terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Esperança de um ano melhor

E enfim, o ano de 2020 está dando os seus últimos suspiros. Para mim, parece que esse ano durou, mais ou menos uma década. De verdade, as experiências e os desafios que enfrentamos neste ano, de longe, superou todas as expectativas, sejam elas quais fossem. A gente sempre faz uma reflexão, nos últimos minutos do segundo tempo e dessa vez, haja retrospectiva para fazer, hein?

Jamais haverá ano novo se a gente persistir nos erros dos anos velhos. (Reprodução internet)

GRATIDÃO é a palavra que eu defino o meu 2020. Foi um ano bem complicado, mas quando eu olho em volta, quando vejo os noticiários, quando paro para pensar e refletir, só consigo ser grata, porque apesar de todas as dificuldades, chegamos até aqui, vivos e com saúde, eu e a minha família. Fico feliz por isso, mas por outro lado, sinto um gosto tão amargo, só por saber que inúmeras pessoas não tiveram essa dádiva. Muitas pessoas tiveram depressão, síndrome do pânico, transtorno de ansiedade... Uma tristeza só!

Para mim, 2020 foi surpreendente e assustador. Enfrentei desafios profissionais que não imaginava e logo depois fiz uma viagem maravilhosa para o Ceará. A Covid-19 chegou sorrateiramente ao Brasil e fez o país parar. O mundo parou, literalmente. Perdemos a Liz e nós acreditamos tanto na cura dela. Meu filho precisou parar com o futebol e teve que deixar de ir para escola, acho que ninguém pensou que chegaríamos ao final do ano letivo, sem aulas presenciais.

Foram tantas notícias tristes, relacionadas ao Coronavírus e claro que as milhares de mortes é sem dúvidas, a pior parte desse filme de terror, que parece nunca ter fim. Além dessa crise sanitária e humanitária e da crise econômica, uma coisa que me marcou profundamente e me deixou muito angustiada, foi ver menino fora da escola. Como mãe, isso me incomodou bastante, pois nem nos meu piores pesadelos, imaginei uma coisa dessas.

Aulas suspensas; aprendizado prejudicado; crianças, adolescentes e jovens tendo que se reinventar para conseguir dar continuidade aos estudos e buscar o conhecimento. Os professores tiveram que se adaptar à uma realidade totalmente diferente, para entregar o conteúdo, muitos deles sem ter a mínima noção de como fazer. Gente! Foi enlouquecedor, ter que colocar menino para assistir as aulas remotas. Sem falar nos profissionais da saúde, que se tornaram verdadeiros heróis.

E no meio de todo o caos, esse ano também me deu um grande presente, o nascimento de mais um sobrinho. Para mim, a chegada dele foi um suspiro, ele me transmite calma e paz. Eu posso estar agoniada, triste, nervosa e/ou angustiada, por N motivos, que é só olhar para ele, cheirar, abraçar e beijar que tudo desaparece, como num passe de mágica. Sem dúvidas, é o meu melhor ponto de equilíbrio e serenidade. As crianças têm esse poder.

Não devemos maldizer esse ano, ele foi desafiador para todos nós, para algumas pessoas mais que outras, mas se chegamos até aqui, não podemos condenar 2020, superamos esse grande desafio, somos vencedores. É importante manter viva a esperança, apesar de tudo, e esse é um exercício diário, precisamos praticar. Não podemos perder a FÉ. A minha confiança está em Deus, Ele cuida de nós.

Estou redigindo esse texto hoje, com o coração muito triste, pois enterramos um grande amigo da família, bem no apagar das luzes de 2020, mais uma vítima dessa doença maldita. CUIDADO é a palavra de ordem, a Pandemia ainda não acabou e infelizmente, muita gente só sente a dor, quando a doença chega perto da família ou dos amigos e mata. É preciso ter responsabilidade por nós, pelos nossos e pelos outros.

Que o nosso 2021 seja leve e suave, que ele chegue trazendo muita SAÚDE para a humanidade, não só a saúde física, mas a saúde mental e psicológica também. Que possamos nos curar da fome, da miséria, do preconceito, do racismo, da homofobia, da corrupção, de todos os tipos de violência, da falta de empatia e respeito que estão assolando a raça humana. Não podemos perder a ESPERANÇA. Feliz Ano Novo!!!

