apresentando espécies de cores, formatos e tamanhos bem distintos. Por possuir habilidades específicas de sobrevivência, essa planta costuma se adaptar bem nos ambientes áridos. Elas nascem em condições extremas, sendo muito comum na Região Nordeste do Brasil. O cacto armazena água e a sua estrutura espinhosa serve para se proteger de possíveis ataques de predadores herbívoros. Para sobreviver, ele precisa de pouca água e de uma intensa iluminação.

Cactos retratam bem o Nordeste brasileiro, já que conseguem sobreviver em situações adversas, assim como muitos nordestinos que precisam lidar com desafios bastante acentuados, como a seca e os desequilíbrios socioeconômicos. No mês de junho, todos os caminhos levam para o Nordeste, já que durante o período dos festejos juninos, todos gostariam de estar por aqui, para dançar forró, admirar a boniteza das quadrilhas, sem falar nas delícias que a culinária típica apresenta. Fico salivando de vontade, só de pensar!

Recentemente, o cacto foi protagonista no reality show No Limite, gravado no estado do Ceará. O participante Kaysar da tribo Calango, preparou um prato especial para o grupo, a base de cacto com óleo de sardinha, depois a tribo voltou a comê-lo, dessa vez cru. Fato é que, algumas espécies são comestíveis, podendo sustentar humanos e animais, sendo chamadas de “alimento do futuro”. A planta é pensada como uma saída para a alimentação de povos que enfrentam secas intensas. Seu uso como base de receitas e produtos alimentícios, é bem antigo.

É preciso compreender a funcionalidade dos espinhos, para admirar a beleza dos cactos. (Reprodução internet)

O cacto representou a torcida organizada da advogada e maquiadora Juliette Freire, participante do reality show Big Brother Brasil. Os fãs da sister, que são carinhosamente chamados de cactos e ganharam esse apelido graças a paixão que Juliette tem pela planta, conseguiram consagrá-la campeã da edição 21 do BBB. A planta virou emoji e estampa dos mais variados produtos, caracterizando a torcida vitoriosa. Além disso, o exército de cactos da campeã, a fizeram ultrapassar a marca de 30 milhões de seguidores no Instagram, sendo que, antes do programa ela tinha 3 mil seguidores. Um verdadeiro prodígio!

Sem dúvidas, foi uma estratégia digital fenomenal da equipe de Juliette, seu carisma foi aplicado de forma estratégica ao mundo digital e deu muito certo. A jornada dela no programa, seguiu uma linha surpreendente, criou uma persona que se conectou ao público, sendo a nordestina humilde e amiga dos mais vulneráveis, uma jovem divertida, ágil com as palavras e vítima de preconceitos. Tudo isso resultou no diferencial da campeã, ela estabeleceu uma conexão coletiva que reverberou sinceridade e gerou engajamento.

O fato é que a resiliência dos cactos (a torcida), uma característica bem representativa da planta cacto, transformou a paraibana Juliette em um fenômeno digital. Uma mulher comum, anônima, que chamou atenção e conquistou as pessoas, justamente por ser a imperfeita e não tinha vergonha de ser. Seu acentuado sotaque nordestino também foi algo que ficou em evidência no programa, pelo fato de que ela falava muito e também porque, nem sempre ou quase nunca, estavam dispostos a ouvi-la. Apesar de todos os obstáculos, ela conseguiu ocupar um lugar de brio.

Juliette enfrentou seus oponentes com altivez, demonstrando toda a sua resistência, construída a partir da sua origem simples e de todas as adversidades que enfrentou ao longo da vida. Essa capacidade de lidar com os infortúnios que existem, também chamada de “resiliência”, é representada pela figura do cacto, que exibe grande vigor nos períodos de estiagem. Por toda beleza, adaptabilidade e durabilidade, não poderia ser outro, senão o cacto, a escolha certa para ser o símbolo do povo nordestino, que sofre, resiste, luta e vence.

@marciamacedostos

terça-feira, 15 de junho de 2021

Curiosidades do dia dos namorados

O dia dos namorados é uma data comemorativa que celebra a união amorosa entre os casais apaixonados, em alguns países, a data é conhecida como o dia de São Valentim. Há lugares que usam esse dia para externar o afeto entre os amigos, sendo habitual a troca de declarações e presentes bem carinhosos. A maioria dos países comemoram o romantismo em 14 de fevereiro, aqui é celebrado em 12 de junho, por ser véspera do dia de Santo Antônio, famoso por ser considerado, o “santo casamenteiro”. 12 de junho de 1949 foi o primeiro dia dos namorados no Brasil.

Romantismo não significa dar presentes e sim ser presente. (Reprodução internet)

Na realidade, trata-se de um evento comercial, apesar de todo o simbolismo envolvente, a ideia surgiu com intuito de aquecer as vendas no mês de junho, que eram muito fracas. O fato é que muitas curiosidades rondam o dia dos namorados e vamos desenrolar algumas delas. São Valentim é o santo dos namorados, porque no ano de 270, os jovens foram proibidos de casar pelo Imperador Claudio II. Ele entendia que os jovens solteiros eram soldados melhores e como o bispo romano São Valentim não concordava com tal atitude, realizava o casamento de jovens as escondidas.

