terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Explorando o Nordeste – SERGIPE

Sergipe é o menor estado do Brasil, fica localizado na Costa Atlântica da região Nordeste. A capital Aracaju me fascina por seu aspecto mais tranquilo que dá um gostinho de interior, mesmo sendo cidade grande. Conheci Aracaju ainda adolescente e guardo a gostosa impressão que tive pelo lugar até hoje. Dessa vez, a viagem foi mais desbravadora, exploramos lugares magníficos que me deixaram fascinada pela beleza natural que apresenta.

Os Arcos de Atalaia, símbolo de Aracaju - SE. (Arquivo pessoal)

Que o meu Nordeste é lindo, impressionante e único, não é segredo para ninguém, ele guarda tanta preciosidade que nunca dá para conhecer tudo e mesmo que você vá visitar o mesmo lugar várias vezes, sempre vai se encantar com algo novo. Tenho desejo de conhecer e aproveitar todos os estados da minha região. Pouco antes da Pandemia começar, estive no Ceará, outro cantinho maravilhoso do Nordeste que pretendo voltar em breve e mostrar tudinho por aqui.

Tem 200 anos que Sergipe se tornou independente, a data é comemorada em 08 de julho, seu nome é de origem tupi cujo significado é “rio dos siris” e faz divisa com os estados da Bahia e do Alagoas. Como estamos vivendo um momento bastante delicado por causa da Covid-19, decidimos fazer uma viagem em busca de contato exclusivo com a natureza, nada de aglomeração, sempre utilizando máscara e álcool em gel, isso depois de passar um ano inteiro dentro de casa. Precisávamos relaxar.

Nossa viagem durou quatro dias, fomos de carro pela Linha Verde (BA-099), rodovia estadual baiana que liga Lauro de Freitas - região metropolitana de Salvador às praias do Litoral Norte. Trata-se de uma estrada turística que abrange dezenove cidades que compõem a famosa Costa dos Coqueiros, a região possui lugares deslumbrantes e uma natureza estonteante. Esse percurso maravilhoso termina na divisa da Bahia com Sergipe.

Ponte Gilberto Amado sobre o Rio Piauí. (Arquivo pessoal)

Logo na chegada nos deparamos com a paisagem magnífica da Ponte Gilberto Amado que fica sobre o Rio Piauí entre os municípios de Estância - SE e Indiaroba - SE. Ela é a maior ponte fluvial do Nordeste com 1.712 metros de extensão, foi inaugurada em 29 de janeiro de 2013 e liga o litoral norte da Bahia ao litoral sul de Sergipe. Não podíamos deixar de registrar isso.

Antes de seguir para Aracaju, decidimos parar na Lagoa dos Tambaquis, localizada entre as belas Praia do Abaís e Praia do Saco. Também conhecida como Lagoa Grande ou Lagoa Cristal, possui cerca de 9 km de extensão, é a maior lagoa natural de Sergipe e fica a cerca de 55,9 km da capital. A lagoa nasceu com a água da chuva e para manter essa água limpa e livre da esquistossomose, os moradores da região resolveram habitá-la com tambaquis - peixes de água doce que apesar da carinha feia, são dóceis e tão mansos que vêm comer na nossa mão.

Lagoa dos Tambaquis. (Arquivo pessoal)

A noite da capital sergipana é agradável e tranquila, ficamos hospedados perto da Orla de Atalaia, uma região bem organizada, onde perambulei muito e me senti segura ao circular pelo local, lá tem muitos lugares gostosinhos para aproveitar uma bela comida nordestina. No segundo dia da viagem fomos curtir aquele que chamo de o melhor passeio da viagem, Cânion do Xingó, um verdadeiro tesouro escondido na magnífica imensidão do Rio São Francisco.

Essa maravilha de águas verdes e paredões de rochas alaranjadas fica entre os estados de Sergipe e Alagoas. Partindo de Aracaju de carro, nossa viagem durou cerca de 03 horas, passamos por Canindé de São Francisco - SE, atravessamos a ponte que faz divisa entre Sergipe e Alagoas, seguimos para a cidade de Olho d’Água do Casado - AL, e na Praia da Dulce embarcamos em uma lancha para conhecer as maravilhas do Velho Chico. O passeio também pode ser feito de catamarã.

Piscina natural, Cânion do Xingó - Rio São Francisco. (Arquivo pessoal)

Essa beleza natural só começou a existir no ano de 1994, depois que a Usina Hidrelétrica do Xingó foi construída. O Rio Xingó é um dos vários braços do Rio São Francisco no estado de Alagoas e com a construção da barragem do Xingó, o Velho Chico triplicou seu tamanho, reteve seu volume e inundou as áreas ao redor e um desses lugares, atualmente, é conhecido como Cânion do Xingó.

