terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Sou canhota, e daí?

Você é destro ou canhoto? Os que são canhotos têm dificuldades? Eu sou canhota e por causa disso enfrentei alguns problemas sérios ao longo da vida e é sobre isso que quero falar. No meu primeiro ano de escola, já foi detectado que eu usava a mão esquerda para pegar no lápis e a partir daí foi organizada uma força tarefa entre a escola e os meus pais, para corrigir essa “falha”.

Canhoto, esquerdino, esquerdo, são alguns títulos dado ao indivíduo que usa mais os membros esquerdos do que os membros direitos para suas obrigações. Quem é canhoto precisa se habituar a uma realidade espelhada, que se desenvolve ao avesso e nos impõem um mundo totalmente invertido, o oposto daquele que o cérebro acredita ser o natural. Acredita-se, que superamos melhor os fatores irritantes. Será? Sei não, viu.

Precisamos nos adaptar ao mundo dos destros, mesmo que inconscientemente. (Reprodução internet)

Ser canhoto é consequência do desenvolvimento biológico do cérebro. Entre 10% e 13,5% dos humanos são canhotos, sendo mais homens que mulheres. Segundo pesquisadores, os canhotos possuem maior probabilidade de desenvolver doenças como epilepsia e esquizofrenia, porém são mais rápidos e lutam melhor que os destros, além de ter a criatividade mais aflorada. Muitos têm boas habilidades musicais e um ouvido musical absoluto.

13 de agosto é o Dia Mundial do Canhoto e tudo o que eu desejo é mais empatia conosco, porque não é nada fácil. Parece bobagem? Mas não é. Usar uma tesoura ou abridor de lata é um processo e o mouse do computador, é um desafio. Tocar violão, provavelmente só invertendo as cordas. As habilidades do lado esquerdo do corpo do canhoto, não se restringe às mãos, os pés e os olhos também são diferenciados.

Eu fui para escola com 03 anos de idade, claro que não lembro dessa época, só sei o que meus pais contam. Com o passar do tempo os problemas se intensificaram bastante e hoje tenho um histórico perturbador pelo fato de ser canhota. Na alfabetização a coisa ficou tensa, pois entraram numa onda de ter que corrigir o problema, ou seja, tentaram me forçar a escrever com a mão direita.

Dessa fase eu lembro bem, quando a professora insistia que eu usasse a mão direita para escrever. Gente, era quase uma tortura! Apesar de ter canhotos que conseguem usar a mão direita, eu conheço alguns e acho uma capacidade maravilhosa, eu não sei nem pegar corretamente na caneta e é impossível conseguir escrever qualquer coisa, mas a insistência era constante.

Além da sala de aula, em casa também, eu tinha que praticar, “me acostumar” como diziam, a usar a mão direita. Para todos, era apenas uma questão de costume, mas eu sabia que não era assim e sofria muito por não conseguir. Com o passar do tempo e nenhuma evolução, largaram de mão, mas sempre havia um ou outro comentário que me deixava muito triste.

A minha letra sempre foi muito feia, todos são unânimes em dizer isso e eu também acho. Na infância, me diziam que minhas letras só eram feias porque eu escrevia com a mão esquerda e que por isso, deveria me dedicar mais no intuito de me tornar destra. Aquilo me entristecia bastante, pois eu sabia que não podia mudar isso, já havia tentado muito, mesmo depois de saber escrever, continuei usando o caderno de caligrafia nessa tentativa.

Quando criança, sofri muito o “famoso” bullying, por parte dos colegas, naquela época, esses atos repetitivos de agressão e intimidação não eram conhecidos por essa palavra, mas o fato é que fizeram muita chacota por eu ser canhota. Me recordo de uma vez, quando uma prova foi aplicada por uma professora que não me conhecia e ela reclamou por eu estar torta na cadeira, já que o braço da mesma era do lado direito.