Em 14 de fevereiro é comemorado o Valentine’s Day, para homenagear São Valentim que foi decapitado nessa data. Na Idade Média esse dia também era marcado por ser o início do acasalamento dos pássaros e dizem que, os namorados da época, aproveitavam o clima para deixar mensagens amorosas na porta de suas enamoradas. No ano de 1415, foi emitido um dos cartões mais antigos que se tem notícia, o remente era Charles - Duque de Orleans, que estava preso na torre de Londres e o destinou para a sua esposa. Atualmente, o cartão se encontra exposto num museu britânico.

Os norte-americanos costumam gastar muito com cartões no dia de São Valentim, esse exagero de consumo só perde para o Natal. Aquelas fitas usadas para embalar presentes, são consideradas como um símbolo, também muito usado no dia de São Valentim, essa prática tem origem na Idade Média, quando os cavaleiros iam competir e as suas namoradas lhes davam fitas para desejar boa sorte. O hábito de dar flores é considerado o presente mais comum por parte dos homens, aproximadamente 75% deles, compram flores no dia dos namorados.

Por falar em flores... a rosa vermelha é considerada a rosa do amor, é a flor preferida de Vênus, a deusa do amor de Roma. Inclusive, o vermelho é a cor que representa o amor, está relacionada com fortes emoções e sentimentos. Pedidos de casamento no dia dos namorados também são muito comuns. Anualmente, uma média de 220 mil pedidos de casamentos são realizados pelo mundo afora, somente nesta data. E olha que incrível! Sabe o Taj Mahal na Índia? Pois é, foi um presente de dia dos namorados, construído por Mughal Imperador Shahjahan, em memória de sua mulher.

Na cidade de Verona - Itália (lar de Julieta), a Julieta Capuleto, personagem do romance “Romeu e Julieta” de William Shakespeare, costuma receber milhares de cartas com pedidos de conselhos amorosos. Geralmente, esse episódio inusitado acontece especialmente no Valentine’s Day. A primeira caixa de bombons para o dia dos namorados, foi produzida em 1800 e desde então, essa iguaria deliciosa é presença garantida na comemoração de todos os casais apaixonados que existem por aí. Há quem diga que o chocolate é um poderoso afrodisíaco.

O que falar sobre o fato de que milhões de pessoas costumam presentear os seus bichinhos de estimação, justamente no dia dos namorados? E a estimativa de que, 15% das mulheres que recebem flores nessa data romântica, foram presenteadas por elas mesmas? Seria um nível muito elevado de carência!?! Não sei, só sei que essa data romântica é cercada de muitas tradições e as pessoas apaixonadas seguem se superando no quesito “surpreender” com eternas juras de amor e trocas de presentes.

@marciamacedostos

terça-feira, 8 de junho de 2021

Assédio

Assédio é um conjunto de sinais ao redor ou em frente a um local determinado, estabelecendo um cerco com a finalidade de exercer o domínio, ou seja, trata-se de insistência inconveniente, impertinente, persistente e duradoura, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém. Que nós mulheres convivemos diariamente com o assédio, não é segredo para ninguém. Infelizmente! Além de viver essa realidade, passei a me interessar mais sobre os detalhes desse tipo de impertinência em 2016, quando em equipe, fizemos uma pesquisa profunda sobre o assunto.

A regra é clara: Não é não. (Reprodução internet)

O estudo foi realizado para o nosso TCC - Trabalho de Conclusão de Curso, na graduação de Comunicação Social e Jornalismo, cujo tema foi “Assédio sexual e vestuário feminino nos espaços públicos de Salvador”. Nosso trabalho teve o objetivo de analisar a prática comum do assédio sexual vivido pela mulher nos espaços públicos da capital baiana e a relação que esse tipo de ação possui com o vestuário feminino. Foram investigados os aspectos sociais, históricos e de gênero que explicam as contradições da sociedade, assim como as causas e consequências.

Conforme pesquisas, no Brasil, aproximadamente 64% das mulheres afirmam que já sofreram algum tipo de assédio na rotina diária. Essas pesquisas apontam que os locais mais comuns de ocorrerem assédios são os lugares públicos com cerca de 47% e o transporte público com cerca de 40%. O levantamento apontou ainda que o ônibus com 76% e metrô com 25%, são os dois locais onde as mulheres informam haver mais episódios de assédio. Situações como locomoção noturna, regiões violentas, ambientes lotados, locais desconhecidos e pontos de ônibus, também são considerados de risco.

Aproximadamente metade das mulheres brasileiras vivem essa angústia e declaram que já sofreram assédio sexual no ambiente de trabalho, mas apesar dos dados, o senso de impunidade e o medo acabam desencorajando as denúncias. A ineficiência de políticas internas relacionadas à essa prática absurda no âmbito profissional e principalmente, o receio da exposição, só fortalecem a falta de coragem em denunciar. Muitas dessas mulheres acabam se sentindo culpadas pelo assédio que sofreu, elas preferem conviver com o silêncio, a solidão e a sensação de impotência.