Chegamos na grande piscina natural que possui cerca de 40 metros de profundidade, onde é possível nadar, mergulhar e boiar na imensidade do Rio São Francisco. Também é possível alugar um barquinho e navegar na parte mais estreita do cânion, chamada de Gruta do Talhado ou Paraíso Talhado, é possível tocar nas pedras de tão apertadinho que é, vale muito a pena, pois o lugar é de uma beleza ímpar com um mistério solto no ar.

Gruta do Talhado, Cânion do Xingó - Rio São Francisco. (Arquivo pessoal)

Ainda nos cânions, paramos para almoçar no restaurante Castanho, que fica na maior Reserva Ecológica particular de Caatinga de Alagoas, o lugar oferece um contato espetacular com a natureza. No terceiro dia fomos de lancha conhecer a Crôa do Goré, uma pequena ilha de bancos de areia branca que surge somente quando a maré está baixa, fica localizada ao sul de Aracaju e também é acessível através de barcos ou catamarãs, o percurso dura entre 10 e 15 minutos.

Crôa do Goré. (Arquivo pessoal)

A Crôa do Goré fica no Rio Vaza-Barris, entre manguezais nativos, pequenas ilhas fluviais e vegetação preservada. O ponto de partida para esse paraíso é na Orla do Pôr do Sol, na Praia do Mosqueiro, a cerca de 30 minutos da Orla de Atalaia. No último dia fomos no Parque da Cidade (Parque José Rollemberg Leite), uma reserva de Mata Atlântica.

Teleférico, Parque da Cidade. (Arquivo pessoal)

No parque andamos de teleférico, o passeio proporciona uma visão panorâmica lá de cima e ainda permite observar diversas espécies de animais. O roteiro dura cerca de 25 minutos e ainda é possível admirar o centro de Aracaju ao longe. Conseguimos visitar um pouco da cidade como: Largo da Gente Sergipana, Passarela do Caranguejo, entre outros. É óbvio que não deu para conhecer tudo. Impossível! Mas a viagem foi maravilhosa e já estou querendo bis. Eu volto com certeza. Viajar é lavar a alma!

@marciamacedostos

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Diversidade

Diversidade significa a qualidade de tudo aquilo que é diverso, diferente, dessemelhante e variado, ela representa a multiplicidade. Também pode significar a inexistência de acordo ou divergência. Vai muito além de uma palavra, trata-se de uma atitude. Essa palavra pode ser usada para revelar o processo de inclusão cultural e de gênero na sociedade, na política, nas empresas e nos relacionamentos, mas ela também se refere ao meio ambiente

A inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades. (Reprodução internet)

A sociedade é composta por pessoas de diferentes crenças, etnias, raças, gêneros, histórias, orientações sexuais e etc. Por essa razão, existem várias categorias de diversidade, que podem ser classificadas como: biológica, cultural, étnica, social, entre outras. A diversidade é a união dessas pluralidades, possibilitando uma convivência respeitosa e harmoniosa entre os diferentes.

A diversidade cultural se refere à responsabilidade que nós temos em agregar diferentes indivíduos no ambiente em que estamos e a necessidade de haver união e colaboração para o bem-estar de todos. Já a biodiversidade se refere à responsabilidade que nós temos com a proteção e o cuidado com o meio ambiente, sabendo que, a forma como tratamos desse assunto impacta diretamente no nosso estilo de vida.

Para aceitar a diversidade cultural é necessário ir além de conseguir conviver com diferentes cores, gêneros e orientações sexuais, é preciso aprender a respeitar culturas, ideias e circunstâncias de vida distintas. As sociedades que investem em diversidade, costumam ser mais modernas, revolucionárias e transformadoras, elas se adequam mais rápido às mudanças que acontecem no mundo a todo momento.

A palavra diversidade possui uma dimensão grandiosa e transforma o ser diferente num diferencial competitivo no mundo atual. O Brasil e toda a sua extensão territorial é um país plural em termos de cultura, etnia e religião, mas o que deveria ser sinônimo de diversidade cultural, é na verdade um lugar onde existem atitudes extremas e absurdas por falta de empatia e respeito, repleto de intolerância por todo lado.