@marciamacedostos

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Então é Natal!

O Natal para mim sempre foi a melhor data comemorativa do ano. Eu amo o clima festivo, as decorações e luzes coloridas, todos os sentimentos que envolvem esse evento tão especial e tradicional. Para o Cristianismo, o Natal é um momento de extrema importância, pois comemora o nascimento de Jesus Cristo. Não existe uma confirmação histórica de que Jesus tenha realmente nascido em 25 de dezembro, mas a data é celebrada no mundo todo, inclusive fora do âmbito religioso.

O verdadeiro sentido do Natal é doar, agradecer e amar. (Reprodução internet)

Essa é uma época marcada por vários costumes cheios de simbologia, como a ceia de Natal, as decorações natalinas, entre elas, a árvore de Natal que é muito simbólica e a troca de presentes. Mas, dentre todos os simbolismos, o que de fato vale e devem ser alimentados, são valores importantíssimos como o amor, a união, a esperança e a família.

Todos os anos, quando se aproxima o Natal, ficamos mais animados e naturalmente felizes, parece mágica, mas é um período que emana sentimentos bons e prósperos. Pelo menos, é isso que sempre senti e escuto das pessoas que me rodeiam, por mais triste que possamos estar, ou passando pela dificuldade que for, quando o Natal se aproxima, as coisas se transformam e somos tomados por sensações leves e gostosas.

Mas nesse ano tem algo diferente, não sei se você concorda comigo e não precisa concordar, só quero dizer um pouco do que sinto. Eu me pego procurando dentro de mim, aquela animação natural, tão comum das festas natalinas e não encontro. A gente tenta se animar, pensar nas coisas boas que aconteceram e olha que só o fato de estarmos vivos e com saúde já é motivo para agradecer e comemorar.

Pelo menos comigo, toda essa sensação natalina de felicidade, no final tem um gostinho amargo. Definitivamente, 2020 não está sendo um ano feliz, é um ano difícil para todo mundo e se você não consegue sentir essa tristeza solta no ar, acredito que você tenha um sério problema e precisa urgentemente, rever os seus conceitos. Desde criança, fui ensinada que devemos chorar com os que choram e nos alegrar com os que se alegram.

Sou grata a Deus por estar concluindo esse ano, viva e saudável, a minha família também está bem, mas vejo tantas pessoas próximas ou através dos noticiários, passando por dificuldades e sofrimentos terríveis, que não consigo me sentir plenamente feliz. Muitos não se importam com o próximo e não têm empatia, isso ficou claro e evidente durante essa Pandemia e me fez pensar no quanto a humanidade ainda precisa aprender e evoluir.

Todos os anos somos desafiados, passamos por situações difíceis e quando chegam as festas natalinas, buscamos renovar os votos e desejos de que o próximo ano seja melhor, acredito que o espírito natalino representa exatamente isso. Acho que nessa virada de ano, será unânime o desejo pelo fim da Pandemia, pela volta da normalidade, que em 2021 possamos relaxar e viver a vida sem esse medo e tensão que estão soltos no ar.

Que nesse Natal, mais do que em todos os outros, sejamos inundados por muita saúde, amor, alegria, amizade, benevolência, bondade, caridade, companheirismo, compreensão, coragem, esperança, , felicidade, força, fraternidade, generosidade, gratidão, harmonia, luz, paciência, paz, perdão, prosperidade, sinceridade, solidariedade, tolerância, união e principalmente, muita empatia e respeito.

Todas essas características são importantes para a vida e devemos abraçar, se você consegue adotar pelo menos um pouquinho de cada uma delas, já é um vencedor e está evoluindo. Sigamos em frente, acreditando sempre que dias melhores virão, ou que, o melhor ainda está por vir. Feliz Natal!

@marciamacedostos

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Sou canhota, e daí?

Você é destro ou canhoto? Os que são canhotos têm dificuldades? Eu sou canhota e por causa disso enfrentei alguns problemas sérios ao longo da vida e é sobre isso que quero falar. No meu primeiro ano de escola, já foi detectado que eu usava a mão esquerda para pegar no lápis e a partir daí foi organizada uma força tarefa entre a escola e os meus pais, para corrigir essa “falha”.

