terça-feira, 27 de julho de 2021

Dia dos avós

Em 06 de julho é celebrado o Dia Mundial dos Avós, no Brasil, em Portugal e na Espanha. A comemoração surgiu em Portugal, com objetivo de homenagear e agradecer todo amor e carinho dos avós por seus netos. O dia 06 de julho foi escolhido em tributo à Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. De acordo com a tradição da igreja católica e dos evangelhos apócrifos, os santos são considerados padroeiros de todos os avós. Mas, é importante destacar que não existe a genealogia de Maria - mãe de Jesus, nos evangelhos oficiais que integram a bíblia original. 

Avós são amor que nunca envelhece e sabedoria que nunca acaba. (Reprodução internet)

A data comemorativa recorda a canonização de Santa Ana e São Joaquim, no ano de 1584. Sant’Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas e daquelas que desejam ter filhos. Conforme a história, uma senhora portuguesa chamada de Ana Elisa Couto (1926 - 2007), mais conhecida como Dona Aninhas e vovó de seis netos, reivindicou durante aproximadamente 20 anos, a implantação de uma data comemorativa para os avós. Na Assembleia da República de Portugal, a data foi estabelecida no ano de 2003.

Antes de Dona Aninhas, o dia 26 de julho era uma data dedicada somente aos santos, sem evidenciar a celebração aos avós. O comércio também se mobiliza em torno da comemoração ao dia dos avós, muitos netos costumam presenteá-los como forma de agradecimento por todo amor, carinho e atenção que recebem deles. Além de serem o alicerce da família, a existência dos avós em nossas vidas é uma honra para todos nós. As experiências e os conhecimentos de vida que nos são transmitidos por eles, mesmo aqueles de cultura simples, têm muito valor, é uma grandeza que não se compra.

Independente da associação ou não com a tradição dos santos católicos, assim como a inclusão da figura dos avós de Jesus nesse legado, os personagens de Ana e Joaquim revelam muito sobre o papel imprescindível dos avós na organização de uma família. Muitos avós desempenham o papel de pais dos seus netos, outros necessitam de cuidados dos netos por situações diversas, mas, seja qual for o vínculo, é vital que seja repleto de cumplicidade e amor. A imagem dos avós nos revela nosso próprio futuro, ou seja, reflete aquilo que um dia seremos. O que você deseja refletir no seu futuro?

Ser idoso é acumular experiências e sabedorias que devem ser compartilhadas. (Arquivo pessoal)

Os avós são a base da família e por essa razão é importante preservar os laços afetivos e proporcionar muita atenção e carinho, pois o maior prazer da vida deles é ver todos bem, com saúde e vivendo em harmonia. Eles merecem todo nosso respeito e consideração, por serem mais velhos e também por se tratar da nossa ancestralidade. Para que os seus avós tenham vida longa, não permita que eles se sintam sozinhos, é cientificamente comprovado que a convivência familiar, promove bem-estar, aumenta a autoestima e produz felicidade.

Envelhecer faz parte da vida e é o destino de todos nós, portanto considere, valorize e dignifique os mais velhos, eles são a nossa raiz. Aproveite a virtude da experiência que seus avós acumularam no decorrer da vida, eles são fonte de muita inspiração e sabedoria, que podem transmitir para as gerações posteriores. O dia dedicado aos avós representa uma oportunidade para pensarmos sobre o futuro que nos aguarda e sobre a trajetória que estamos traçando para as nossas vidas. Você no futuro terá orgulho ou vergonha da pessoa que se tornou? Pense nisso

@marciamacedostos

terça-feira, 20 de julho de 2021

Esperançar

A esperança é uma confiança emotiva na expectativa de atrair benefícios concretos relacionados com fatos e circunstâncias da vida pessoal. A esperança exige alguma persistência, trata-se de acreditar que algo é possível mesmo quando existem indicadores do contrário. Para a religião, a esperança é a segunda da três virtudes teologais e fica entre a e o amor (ou caridade), sendo um tripé que norteia, instiga e é objeto iminente do nosso relacionamento com Deus. Ela é um tipo de afeto diretamente conectado com a alegria

Para mim, vacina é sinônimo de esperança. (Arquivo pessoal)

Tomei a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e diante de todo esse caos que o mundo está vivendo nos últimos tempos, só consigo descrever o sentimento que tive no momento da agulhada como “esperança” de que tudo vai melhorar e precisa melhorar, afinal, o ditado diz que a esperança é a última que morre. Segundo estudiosos, o afeto é tudo aquilo que aumenta ou diminui a potência de viver e a partir daí surge a atração pela esperança. Sei que é clichê, mas se não tentarmos transmitir esperança para as pessoas, o que nos resta? Mas, é esperança de esperar ou de esperançar!?!