As mulheres desenvolvem problemas de autoestima e ansiedade, pois sofrem variadas maneiras de assédio em público, como o assobio inconveniente, os comentários de cunho sexual, os olhares insistentes, seus corpos tocados sem permissão, os xingamentos, homens que se exibem de forma inadequada e o pior de tudo, estupros em locais públicos. O assédio sexual é um tipo de violência que ocasiona vários problemas para a vida das mulheres. Nós temos o direito de ser quem somos, sem ter que sofrer qualquer tipo de consequência negativa, abuso e violência por causa disso.

Meu corpo não é público. (Reprodução internet)

O assédio sexual é um tipo de violência banalizada, que segue na contramão dos direitos garantidos a mulher, principalmente o de ir e vir, a partir do momento que elas sentem medo de andar nos espaços públicos. O ato de naturalizar isso pode estar relacionado ao fato de que o corpo da mulher é considerado como algo público, pela sociedade machista e preconceituosa em que vivemos. Trata-se do reflexo de uma cultura que não percebe a mulher como sujeito, essa cultura machista que enxerga a mulher como objeto passivo do desejo masculino.

Não é normal sair de casa com medo de entrar para uma estatística que simboliza uma das maiores formas de torturas e desigualdade de gênero, isso pode prejudicar até a nossa saúde mental. Essa realidade precisa ser combatida e modificada, urgentemente, pois fere uma das premissas básicas do Estado Democrático de Direito, que é a dignidade da pessoa humana. Apesar da influência patriarcal ser forte em nossa sociedade, é necessário mais educação e conscientização do problema para reduzir o assédio e promover a prática constante do respeito.

@marciamacedostos

terça-feira, 1 de junho de 2021

Os desalentados

No Brasil, o índice geral de desemprego segue batendo recordes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o número atingiu cerca de 14,7% da população e entre os jovens de 18 a 24 anos, esse resultado chega próximo do dobro, cerca de 29,8%. Desalentado é o adjetivo dado à quem se mostra desanimado, desencorajado, sem ânimo e sem vontade de agir, trata-se de um desesperançado. Pesquisas apontam que cresceu o número de pessoas desalentadas no país, aqueles indivíduos que desistiram de procurar emprego, pois não acreditam que irão encontrar.

Que não te consuma, aquilo que não te soma. A pior derrota é o desalento. (Reprodução internet)

Entre as justificativas apresentadas para a desistência de procurar emprego e se tornar um desalentado, estão: não conseguiu trabalho por ser considerado muito jovem ou muito idoso; não conseguiu um trabalho adequado; não havia trabalho na localidade de residência; não tinha experiência profissional ou qualificação adequada; e o argumento atual que retrata os impactos negativos que a Pandemia causou na economia nacional. Atualmente, são cerca de 6,0 milhões de desalentados no país, que são aquelas pessoas que deixaram de procurar emprego, outro recorde de acordo com o IBGE.

Conforme dados do IBGE, somando os números de desalentados e de desempregados, ou seja, aqueles que estão procurando emprego e os que desistiram, o total fica em torno de 20,3 milhões de brasileiros. Por causa da Pandemia da Covid-19, são cerca de 39,6% da população brasileira inserida na informalidade. Trata-se de um exército de desempregados, informais, subocupados e desalentados. Segundo o órgão federal, no primeiro trimestre de 2021, a média de desempregados ou desocupados ficou em torno de 14,8 milhões de brasileiros.

O fato é que a situação está complicada demais, temos uma crise sanitária que persiste e a crise econômica que atinge índices cada vez mais absurdos. Um importante aspecto que causa essa grande contingência de desalentados no Brasil, é o período longo de recessão que enfraquece a economia, gerando escassez de emprego e uma inércia no mercado econômico, que por sua vez, adquire uma dificuldade de reação, formando um círculo vicioso, que resulta na insuficiência da oferta de emprego formal. A falta de preparo do mercado para absorver a grande demanda de desempregados só agrava a situação.

Ficar desempregado atinge diretamente a nossa saúde mental. O excesso de preocupação atrapalha muito a nossa vida e nos deixa angustiados, ansiosos, culpados e com baixa autoestima. É difícil encontrar um ponto de equilíbrio que nos permita ter a sabedoria para agir de forma inteligente, mantendo o controle da situação, mesmo que adversa. Um caminho de possibilidades é investir no empreendedorismo, boa parte das empresas, surgem da necessidade de produção para garantir o sustento familiar.

Outras sugestões importantes são: nunca deixe de estudar, por mais difícil que esteja o mercado de trabalho; mantenha o currículo bem elaborado, com dados e informações atualizados, evitando endereços de e-mail e redes sociais com palavras inadequadas; procure investir constantemente no aprendizado para desenvolver competências profissionais; cultive uma boa rede de relacionamentos, o networking é extremamente útil para qualquer profissional; seja proativo, isso é visto com bons olhos pelo empregador; e por fim, cuide da saúde física, mental e espiritual. Jamais perca a esperança. Vá a luta!

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...