Somos diversos, mas apesar disso, estamos longe de ser o mundo ideal quando o assunto é a desigualdade de gênero; a diminuição dos casos de violência contra mulheres, negros e homossexuais e também a integração dos afrodescendentes nos vários campos da sociedade. Há um caminho longo para ser trilhado quanto à consolidação da diversidade cultural no Brasil e para conciliar todas as divergências e tornar o país mais justo, inclusivo e igualitário.

Toda a abundância e riquezas que a natureza nos oferece é denominada como biodiversidade. A fauna e a flora brasileira são riquíssimas e por isso, somos considerados o país da “megadiversidade”, apesar de todo desgaste natural que vem ocorrendo ultimamente. Há uma necessidade urgente de preservar a nossa biodiversidade e repensar sobre as nossas atitudes como agentes modificadores do meio em que vivemos.

É importante estimular o pertencimento, pois pertencer a um determinado grupo e lugar representa um vínculo com a organização na qual se está inserido e isso nos faz sentir acolhidos, é onde podemos ser nós mesmos. Além de tudo, viver e conviver em comunidade é uma necessidade psicológica. Geralmente, esse processo não é simples, pode levar tempo e ser doloroso, mas vamos nos concentrar na diversidade e criar uma cultura inclusiva, com isso o pertencimento pode acontecer naturalmente.

@marciamacedostos

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Por um respiro

Resolvi escrever esse texto para tratar um pouco sobre esse documentário que assisti na plataforma da Globoplay. Por um respiro tocou muito forte em mim e me levou para um lugar muito dolorido, onde me coloquei no lugar das pessoas retratadas ali e me senti muito mal. A gente precisa parar para analisar o quanto é sacrificante estar na posição do internado por causa da Covid-19 e por isso chamar a responsabilidade para nós e assim nos proteger e preservar o outro.

Respira fundo! Pela frente ainda tem muito mundo. (Reprodução internet)

O documentário Por um respiro foi criado e produzido pelo documentarista Nuno Godolphim, direção geral é de Susanna Lira e roteiro de Jorge Pestana, sendo uma produção da Ocean Films. Ele mostrou histórias reais de médicos que estavam na linha de frente no combate à Pandemia e também todo sofrimento e as angústias de pessoas que foram infectadas pelo Coronavírus, que precisaram ficar internadas e em isolamento por muito tempo, além do sofrimento de seus familiares.

A série possui seis episódios e os personagens que apresenta, tanto médicos quanto pacientes, foram diretamente impactados pela Covid-19. Não sei se comoveu outras pessoas, mas foi um gatilho que mexeu muito comigo. Eu parei para pensar no quanto a tentativa desesperada de respirar, sem conseguir, pode provocar agonia e quanto mais desesperada a pessoa fica, menos ela consegue respirar. Só de pensar nisso, senti uma falta de ar momentânea.

Você já experimentou a sensação de falta o ar? Falo daquela coisa simples, quando se está gripado, por exemplo, que a nariz entope e dificulta a puxada de ar para os pulmões. É muito ruim, não é? Eu tenho muito disso, por coisas bobas, eu sinto uma leve falta de ar e geralmente, isso me provoca um desconforto real, que dura apenas segundos, mas são muito ruins. Agora pensa, no dano respiratório que essa doença provoca e no quão doloroso é passar por isso.

Foi exatamente o que aconteceu comigo, eu comecei a pensar nas vezes bobas em que fiquei sem ar e me imaginar estando na situação daqueles pacientes retratados no documentário e de milhões de outros pelo mundo afora, eu senti dor e muita tristeza com isso. Sem falar dos tubos, do quanto a intubação é invasiva. Acho difícil alguém dizer que não conhece ninguém que foi acometido pela Covid-19, ou pior, todo mundo conhece, ao menos de ouvir falar, uma pessoa que morreu por conta dessa doença maldita.

E é exatamente sobre isso, o documentário fala da gravidade dessa Pandemia e sobre a falta de empatia das pessoas, muitas vezes do poder público. Muitos não acreditam no poder letal dela, outros desdenham e debocham quando se fala em usar máscaras e não aglomerar. Enfim, é uma espécie de sirene tocando alto e forte, alertando a população, dizendo que ainda estamos em Pandemia e que, infelizmente, o pior ainda não passou. Eu entendi o recado.

A vacina tá chegando... Graças a Deus! Mas ainda não há doses suficientes para imunizar toda a população brasileira. Os danos na saúde pública, na economia, na educação, na segurança são imensuráveis e ainda existem pessoas que negam toda essa tragédia. Eu não entendo e fico muito triste, imaginando e me questionando: Até onde isso vai? Até quando vamos ter que suportar? Quantos mais, ainda iremos perder? E depois de tudo, como vamos conseguir nos refazer? Todos conseguirão vencer? Não encontro respostas, mas tenho muita de que tudo isso vai melhorar.