Aquela professora achou que eu estava tentando pescar da colega, expliquei as minhas razões e ela com dúvidas, me colocou no canto da sala, de cara para parede, provocando risos de toda turma. Aliás, até hoje, encontrar carteiras de canhoto na sala de aula é uma saga. Lembro de muitos sufocos que passei no ensino médio, na faculdade e até em provas de concursos públicos e do Enem. Gente! Isso é muito sério!

Muitas culturas tratam o canhoto como uma pessoa infeliz e maliciosa. Antigamente os canhotos eram vistos como pessoas amaldiçoadas, eram pessoas malvistas pela sociedade e o pior é que esse assunto é pouco estudado até hoje. Nas sociedades mais antigas e distintas, assim como na Idade Média era muito comum a perseguição e o preconceito social, cultural e religioso contra os canhotos.

Num passado bem recente, muitas crianças canhotas eram obrigadas a aprender a escrever com a mão direita. Em alguns lugares, o uso da mão esquerda foi condenado, durante muito tempo, os canhotos precisavam brigar contra a própria natureza, pois só era ensinado a escrever com a mão direita. Atualmente, o uso da mão esquerda é considerado como algo normal, mas é necessário um árduo processo de adaptação, pois o mundo é pensado para as pessoas destras.

@marciamacedostos

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Frustração, como lidar?

A frustração é um sentimento muito comum a qualquer mortal. Trata-se de um estado emocional que compreende a descontinuação de um comportamento estimulado, é um estado psíquico que procede da imobilização do estimulo produzido por qualquer obstáculo que impossibilita o alcance de um projeto ou objetivo desejado. As fontes da frustração podem ser, tanto internas quanto externas.

A frustração é uma sombra da expectativa. (Reprodução internet)

Fontes internas de frustração, são aquelas que compreendem as deficiências pessoais, como a falta de confiança, a insegurança ou o medo de questões sociais que podem dificultar ou impossibilitar o alcance de uma meta. Já as fontes externas de frustração, envolvem aquelas circunstâncias que fogem do nosso controle, como a falta de dinheiro, as questões climáticas ou acidentes de trânsito.

O sentimento de frustração provoca uma sensação de impotência quando algo desejado não acontece. Normalmente, ocorre quando uma expectativa ou um desejo não são realizados. Ela provoca desânimo, incômodo e acabam criando dificuldades para a realização de qualquer projeto. A decepção que a frustração provoca, atinge o estado emocional das pessoas, podendo ocasionar consequências terríveis.

Um contraponto importante, é que é essencial que um indivíduo sinta-se frustrado, na medida certa, pois isso promove o desenvolvimento da mente. As experiências frustrantes provocam o aprendizado, o crescimento e a criação de novas maneiras de interação com o mundo. Faz parte da vida de todas as pessoas, sendo imprescindível para a evolução humana.

Existem alguns sinais que indicam quando a pessoa está frustrada, são eles: a compensação - quando a pessoa supre os seus fracassos com coisas que a façam se sentir melhor, mesmo que seja temporário; a fuga - quando não se sabe lidar com uma situação que provoca infelicidade é comum fugir ou se isolar; a raiva - quando descontamos os problemas em alguém ou o desânimo - quando perdemos a vontade de reagir.

Quando se está frustrado é importante ter em mente que: a frustração pode ser um impulso de atitudes positivas; a vida não possui um roteiro fechado, sempre há espaços para mudanças; é de extrema importância estabelecer expectativas realistas; nem tudo depende de nós e sempre há a possibilidade de pedir ajuda; o mundo não gira em torno das nossas vontades; pensar somente no pior cenário, não leva ninguém para frente; todo erro é na verdade, uma oportunidade de aprender e fazer diferente; todo ser humano possui uma força de ação, para fazer a diferença.

É preciso fazer com que as frustrações trabalhem a nosso favor e fazer com que elas nos tornem pessoas mais fortes, para conseguir superar os desafios com competência e criatividade. Como começar? É simples, comece vencendo as adversidades possíveis, compreendendo as falhas que acontecem ao longo do processo e principalmente, aceitando os erros que não dependem de nós.