Canhoto, esquerdino, esquerdo, são alguns títulos dado ao indivíduo que usa mais os membros esquerdos do que os membros direitos para suas obrigações. Quem é canhoto precisa se habituar a uma realidade espelhada, que se desenvolve ao avesso e nos impõem um mundo totalmente invertido, o oposto daquele que o cérebro acredita ser o natural. Acredita-se, que superamos melhor os fatores irritantes. Será? Sei não, viu.

Precisamos nos adaptar ao mundo dos destros, mesmo que inconscientemente. (Reprodução internet)

Ser canhoto é consequência do desenvolvimento biológico do cérebro. Entre 10% e 13,5% dos humanos são canhotos, sendo mais homens que mulheres. Segundo pesquisadores, os canhotos possuem maior probabilidade de desenvolver doenças como epilepsia e esquizofrenia, porém são mais rápidos e lutam melhor que os destros, além de ter a criatividade mais aflorada. Muitos têm boas habilidades musicais e um ouvido musical absoluto.

13 de agosto é o Dia Mundial do Canhoto e tudo o que eu desejo é mais empatia conosco, porque não é nada fácil. Parece bobagem? Mas não é. Usar uma tesoura ou abridor de lata é um processo e o mouse do computador, é um desafio. Tocar violão, provavelmente só invertendo as cordas. As habilidades do lado esquerdo do corpo do canhoto, não se restringe às mãos, os pés e os olhos também são diferenciados.

Eu fui para escola com 03 anos de idade, claro que não lembro dessa época, só sei o que meus pais contam. Com o passar do tempo os problemas se intensificaram bastante e hoje tenho um histórico perturbador pelo fato de ser canhota. Na alfabetização a coisa ficou tensa, pois entraram numa onda de ter que corrigir o problema, ou seja, tentaram me forçar a escrever com a mão direita.

Dessa fase eu lembro bem, quando a professora insistia que eu usasse a mão direita para escrever. Gente, era quase uma tortura! Apesar de ter canhotos que conseguem usar a mão direita, eu conheço alguns e acho uma capacidade maravilhosa, eu não sei nem pegar corretamente na caneta e é impossível conseguir escrever qualquer coisa, mas a insistência era constante.

Além da sala de aula, em casa também, eu tinha que praticar, “me acostumar” como diziam, a usar a mão direita. Para todos, era apenas uma questão de costume, mas eu sabia que não era assim e sofria muito por não conseguir. Com o passar do tempo e nenhuma evolução, largaram de mão, mas sempre havia um ou outro comentário que me deixava muito triste.

A minha letra sempre foi muito feia, todos são unânimes em dizer isso e eu também acho. Na infância, me diziam que minhas letras só eram feias porque eu escrevia com a mão esquerda e que por isso, deveria me dedicar mais no intuito de me tornar destra. Aquilo me entristecia bastante, pois eu sabia que não podia mudar isso, já havia tentado muito, mesmo depois de saber escrever, continuei usando o caderno de caligrafia nessa tentativa.

Quando criança, sofri muito o “famoso” bullying, por parte dos colegas, naquela época, esses atos repetitivos de agressão e intimidação não eram conhecidos por essa palavra, mas o fato é que fizeram muita chacota por eu ser canhota. Me recordo de uma vez, quando uma prova foi aplicada por uma professora que não me conhecia e ela reclamou por eu estar torta na cadeira, já que o braço da mesma era do lado direito.

Aquela professora achou que eu estava tentando pescar da colega, expliquei as minhas razões e ela com dúvidas, me colocou no canto da sala, de cara para parede, provocando risos de toda turma. Aliás, até hoje, encontrar carteiras de canhoto na sala de aula é uma saga. Lembro de muitos sufocos que passei no ensino médio, na faculdade e até em provas de concursos públicos e do Enem. Gente! Isso é muito sério!