Geralmente, a esperança surge nos cenários mais desfavoráveis de nossas vidas e sendo assim, acabamos nos agarrando a ela como se isso pudesse nos salvar. Para os especialistas, isso acontece como uma estratégia de fuga, uma maneira de negar a realidade. Só que a atitude de “fugir” cobra um preço, é um comportamento que gera consequências na vida. A pessoa que é demasiadamente esperançosa deixa de viver o presente e passa a habitar numa realidade que não existe, ou seja, o indivíduo vive num padrão ideal mental, no futuro, não na vida real e atual.

Significa que, para ter esperança é preciso ser equilibrado, isso porque, assim como a esperança funciona como uma espécie de freio da vida, ela pode nos conduzir para um campo totalmente obscuro. Para não se tornar um esperançoso carente e impotente, que vive numa espécie de ignorância, é necessário ter esperança do verbo esperançar e não do verbo esperar. Assim, não ficamos em uma eterna inércia, tirando o foco da vida e perdendo a possibilidade do mais completo contentamento. A esperança não pode enfraquecer a vida.

Ouça a sua esperança e não os seus medos. (Reprodução internet)

Entenda que, ter esperança não ruim, só não deixe que ela esteja na sua frente, caminhem lado a lado, permita-se a tê-la bem pertinho, mas nunca dependa dela para sobreviver. Encare a ansiedade, a culpa e a frustração. Seja capaz, se levante, corra atrás, construa, siga adiante e não desista... Esperançar é almejar, sonhar, agir e buscar, exatamente o contrário de esperar. De acordo com o educador, escritor e filósofo Mário Sérgio Cortella: “É preciso esperançar, olhar e reagir a tudo aquilo que não tem saída. Deixar a zona de conforto para nos lançar em novas perspectivas e provocar as mudanças que se fizerem necessárias.”

É óbvio que não é fácil e é normal ter medo, insegurança e até angústia, mas quem tem esperança do verbo esperançar, compreende que é difícil mudar a realidade, mas entende que é imprescindível modificar aquilo que precisa ser transformado, mudar somente o que é necessário, como por exemplo: alguns comportamentos, pensamentos e atitudes. Ninguém nasce pronto, somos capazes de nos reinventar sempre, devemos cuidar da nossa saúde mental para atingirmos um ponto de equilíbrio. Não importa se teremos que começar agora ou se devemos continuar de onde paramos, o importante é não desistir. Comece já, a esperançar e agir com esperança!

@marciamacedostos

terça-feira, 13 de julho de 2021

Violência doméstica

É muito triste ter que continuar tratando desse assunto, por conta dos acontecimentos que insistem em se reproduzir com bastante frequência, porém é necessário que não nos calemos diante de tanta barbárie. É preciso combater a naturalização da agressão que muitos homens cometem com as parceiras em seus relacionamentos afetivos. Um homem se achar no direito de usar a sua força para agredir e ferir a mulher, causa muita revolta e indignação. Naturalizar a violência contra a mulher faz os homens acreditarem que é normal esse tipo de comportamento execrável.

"A violência é o último refúgio do incompetente." (Reprodução internet)

Se faz necessário ressaltar também que, se você presencia cenas de agressão e não toma uma atitude, seja de tentar intervir ou de procurar ajuda e denunciar, você se torna cúmplice do tal ato. Quando essa inércia é exercida por um outro homem, só comprova a presença do machismo existente na sociedade patriarcal em que vivemos. São muitos anos de violência e vulnerabilidade da mulher em seus relacionamentos afetivos, muitas delas acreditam que devem suportar os abusos calada, pelo bem-estar social da família e para manter as aparências.

A Lei Maria da Penha, nº 11.340 de 07 de agosto de 2006, é uma das melhores leis de enfrentamento à violência doméstica que existe no mundo, mas apesar disso, não temos um sistema criminal de acolhimento às vítimas. As mulheres vítimas de violência estão inseridas em contextos adversos e quando procuram ajuda, sofrem com as críticas e dúvidas de quem deveria acolher e proteger, muitas vezes, ao denunciar elas precisam encarar o julgamento que caem inteiramente em cima delas, transformam a vítima em culpada. Fato é que, o Poder Judiciário enfrenta essa situação de forma inadequada.