Caso não seja possível superar as frustrações sozinho e não consiga encontrar uma luz no fim desse túnel, talvez seja interessante procurar ajuda de um profissional habilitado e capacitado, como um psicólogo, para lidar com as atribulações da mente humana. Ele vai te ajudar a entender os motivos de sua frustração, como você deve lidar com esses motivos e também como vai desenvolver todo o processo de superação. Vale a pena tentar. Acredite!

@marciamacedostos

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A tal da culpa

Você já fez, falou algo ou tomou alguma atitude que se arrependeu depois? E a tal da culpa, já sentiu? Eu me arrependo de muitas coisas na vida, acredito que isso acontece com todo mundo, é absolutamente normal, até porque ninguém é perfeito e somos todos passíveis de erros. O problema é quando esse tal arrependimento se transforma em culpa e quando dela não conseguimos nos livrar.

Segundo Lewis (1971), a culpa acontece quando nos julgamos negativamente ao acreditarmos que não conseguimos viver de acordo com os nossos próprios padrões ou os padrões impostos pela sociedade. A culpa tem a função adaptativa e é própria da natureza humana. Dizem que, a pessoa que sente culpa tem uma capacidade maior de ter empatia e conexão com o outro.

"Alguns infinitos são maiores que outros." (Reprodução internet)

Muitas vezes me pego questionando à mim mesma sobre diversas situações da minha vida, em que tomei atitudes que podem ter gerado consequências, nem sempre boas, mas que as decisões tiveram que ser tomadas por mim. Muitas dessas questões envolvem diretamente a família, principalmente meu filho. Quem é mãe sabe exatamente do que estou falando.

Desde a gestação que nós mães lidamos com um turbilhão de sentimentos e sensações, nem sempre agradáveis e felizes. Senti tanto medo nessa fase, que chegava sufocar as vezes. A minha gravidez foi muito desejada e planejada por mim, já pelo pai, sinceramente não sei dizer, até porque atitudes valem muito mais do que palavras, se é que você me entende.

Desde o começo da gravidez percebi que não seria um processo fácil, por vários motivos. No quesito saúde física foi tudo tranquilo, nada fora do comum, mas psicologicamente falando, foi muito tenso, afirmo que não tive um momento de paz durante os nove meses. Lembro-me de muitas vezes chorar em frente ao espelho, fazendo carinho na barriga e pedindo perdão ao meu filho, por estar passando para ele tanta tristeza e desgosto.

O casamento já estava fracassado e não havia interesse algum de salvá-lo, porém eu estava grávida e precisava lidar com isso. Não foi fácil, não sabia o que fazer, afinal uma mãe também estava para nascer e eu só conseguia me culpar por submeter meu filho àquela situação. Ouvi muito, que não poderia ficar daquele jeito, por causa do bebê que estava sendo formado dentro de mim, mas, cadê forças para vencer o tal sofrimento?

Meu filho nasceu no tempo certo, mas abaixo do peso, não consegui amamentá-lo e ele teve vários problemas de saúde na primeira infância. Novamente a culpa se fez presente em meu ser e muitas vezes me corroeu por dentro. Acho a culpa um dos piores sentimentos que existem e muitas vezes ela não vem sozinha, é acompanhada de mágoa, raiva, remorso, vergonha, sentimentos que maltratam, apesar de promoverem a evolução pessoal.

O casamento de fato acabou e segui sendo mãe solo, a minha família sempre esteve presente, mas eu sentia um peso muito grande de responsabilidade e isso me acompanha até hoje, assim como os vários sentimentos de culpa ao logo do caminho. Certa vez, quando meu filho era pequeno, ouvi uma frase que repito incansavelmente para mim, quando a culpa insiste em ficar: “Eu sou a melhor mãe que posso ser e se erro, com certeza, é tentando acertar”.