Muitas culturas tratam o canhoto como uma pessoa infeliz e maliciosa. Antigamente os canhotos eram vistos como pessoas amaldiçoadas, eram pessoas malvistas pela sociedade e o pior é que esse assunto é pouco estudado até hoje. Nas sociedades mais antigas e distintas, assim como na Idade Média era muito comum a perseguição e o preconceito social, cultural e religioso contra os canhotos.

Num passado bem recente, muitas crianças canhotas eram obrigadas a aprender a escrever com a mão direita. Em alguns lugares, o uso da mão esquerda foi condenado, durante muito tempo, os canhotos precisavam brigar contra a própria natureza, pois só era ensinado a escrever com a mão direita. Atualmente, o uso da mão esquerda é considerado como algo normal, mas é necessário um árduo processo de adaptação, pois o mundo é pensado para as pessoas destras.

@marciamacedostos

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Frustração, como lidar?

A frustração é um sentimento muito comum a qualquer mortal. Trata-se de um estado emocional que compreende a descontinuação de um comportamento estimulado, é um estado psíquico que procede da imobilização do estimulo produzido por qualquer obstáculo que impossibilita o alcance de um projeto ou objetivo desejado. As fontes da frustração podem ser, tanto internas quanto externas.

A frustração é uma sombra da expectativa. (Reprodução internet)

Fontes internas de frustração, são aquelas que compreendem as deficiências pessoais, como a falta de confiança, a insegurança ou o medo de questões sociais que podem dificultar ou impossibilitar o alcance de uma meta. Já as fontes externas de frustração, envolvem aquelas circunstâncias que fogem do nosso controle, como a falta de dinheiro, as questões climáticas ou acidentes de trânsito.

O sentimento de frustração provoca uma sensação de impotência quando algo desejado não acontece. Normalmente, ocorre quando uma expectativa ou um desejo não são realizados. Ela provoca desânimo, incômodo e acabam criando dificuldades para a realização de qualquer projeto. A decepção que a frustração provoca, atinge o estado emocional das pessoas, podendo ocasionar consequências terríveis.

Um contraponto importante, é que é essencial que um indivíduo sinta-se frustrado, na medida certa, pois isso promove o desenvolvimento da mente. As experiências frustrantes provocam o aprendizado, o crescimento e a criação de novas maneiras de interação com o mundo. Faz parte da vida de todas as pessoas, sendo imprescindível para a evolução humana.

Existem alguns sinais que indicam quando a pessoa está frustrada, são eles: a compensação - quando a pessoa supre os seus fracassos com coisas que a façam se sentir melhor, mesmo que seja temporário; a fuga - quando não se sabe lidar com uma situação que provoca infelicidade é comum fugir ou se isolar; a raiva - quando descontamos os problemas em alguém ou o desânimo - quando perdemos a vontade de reagir.

Quando se está frustrado é importante ter em mente que: a frustração pode ser um impulso de atitudes positivas; a vida não possui um roteiro fechado, sempre há espaços para mudanças; é de extrema importância estabelecer expectativas realistas; nem tudo depende de nós e sempre há a possibilidade de pedir ajuda; o mundo não gira em torno das nossas vontades; pensar somente no pior cenário, não leva ninguém para frente; todo erro é na verdade, uma oportunidade de aprender e fazer diferente; todo ser humano possui uma força de ação, para fazer a diferença.

É preciso fazer com que as frustrações trabalhem a nosso favor e fazer com que elas nos tornem pessoas mais fortes, para conseguir superar os desafios com competência e criatividade. Como começar? É simples, comece vencendo as adversidades possíveis, compreendendo as falhas que acontecem ao longo do processo e principalmente, aceitando os erros que não dependem de nós.

Caso não seja possível superar as frustrações sozinho e não consiga encontrar uma luz no fim desse túnel, talvez seja interessante procurar ajuda de um profissional habilitado e capacitado, como um psicólogo, para lidar com as atribulações da mente humana. Ele vai te ajudar a entender os motivos de sua frustração, como você deve lidar com esses motivos e também como vai desenvolver todo o processo de superação. Vale a pena tentar. Acredite!