A violência contra mulher é um fenômeno que não distingue classe social, raça, etnia, religião, idade e escolaridade, muitas delas reagem com passividade e conformismo, tornando necessário levar esses conflitos para o espaço público e assim evitar que sejamos silenciadas. Como a sociedade é machista e patriarcal, é fundamental começar a encarar a violência doméstica pela perspectiva da educação e da empatia, entender que, quando uma situação absurda dessas acontece, não podemos deixar passar despercebido, é chocante e precisa ser confrontada. “Em briga de marido e mulher, a gente salva a mulher.”

Nas situações de violência doméstica, as mulheres sofrem pelo controle e domínio que seus agressores exercem sobre elas através de variados mecanismos como: domínio econômico, intimidação, isolamento relacional, violência física, violência psicológica, entre outros. A mulher não pode encarar essa situação como um destino e aceitar passivamente. O destino da sua vida lhe pertence, só você tem o direito de decidir sobre ele, sem ter que ser submissa e tolerante com o comportamento violento de quem quer que seja. A violência doméstica é um crime.

A violência doméstica tem um ciclo que funciona como um sistema circular. Esse sistema é caracterizado pela sua continuidade no tempo, ou seja, pela sucessiva repetição no decorrer do relacionamento. As fases de tensão e apaziguamento podem ser cada vez menos frequentes e as fases de ataques violentos ficam cada vez mais intensos. Esse padrão pode terminar onde antes começou, ou em situações limite, episódios desse tipo podem culminar no feminicídio. A regra geral desse ciclo possui três fases:

1 - Aumento de tensão: São as tensões acumuladas diariamente, as ameaças e injúrias feitas pelo agressor, provocam na vítima, uma sensação de perigo eminente.

2 - Ataque violento: O agressor maltrata a vítima de forma física e psicológica, esses maus-tratos tendem a escalar na sua frequência e intensidade.

3 - Lua de mel: Agora o agressor envolve a vítima com carinho e atenção, se desculpando pelas agressões e prometendo mudar, garantindo que não vai mais ser violento.

"O silêncio é o maior aliado do seu agressor." (Reprodução internet)

A violência doméstica abrange diferentes tipos de abuso, são eles:

  • Perseguição - Qualquer comportamento que visa intimidar ou atemorizar. Seguir a pessoa até o local de trabalho ou quando ela sai desacompanhada; controlar constantemente os movimentos da pessoa, seja dentro ou fora de casa.
  • Violência emocional - Qualquer comportamento que visa fazer a pessoa se sentir inútil ou com medo. Geralmente inclui atitudes como: agressão verbal; ameaçar os filhos; magoar os animais de estimação; humilhar a pessoa na presença de amigos, familiares ou em público; entre outros.
  • Violência financeira - Qualquer comportamento que pretenda controlar o dinheiro da pessoa sem que ela o deseje. Algumas dessas atitudes podem ser: controlar o salário; se recusar a dar dinheiro ou forçar a justificativa de todos gastos; ameaçar retirar o apoio financeiro como forma de controle.
  • Violência física - Qualquer forma de agressão corpórea que castiga a pessoa. Pode traduzir-se em comportamentos como: esmurrar; chutar, estrangular, queimar, induzir ou impedir que a pessoa obtenha medicações ou tratamentos.
  • Violência sexual - Qualquer comportamento em que a pessoa é forçada a protagonizar atos sexuais que não deseja. Alguns exemplos são: pressionar ou forçar a pessoa para ter relações sexuais quando ela não quer; pressionar, forçar ou tentar que a pessoa faça sexo sem proteção; forçar a pessoa a ter relações sexuais com terceiros.
  • Violência social - Qualquer comportamento que pretende controlar a vida social da pessoa, através do impedimento de visitar familiares ou amigos; cortar o telefone ou controlar as chamadas e as contas telefônicas; trancar a pessoa em casa, são exemplos constantes.

terça-feira, 6 de julho de 2021

Independência do Brasil na Bahia

Em 02 de julho é celebrada a Independência da Bahia, também chamada de Independência do Brasil na Bahia. Trata-se do movimento criado pelo conceito federalista da população, que começou no dia 19 de fevereiro de 1822, sendo concluído em 02 de julho de 1823. O movimento acabou pela implantação da então província na unidade nacional brasileira, estabelecendo a Independência do Brasil. Além de ser um evento histórico importante, a referida data se tornou uma festa popular baiana repleta de significados.