Meu filho está prestes a completar 15 anos, a vida dele já passou por várias fases, agora estamos na mais desafiadora de todas, a adolescência e eu sigo me desdobrando para lidar da melhor forma possível, errando, acertando, mas sempre aprendendo. No quesito maternidade, carrego vários desafios e sempre surgem questões para fazer me sentir culpada. Imagine nas outras áreas da vida!?! É um processo, mas, a culpa só não pode me paralisar.

Entender que é difícil ter capacidade para enxergar e sair do ciclo vicioso da culpa, é o primeiro passo. A partir daí, é necessário vislumbrar novas saídas para os problemas, que muitas vezes parecem impossíveis, mas sempre existem. A ajuda profissional de um psicólogo é interessante, para orientar no processo de reflexão e como você pode se comportar diante dos problemas. Trabalhando a aceitação, conseguimos nos perdoar e lidar melhor com a culpa, sem a autoagressão. Seguimos tentando!

@marciamacedostos

terça-feira, 24 de novembro de 2020

A arte de bordar

O bordado é uma maneira de produzir, seja a mão ou a máquina, diversos modelos de arte. Para isso é possível utilizar vários tipos de ferramentas como agulhas, linhas, tintas, uma variedade de fios: de algodão, de lã, de linho, de mental, de seda, etc. A utilização desse material mais uma dose de interesse e paciência, possibilitam a formação dos mais variados desenhos.

Consigo me expressar através do bordado em ponto cruz. (Arquivo pessoal)

Ao desenvolver a prática do bordado, a gente aprende a relaxar e a se expressar. Eu aprendi a bordar o ponto cruz há muito tempo e foi por acaso, antes disso, eu não imaginava que poderia ser capaz de fazer trabalhos manuais tão delicados. Sou uma pessoa bastante ansiosa e inquieta, mas quando estou bordando, sou tomada por uma tranquilidade incrível que me transforma.

Mesmo sem muita experiência no assunto, consegui bordar em ponto cruz, uma parte do enxoval dos meus sobrinhos e bem antes disso, também bordei, só que de uma forma bem mais simples, parte do enxoval do meu filho. Como tudo na vida, com a prática da arte, consegui aprimorar e adquirir mais experiência e expertise, assim os últimos bordados que fiz, apresentam um maior nível de perfeição.

Conheço pessoas capazes de desenvolver e produzir artesanatos maravilhosos e perto delas, eu só faço o básico, até porque, para fazer qualquer tipo de arte é preciso muita dedicação, tempo e estudos através de cursos em áreas relacionadas a cada arte específica. O Brasil é um país rico na cultura artesanal, em cada canto desse país existem pessoas que fabricam arte das mais diversas e improváveis matérias-primas.

O Nordeste Brasileiro é uma região que tem o artesanato como carro-chefe de sua economia, juntamente com o turismo que também é muito importante para o nosso território. Trata-se de uma demonstração artística e cultural muito expressiva. Essas práticas manuais recebem influências de diversos povos, sendo que as ferramentas, as peças, as técnicas e os materiais usados são muito diferentes entre os estados nordestinos.

O Nordeste é maior do que qualquer preconceito. (Reprodução internet)

Boa parte do artesanato da região Nordeste é produzido com matérias-primas que são extraídas da fauna e flora nativas, como bambu, barro, cera, cipó, conchas, couro, fibras, madeira, palha, pedras, sementes, entre outros, os recursos naturais são utilizados das mais variadas maneiras. Mesmo com toda essa diversidade, os bordados e as rendas se destacam como sendo as expressões artísticas mais valorizadas da cultura nacional.

Os artesanatos nordestinos se destacam, principalmente por causa dos elementos usados e pela forma como são produzidos, com uma diversidade de técnicas manuais surpreendentes. Os artesãos dessa região apresentam as suas tradições com muita criatividade, habilidade e encantamento, ressaltando as histórias e os costumes locais. Com estilo próprio e muito rico, a região conta a sua história e cultura para o Brasil e o mundo.

Atualmente, a confecção de rendas e bordados é uma indústria regional brasileira, sendo produzida quase em sua totalidade por mulheres e encantam por causa da beleza, das cores, riqueza de detalhes, além do caráter artesanal e exclusivo. O artesanato do Nordeste é um dos principais responsáveis pela movimentação da economia local, além de gerar mais emprego e renda para a comunidade em geral.