@marciamacedostos

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Introdução alimentar

Meu sobrinho Gustavo acabou de completar seis meses e até aqui foi amamentado de forma exclusiva e em livre demanda. A partir de agora ele começa a IA - Introdução Alimentar. Acompanhar de perto todo esse processo é muito novo para mim, porque apesar de também ser mãe, a minha trajetória nessa questão, foi muito diferente, pois não consegui amamentar e tive que introduzir a fórmula bem cedo na vida do meu filho. 

Para uma alimentação saudável, descasque mais e desembale menos. (Arquivo pessoal)

Por motivo de saúde, com dois meses de vida, meu filho precisou de aleitamento materno exclusivo e como eu não produzia leite, ele teve uma ama de leite, que o alimentou por quase um mês. Por todas essas questões, não tivemos um cronograma alimentar tão organizado, onde cada fase é respeitada e levada tão a sério, como está acontecendo com meu sobrinho.

A introdução alimentar é o período em que são introduzidos outros alimentos, além do leite materno, na alimentação dos bebês. Ela é vital para o desenvolvimento saudável do paladar da criança e marca o início de um hábito alimentar diversificado. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, esse procedimento deve começar no sexto mês de vida.

Até o sexto mês, é recomendável que o aleitamento materno seja exclusivo, não havendo a necessidade de oferecer nenhum outro alimento para o bebê, nem água, já que o leite materno possui todos os nutrientes necessários para a hidratação da criança. A introdução de alimentos na dieta é importante, mas é aconselhável que o leite materno continue sendo ofertado até os dois anos de idade.

Quando a mãe não pode amamentar o filho, como aconteceu comigo, é possível recorrer às fórmulas infantis, mas nessas situações a orientação é buscar ajuda de um médico pediatra para traçar o melhor caminho na nutrição do bebê. A alimentação adicional deve ser incluída de forma branda e gradativa. Algumas crianças estranham no começo e podem recusar determinados alimentos.

A possível recusa é absolutamente natural, por se tratar de uma experiência totalmente nova para os bebês e se eles não aceitarem a oferta de primeira, não precisa forçar, insistir e muito menos agradar. É interessante oferecer novamente o alimento que foi rejeitado em outro momento. Segundo especialistas, é necessário ofertar o alimento entre oito e dez vezes, até que a criança aceite.

Seu bebê irá comer por curiosidade, antes de comer por fome. (Arquivo pessoal)

Pediatras garantem que o ideal é dar uma alimentação bem variada e rica em nutrientes. Esses alimentos podem ser macro como: carboidratos, gorduras e proteínas e micro como: ferro, vitaminas e zinco. Para proporcionar à criança muita energia, proteínas, vitaminas e sais minerais importantes para um crescimento saudável, é necessário reunir representantes dos quatro principais grupos alimentares: frutas e hortaliças; cereais e tubérculos; carnes e ovos; grãos.

Alimentos como ovos, peixes e glúten devem ser introduzidos na alimentação do bebê, para gerar a tolerância e evitar possíveis alergias. A consistência da comida deve ser pastosa e se solidificar gradualmente. Não é recomendável bater os alimentos no liquidificador e nem misturar os grupos, é interessante que o bebê possa experimentar diferentes texturas e sabores e que também aprenda a mastigar. É indispensável distinguir o gosto dos alimentos e os movimentos da mastigação.

Evitar produtos como balas, café, congelados, enlatados, frituras, processados, refrigerantes, salgadinhos, salsicha e açúcar adicionado nos alimentos, é importante pelo menos até dois anos de idade, prefira os alimentos frescos. O uso do sal deve ser bem moderado e os temperos precisam ser leves. Na necessidade de utilizar óleo, é aconselhável que seja em pequena quantidade e usar óleos vegetais, como: canola, milho ou soja.

Por último e não menos importante, sempre ofereça água filtrada e fervida nos intervalos das refeições. É fundamental manter a disciplina na hora das alimentações, um ambiente calmo e tranquilo ajuda a criança a ter uma alimentação melhor, saudável e torna o momento da refeição mais agradável.

@marciamacedostos

Velha não, experiente!

Muito tempo sem postar por aqui e nesse período muita coisa aconteceu, algumas boas outras ruins, nada fora do normal, são apenas as conseq...