"Com tiranos não combinam. Brasileiros, brasileiros corações..." (Reprodução internet)

A guerra travada na província baiana durou cerca de 17 meses e terminou com a vitória brasileira contra tropas portuguesas. O Exército e a Marinha do Brasil saíram vitoriosos e assim foi consolidada a separação política do Brasil de Portugal. Assim, o 07 de setembro de 1822 - dia oficial da Independência do Brasil, é considerada uma data simbólica, já que uma parte do país, a região Nordeste, ainda não era independente. Os acontecimentos da guerra da independência no Nordeste, têm características bem distintas da forma como o Brasil foi separado de Portugal.

O 02 de Julho e seu cortejo tornou-se um evento de reverência patriótica para os baianos, que mantém viva a tradição de comemorar e todos os anos reproduz a entrada do Exército Pacificador em Salvador. Os festejos começam com o fogo simbólico que reflete a união dos povos que lutaram pela soberania. O fogo é aceso em 30 de junho, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Cachoeira, localizada no recôncavo baiano. No mesmo dia é celebrado o Te Deum pela Independência do Brasil na Bahia, um louvor na Catedral Basílica de Salvador, que fica no Terreiro de Jesus - Pelourinho.

Foi durante a louvação do Te Deum, em 25 de junho de 1822, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Cachoeira, que a escuna canhoneira enviada pelo Brigadeiro Português Madeira de Melo para fechar o porto da cidade, proferiu o primeiro tiro contra a vila, dando início à guerra e é por essa razão que o fogo simbólico sai de lá. O ritual do fogo simbólico é representado por uma tocha com a chama acesa, que vai passando de mão em mão por artistas, atletas amadores, atletas profissionais, líderes políticos e oficiais do Exército, percorrendo várias cidades do estado da Bahia rumo à capital Salvador, no bairro de Pirajá, onde é acendida uma pira, no dia 01 de julho.

A solenidade do 02 de julho sempre esteve relacionada com as causas populares. Personagens como Joana Angélica, Maria Quitéria, João das Botas e Corneteiro Luís Lopes retratam um cenário completamente distinto da Independência do Brasil. É uma batalha que possui muitos heróis, sendo a maioria originada da esfera mais pobre da população. Posteriormente, foram inseridas na comemoração, as figuras simbólicas do Caboclo e da Cabocla, que saem em carros alegóricos e se tornaram os protagonistas do cortejo.

Maria Quitéria, heroína da Guerra da Independência. (Reprodução internet)

No primeiro desfile, em 1824 , só existia a representação do Caboclo, não era uma escultura e sim um senhor mestiço. No ano de 1826, a escultura do Caboclo com uma lança, matando a serpente, que representava a tirania portuguesa, foi encomendada. A partir de 1846, a Cabocla foi inserida no evento, como sendo a imagem de Catarina Paraguaçu, que representa a primeira família mestiça brasileira, a índia que casou com o europeu Diogo Álvares - o Caramuru, sintetizando o encontro das nações.

O Caboclo e a Cabocla caracterizam o exército formado por soldados regulares e voluntários, índios tupinambás, brancos pobres, negros libertos e escravos enviados por seus senhores. O cortejo do 02 de julho sai do Largo da Lapinha, onde ocorrem queima de fogos, execução do Hino Nacional e hasteamento da bandeira, autoridades colocam flores no monumento ao General Labatut - militar francês que liderou o Exército Pacificador. A caminhada passa pelo Convento da Soledade em direção ao bairro de Santo Antônio Além do Carmo e segue parando em diversos locais até o Pelourinho e o desfile segue pelo Centro Histórico em direção ao Palácio Rio Branco.

Ao mesmo tempo, ocorre uma Cerimônia Cívica no 2º Distrito Naval, no Comércio. O cortejo vai até o Campo Grande, onde autoridades fazem o hasteamento das bandeiras, há execução do Hino Nacional com bandas de música da Aeronáutica, da Marinha e do Exército, colocação de flores no Monumento ao 2 de Julho, acendimento da pira do Fogo Simbólico e execução do Hino ao 2 de Julho. Para finalizar, acontece o Encontro das Filarmônicas de diversas cidades da Bahia. A batalha pela independência foi uma concordância entre as forças de todo Brasil e o objetivo dessa festa é ser do povo para o povo.

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...