O estado da Bahia se destaca por reunir criatividade, técnica e valor cultural em seu artesanato, é uma grande mistura de variados produtos, que resulta na magnífica expressão da identidade do povo baiano. Alagoas e Maranhão se destacam por artesanatos produzidos com palha, peças feitas com cerâmica e bordados que utilizam o linho branco como base.

Ceará, Pernambuco e Piauí produzem diversas peças na cerâmica, além dos lindos objetos de barro, sem falar nas imagens e souvenires feitos de forma totalmente artesanal. Paraíba e Sergipe produzem incríveis mercadorias feitas com os mais variados tecidos e o Rio Grande do Norte ganha destaque por causa das suas areias coloridas, que servem de base para produzir uma variedade de utensílios.

Se você não conhece, venha conhecer; se já conhece, venha repetir a dose e se deliciar com as maravilhas da minha terra, garanto que não vai se arrepender. Nossa região é linda, nosso povo é acolhedor e a nossa cultura é maravilhosa e deslumbrante. Agora, chegue de boa! Xenofobia aqui não! Afinal somos fortes, corajosos, fascinantes e temos um orgulho extraordinário de ser nordestino. E viva a nossa diversidade!

@marciamacedostos

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Cidadania

A cidadania nada mais é do que a aplicação dos direitos e dos deveres de um cidadão em um Estado. Os indivíduos precisam saber que os seus direitos e os seus deveres devem estar sempre unidos, caminhando juntos e em concordância. É muito comum ver pessoas que brigam para que os seus direitos sejam respeitados e atendidos, mas que na hora de cumprir com as suas obrigações para o bem comum, fingem demência.

Nosso caráter é resultado de nossa conduta. (Reprodução internet)

É preciso ter em mente que o meu direito começa no ponto em que o direito do outro termina, ou seja, o direito de um indivíduo resulta inevitavelmente da obrigação de um outro indivíduo e é assim que a engrenagem funciona. Se um dos pontos não cumpre com as suas responsabilidades, fatalmente vai prejudicar todo o funcionamento desse mecanismo humano.

Para que uma determinada região consiga atingir um desenvolvimento satisfatório, é necessário e extremamente importante que a sua população tenha o hábito de exercitar a cidadania. Apesar do termo “exercer a cidadania” ser reprisado constantemente, ele é pouco abordado e de fato explorado. Para que isso aconteça, é importante que o cidadão tenha consciência e desenvolva o senso de pertencimento.

A partir desse senso de pertencimento do meio em que vive, a pessoa consegue se enxergar como um agente que possui uma grande responsabilidade para com a vida em sociedade. Para exercer a cidadania é preciso atuar na defesa do bem comum, do bem coletivo e não somente se colocar na posição de vítima das circunstâncias. Tem que sair da posição de coadjuvante e se tornar protagonista, não é possível um meio termo.

Conforme disse Tancredo Neves (1910 - 1985), o primeiro presidente civil do Brasil, eleito depois da Ditadura Militar e morreu antes de tomar posse: “A cidadania não é uma atitude passiva, ela é uma ação permanente em favor da comunidade.” O conceito de cidadania passa do ser individual para alcançar o ser coletivo e a partir do momento que o cidadão compreende que as suas ações vão impactar na sociedade, tanto para o bem quanto para o mal.

Quando você pratica a cidadania, promove uma ação de transformação na comunidade em que vive e isso acaba se transformando em benefícios que voltam para você. Uma atitude cidadã respeita a todos os outros, sem discriminação e independente das opções e escolhas diversas que cada um faz nas suas vidas. Sendo assim, a cidadania é focada na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Um cidadão consciente precisa ser honesto. Não podemos reclamar da corrupção no Brasil, se não temos o interesse de praticar a honestidade. É importante se atentar para o exemplo que estamos deixando para as nossas crianças, pois elas são o futuro dessa nação e só os bons exemplos podem promover a criação de bons líderes para comandar o país no futuro.

