Em
04 de maio de 2021, perdemos o Paulo Gustavo (42 anos) para a Covid-19. Um artista
completo, que deixou sua marca registrada, com absoluto louvor, no cenário humorístico
nacional. Dono de um humor rasgado e riso solto, ele derrubou muitas barreiras
relacionadas ao preconceito. O humorista vai fazer muita falta, principalmente
nesses momentos tão sombrios que estamos vivendo. Infelizmente, são milhares de
mortos por causa desse vírus maldito, mortes que poderiam ser evitadas e o
Paulo Gustavo é mais um que foi embora, sem ter chegado a sua vez de tomar a
tão sonhada vacina.
É
muito triste essa nossa realidade, mas durante as homenagens e exibições das
obras geniais que o Paulo Gustavo deixou, uma frase dita por ele, ficou ecoando
na minha mente: “Rir é um ato de resistência”. De fato, o riso tem um incrível
poder de cura, além de fortalecer o sistema imunológico, ativar a energia,
reduzir as consequências do estresse e dores diversas. Quando compartilhamos
bom humor e sorriso, promovemos a união entre as pessoas, isso agrega e possibilita
a intimidade, facilitando o estado de felicidade. Trata-se de um simples gesto
que pode realizar milagres.
O
ato de sorrir é um estímulo para que as outras pessoas sorriam de volta e assim
passem o gesto adiante, causando um efeito positivo. Além de criar conexões, o
sorriso pode ser sinônimo de acolhimento, afeição, agradecimento, demonstração
de amor, paz e simpatia. Rir auxilia o indivíduo na manutenção do equilíbrio emocional
e do relaxamento, reforça a autoestima e o auto astral, além de aumentar a
longevidade, estimular a musculatura do rosto, manter a elasticidade da pele e rejuvenescer. Uma boa risada exercita o cérebro e faz bem
ao coração.
Sorrir
oferece grandes benefícios para a vida humana, sem sombra de dúvidas, mas,
porque é “resistência”? Resistir é conservar-se firme, não sucumbir, não ceder.
Em tempos de ódio, com tanta maldade e coisas ruins acontecendo, tá difícil
manter o equilíbrio e a positividade, além disso, com a Pandemia, ainda temos
que lidar com distanciamento social, que elimina o abraço, o afeto e a
confraternização. A consequência disso, é que estamos tão paralisados com toda
essa desesperança e tristeza, que estamos perdendo a capacidade de sorrir, mas,
seguimos resistindo.
Criar
oportunidades para rir é o que podemos fazer e isso é contagiante num grau
impressionante. Nessa realidade dura e perversa, ainda temos que lidar com a
onda de negacionismo, que tem tornado tudo ainda mais complicado, se é que é
possível. As pessoas estão tão estressadas e sisudas, que discutem e brigam por
qualquer motivo, quando deveriam se unir, mesmo que distantes e sorrir mais,
para dar maior leveza para a convivência na sociedade. Com os sorrisos encobertos
pelas máscaras, pode se dizer que estamos órfãos da alegria genuína, tão comum
à nós, brasileiros.
A situação não está fácil para ninguém, mas precisamos resistir, identificar e valorizar o lado bom da vida, criar um gatilho próprio para sorrir e praticar o sorriso, nem que seja só com os olhos. Sim, é possível sorrir com o olhar, ele pode expressar e transmitir os sentimentos mais profundos que existem dentro de nós, os olhos são a janela da alma, de verdade. Isso é resistência, é se reinventar, se reconstruir para seguir em frente. Eu gosto do que me faça sorrir, e para mim, a comédia é a arte cênica mais importante que existe. Rir é o melhor remédio, é muito gostoso e prazeroso. Sorria para a vida!
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