@marciamacedostos

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A tal da culpa

Você já fez, falou algo ou tomou alguma atitude que se arrependeu depois? E a tal da culpa, já sentiu? Eu me arrependo de muitas coisas na vida, acredito que isso acontece com todo mundo, é absolutamente normal, até porque ninguém é perfeito e somos todos passíveis de erros. O problema é quando esse tal arrependimento se transforma em culpa e quando dela não conseguimos nos livrar.

Segundo Lewis (1971), a culpa acontece quando nos julgamos negativamente ao acreditarmos que não conseguimos viver de acordo com os nossos próprios padrões ou os padrões impostos pela sociedade. A culpa tem a função adaptativa e é própria da natureza humana. Dizem que, a pessoa que sente culpa tem uma capacidade maior de ter empatia e conexão com o outro.

"Alguns infinitos são maiores que outros." (Reprodução internet)

Muitas vezes me pego questionando à mim mesma sobre diversas situações da minha vida, em que tomei atitudes que podem ter gerado consequências, nem sempre boas, mas que as decisões tiveram que ser tomadas por mim. Muitas dessas questões envolvem diretamente a família, principalmente meu filho. Quem é mãe sabe exatamente do que estou falando.

Desde a gestação que nós mães lidamos com um turbilhão de sentimentos e sensações, nem sempre agradáveis e felizes. Senti tanto medo nessa fase, que chegava sufocar as vezes. A minha gravidez foi muito desejada e planejada por mim, já pelo pai, sinceramente não sei dizer, até porque atitudes valem muito mais do que palavras, se é que você me entende.

Desde o começo da gravidez percebi que não seria um processo fácil, por vários motivos. No quesito saúde física foi tudo tranquilo, nada fora do comum, mas psicologicamente falando, foi muito tenso, afirmo que não tive um momento de paz durante os nove meses. Lembro-me de muitas vezes chorar em frente ao espelho, fazendo carinho na barriga e pedindo perdão ao meu filho, por estar passando para ele tanta tristeza e desgosto.

O casamento já estava fracassado e não havia interesse algum de salvá-lo, porém eu estava grávida e precisava lidar com isso. Não foi fácil, não sabia o que fazer, afinal uma mãe também estava para nascer e eu só conseguia me culpar por submeter meu filho àquela situação. Ouvi muito, que não poderia ficar daquele jeito, por causa do bebê que estava sendo formado dentro de mim, mas, cadê forças para vencer o tal sofrimento?

Meu filho nasceu no tempo certo, mas abaixo do peso, não consegui amamentá-lo e ele teve vários problemas de saúde na primeira infância. Novamente a culpa se fez presente em meu ser e muitas vezes me corroeu por dentro. Acho a culpa um dos piores sentimentos que existem e muitas vezes ela não vem sozinha, é acompanhada de mágoa, raiva, remorso, vergonha, sentimentos que maltratam, apesar de promoverem a evolução pessoal.

O casamento de fato acabou e segui sendo mãe solo, a minha família sempre esteve presente, mas eu sentia um peso muito grande de responsabilidade e isso me acompanha até hoje, assim como os vários sentimentos de culpa ao logo do caminho. Certa vez, quando meu filho era pequeno, ouvi uma frase que repito incansavelmente para mim, quando a culpa insiste em ficar: “Eu sou a melhor mãe que posso ser e se erro, com certeza, é tentando acertar”.

Meu filho está prestes a completar 15 anos, a vida dele já passou por várias fases, agora estamos na mais desafiadora de todas, a adolescência e eu sigo me desdobrando para lidar da melhor forma possível, errando, acertando, mas sempre aprendendo. No quesito maternidade, carrego vários desafios e sempre surgem questões para fazer me sentir culpada. Imagine nas outras áreas da vida!?! É um processo, mas, a culpa só não pode me paralisar.

Entender que é difícil ter capacidade para enxergar e sair do ciclo vicioso da culpa, é o primeiro passo. A partir daí, é necessário vislumbrar novas saídas para os problemas, que muitas vezes parecem impossíveis, mas sempre existem. A ajuda profissional de um psicólogo é interessante, para orientar no processo de reflexão e como você pode se comportar diante dos problemas. Trabalhando a aceitação, conseguimos nos perdoar e lidar melhor com a culpa, sem a autoagressão. Seguimos tentando!

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...