Ser um cidadão ético também é muito importante. Educação, empatia, paciência, respeito, amor ao próximo e fazer o bem, são práticas comuns de quem exerce a sua cidadania com maestria e tudo isso começa em casa. Precisamos disso para nos tornarmos seres humanos melhores, nada de tentar tirar vantagem em tudo e em cima de todos. E por fim... “Gentileza gera gentileza”.

@marciamacedostos

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Angústia

Você aí, sabe identificar quando está se sentindo angustiado? Sabe aquela sensação ruim, que te deixa psicologicamente abalado? Trata-se de uma sensação de sufocamento, que deixa evidente a nossa insegurança, toda dor, ressentimento e falta de humor. Pois é, isso é angústia. Quando ela se apresenta em níveis mais elevados, pode até ser considerada uma doença, capaz de provocar sérios problemas.

Quando a angústia é grande, até respirar fica insuportável. (Reprodução internet)

A angústia pode se apresentar como uma emoção que antecede um momento, um fato ou uma situação. Também pode se desencadear por meio de traumas que afligem a individualidade e a personalidade de um indivíduo, podendo provocar até ansiedade e paranoia. Essa inquietação atribui importância significativa para perigos reais e imaginários.

Eis aí as definições técnicas para tal sentimento, mas o fato é que diariamente passamos por situações angustiantes, que realmente podem nos deixar sufocados e a sensação de mal-estar é real e oficial. Comigo, isso tem acontecido com uma certa frequência, principalmente durante a Pandemia, quando estou ficando mais tempo em casa, com um filho adolescente fora da escola e sem a prática de suas atividades habituais.

São tantas preocupações, como crise econômica e sanitária, violência, problemas com a educação, tragédias ambientais, falta de respeito e empatia por parte de algumas “muitas” pessoas... Nossa! É muita coisa ruim acontecendo e isso me deixa angustiada, quando fico pensando tanto e focando nos problemas. Nestes momentos precisamos cuidar do lado emocional.

É importante ter e potencializar as coisas boas da vida. O fato de você estar vivo, com saúde, sua família está bem, tem um teto para se abrigar, comida na mesa, já são motivos suficientes para agradecer a Deus e correr atrás da realização dos seus sonhos, daqueles desejos que ainda, você não conseguiu concretizar. Mas, a dificuldade em superar uma angústia é real e precisa de atenção.

Pensa comigo!?! A gente acorda, abre os olhos e vê o brilho do sol entrando pela janela, mesmo que a chuva esteja caindo, sabemos que o astro rei está lá todinho para nos iluminar e sem cobrar nada em troca. Poder puxar o ar e constatar que estamos respirando, ou seja, há vida em nós, isso por si só, é uma dádiva. Então, só agradece e vai em frente. Esse é o lema.

Ei! Você pode até não estar com todos esses itens que citei, ou outros tantos, verificados, pode estar desempregado, enfrentando problemas de saúde e/ou familiares, foi traído, enfim, são tantas questões possíveis, as angústias da vida não são fáceis de encarar. Mas, o que eu posso dizer é: não perca a esperança de que o sol nasce para todos e de que dias melhores virão.

Engana-se, quem pensa que estou falando isso para “me amostrar” (como se diz aqui na Bahia) ou que a minha vida é um mar de rosas. Pense nuns perrengues bem complicados, uns abacaxis bem espinhosos, pois é, enfrento muitos deles e com frequência. Algumas pessoas podem até achar que é hipocrisia minha, pois eu sou bem transparente e quando estou com um problema, todos percebem facilmente e olha que as vezes, isso me prejudica bastante.

Mas, essas lições que citei acima, são exatamente, os exercícios diários que sigo tentando colocar em prática, não é fácil, mas a gente chega lá. Uma outra questão importante, é a gente buscar melhorar como ser humano. Sempre há algo em nós que precisa de aperfeiçoamento e evolução, só precisamos descobrir e desconstruir, para encontrar uma nova versão, a melhor versão de nós mesmos. Tenha fé, é importante e acredite que é possível. Eu sigo no processo.

