Recentemente ganhou repercussão na mídia, a violência obstétrica que sofreu a empresária e influenciadora digital Shantal Verdelho, de 32 anos. Vídeos vazados na internet mostram as humilhações e os xingamentos que Shantal recebeu do médico, durante o parto da filha caçula. A violência obstétrica pode acontecer durante a gravidez, no parto ou no pós-parto. Todo e qualquer procedimento desnecessário ou não autorizado pela gestante é considerado como violência obstétrica. A paciente não pode ser desrespeitada e nunca deixar de ser informada sobre quaisquer procedimentos.
Violência
obstétrica é o termo usado para caracterizar os abusos sofridos pelas mulheres
quando procuram serviços de saúde durante a gestação, na hora do parto, durante
o nascimento do bebê e no pós-parto. Esses maus tratos incluem violência
física, psicológica, verbal ou por negligência e podem traumatizar a mãe e o bebê.
Esse tipo de violência não está relacionado somente ao trabalho dos
profissionais de saúde, mas se refere também a falhas estruturais de clínicas,
hospitais e de todo o sistema de saúde. Intimidação, agressão verbal ou
negligenciamento de tratamento são consideradas formas prejudiciais à mulher
durante a gestação ou no puerpério.
Esse
assunto é capaz de deixar qualquer mulher fragilizada, tanto as que são ou
pretendem ser mães, como aquelas que não desejam a maternidade, mas que possuem
empatia e sororidade. Em mim, particularmente, o tema provoca um incômodo muito
grande, pois tenho pavor e não suporto sentir dor, Sabe aquela famosa “fraca pra
dor”? Sou eu. Só de imaginar alguém que deveria cuidar e ajudar num momento tão
sublime que é o parto, insultando e maltratando, provoca em mim muita aflição.
Meu filho nasceu de parto cesárea por opção minha, desde que me entendo por
gente, nunca pensei em experimentar o parto natural.
Julguem-me,
se quiserem! Um conselho: Não perca seu tempo inferiorizando ou superiorizando
uma mãe pela via de parto. Não sou menos mãe porque meu filho nasceu de uma
cesariana. Eu tive uma pequena amostra, um indício do que era uma violência
obstétrica, mas na época, esse assunto não era tratado como uma violência. Quando
a minha bolsa estourou um dia antes da data marcada para a cesárea e meu médico
estava indisponível para fazer o parto, fui para outro hospital, depois de
esperar horas, fizeram os exames de praxe com estupidez e agressividade,
comigo e com outras mães que estavam presente.
Expliquei
sobre a cesariana marcada para o outro dia, perguntei como estava o bebê e só
ouvi respostas grossas e indiferentes. Depois de um bom tempo, disseram que iam
me induzir a parir, porque eu não era melhor do que ninguém e que se eu soube
fazer o filho e gostei, teria que parir calada, porque ninguém estava afim de
aturar gritos de mulher fresca. Se eu já tinha horror de parir, aquele
tratamento estúpido só piorou a situação. Medi a distância da maca onde estava
deitada até a mesa onde estavam meus documentos e da mesa até a saída, calculei
direitinho e num impulso fiz esse trajeto, sem olhar para traz e sem dar
satisfação para ninguém.
Se fiz o certo, eu não sei, mas meu instinto me fez fugir, literalmente, daquele lugar. Depois consegui alinhar tudo com meu médico, fui para outro hospital, a cesariana aconteceu, deu tudo certo, meu filho nasceu saudável e hoje está com 15 anos. Denuncie, se você considerar que sofreu uma violência obstétrica. A denúncia pode ser feita no hospital ou serviço de saúde em que foi atendida, na secretaria de saúde responsável (municipal, estadual ou distrital) e nos conselhos de classe: Conselho Regional de Medicina (CRM) para médicos ou Conselho Regional de Enfermagem (COREN) para enfermeiros ou técnicos de enfermagem. A vítima também pode ligar para: 180 - Central de Atendimento à Mulher ou 136 - Disque Saúde. Não se cale!
Verdadeiro absurdo um profissional de saúde ou quem quer que seja, não respeitar um momento tão sublime como esse. Infelizmente esse tipo de violência já virou algo tão "comum" que as mães até desacreditam que podem e devem denunciar esse tipo de abuso.
ResponderExcluirNunca devemos normalizar a violência. Temos direito ao respeito e lutar por isso é um ato de resistência.
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