@marciamacedostos

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Pai de verdade

É óbvio que a figura de um pai é extremamente importante na vida de um filho, tal qual é a importância da mãe. Apesar disso, é crescente o número de mães solo que existem por esse mundo afora. Na hora do prazer, muitos homens não pensam nas consequências de seus atos e quando descobrem a gravidez, muitos fogem da responsabilidade

"Qualquer um pode ter filho, mas só um homem de verdade é Pai." (Reprodução internet)

Se engana, quem pensa que em uma história triste como essa, o filho é quem sai perdendo. É claro que ele sofre pela falta de presença e carinho, passa por diversos tipos de privações, mas na real, é o pai quem perde mais, perde de viver momentos maravilhosos e únicos no decorrer do desenvolvimento de uma criança. São tantas descobertas, que torna a vida bem mais significativa.

Com exceção de alguns problemas pontuais, qualquer um pode “fazer” um filho, mas um pai de verdade nunca desiste do seu filho. Ele precisa ser uma pessoa presente, responsável e ter consciência das suas responsabilidades e da representatividade na vida do ser humano que ajudou a colocar no mundo. Não basta ser pai, tem que participar.

Ser pai vai muito além de visitas regulares e/ou pagamento de pensão, isso, quando o genitor cumpre essas obrigações básicas. Há milhões de pais que acham que a obrigação paterna se restringe apenas ao pagamento de pensão e escapam da responsabilidade afetiva. As crianças acabam suplicando por afeto, enquanto seus pais os abortam em vida.

O verdadeiro pai não se acomoda, nem transfere para o filho a obrigação de ter a iniciativa de lembrar, procurar, visitar ou se preocupar, afinal de contas, essas são obrigações atribuídas ao adulto, que é quem deve dar o exemplo e servir de modelo para um ser ainda em formação. O fato é que não existe ex filho e há uma imensa diferença entre ter um filho e ser um pai.

É absurda a quantidade de crianças que não têm sequer o nome do pai na certidão de nascimento, são mais de cinco milhões. É lamentável saber que uma criança pode crescer insegura por causa da falta que um pai faz na vida dela, mas estou certa de que é mais lamentável ainda, para esse pai que abandona o filho, afinal, ele não faz ideia do que está perdendo.

Simplesmente, perde uma série de histórias e momentos importantes daquela vida que nasceu dele e faz parte da sua descendência. É encantador ver homens que de fato decidiram ser pais de verdade e participar da maior missão que um indivíduo pode ter, que é criar e ensinar uma outra pessoa a viver e ser gente, um ser humano completo, feliz e realizado.

Crianças geralmente querem o que todo mundo tem. É muito difícil para a criança ver que o amiguinho tem o pai presente, que vai buscar na escola, que segura na mãozinha quando sai na rua, que joga bola ou brinca de boneca junto e quando ela percebe que não tem aquilo, isso provoca uma lacuna terrível em sua vida, que pode acarretar muitas consequências ruins e a mãe precisa se desdobrar para preencher esse vazio.

Existem milhões de mães que fazem diversos esforços para suprir as necessidades dos filhos que não têm o pai presente, elas se viram para criar, educar e alimentar, lutam, se superam e conseguem. Já ouvi filhos falarem que não têm pai, mas que a mãe é tudo para eles, pois se esforçaram ao máximo para que eles fossem pessoas saudáveis e felizes.

Além disso, pai é quem cria. Muitos filhos têm o avô, o padrasto, o tio ou uma outra figura presente como o verdadeiro pai. Eles transferem todo o amor e carinho para essa pessoa, se espelham nessas figuras paternas e levam a vida, também de forma plena, realizada e feliz. O tempo passa, o mundo gira e a vida acaba nos cobrando pelas atitudes erradas. A conta chega, “paizinho”, pode esperar.

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...